30.3.04




Aquele que deseja ir até o fundo de si mesmo jamais será poupado do desafio do sofrimento.




PET SHOP BOYS CANTAM NO BRASIL - A dupla inglesa Pet Shop Boys, formada pela dupla Chris Lowe e Neil Tennant, se apresentam no Rio no dia 2 de junho, no Claro Hall. O show é parte de uma turnê brasileira que inclui cidades como Porto Alegre, São Paulo, Recife e Fortaleza. Antes do Brasil as duas se apresentam em Dubai, capital dos Emirados Árabes, e no Japão. No repertório do show megahits como Being Boring e Domino Dancing, além das músicas de Release, último CD da dupla.


Em 1994 Neil e Chris já haviam se apresentado no Rio, num sensacional concerto no Metropolitan. Cheio de efeitos visuais, o show levava a música eletrônica às últimas consequências. Cantando em cima de bases pré-gravadas, acompanhado de um grupo de quatro bailarinos, muitos cenários, figurinos fechativos e inebriantes efeitos de luz e raio lazer. Durante a música Being Boring foi exibido, em versão integral, o genial clipe, dirigido por Bruce Weber, projetado numa tela gigante, do tamanho do palco. Na platéia fãs histéricos cantando todas as músicas e delirando com os efeitos visuais. Foi um espetáculo magnífico.




SERIA FELIPE DYLON UM PITBOY? - As bichas cariocas estão furiosas com o cantor Felipe Dylon, depois que foi publicado na coluna do colega Ancelmo Góis, que o rapaz, com mais dois amigos, haviam agredido dois homossexuais, com suas pranchas de surfe, na praia de Ipanema. A agressão teria sido, inclusive, registrada na delegacia da infância e do adolescente. Para justificar a violência e o preconceito, o site do cantor na Internet deu a seguinte justificativa:
"Ele e dois amigos estavam na água surfando e avistaram um casal de homossexuais em atos obscenos, em um horário impróprio onde estava cheio de crianças na praia. Quando os garotos abordaram os envolvidos para pararem com o que estava acontecendo, os rapazes revidaram verbalmente iniciando um conflito, o que ocasionou o uso das pranchas de surf como forma de defesa."


A emenda saiu pior que o soneto. Os homossexuais querem que o artista defina o que, para ele, é ato obsceno. Afinal, para os pitboys de Ipanema qualquer manifestação de carinho entre dois homens é ato obsceno. Ou será que os homossexuais estavam fazendo sexo explícito na praia às 11 da manhã? E mesmo que tivessem, quem são esses fedelhos para ir tomar satisfações? Por que não chamaram a polícia?


Indignados, os gays estão fazendo uma verdadeira campanha contra o artista. Ligando para as radios, mandando e-mails para a redação dos jornais, fazendo protestos em blogs e sites. O site E-JOVEM de gays adolescentes, quer um pedido público de desculpas. Tudo isso é lamentável. Principalmente porque, até um pouco antes da veiculação da noticia, Dylon era adorado pelos gays, graças a sua beleza de garoto zona sul. Mas, como diz o ditado popular, quem vê cara, não vê coração. Parece que por trás daquele ar angelical existe um menino malvado e preconceituoso.

29.3.04




A dor possui um grande poder educativo: faz-nos melhores, mais misericordiosos, mais capazes de nos recolher em nós mesmos e persuade-nos de que esta vida não é um divertimento, mas um dever.

TNT ASSESSORIA DE ESTILO - Especializada no atendimento a clientes dos segmentos de moda e beleza, a TNT Assessoria é uma empresa de comunicação que atua neste mercado desde 1995. Situada no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, a empresa é dirigida pelos sócios Thereza Duarte e Toni Oliveira. Com ampla visão do mercado de moda, a dupla lidera um time de jornalistas, produtores de moda, relações públicas, produtores de eventos, entre outros. A TNT Assessoria destaca-se no mercado como uma companhia de mídia competente e ágil, tanto no apoio a seus clientes, quanto na provisão de informações e suporte para a imprensa. Agora a TNT está na rede com o seu site: http://www.tntassessoria.com.br




VANITY FAIR - As relações conflituosas entre assessores de imprensa e jornalistas, recebem um tratamento crítico e cruel do jornalista Toby Young, no livro Como Fazer Inimigos e Alienar Pessoas. No meio jornalistico essa relação é sempre de amor e ódio. De um lado os assessores de imprensa ou divulgadores ou relações públicas ou assessores de comunicação ou qualquer outro nome que se possa inventar. Do outro lado, o jornalista e o seu poder de decisão sobre o que pode ou não pode ser publicado. O que vai ser destaque na publicação e o que vai ser solenemente ignorado. Nos bastidores da redação da Vanity Fair o tênue fio que separa a relação desses dois grupos é dissecado com todo o veneno do mundo.
A seguir mais alguns trechos do livro Como Fazer Inimigos e Alienar Pessoas




A mais influente agente de Relações Públicas da Costa Leste é Peggy Siegal, a divulgadora que organiza todas as premiéres de cinema mais glamurosas, mas se você quer passar pelos nazistas da prancheta dos bares e clubes que estão dando a última palavra, os divulgadores mais importantes de se conhecer são um grupo de mulheres de vinte e tantos anos cujos membros mais poderosos são "as Sete Irmãs", embora haja muitas mais. Como se é admitido em seu círculo encantado? Uma das maneiras é literalmente ir para cama com elas. Segundo Bobby Zarem, um grisalho veterano da indústria da RP, esse pequeno grupo exclusivo de divulgadoras top só está no ramo para "irem para cama". O problema com isso, entretanto, é que no momento em que você para de dormir com elas, está riscado de suas listas - para sempre.


Como editor da The Modern Review, eu encarara divulgadores como o inimigo. O trabalho deles era convencer meus escritores a avaliar favoravelmente quem quer que estivesse promovendo, e meu trabalho era assegurar que a equipe permanecesse distante. Quando recebíamos um press release, ele ia direto para o arquivo circular. Na verdade, na Fleet Street os divulgadores são encarados com bastante desdém, como agentes de interesses comerciais, e se espera que mesmo os que estão nos degraus mais baixos da escala profissional - até mesmo colunistas de fofocas - resistam às suas seduções. Todos aceitamos as "bocas livres", é claro mas é considerado errado escrever algo efusivo e lisonjeiro em troca. No que diz respeito à maioria de nós, a relação entre jornalistas e divulgadores é basicamente de adversários. Confesso que ocasionalemnte disse algo simpático em troca de um suborno GRANDE, mas pelo menos me senti culpado. Culpado mesmo.


Em seu livro Nobrow: The culture of marketing - the marketing of culture, Jonh Seabrook fala sobre as concessões de rotina que teve que fazer como colaborador da The New Yorker na época de Tina Brown: "Se você escreveu sobre um astro pop, um designer ou um atleta, necessariamente pediu emprestado um pouco da celebridade de seu tema e usou-a para vender sua história. E se achou que conseguia escapar ileso disso - pegando a euforia deles sem desistir, em troca, de parte de sua independência criativa - bem, irmão, você está se enganando. Havia sempre uma transação envolvida." Isso vale duplamente para a Vanity Fair. Certa tarde eu ouvi Krista Smith, a editora para a Costa Oeste da revista, cuja principal tarefa é a ligação com a máquina publicitária de Hollywood, conversando sobre Quentin Tarantino com uma mulher cuja voz eu não reconheci. Na época, Tarantino estava sofrendo de enorme superexposição e eu achava que a revista não lhe devia dar mais publicidade. Irrompi pelo cubículo de Krista e disparei uma arenga anti-Tarantino, focalizando a arrogância que o levava a escalar-se no elenco de seus próprios filmes mesmo que não soubesse representar. Depois que meu fôlego finalmente acabaou, o olhar com que Krista me fixou declarava que eu bancara o completo idiota. "Você já conhece Bumble Ward?" perguntou, indicando a mulher com quem estava falando. "Ela é a divulgadora de Quentin Tarantino".




MIX BRASIL - Uma entrevista exclusiva com Dorothy Parker no MIX BRASIL, revista virtual dedicada ao colorido mundo GLS. Dirigido por André Fisher, o site contém entrevistas, informações, contos, crônicas e uma infinidade de fotos de rapazes bonitões. Quem quiser ficar antenado, é só acessar:http://mixbrasil.uol.com.br/


27.3.04




O dever dos poetas é cantar com seus povos e dar ao homem o que é do homem: sonho e amor, luz e noite, razão e desvario.


COMO FAZER INIMIGOS E ALIENAR PESSOAS – Muito divertido o livro do jornalista inglês Toby Young, que a editora Record acabou de lançar. Em 1995, aos 32 anos, o sujeito deixou Londres e foi para Nova York trabalhar numa das minhas revistas favoritas: Vanity Fair. Queria ter o mesmo sucesso que outros jornalistas britânicos que brilham na competitiva indústria jornalistica americana, como Alistar Cooke, Tina Brown e Anna Wintour. Acontece que Toby não teve a mesma sorte. Em dois anos ele foi demitido da Vanity Fair. Após conviver com o circulo de celebridades da mais famosa cidade do mundo, ele viu algo além: uma luta suja pelo poder e pelo status na qual vale tudo para subir na vida e aparecer na mídia.


Logo no início do livro Toby Young conta como entrou de penetra na famosa festa que a revista Vanity Fair promove após a entrega dos Oscars, em Los Angeles. Os astros de cinema. O tapete vermelho. A lista de convidados. O flash dos fotógrafos. E Toby Young consegue entrar, fazendo-se passar por um conhecido que ele sabia que ia ter o nome na lista. Depois de ter entrado no restaurante onde estava sendo realizada a boca livre, e ter conversado com Michael Caine, o jornalista é descoberto e expulso do local. O livro é saboroso, bem escrito e tem aquela dose de veneno sobre as relações humanas.

Trechos do Livro

A 5 de julho de 1995, tive que resolver o que vestir no meu primeiro dia de trabalho. Naquela época, a Vanity Fair localizava-se na Madison Avenue 350, entre as ruas 44 e 45, um edifício de vinte e três andares poucos quarteirões a oeste da Grand Central Station. O “350”, como todos a chamavam, era então o quartel-general da Conde Nast, a companhia que publica a Vanity Fair juntamente com mais uma dúzia de outras revistas de luxo, inclusive Vogue, The New Yorker, GQ, Architetural Digest, House & Garden, Conde Nast Traveler, Allure, Self e Glamour. (Desde então a Conde Nast mudou-se para Times Square, 4.) Pessoas que visitavam o edifício tinham que se dirigir ao balcão da frente e eram então conduzidas aos elevadores principais mais adiante ou tangidas para o "elevador de serviço", uma máquina estranha e frágil à la Buster Keaton reservada aos boys, garotos de entregas e coisas semelhantes. A segurança era rigorosa, depois que um grupo de ativistas pelos direitose dos animais tinha ocupado o escritório da editora da Vogue, Anna Wintour, no 13o andar.


Quando eu trabalhava no The Times em 1986, disseram para que eu me vestisse como se pudesse ser enviado a qualquer momento para entrevistar o Arcesbispo de Canterbury. Contrastando com isso, o código de roupas na Vanity Fair me fora descrito por Dana Brown, o secretário de Graydon, como “bastante informal”, o que imaginei que fosse jeans e camiseta. Isso combinava muito bem comigo por causa do calor opressivo. Após pensar um pouco, resolvi usar uma Levis de boa qualidade e uma camiseta Hanes extragrande que reproduzia uma capa da The Modern Review apresentando Keanu Reeves de peito nu e a frase: “Jovem, tolo e cheio de porra”.






Na viagem pela vida não existem caminhos planos: todos são subidas ou descidas.

SÁBADO À TARDE EM IPANEMA – Uma delicia o caruru com muqueca de peixe oferecido pelo meu querido Guilherme Araújo, na sua casa em Ipanema. A comida, maravilhosa, foi preparada por nosso amigo Paulinho Lima, um verdadeiro “dona Flor”, no que diz respeito à arte de cozinhar quitutes baianos. Os temperos na quantidade certa. O dendê dando o toque da alquimia. Além disso ele nos apresentou um dos segredos de sua culinária. Pimenta doce. Uma espécie de pimenta típica da região do cacau. Ilhéus, Itabuna, Olivença. É uma pimenta cujo ardor é bem suave e tem um quase imperceptível sabor adocicado. Tudo.


Quem fez questão de prestigiar o almoço do Guilherme foi a eterna musa do high society Noelza Guimarães. Amiga de longa data do empresário, Noelza deu um toque de classe ao almoço. Bem humorada, elegante, bonita, charmosa. Ou seja. Aquela Noelza de sempre. Radiante e gloriosa.


Marco Rodrigues, o viúvo do pintor Jorge Guinle Filho, estava de cadeira de rodas, ainda se recuperando do atropelamento que foi vitima em dezembro. Marco está ótimo, se recuperando bem do acidente, mas ainda estava um pouco arrasado com a morte do sogro Jorginho Guinle. João Carlos Rodrigues, Ezequiel Neves, Olimpio Vasconcelos, Vera Figueredo, Guilherme Lima, Rodrigo Argollo e Tereza Eugênia fotografando tudo. Esse era o elenco do almoço.


Comida, bebida e muita conversa jogada fora. Os assuntos principais do almoço? As diversas plásticas de Danuza Leão. “Eu acho que ela deve ter feito as plásticas com um cirurgião barato”, alguém comentou. O depoimento de João Ubaldo Ribeiro sobre Glauber Rocha, no filme de Sylvio Tendler também provocou discussões. João Carlos, que foi apresentado ao Paulinho Lima por Glauber Rocha na praia de Ipanema, na saudosa Montenegro, não gostou nem um pouco dos comentários do escritor baiano. Nem João Carlos nem ninguém.


A vida amorosa da estrela Florinda Bolkan também foi alvo de acaloradas discussões no almoço do Guilherme Araújo. Um dos presentes, amigo intimo da atriz, confirmou que ela realmente está tendo um caso com a Princesa Anna. “A princesa é exatamente o tipo de mulher que a Florinda gosta. Italiana e aristocrata”. O amigo da atriz também contou que a princesa é um amor. Muito diferente da antiga namorada, a Condessa Marina Cicogna, que brigava com todo mundo. “Em todo lugar que ia a Condessa dava porrada em alguém”. Ao que João Carlos rebateu: “Isso porque ela era Condessa. Imagine se não fosse...”


Olimpio Vasconcelos eu não conhecia pessoalmente. Há muitos anos ele mora em Nova York e, ao me apresenta-lo, Paulinho Lima disse que ele já tinha transado várias vezes com o Joe Dalessandro, aquele ator belíssimo que fez vários filmes com Andy Warhol. “Como ele conseguiu transar com Joe Dalessandro?”, perguntou alguém e João Carlos respondeu: “Pagando!”. Aliás, Joãozinho estava impossível! Mais tarde, durante a sobremesa, quando eu conversava com Olimpio perguntei: “E aí, como é que foi transar com Joe Dalessandro?” A bicha fez uma cara de Marlene Dietrich e respondeu: “Foi como transar com Deus!”.

21.3.04




Nada enfurece tanto o homem como a verdade.


DOROTHY PARKER PORTÁTIL é o espetáculo mais badalado do Festival de Teatro de Curitiba. A peça é uma coletânea de histórias da famosa escritora americana, que estão reunidas na sua mais famosa obra, The Portable Dorothy Parker. O texto foi traduzido e adaptado por Ruiz Bellenda, que dirigiu o espetáculo com o grupo Cia Cênica Simplicíssimos. O espetáculo se passa em uma noite quando Dorothy Parker, sem conseguir dormir, resolve rever a sua obra com o mesmo olhar crítico com que analisa o resto da humanidade. De estrelas do cinema a anônimos pés-de-valsa, a escritora se delicia ao abrir as cortinas da sociedade e mostrar a vida trágica e cômica, com valores sem sentido e personagens à beira de um abismo.


O diretor Ruiz Bellenda alimentava o sonho de montar uma peça com os contos de Dorothy Parker havia dez anos. Ela tinha uma inteligência ímpar, sua mente era um grande diamante. Ela tinha um material tão rico que ainda é possível montar umas cinco peças com os seus contos. Os espetáculos de Ruiz Bellenda chamam a atenção por trabalhar com o ator como centro do universo cênico. A parte estética da peça fica de lado para dar espaço a partitura de cada personagem. Durante os dois meses de ensaio, cada palavra e gesto foram exaustivamente pesquisados, atingindo uma grande parceria. No elenco Letícia Guazzelli, Adriana Ferreira,Denny dos Anjos, Gisele Bolzani, Jefferson Vogel e Carlos Reinke.


Uma mulher a frente do seu tempo? Não, a frente do nosso. Foi na década de 1920 que uma moça de apenas 1,50m fez abalar os alicerces de Nova York. Com seus comentários venenosos e total ausência de papas na língua, a escritora norte-americana Dorothy Parker marcou época. Aclamada e odiada por onde passava, ou por onde seus textos eram lidos, a escritora fez carreira escrevendo resenhas de teatro e poesia.


A sua credibilidade foi crescendo à medida que seus livros foram lançados (o único título traduzido para o português se chama Big Loira e Outras Histórias de Nova York). Mais tarde, com uma carreira conceituada, foi convidada a trabalhar em Hollywood escrevendo roteiros de filmes. Chegou a ganhar um Oscar pelo filme Nasce uma Estrela.


A rapidez de suas respostas deixaria qualquer repentista envergonhado. Em uma ocasião, quando lhe disseram que uma de suas inimigas era muito gentil com seus inferiores, Dorothy disparou: E onde é que elas os encontra?. Em uma crítica de um livro escreveu em poucas linhas: Este não é um romance para ser posto casualmente de lado. É para ser atirado longe, com toda força.




TEATRO QUASE SEMPRE – Quando entrevistei Nilson Penna, uma lenda viva do teatro brasileiro, ele me contou uma história muito saborosa. Certa vez ele foi à Nova York negociar os direitos da peça Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, para ser encenada no Brasil. Durante sua estada na cidade americana Nilson teve oportunidade de conhecer o autor da peça. Ele era um homem acessível e gostava de contatos sociais. Quando encontrou com Arthur Miller Nilson Penna, surpreso com o texto da peça, perguntou: Mr. Miller, sua peça começa com dois homens dando um beijo na boca. Porque o senhor escreveu essa cena? Ele responde: Apenas para ter publicidade e fazer boa bilheteria. Você não viu as filas na porta do teatro? Mas eu não sou homossexual. Agora mesmo estou me deliciando com essa moça. Mostrou uma foto que retirou da carteira. Era Marilyn Monroe.

19.3.04




O ridículo não existe; os que ousaram desafiá-lo de frente conquistaram o mundo.

CADERNO H - O suplemento do Jornal do Brasil, editado por Hildegard Angel publica neste domingo um editorial de moda, com modelos do estilista italiano Roberto Cavalli, que semana passada esteve no Brasil para inaugurar uma loja da sua marca em São Paulo. A modelo que ilustra o editorial é a pin up carioca Ariadne Coelho. Ela está linda nas fotos. Arrasando no carão, no peitão e no coxão. Levando ao extremo o seu jeito perua de ser.


Para esse número eu fiz um perfil de um artista chamado Nilson Penna, veterano do teatro brasileiro, de 88 anos. Nilson é cenógrafo, figurinista, coreógrafo e artista plástico. Foi amigo de Bidu Sayão e Margot Fonteyn. Trabalhou muitos anos no Theatro Muncipal, criando cenários e figurinos para espetáculos como O Lago dos Cisnes, Hamlet, Peguei um Ita no Norte e dezenas de outros. Conviveu com artistas como Carmen Miranda, Eros Volúsia, Luz del Fuego, Di Cavalcanti, Toscanini, Marceu Marceau, e Cecília Meireles. Assitiu Marilia Pera estreando no teatro aos cinco anos de idade, na peça Medéia, encenada por Henriete Morineau.


Foi muito legal conversar com ele, no seu apartamento na Glória, onde mora com Eduardo Macedo, um jovem bailarino amazonense que ele adotou. Eu ri muito e me deliciei com suas narrativas sobre os bastidores do teatro brasileiro. Suas lembranças da época em que morou em Paris e conviveu com Marceu Marceau e Jean Louis Barraut. As histórias dos bailes de carnaval no teatro João Caetano e no Hotel Glória, onde ele participava dos concursos de fantasias.


Nilson Penna também me contou casos saborosos da fase áurea do Hotel Copacabana Palace. Falando sobre Ibrahim Sued ele me disse: "O Ibrahim quando jovem era um turco muito bonito e bem dotado. Ele fazia muito sucesso na sauna do Copa." Mas esse trecho eu tive que cortar da reportagem.


O Caderno H é um suplemento que tem um tratamento especial da direção do Jornal do Brasil. Tão especial, que a redação do caderno fica no 18 andar, junto com a direção. A redação do H fica entre a sala do presidente Nelson Tanure e a do vice-presidente Ricardo Mayer. Eles são executivos muito chiques. Andam sempre com ternos elegantes e estão sempre bem humorados. O vice Ricardo Mayer é um homem belíssimo. Além deles tem os demais diretores, Paulo Marinho e Chico Peltier. Eles sempre elogiam o nosso trabalho e estão cheios de planos para o jornal.


Os diretores do JB adoram a coluna Gay Society, que escrevo junto com a Hildegard Angel. Eles acham aquilo moderníssimo e quase revolucionário. E além do mais, eles nos estimulam a fazer, criar e inovar. Tanto que, influenciado pela coluna, o jornal tem dado bastante espaço para noticias relacionadas a cultura e ao compartamento gay no Brasil e no exterior. O interessante é que os diretores são todos bofes. E eu adoro isso neles. As atitudes viris. A firmeza. Os ternos bem cortados. As gravatas. A voz máscula. Os sapatos bem engraxados. Adoro bofes!


Preocupado em se manter na vanguarda da imprensa brasileira o JB está preparando novos produtos para a alegria dos seus leitores. Em breve será lançada uma edição mensal do caderno Idéias, em formato de revista. Isso significa que, além da edição semanal do suplemento, uma vez por mes os leitores terão uma versão do Idéias em formato de revista. Também estão programadas reformas gráficas no caderno de Esportes e no Cidade e a criação dos blogs do jornal. E dentro de dez dias, aproximadamente, Heloisa Tolipan estará lançando uma nova ediçãoo da revista GLAM, o suplemento trimestral que ela edita para o jornal.




A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.

WYNSTON LEYLAND - Quem está no Rio é o ativista do movimento gay de San Francisco Wynston Leyland, fundador da Gay Sunshine Press a primeira editora americana dedicada exclusivamente a publicações direcionadas ao publico GLS. Em 30 anos de existência, a editora já publicou nos EUA romances, contos e quadrinhos de vários paises, inclusive do Brasil. É da GSP a edição americana do clássico da literatura brasileira O Bom Crioulo. Mr. Leyland veio fazer contatos profissionais e matar as saudades dos rapazes de Copacabana, que ele adora. O empresário americano tem surpreendido amigos brasileiros com suas críticas ao presidente Bush, a quem chama de calhorda e fascista. "A economia do meu país só está boa para quem negocia com armas ou petróleo. Bush é o pior presidente da história. Se ele for reeleito, vai ser pior do que Adolf Hitler." Waaal!


VOLTA POR CIMA - O novo primeiro ministro da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A declaração foi feita a revista ZERO, favorita do povo GLS da terra de Almodovar. Zapatero também se disse a favor da adoção de crianças pelos homossexuais. A postura liberal do governo recém-eleito deu novo ânimo ao movimento gay, já que o antigo primeiro ministro, José Maria Aznar, que apoiou a guerra do Iraque, colocando em risco a segurança da população, costumava recusar todos os avanços nos direitos civis dos homossexuais.


PALMS OF MANASOTA - Palms de Manasota é uma pequena cidade situada a sudoeste do estado da Florida e se parece muito com qualquer uma das muitas cidades para cidadãos aposentados, que existem nos EUA. Tudo é verde, ruas e praias limpas, a água brotando das fontes e seus cidadãos transitam com serenidade pelas ruas. Um verdadeiro "Truman Show". Até parece o Rio. A diferença é que Palms of Manasota é o primeiro empreendimento imobiliário desenhado especialmente para gays e lésbicas da terceira idade.

18.3.04




Se as portas parecem fechadas é porque seus desejos são muitos. Se não tivesse nenhum desejo, não notaria as portas fechadas.



Work like you don't need the money,
love like you've never been hurt,
and dance like no one is watching





FORA BUSH - Gavin Newson, o prefeito de San Francisco deu uma contudente entrevista à The Advocate. A revista diz que, desde que ele autorizou o casamento entre gays, passou a ser tratado como um "rock star" pela grande população de gays e lésbicas dos EUA. O prefeito bonitão de 36 anos é heterossexual e casado com a apresentadora de TV Kimberly G. Newson. Sua atitude na prefeitura o transformou num lider do movimento pelos direitos civis de gays e lésbicas na América. Na entrevista Mr. Newson é implacável com George W. Bush, a quem chama de covarde e diz: "Keep your hands off the constitution."




FORA BUSH - Ali Kamel, o fundamentalista diretor do Jornal Nacional e da Globo News publica artigo no Globo criticando os espanhóis por terem eleito um novo governo, que é contra a presença de tropas espanholas no Iraque. Num texto que é um verdadeiro compêndio do pensamento reacionário, Kamel defende a idéia de que a chamada guerra ao terror de Mr. Bush é a maneira mais correta de lidar com os ataques terroristas.


Bizarro, bizarro, bizarro, diria aquela cantora baiana. É um absurdo que um jornalista que tenha esse pensamento dirija o maior complexo jornalístico do País. Basta assistir aos telejornais da Globo para ver como o noticiário global toma partido nessa guerra. O partido republicano. Todo o noticiário relativo a guerra do Iraque é narrado do ponto de vista dos americanos. Depois de mostrar as cenas da guerra, filmadas por TV´s americanas, os locutores chamam os correspondentes de Nova York ou Washington para fazerem a análise dos acontecimentos. É patético e tendencioso. Porque a emissora não têm correspondentes no Iraque?


O fato é que o povo espanhol fez muito bem em tirar José Maria Aznar do governo. Afinal, 80% dos cidadãos do país eram contra o envio de tropas. A população alegou que essa era uma guerra do Bush e eles não deveriam se envolver. O Aznar ignorou a opinião popular e mandou soldados para o front, colocando os cidadãos do seu país como alvo de terroristas. Aznar devia ser preso, julgado e condenado pela morte dos espanhóis vitimados no atentado.


Outra coisa que não podemos esquecer. Ser contra o terrorismo é, antes de mais nada, ser contra George W. Bush e sua gang de mafiosos. Os piores terroristas são os americanos. Invadir um país e matar civis inocentes não é muito diferente do que explodir um trem de passageiros. Bush é que é o terror!
Segundo a Anistia Internacional mais de 10 mil civis iraquianos foram mortos em 1 ano de guerra.

O que Ali Kamel diz sobre isso?

15.3.04




Muitas vezes nossos erros nos beneficiam mais do que nossos acertos. As façanhas enchem o coração de presunção perigosa; os erros obrigam o homem a recolher-se em si mesmo e devolvem-lhe aquela prudência de que os sucessos o privaram.


CHICLETEIRO - Foi uma festa de arromba o show do Chiclete com Banana, sexta feira no Claro Hall. Por alguns instantes, a gigantesca casa de espetáculos foi transformada numa sucursal do carnaval da Bahia. Os chicleteiros do Rio e adjacências marcaram presença em grande estilo. O lugar estava super lotado. Alto astral. Alegria. E muita música para dançar. O público era basicamente composto por fanáticos que vão todos os anos passar o carnaval em Salvador e viajam o ano inteiro para as micaretas que acontecem por todo o Brasil. O público cantava todas as músicas apesar de nenhuma delas ser hit radiofônico. Os shows do Chiclete são, antes de mais nada, um culto ao hedonismo. Uma celebração ao prazer. Do lado de fora, no estacionamento da casa noturna, o clima de carnaval já se fazia presente. As músicas da banda ecoavam dos automóveis enquanto a galera bebia, cantava e dançava, para entrar no clima do show.

WILMA LESSA É LEMBRADA - O Serviço de Apoio à mulher vítima de violência, que funciona no Hospital Agamenon Magalhães(HAM), recebeu ontem o nome da jornalista e feminista, Wilma Lessa, fundadora do Viva Mulher e integrante da comissão que implantou a delegacia da Mulher em Pernambuco. Para o secretário de Saúde do Estado, Guilherme Robalinho, a mudança foi uma homenagem justa. "Para uma pessoa que sempre lutou em defesa das mulheres", disse.


O serviço que funciona desde junho de 2001, tem quase 1,3 mil mulheres cadastradas. Dessas, 1,2 mil foram vítimas de agressões físicas. Destas 504 precisaram de acompanhamento médico e psicológico por um período de seis meses. Das mulheres agredidas fisicamente, 484 sofreram violência ou abuso sexual, sendo que 10 fizeram aborto previsto em lei.


O Centro Wilma Lessa funciona 24h e tem uma equipe composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. No local as mulheres recebem orientações sobre seusdireitos, tratamento médico e psicológico, além de acompanhamento para realização de exames no Instituto de Medicina Legal (IML) e para prestar queixa na Delegacia das Mulheres.


O modelo que foi implantado no HAM poderá ser adotado em outros municípios do Interior do Estado. O secretário Guilherme Robalinho, disse que os municípios de Caruaru e Petrolina, já estariam aptos para implantar esse sistema. "Precisamos estimular esse tipo de serviço nas cidades que já dispõem de profissionais preparados para lidar com essas situações", explicou. Robalinho no entanto não adiantou quando essas cidades vão poder contar com um serviço específico para atender mulheres vítimas de violência.

TOM JONES NO BRASIL - Quem está no Brasil é o artista plástico americano Tom Jones, para uma temporada de quatro semanas. Tom é especialista em desenhos e pinturas de nus masculinos, que costumam ilustrar artigos e contos das principais revistas gays americanas como Honcho e Mandate. Quando esteve no Brasil ano passado ele ficou tão encantado com a beleza e o charme dos rapazes do Rio, Búzios e Parati, que decidiu voltar para buscar inspiração para novas obras de arte. Quem quiser conhecer os belos trabalhos de Tom Jones pode acessar na internet o site http://tomjonesmen.com/. E quem quiser contatá-lo pessoalmente basta frequentar a praia em frente a Farme, onde ele pretende mergulhar todos os dias.

9.3.04




O homem que a dor não educou será sempre uma criança.

OSCAR GAY 2004 - Pelo 13º ano consecutivo, o Grupo Gay da Bahia homenageia os amigos dos homossexuais com o Troféu Triângulo Rosa e denuncia os inimigos dos gays com o Troféu Pau de Sebo. Entre os 16 homenageados como simpatizantes, contam o Ministro Jacques Wagner e o Embaixador do Brasil na ONU, diversos juízes e juizas que defenderam os direitos dos homossexuais e transexuais. Leonardo Boff e o bispo anglicano Takatsu foram os únicos religiosos que ousaram apoiar os gays em 2003. O Troféu Pau de Sebo foi indicado para 14 inimigos dos homossexuais, incluindo o Prefeito paranaense que proibiu a entrada de gays em Bocaiúva do Sul, deputados, juizes, os vereadores protestante da Câmara Municipal de Americana (SP), os dois arcebispos do Rio de Janeiro, diversos líderes evangélicos, por suas atitudes ou declarações contrárias à cidadania homossexual.

Como acontece todos os anos, desde 1990, logo após o Oscar de Holllywood, o Grupo Gay da Bahia, entidade de utilidade pública municipal de Salvador, divulga o nome dos indicados ao OSCAR GAY, premiando com o Troféu Triângulo Rosa as personalidades e instituições que deram maior apoio aos direitos humanos dos homossexuais e outorgando o Troféu Pau de Sebo, aos inimigos declarados dos gays, lésbicas e transgêneros. O Troféu Triângulo Rosa relembra o distintivo utilizado pelos nazistas nos campos de concentração para identificar os prisioneiros homossexuais. Mais de 300 mil gays foram presos por Hitler. Hoje o Triângulo Rosa tornou-se o símbolo internacional do orgulho gay.

Quanto ao Troféu Pau de Sebo, explica Marcelo Cerqueira, Presidente do Grupo Gay da Bahia: Aproveitamos uma tradição irreverente do folclore brasileiro para mostrar o ridículo dos inimigos dos gays e lésbicas: por mais que queiram destruir o movimento de libertação homossexual, nunca chegam a seu objetivo, caindo e se lambuzando no pau de sebo da ignorância. Mesmo que esperneiem, aumenta a cada ano o número dos gays assumidos e o apoio dos simpatizantes, além das garantias legais a favor de nossa cidadania.


Entre os premiados com o Triângulo Rosa dos anos anteriores, constam os nomes do Deputado Luís Eduardo Magalhães, Ruth Cardoso, Brastemp, Marta Suplicy, o jogador Lilico, Vera Loyola, o Pastor Nehemias Marien, Caetano Veloso, FHC, o ator Sergio Brito, etc. Os premiados recebem pelo correio o diploma com o título merecido.




TROFÉU TRIÂNGULO ROSA PARA OS AMIGOS DOS GAYS

Ministro Jacques Wagner, do Ministério do Trabalho, pela concessão do visto de permanência e direito legal de trabalhar a companheiro ou companheira estrangeiros sem distinção de sexo


Embaixador Luiz Felipe Seixas Correia, representante do Brasil na ONU, por defender a inclusão do direito à livre orientação sexual entre os direitos fundamentais do cidadão em nível mundial


Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual liderada pelos deputados Chico Alencar (RJ), Doutor Rosinha (PR), Fátima Bezerra (RN), Fernando Gabeira (RJ), Henrique Fontana (RS), Iara Bernardi (SP), Senadora Ideli Salvatti (PT-SC), Luciano Zica (SP), Luiz Alberto (BA) e Maria do Rosário (RS)


Assembléia Legislativa de Santa Catarina por ter aprovado por unanimidade a Lei 12.574/03 que proíbe qualquer forma de discriminação por orientação sexual, destaque especial da então deputada Ideli Salvati, PT/SC


Prefeito de Recife, João Paulo (PT/PE) e Câmara Municipal de Recife, pela aprovação da Lei que garante ao parceiro do servidor homossexual os mesmos direitos dos casais heterossexuais


Conselho Diretor do Plano de Saúde da Câmara dos Deputados de Brasília, por aceitar a inclusão do companheiro de um funcionário da Casa como dependente. "Não poderíamos nos deixar levar pelos preconceitos", declarou o presidente do Sindilegis, Ezequiel Nascimento


Juíza Inês Vello Corrêa, da Vara dos Feitos das Fazendas Públicas Estadual e Municipal dos Registros Públicos de Vila Velha, ES, por autorizar a mudança do sexo no registro civil de uma transexual (de mulher para homem) sem a necessidade de operação


Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais por autorizar a retificação de nome e de sexo de uma transexual A.G.P.


Juíza Ana Carolina Morozowski, da 5a Vara Cível de Curitiba, e Dra. Silene Hirata, advogada, pela liminar autorizando a permanência no Brasil do gay inglês David Harrad, companheiro de Toni Reis, fundadores do Grupo Dignidade


Juíza Marjôrie Cristina Freiberger Ribeiro da Silva, substituta da 1ª Vara Federal de Florianópolis , SC, por garantir a permanência no país de uma italiana companheira de uma lésbica brasileira


Juíza Cláudia Rocha de Oliveira, da 31ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, por determinar a multa de R$ 30.000,00 de indenização a uma rede de supermercados por danos morais ao ex-funcionário Wellington Eustáquio, vítima de homofobia


Juiz Gilson Jacobsen, da 2ª Vara Federal de Florianópolis, por ter garantido a pensão judicial a parceiro de um professor da Universidade Federal de Santa Catarina


Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal por ratificar o direito dos parceiros homossexuais aos benefícios do INSS


Ministro César Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça, por defender a inclusão da união homossexual no novo Código Civil


Leonardo Boff, por ter-se oposto a declaração do Papa contra o casamento gay. Declarou: "se a relação for de amor, é algo tão profundo que tem a ver com Deus".


Dom Sumio Takatsu, bispo emérito da Igreja Anglicana de São Paulo, 76 anos, favorável à ordenação do Bispo Robinson, gay assumido da Igreja Episcopal de Boston. Declarou: "Acho que é positivo, no sentido de nos abrirmos para o mundo contemporâneo".




TROFEU PAU DE SEBO PARA OS INIMIGOS DOS GAYS


Élcio Berti (PFL), prefeito de Bocaiúva do Sul, PR, por ter promulgado decreto proibindo a presença de homossexuais no município


Ministro Thomas Bastos, por ter associado o "veado" como ultraje à virilidade, no episódio em que uma galinha foi jogada na Prefeita Marta Suplicy. Recusou-se pedir desculpas pela gafe homofóbica


Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Plínio Leite Fontes, por declarações preconceituosas contrárias à união civil entre homossexuais


Vereadores Evangélicos da Câmara Municipal de Americana, SP, por rejeitar moção de congratulações à Parada Gay de São Paulo


1º Cartório de Registros Walter Sampaio de Goiânia, por recusar o registro do Livro de União Estável Homossexual proposto pela Associação Goiana de Gays, Lésbicas e Transgêneros


João Kleber, apresentador da Rede TV, por divulgar pegadinhas homofóbicas e difamar a Associação da Parada Gay de SP


Deputado Neucimar Fraga (PL-ES), pela proposição de um programa de auxílio e assistência à reorientação sexual de homossexuais que optarem pela mudança de sua orientação sexual para a heterossexualidade


Deputado Elimar Damasceno (Prona/SP) por apresentar projeto de lei tornando contravenção penal o beijo homossexual em publico


Deputado Edino Fonseca (Prona/RJ), pastor da Assembléia de Deus, por apresentar projeto com vistas ao tratamento de homossexuais para se tornarem heterossexuais


Cardeal Oscar Scheid, Arcebispo do Rio de Janeiro, por diversas declarações na mídia contra a homossexualidade e por ajuizar ação criminal contra Ongs Gays e de Aids pela divulgação do filme Perdão que acusa a Igreja por obstaculizar o uso do preservativo


Arcebispo de Brasília, D. José Freire Falcão, por declarar que "as uniões homossexuais são uma desordem moral que a Igreja jamais poderá aceitar"


D.Eugenio Sales, arcebispo aposentado do Rio de Janeiro, por diversos artigos publicados nos jornais contra a união homossexual


Rede SBT, Gugu Liberato e Padre Marcelo Rossi, por não terem respondido à denúncia de que teriam exigido a saída de Vera Verão do palco, constrangimento que levou ao agravamento de sua crise cardíaca e morte


Jornal Pasquim, por fazer trocadilho homofóbico ao associar Bush a bicha na guerra contra o Iraque


8.3.04




VIVA MULHER - Em homenagem ao dia internacional da mulher, um poema de Wilma Lessa, jornalista, militante feminista, fundadora da Delegacia da mulher em Pernambuco, fundadora do Viva Mulher- Grupo de Atuação Contra a Violência à Mulher, poeta e escritora.


MULHER TUDO PODE


Vai Mulher
Rompe o peito
Arreganha os dentes
Vara os espaços
Em vôos altos
Porque MULHER TUDO PODE
É dona da vida
Seu ventre inchado
Determina e pare
a humanidade


Turbilhões de sonhos
Fremente ninho de amores diversos
Porque MULHER TUDO PODE
Amar tantos parceiros,
filhotes, agregados
Ternura infinita na concha
da vida


Vai Mulher!
Delire e ouse
Vá a todos os lugares
Redutos secretos
Amores instigantes
Desafios emergentes
Fere as garras
Solte o verbo
Porque MULHER TUDO PODE


Sufoque os demônios
E não sangre mais
Viva suas estações
Plenamente
Lindamente
Porque MULHER TUDO PODE


Wilma Lessa


6.3.04




O espírito enriquece com o que recebe: o coração com o que dá.



O NOME DELE E ELISEU Eliseu Neto, a maior estrela do fotolog no Brasil, está no Rio de Janeiro. O moço, que mora em Florianópolis (ou Floripa, como ele gosta de escrever), veio passar o fim de semana e assistir à performance do DJ Fatboy Slim. Quem acompanha o fotolog do cara sabe que ele recentemente passou o carnaval na city, onde fez aquele roteiro básico. X-Demente, Farme, Dama de Ferro, Palácio de Cristal. Eliseu (tambem conhecido como Nto ou Moby) confessou que foi reconhecido nas ruas e se sentiu muito popular. Também... Gostoso daquele jeito... Aliás, o sucesso do fotolog é tanto, que o rapaz foi convidado para posar nu para a revista Homens, com fotos feitas por ele mesmo, no estilo daquelas que são publicadas na internet. A estrela sobe!




JÚLIO LOPES PARA PREFEITO - O deputado federal Júlio Lopes quer ser o nosso Gavin Newton. Inspirado no prefeito de San Francisco, que é heterossexual mas está causando um rebuliço nos EUA por estar autorizando o casamento entre pessoas do mesmo sexo na sua cidade, Júlio Lopes está buscando o apoio para sua campanha à prefeitura, na comunidade gay do Rio de Janeiro. Confiando no poder de fogo do voto cor-de-rosa, o deputado quer transformar os gays em seus cabos eleitorais com a promessa de, no caso de ganhar a eleição, defender com unhas e dentes os interesses da comunidade. A atitude de Júlio Lopes faz com ele saia na frente na corrida pela prefeitura. Afinal, não deixa de ser um fato novo a pretensão eleitoral no candidato. Além do que, ele é um tipo bem bonitão. Eu vou votar nele.




CHICLETEIRO - Dia 12 de Março, próxima sexta, tem show do Chiclete com Banana no Claro Hall, aquele lugar que já foi ATL Hall e Metropolitan. Como tenho espírito de chicleteiro, estarei lá sem falta curtindo os sucessos do trio elétrico, matando as saudades do carnaval da Bahia. Aliás, eu curti muito esse último carnaval. Foram dias de extrema felicidade para mim. Só agora, depois da ressaca, é que eu estou me dando conta dos momentos de felicidade que eu vivi em Salvador. Encontrei pessoas maravilhosas. Dancei, cantei, bebi, namorei, dei muito beijo na boca. Pude assistir ao maravilhoso show do trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar saindo do Farol da Barra. Vi Raí, o craque do futebol brasileiro, mais gostoso do que nunca, dançando com Margareth Menezes em cima do trio, às cinco da manhã, completamente entregue ao carnaval. Assisti, do começo ao fim, ao desfile dos Filhos de Ghandy com seus oito mil homens. Fui ao Pelourinho e pude apreciar diversas manifestações do folclore brasileiro em todo o seu esplendor. Maracatus, grupos de afoxes, orquestras de frevo, coisas que eu nem imaginava que rolava na Bahia. Curti demais o camarote 2222. Foram dias inesquecíveis para mim. De todas as pessoas que eu conheci na Bahia, as que eu tive mais prazer em conhecer foram os filhos da Lilibeth Monteiro de Carvalho, Fernando e Vitor. Os rapazes são uns amores. Educados, chiques, másculos. Fofos, fofos, fofos...






ALÉM ALMA


Meu coração lá de longe
faz sinal que quer voltar.
Já no peito trago em bronze:
NÃO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negócio
que não cessa de bater?
Mais parece um relógio
que acaba de enlouquecer.
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá fora
cai macio dentro de mim?


Paulo Leminski



1.3.04




Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos.

UMA LÁGRIMA PARA WILMA LESSA O carnaval pernambucano teve um final triste, com a morte da jornalista Wilma Lessa. Wilma era muito querida em Recife e Olinda, onde tinha um programa de radio em que defendia os direitos da mulhar. O feminismo fazia parte da sua personalidade. Com sua ONG chamada Viva Mulher, realizava trabalhos para proteger vitimas da violência doméstica. Wilma Lessa possuia dados estatísticos que mostravam que o estado de Pernambuco é a região do Brasil onde mais se pratica violências contra a mulher. Seu trabalho e sua personalidade guerreira a fizeram muito popular no Recife, tanto que a notícia de sua morte deixou a população consternada.


Wilma Lessa nasceu em São Paulo mas aos 20 anos foi morar na capital pernambucana. Fez amigos e sempre criou polêmicas com seu estilo livre de ser. Bonita e cheia de personalidade, ela conquistava homens e mulheres com seu carisma pessoal. Seus romances sempre foram muito intensos e motivo de controvérsias na sociedade. Sua postura feminista vivia entrando em choque com o machismo pernambucano, mas isso ela lidava com bom humor. Ela participou ativamente da vida politica do estado, atuando em vários partidos políticos. Tinha uma intensa agenda social. Agitou a vida cultural produzindo peças e publicando artigos nos jornais e revistas de Recife e Olinda.


Quando eu vivia em Recife tive a oportunidade de conviver bem de perto com ela. Era inteligente, divertida e só fazia o que queria. Morava na cobertura do edifício Apolo, de onde se via uma bela vista da cidade. Na porta de entrada do seu apartamento havia o desenho de uma borboleta e uma frase escrita em letras coloridas: Viver bem é a melhor vingança. Eu frequentava muito seu apartamento. Ela me estimulava intelectualmente, pois vivia cercada de livros. Quando fui à sua casa a primeira vez ela pegou um livro na estante e me disse: Esse é o meu livro favorito. Você precisa lê-lo imediatamente. É o livro mais incrível que já li. Era Pedro Páramo, o romance de Juan Rulfo. Um livro que tenho até hoje na minha estante, como um talismã.


Eu ia muito ao seu apartamento no edificio Apolo, onde ela vivia com Keiko, uma namorada japonesa que depois voltou para São Paulo. Lá ficávamos bebendo San Raphael, sua bebida favorita e ouvíamos muito um disco de Ornella Vanoni, uma cantora italiana que ela adorava e que eu aprendi a gostar. Ou então a trilha sonora do filme Borsalino. Falávamos muito sobre literatura e ela me mostrava os poemas que escrevia. Wilma adorava os livros de Osman Lins e Gabriel Garcia Marques.


Além disso haviam as noitadas. Muitas vezes viramos à noite bebendo nos bares de Olinda e fazendo farras nas boates. Certa vez eu cheguei com ela num bar sensacional, no alto da Sé, em Olinda. Ela estava linda. Toda maquiada. Cheia de colares, brincos e pulseiras. Um vestido bem fechativo, como ela gostava de usar. Lá encontrei um amigo, pintor, bonitão. Ele chegou para mim e perguntou: Quem é aquele travesti maravilhoso que está com você? Wilma ficou furiosa quando eu contei para ela e ficou discutindo a noite inteira com o cara. E eu rolava de rir pois os dois eram muito engraçados. Foi uma noite muito feliz e a lembrança dessa noite divertida hoje me soa diferente, já que ele também morreu há algum tempo.


Durante uma época, ela esteve muito presente em minha vida. Depois eu vim morar no Rio e a vida cuidou de nos levar por caminhos distintos. Ela casou, teve um filho, descasou, casou de novo, separou, casou novamente. Mas sempre existiu um carinho muito forte entre a gente. A noticia de sua morte me causou muita tristeza. Wilma era uma pessoa cheia de vida e que se dedicava com muita sinceridade a causas sociais ligadas à mulher. Vou sentir muito sua falta.


Descanse em paz.



Cada um que passa em nossa vida
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida,
Passa sozinho, mas não vai só
Nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
Deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
Mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida
E a prova de que duas almas
Não se encontram ao acaso.


Antoine de Saint Exupery

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