25.4.02

Mulholand Drive Dias depois de ter assistido ainda me sinto perturbado pelo filme de David Lynch. De vez em quando, uma imagem, um take do filme surge na minha mente. Como um flash. Como se eu estivesse dentro do filme. Ao mesmo tempo as imagens da cidade de Los Angeles me provocam uma sensação de nostalgia. Nostalgia da época em que estive lá. A cena em que a protagonista chega no aeroporto foi muito forte para mim. Quando eu vi aquela cena senti o mesmo enlevo do momento em que pisei em Los Angeles pela primeira vez. E cada vez mais forte me lembro de sair guiando pelas freeways e boulevards apaixonado e curioso. Dirigindo através da Sunset Boulevard procurando uma coisa que eu não sabia exatamente o era. Mas eu estava adorando guiar o meu Corolla Branco naquele lugar, o rádio do carro tocando A Whiter Shade of Pale e eu olhava para tudo como num filme de David Lynch. Certa vez eu estava num bar em Venice Beach e três surfistas sentaram ao meu lado. Quando perceberam que eu era estrangeiro começaram a puxar assunto e me pagaram algumas cervejas. Depois me convidaram para ir até a casa de um deles. Chegando lá acenderam um narguile e nós ficamos saboreando um fumo fantástico. No apartamento haviam pranchas de surf, skates, shorts, tênis e cuecas espalhados por todos os lugares. Pilhas de revistas de surf. E três rapazes lindos me dando boas vindas a cidade. Conheci pessoas muito legais em L A.

Noutra oportunidade eu acordei com um terremoto. A terra tremendo por alguns segundos. Foi uma sensação fantástica. O evento em si. A terra balançando. E a reação das pessoas depois do susto. Elas reagiam excitadas e pareciam celebrar o acontecimento do terremoto. No dia seguinte ao earthquake aconteceu uma parada gay em west hollywood e havia muita música e pessoas loucas.

Andando pelas ruas de Venice Beach encontrei Bridget Fonda filmando a versão americana do Nikita francês.
Num domingo fui ver um show de música pop, apenas para convidados, num restaurante que ficava dentro de um gigantesco estúdio de cinema, em Melrose. Depois do show, enquanto todos saboreavam o cocktail, eu peguei um drinque e saí caminhando pelos gigantescos galpões do estúdio vazio, imaginando que filmes teriam sido feitos ali. Adiante, encontrei uma equipe filmando uma sequência. Um cénario enorme onde uma atriz surgia ao fundo e corria para a cãmera até que seu rosto ficasse em close. Era só essa sequência e eles repetiram diversas vezes e eu viajando como um personagem de Mulholand Drive.

Madonna vem aí...

 

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