28.12.15











NA CAVERNA DO DRAGÃO - O calor chegou com força total no Rio. As comemorações de fim de ano e a quantidade de turistas deixam a cidade com um clima de festa 24 horas: muita agitação com ruas, bares e supermercados lotados. Ao mesmo tempo, um astral bacana envolve as pessoas. Mas sempre tem aqueles que querem atrapalhar a festa alheia, tirar proveito dos incautos e ingênuos. E para tentar manter um controle sobre essa zorra total da zona sul é que existe a "caverna do dragão". 

Caverna do dragão é o apelido que a Delegada Monique  Vidal deu a 24ª Delegacia de Policia, no Leblon, onde é titular. Uma grande personalidade da vida carioca, uma mulher admirável, Monique Vidal conduz com mão de ferro a sua delegacia. Sem perder o humor, sem perder o charme, sem perder a graça. E, principalmente, sem perder o seu eterno ar de garota carioca.

Nesta terça-feira, enquanto a cidade fervia com uma sensação térmica de quase cinquenta graus, a caverna do dragão esteve agitadíssima. Casos de assaltantes presos, brigas de casal, ameaças no trânsito, denúncias contra milicianos, confusões em bares... Quando explode o estresse, tudo acaba indo parar na caverna do dragão, para registros, aberturas de inquéritos, averiguações, etc.

Sem medo de ser feliz, a delegada conduzia todo aquele agito com muita firmeza, muita competência e muito charme. Dava orientações à sua equipe de investigadores, atendia um jornalista do noticiário policial, bolava estratégias de atuação com um de seus agentes e muito mais. Bonita, charmosa, cheia de atitude e com um figurino bem original. Observando sua atuação, ninguém jamais poderia duvidar que ela tem vocação para a profissão que escolheu.

Merece um aumento de salário!






















O SOL POR TESTEMUNHA

20.12.15




O LIVRO É O MELHOR AMIGO - A escritora americana Harper Lee, hoje com 89 anos, foi a grande responsável pelo mais intrigante evento literário de 2015: o lançamento do livro "Vá, coloque um vigia".  É a continuação do seu primeiro e único livro, "O sol é para todos", fenômeno literário lançado em 1960, que ganhou o Pulitzer em 1961, foi adaptado para o cinema com grande sucesso e, até hoje, é um dos livros mais vendidos nos Estados Unidos. É adotado nas escolas americanas nos cursos de literatura. Talvez impressionada (ou traumatizada) com o inesperado sucesso do seu livro, nunca mais Harper Lee quis publicar outro. Só me 2015, cinquenta e cinco anos depois do lançamento do primeiro, a autora decidiu lançar um segundo livro que, na verdade é uma continuação do primeiro. "O sol é para todos" é um livro sobre a infância da autora, numa cidade do interior dos EUA. Na continuação, as crianças protagonistas da trama se tornaram adultas. Jean Louise, a menina que é o alter ego da autora, agora mora em Nova York e volta à sua cidadezinha natal, para visitar o pai doente e rever os velhos amigos. "Vá, coloque um vigia" tem o mesmo charme narrativo do primeiro volume. A protagonista, mesmo adulta, continua a mesma menina irreverente, rebelde e encantadora que conduz a história. As relações familiares, os valores da cultura americana e os conflitos raciais continuam sendo os temas principais do livro, observados através de um olhar ao mesmo tempo mordaz e melancólico.

Seria Harper Lee uma autora de um livro só? Alguns autores escrevem muitos livros e, um leitor atento, ou um crítico exigente, pode alegar que seus vários livros são sempre o mesmo livro. Harper Lee com apenas um livro se tornou célebre, famosa e rica. "Vá, coloque um vigia" serve para saciar seus fãs e admiradores. É um livro predestinado a ficar para sempre, já que é parte inseparável do primeiro volume.   

7.12.15



UMA LÁGRIMA PARA MARÍLIA PÊRA - A última vez que vi Marília Pêra foi na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na missa de sétimo dia de sua sogra Cecília Motta, que todos chamavam de Xixa. Quando a cumprimentei ela me sorriu. Um sorriso, doce, meigo, sincero, cheio de ternura. Um sorriso que jamais vou esquecer. Não imaginava nunca que aquele dia seria a última vez que teria o privilégio de vê-la. A atriz incrível que, durante a sua vida, me fez feliz tantas vezes graças ao seu trabalho no cinema, no teatro e na TV.

Há quatro anos minha avó Rute ainda era viva. Chegou aos noventa anos firme e lúcida. A última vez que nos falamos foi por telefone. Fazia tempo que a gente não se via. Então liguei para ela, a fim de matar as saudades. Começamos a conversar sobre a vida e, num dado instante, ela me disse uma frase que define bem a importância que Marília Pêra teve na minha vida. Minha avó me disse: "Meu filho, toda vez que vejo a Marília Pêra na TV eu me lembro de você". Na época desse telefonema o Canal Viva estava reprisando a minissérie "JK", com Marília Pêra no papel da primeira-dama Sarah Kubitschek e minha avó Rute assistia todos os dias. É que durante um período da minha infância morei na casa da minha avó. Foi na época da novela Uma rosa com amor, em que Marília interpretava a protagonista Rosa Serafina Petrone. E todos os dias eu e minha avó assistíamos a novela juntos. Menino de calças curtas, eu vibrava com a atriz. Adorava aquela Marília jovem, que eu achava bonita, apesar de, na trama da novela, ela ser considerada uma moça feia. Eu falava da Serafina o dia inteiro e pedia para minha avó comprar as revistas em que ela aparecia na capa. Por causa desse momento da minha infância que minha avó Rute sempre lembrava de mim quando a via na TV.

Mas minha admiração por Marília Pêra começou dois anos antes de Uma rosa com amor. Foi na novela O Cafona, de Bráulio Pedroso. Fui criado assistindo novelas. Até hoje lembro de cenas de Beto Rockfeller que assisti no colo das minhas tias, tão pequeno que eu era. Mas foi nos capítulos de O Cafona que descobri Marília Pêra. Na verdade, tomei um choque quando ela surgiu na tela. A novela em si, era totalmente diferente de tudo o que as novelas mostravam até então. O Cafona era uma espécie de "Beto Rockfeller com produção global". E tinha o personagem Shirley Sexy, que era um verdadeiro furacão dentro da história. Foi o maior sucesso de Marília nas novelas, sem dúvida alguma.

Depois de Shirley Sexy ela fez Noeli Nogueira, uma taxista, na novela Bandeira Dois. Essa novela é sempre lembrada por causa dos bicheiros, interpretados por Paulo Gracindo e Felipe Carone. Mas o autor Dias Gomes criou o personagem da Marília em função do movimento feminista que havia na época. A divulgação fazia questão de ressaltar que Noeli era a primeira heroína de novelas desquitada. Uma ousadia para a época em que mulheres desquitadas ainda eram mal vistas pela sociedade. Noeli era uma moça da zona sul do Rio que decide se separar do marido e viver por conta própria, sem precisar depender de homem. Ela pega todo o dinheiro que tem e compra um táxi, para poder ter um trabalho. E como o dinheiro que ganha não permite que ela more na zona sul, ela aluga um apartamento em Ramos, subúrbio do Rio, e acaba se envolvendo com o filho de um bicheiro barra pesada. Como sempre Marília esteve magnífica no papel...

Houve uma época em que ela também fazia o Viva Marília um programa mensal na TV Globo onde aparecia cantando, dançando e interpretando textos diversos. Depois fez um espetáculo de teatro chamado A feiticeira. Foi quando a vi em cena pela primeira vez, no palco do Teatro Santa Izabel, em Recife. Uma emoção inesquecível. Quando a vi no filme O rei da noite, de Hector Babenco minha admiração só fez aumentar. Ela está magnífica nesse filme. Uma atuação digna de um Oscar. Depois, ainda sob a direção do Babenco, ela brilhou no filme Pixote. Sua atuação, num personagem de grande densidade dramática, impressionou os críticos de cinema dos Estados Unidos. E em 1982 ela ganhou o Prêmio de Melhor Atriz do Ano, concedido pela Associação de Críticos de Cinema dos EUA (Nacional Society of Critics Awards), vencendo Faye Dunaway, que concorreu com Mamãezinha Querida. Ganhou também o prêmio de melhor atriz do ano dos críticos de cinema de Boston. Em 1989 a Nacional Society of Crítics Awards a citou como uma das melhores atrizes da década de 80.

O prêmio dos críticos americanos não sensibilizou nem um pouco os cineastas brasileiros. Depois desse prêmio seria natural que todos os cineastas a convidassem para seus filmes. Afinal, ela tinha a aprovação dos críticos de cinema dos Estados Unidos. Mesmo assim foram poucos os filmes de sua carreira. Certa vez, numa entrevista, lhe perguntaram por que, apesar do prêmio da crítica americana ela fazia poucos filmes. Marília respondeu que adorava fazer cinema, mas quase nunca era chamada pelos produtores e diretores. "Talvez se eu tivesse sido "miss" os cineastas brasileiros me quisesse em seus filmes."

O teatro, obviamente, foi a arte onde mais se destacou. Era impressionante a capacidade que ela tinha de dominar a cena com o olhar, a voz, o gestual, a respiração. Era extremamente detalhista em suas atuações. Uma das suas peças que mais gostei foi "Quem matou a baronesa?", de Leilah Assumpção. Um monólogo sobre uma mulher extremamente neurótica, que tinha mania de perseguição. Como sempre, Marília dominou o palco demonstrando uma absoluta compreensão do significado do teatro. Master Class, onde ela vivia Maria Callas assisti diversas vezes. E cada vez que a peça acabava eu me sentia como se tivesse recebido um grande presente da vida. O privilégio de ver uma grande artista no auge da sua forma e de seu talento. Master Class foi um acontecimento teatral marcante. Mas houve também Doce Deleite, A Prima Donna, Adorável Júlia, Elas por ela, Toda nudez será castigada, Gloriosa e Apareceu a Margarida, um de seus maiores sucessos.

No teatro eu vi Marília Pêra interpretando Dalva de Oliveira, Carmem Miranda, Maria Callas e Coco Chanel. Quatro mulheres completamente diferentes. E a atriz sempre esteve perfeita em suas caracterizações. Mademoiselle Chanel tive o privilégio de assistir em Paris. Em 2005 aconteceu o Ano do Brasil na França. Nessa época eu trabalhava no Jornal do Brasil e fui enviado pelo jornal para fazer a cobertura das festividades. Um dos eventos do Ano do Brasil na França foi uma curta temporada (dez apresentações) da peça escrita por Maria Adelaide Amaral, com patrocínio da Maison Chanel e da revista Marie Claire. (A peça foi apresentada em português, com legendas em francês). Então pude testemunhar como os franceses ficaram impressionados com a atuação de Marília, interpretando com verdade e elegância um dos maiores ícones da alta moda francesa. Aplausos e mais aplausos em cena aberta e no final do espetáculo. Sem dúvida foi um dos grandes momentos de sua carreira.

Quando soube a notícia de sua morte foi como se tivesse perdido uma pessoa da minha família. Um sentimento triste e devastador. Lembrei da minha infância na casa da minha avó Rute, quando a gente se reunia para vê-la em Uma rosa com amor e chorei muito...

Descanse em paz, Marília. Descanse em paz...
























30.11.15









SENTIMENTAL DEMAIS - Uma obra-prima da moderna música brasileira o CD "Stratoman", do guitarrista Sergio Diab, composto inteiramente de temas instrumentais. Um mestre da guitarra, Diab conduz as músicas do CD com personalidade e doçura. É o trabalho de um artista no auge da forma, com pleno domínio do seu instrumento. O CD é gostoso de ouvir. O som é sedutor e nos envolve com seu ritmo e melodia. O álbum contém temas belíssimos como a faixa "No escuro", que tem uma melodia envolvente. 

Sergio Diab é um guitarrista que toca com ternura. A guitarra é um instrumento que, num primeiro momento, nos remete a um estado de rebeldia e contestação. No caso de Sergio Diab a guitarra adquire uma suavidade que nos transporta a um estado de graça e felicidade, com seus acordes perfeitos, criados para dar prazer ao ouvinte. Em músicas como "Anna", "Cuba Libre" e "Ginga" ele demonstra como uma guitarra pode  ser poderosa, sem ser estridente. Além das oito músicas de sua autoria (sendo duas em parceria com Leoni e Pedro Igel), Sergio Diab recria com surpreendente maestria dois clássicos do cancioneiro popular.

"Besame Mucho" é, provavelmente, uma das músicas mais tocadas e gravadas de todos os tempos. Pois bem. No CD "Stratoman" Diab gravou sua versão de "Besame Mucho" e arrasou. A interpretação de Diab é de uma beleza inebriante. A música nos envolve de tal maneira que parece que estamos sob o efeito de uma droga. Uma boa droga! Mas isso não é tudo. Não satisfeito com o resultado obtido com "Besame Mucho" Diab nos apresenta uma sensacional interpretação de "Sentimental Demais", um clássico da música brasileira, um bolero devastador lançado em 1964 pelos hit-makers da MPB Evaldo Gouveia e Jair Amorim. A música fez história na voz de Altemar Dutra e, até hoje, é uma referência nacional em termos de "canção de dor de cotovelo". E ao som da guitarra de Sergio Diab a música adquiriu jovialidade e frescor. Mesmo estando sem a letra, a poderosa guitarra de Diab transmite todo o romantismo e paixão desenfreada contida na letra da música.

Por essas e por outras o disco "Stratoman" do guitarrista Sergio Diab merece ser saudado com louvor e aplaudido de pe´. Sem dúvida, um dos grandes lançamentos da música brasileira. O trabalho tem produção do próprio guitarrista e contou com a participação dos músicos Sacha Amback, nos teclados; Marcos Suzano na percussão;  Bruno Wanderley, na bateria; Wlad, no baixo; o magnífico Rodrigo Ramalho no acordeon; Pedro Igel, no piano. E tem também a participação dos músicos convidados Humberto Barros, Alberto Vaz e Nilo Romero.

Escute AQUI as músicas de "Stratoman". Abaixo a versão ao vivo de Sentimental Demais.


 




SENTIMENTAL DEMAIS - No filme "Na onda do iê iê iê, de 1966, o cantor Paulo Sergio aparece cantando "Sentimental Demais" no programa do Chacrinha.


25.11.15



AS DIVAS DO SAMBA-CANÇÃO - Os anos dourados da noite carioca são retratados no novo livro de Ruy Castro "A noite do meu bem".  Depois de Rubem Fonseca, Ruy Castro é o meu candidato favorito ao Prêmio Nobel de Literatura. Ele tem um jeito de escrever que envolve o leitor e o transporta ao universo que retrata em seus textos. Um talento absurdo da literatura brasileira. Um escritor que equilibra com perfeição a competência do jornalista com o talento como ficcionista. Nesse livro a vida boêmia do Rio de Janeiro no auge do samba-canção é retratada com a mesma paixão e o mesmo talento com que Scott Fitzgerald retratou a era do jazz em O grande Gatsby. Glamour, sofisticação, paixões avassaladoras, intrigas amorosas e tramas políticas não narradas ao som das músicas de Elizeth Cardoso, Angela Maria, Dóris Monteiro e muitas outras divas da música brasileira daqueles tempos.


  

14.11.15




SÓ O ROCK SALVA - Eagles of  Death Metal é uma banda de rock garage da Califórnia formada pelos cantores e guitarristas Jesse Hughes e  Josh Homme. Sendo que Josh Homme é mais conhecido no universo da música pop como o líder da banda Queens of the Stone Age, que foi uma das atrações da edição 2015 do Rock in Rio. O Eagles of Death Metal é uma espécie de segunda banda do artista que se considera um obcecado por música. Nesta aterrorizonte sexta-feira 13 de novembro de 2015 o Eagles of Death Metal explodiu (sem trocadilho) na mídia internacional já que houve um sangrento ataque terrorista durante o show que o grupo fazia no Bataclan, tradicional casa de espetáculos de Paris, fundada em 1865. O Bataclan uma casa de espetáculos que faz parte da vida mundana de Paris. No seu livro Gabriela Cravo e Canela o escritor Jorge Amado criou um cabaré também chamado de Bataclan, em Ilhéus, no interior da Bahia. 

Assista abaixo um clipe do Eagles of Death Metal tocando Brown Sugar, um dos grandes sucessos dos Rolling Stones.


11.11.15




WONDERFUL CRAZY NIGHT - Elton John lança disco novo no início de 2016. Que tal? O álbum chama-se "Wonderful Crazy Night" e traz a nova produção musical do cantor com seu velho parceiro Bernie Taupin. O disco, gravado num estúdio da Califórnia, tem dez faixas inéditas e duas faixas bônus, apenas para edições de luxo do CD. Canções como "In the name of you", "Blue Wonderful", "Guilty pleasure" e "Tambourine" fazem parte do ol de canções. Mas o cartão de visitas do novo trabalho, um rock com cara de anos setenta, é a música "Looking up". 



9.11.15











80 ANOS DE ALAIN DELON - No auge da beleza, ele provavelmente foi o sujeito mais bonito do mundo. No cinema ele era o tal. Atuou em filmes de sucesso e marcou época como o maior astro do cinema francês. Sobreviveu ao sucesso, à gloria e a fama e neste 8 de novembro completou 80 anos bem vividos. Difícil dizer qual o melhor filme de sua carreira. "Rocco e seus irmãos", seu primeiro sucesso, é uma obra-prima indiscutível. Também em 1960, mesmo ano em que surgiu em Rocco estrelou o sensacional "O sol por testemunha", do diretor René Clement, no papel de Tom Ripley, personagem criado pela escritora americana Patricia Highsmith. Com o mesmo diretor de Rocco, Luchino Visconti,  fez "O Leopardo". Outra jóia rara. Tem também "Borsalino" onde interpreta um gangster charmosíssimo ao lado de Jean Paul Belmondo. E "Os sicilianos", "A piscina", "A garota da motocicleta", "O eclipse" de Antonioni, "O samurai"...

Para sempre, Alan Delon...


30.10.15










A HORA E A VEZ DE ARICLENES BARROSO - Consagrado no Festival do Rio, onde recebeu o prêmio de Melhor Ator pelo filme Aspirantes, Ariclenes Barroso promete causar sensação nas telas do cinema e da TV. No videoclipe da música Amor Marginal, num clima de "novo cinema pernambucano" ele aparece dando beijos na boca do cantor Johnny Hooker. O clipe é original, bem produzido e Ariclenes faz toda a diferença, com sua presença marcante e absurdamente cinematográfica. 

Guardem o nome dele. Ariclenes Barroso nasceu predestinado para ser um astro. Seu pai o batizou com o verdadeiro nome do ator Lima Duarte. Que tal? O artista começou a carreira ainda criança, atuando no teatro. Seu primeiro diretor foi simplesmente José Celso Martinez Correia. Que tal? Além de Aspirantes atuou em filmes notáveis como Tatuagem e Jonas. Em ambos divide a cena com Jesuíta Barbosa. Dia 12 de novembro estreia mais uma produção em que atua, filme que tem o espetaculoso título de Se Deus vier, que venha armado.  E a Mostra de Cinema de São Paulo exibe Ralé, novo filme de Helena Ignêz, onde Ariclenes divide a cena com Ney Matogrosso.

 
Vale a pena assistir ao clipe de Amor Marginal:



29.10.15



Quem gosta de ler não morre só. (Ariano Suassuna)


O LUME E O AGRESTE - Pernambuco tem agitado a produção cultural brasileira com filmes de sucesso como Tatuagem, Boi Neon, Sangue Azul e o Som ao Redor. Na música o destaque é o som original e exótico do cantor Johnny Hooker. Mas isso é só o começo da revolução cultural que começa a se desenhar na terra do saudoso Ariano Suassuna. Nas calçadas que margeiam os rios Capibaribe e Beberibe, nas cercanias do Teatro Princesa Izabel, nas areias tórridas da Praia de Boa Viagem e nos trepidantes bares do centro velho de Recife só se fala num livro chamado O Lume e o Agreste. Quem já leu garante que a moderna literatura brasileira nunca mais vai ser a mesma depois desse livro. O lançamento oficial vai acontecer em novembro, mas edições piratas dos originais do livro circulam entre leitores ávidos, curiosos e ansiosos por se encantaram com as palavras bem alinhavadas contidas neste romance. Conta-se que o livro narra a história fictícia de uma influente família do agreste pernambucano. Há quem diga que  o texto é digno de um Guimarães Rosa. Mas há quem conteste com veemência e  jure que mais parece um Garcia Marquez revisitado. O fato é que as referências são as melhores possíveis. Brilhante! Magico! Sensacional! Foi com esses adjetivos que o livro foi saudado nos estandes da Bienal do Livro de Pernambuco. O autor é um certo Fabiano Costa Coelho (foto), atualmente o escritor mais discutido no casarão histórico do bairro das Graças, onde fica a Academia Pernambucana de Letras. Ariano Suassuna ficaria orgulhoso desse escritor, sussurram as almas penadas que circulam neste tradicional centro de letras. Os criativos cineastas pernambucanos já disputam os direitos de filmagem, impressionados com a dramaturgia contida na história.  O fato é que O Lume e o Agreste vai chegar às livrarias cercado de uma expectativa que poucos livros conseguem. Pelo menos no grande centro cultural em que se transformou o estado de Pernambuco O Lume e o Agreste já é considerado um cult.   












A ARTE DO ARTISTA - Muita expectativa em torno dos novos trabalhos do artistas Victor Arruda. Seus novos quadros  estarão expostos para deleite do seu público a partir de 11 de novembro na Galeria Artur Fidalgo, (Rua Siqueira Campos, 153, em Copacabana). A exposição foi batizada de "Trans", pois o artista alega que sua nova produção artística é fundamentada na "transformação" dos trabalhos que realiza desde a década de 70. Victor Arruda impressiona com o expressionismo das suas imagens ao mesmo tempo belas e perturbadoras. Um dos nossos mais talentosos pintores.    

19.10.15














O PEQUENO GRANDE VALOIS - Ele faz sucesso na TV, no cinema e no teatro. Depois de se destacar no elenco da novela Babilônia, de Gilberto Braga, Xande Valois lança um filme no Festival do Rio e, na mesma semana, estreia a peça "Ou tudo ou nada", um musical da Broadway adaptado para o Brasil por Artur Xexéo e direção do Tadeu Aguiar. Em todas as mídias ele se destaca com seu carisma e talento. No filme "Através das Sombras" encanta e seduz como um menino assombrado por fantasmas. Na peça "Ou tudo ou nada" seu personagem sofre com o pai desempregado e o estimula a participar de um show de striptease masculino para ganhar dinheiro e poder pagar a pensão que está atrasada. Totalmente à vontade no palco, ele comove e diverte a platéia, demonstrando sua segurança na arte de representar.

O jovem ator Xande Valois é filho de Alexandre Valois, um grande atleta do futebol de praia. Seu pai é um gênio do futebol, um talento que sempre sonhou em jogar no futebol profissional, mas que nunca teve sorte. Mesmo assim, jamais desistiu da sua maior e mais cara paixão. Por isso se dedicou ao futebol de praia, onde é considerado uma verdadeira lenda viva. Vários amigos de Alexandre Valois já foram ver o espetáculo em cartaz no Teatro NetRio. E todos ficaram comovidos e chegaram a chorar com a trama da peça que, de certa forma, é parecida com a vida pessoal do ator. O personagem de Mouhamed Harfouch é um operário desempregado, que não consegue se firmar profissionalmente e vive sendo pressionado pela mãe do seu filho para pagar a pensão alimentícia, já que são separados. Ela quer proibir o pai de ver o garoto, caso ele não pague a pensão atrasada. O homem está desesperado com suas dívidas que só aumentam, quando surge uma oportunidade de trabalhar numa boate fazendo striptease. Acontece que ele é um sujeito simples, careta, tímido e recusa o trabalho. Acha que não nasceu para aquele trabalho. E o filho, de um modo singelo e engraçado, mostra para o pai que  ele pode fazer aquilo sim, para ganhar o dinheiro e sossegar a mãe que quer separá-los. Esse contexto da peça é muito comovente, e os atores tem um entrosamento que passa muita verdade. E o pequeno Valois está brilhante, tanto nas cenas em que passa emoção, quanto nas cenas de humor. O público dá muitas gargalhadas na cena em que ele, com desenvoltura, ele ensinar o pai a fazer o striptease.

Alexandre Valois, o pai, é um sujeito fabuloso. Um típico carioca. Nas duas últimas décadas fez seu nome jogando no futebol de praia de Copacabana. Ali é muito querido graças a sua dedicação ao esporte e ao seu jeito afetuoso e respeitoso de lidar com todos. As mulheres não resistem ao seu charme másculo e sedutor. Quando seu filho nasceu todos notaram a mudança no seu jeito de ser, reservando todo seu afeto e carinho ao filho. Queria que o pequeno Xande fosse jogador de futebol. Mas, muito mais rápido do que jamais imaginou, viu o pequeno se transformar num artista versátil e cheio de possibilidades. Ao final do espetáculo de estreia o autor Artur Xexeo se dirigiu ao jovem Valois e foi logo dizendo; "Você tem um futuro brilhante pela frente". Xexeo sabe das coisas...
















Baseado meu amor...

  O STF discute a descriminalização da maconha. Num momento em que as grandes cidades brasileiras vivem num clima de guerra civil por conta ...

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