14.8.10

A Loba de Rayban falando no celular depois da estréia.


Um abraço apertado no sobrinho Gabriel Mattar.


Christiane com o marido, o filho o sobrinho e suas namoradas.


Maria Maya recebendo elogios de Liége Monteiro e Luiz Fernando.


O bonitão Gabriel Mattar foi prestigiar titia Christiane na estréia da peça.


Mãe e filho


Allan Souza Lima era todo sorrisos na estréia de sua peça 7 Vidas, no Teatro Laura Alvim.


TEATRO QUASE SEMPRE - Um pastiche de uma história de Agatha Christie. Assim é a peça 7 vidas, que o ator Allan Souza Lima me convidou para assistir. 7 Vidas é uma surpresa agradável, na sua proposta de criar uma história de crime e suspense, ambientada numa casa isolada no campo. Uma festa de aniversário reúne todos os membros de uma família. Uma tempestade deixa a casa isolada. Então as pessoas começam a ser assassinadas. O grupo de artistas envolvidos nesse projeto consegue transmitir com segurança a história que pretendem contar. Uma história de crimes nos moldes do teatro inglês, mas com um tempero bem brasileiro. Faltou pouco para que eles atingissem o climax teatral. A peça é divertida, bem realizada, mas tem seus poréns. Alguns atores têm atuação irregular, mas existem momentos de destaques individuais que merecem registro. Vale a pena assistir. Com sua história cheia de reviravoltas, a peça prende a atenção da platéia e faz com que ela tenha bons momentos de diversão.


Allan Souza Lima foi meu colega na novela Os Mutantes, na TV Record. Seu personagem era um jovem geneticamente modificado chamado Meduso, que lançava raios pelos olhos. Meduso era mau e queria se vingar do mundo por ter sido criado no laboratório da Doutora Júlia Zacarias, a cientista louca que fazia experiências genéticas numa clínica de reprodução. Seu personagem vai aparecer em breve na reprise da novela, que está sendo exibida pela Record.


Allan Souza Lima fez muito bem o personagem. Seus olhos amendoados valorizavam o efeito especial dos raios nos olhos. Junto com Gór e Metamorfo, ele formava uma trinca de mutantes malvados que deu o que falar na trama sobre experiências genéticas. A equipe que escrevia a novela junto com o autor Tiago Santiago adorava escrever as cenas de Meduso, Gór e Metamorfo. Nós gostávamos dos atores (Allan, Juliane Trevisol e Sacha Bali), dos figurinos, dos cortes dos cabelos e das situações que eles viviam. Vivemos bons momentos junto a esses personagens.


Allan Souza Lima está muito bem na peça 7 Vidas. Está seguro e muito à vontade em seu papel, um sujeito misterioso, que é um dos suspeitos de ser o assassino. No coquetel que se seguiu à estréia Allan estava em estado de graça. Tinha ficado feliz com o resultado da peça. E ficou surpreso com as gargalhadas do público. “Tinha algumas cenas que não era para rir, mas o público caiu na gargalhada”, dizia ele, com um sorriso de orelha a orelha. Depois ele me contou o seu telefonema para a crítica Bárbara Heliodora. “Faço questão que a senhora venha ver a nossa peça. Queremos ser criticados pela Senhora, mesmo que seja uma crítica arrasadora”. Allan disse que a Bárbara é muito simpática com ele e que sempre que pode liga para a poderosa crítica, para um bate-papo sobre os caminhos do teatro brasileiro. Allan Souza Lima tem uma forte ligação com o teatro e participou de peças como Don Juan e Bent.


Também assisti no teatro a vigorosa performance de Christiane Torloni na peça A Loba de Rayban. Esse sim é um espetáculo que atinge o climax teatral. O texto, a direção e a atuação dos atores se encaixam com perfeição. A peça é dedicada a Dina Sfat e quem admirava essa atriz vai entender o quanto o seu estilo influenciou a concepção do espetáculo. É uma verdadeira celebração à magia do teatro.


A loba de Rayban é uma peça sobre o próprio teatro. Num primeiro plano fala sobre o teatro, a arte de representar e a angústia da profissão do ator, sempre vivendo personagens diversos, capazes de influenciar seu comportamento fora dos palcos. Num segundo plano a peça aborda as relações humanas a partir de suas paixões, seus desejos. Como o desejo pelo outro interfere no sentido da nossa vida. É um espetáculo poderoso, a partir do momento em que ele diverte e faz o público refletir.


Um triângulo amoroso é o ponto de partida da história. Tudo começa quando uma grande diva do teatro brasileiro, que está atuando em Medeia, interrompe o espetáculo em meio a representação. A diva teve uma crise por não estar suportando a separação do seu marido, o ator com quem contracena na peça. Tudo fica ainda mais complicado quando, depois do espetáculo, sua namoradinha, uma jovem atriz do elenco, avisa que vai abandonar a peça. No mesmo instante a diva do teatro brasileiro está perdendo o seu marido e a sua jovem namorada, Leonardo Franco e Maria Maya, respectivamente. A situação provoca cenas de discussão, conflitos, acusações e crises de choro. Mas também é motivo para impactantes cenas de amor. O público estremece com as ousadias de Christiane Torloni, Maria Maya e Leonardo Franco nas cenas de sexo. O conflito entre esses três personagens resulta num espetáculo de grande vigor teatral.

Fotos: Waldir Leite

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