21.9.02




Portrait of a Sportsman de Benjamin Marshall

Nos dias 16 e 17 de setembro foi realizado no Fórum da Cidade do Rio de Janeiro o seminário “DEMOCRACIA, IMPRENSA E JUDICIÁRIO” promovido pela Escola de Magistratura do Rio de Janeiro. Durante dois dias, advogados dos mais variados setores da sociedade estiveram reunidos com renomados juristas, cientistas políticos e importantes jornalistas a fim de discutir questões relativas aos direitos e deveres da imprensa num regime democrático.


Durante esses dois dias foram levantadas questões importantes sobre o papel da imprensa na sociedade e o evento promoveu discussões acaloradas entre jovens advogados e experientes juristas presentes ao evento. O assunto que rendeu mais controvérsia no seminário, no entanto, foi a forma como a imprensa brasileira é condescendente com o Presidente da República.


A questão entrou em pauta quando um jurista citou como exemplo de conivência jornalística o romance do presidente Fernando Henrique Cardoso com a jornalista da TV Globo Miriam Dutra . Muitos advogados presentes ao evento não sabiam do fato e reagiram com surpresa e indignação quando um jornalista afirmou que toda a imprensa brasileira sabe disso. E nesses oito anos de governo ninguém tocou no assunto.


O editor de um importante jornal carioca declarou que esse é um assunto de ordem pessoal do presidente por isso a imprensa sempre fez vista grossa ao assunto. Os advogados ficaram chocados com o argumento do jornalista. Ora, bolas! Primeiro que o presidente da República não tem direito a uma vida pessoal. Todos os aspectos de sua vida devem ser discutidos pela sociedade até porque tudo relacionado a ele pode interferir na vida dos cidadãos. Segundo, que a vida pessoal das celebridades vive sendo esmiuçada pela imprensa diariamente em todos os jornais do mundo. “Lady Di morreu por causa disso”, lembrou um jovem advogado, boquiaberto com a notícia.


A discussão sobre o assunto animou o Seminário e depois continuou nos corredores do Fórum e até nos bares e restaurantes do centro do Rio, onde os profissionais se reuniram depois do evento. Muitas questões foram levantadas pelos advogados, uma classe profissional acostumada a questionamentos e argumentações.


Muito antes de ser presidente, Fernando Henrique sempre foi um conhecido garanhão da política brasileira. As mulheres sempre ficaram encantadas com o seu charme e sua pose de estadista. Em Brasília, o escritório de FHC também era utilizado como garçoniere, para usar uma expressão da geração dele. Era no escritório-garçoniére que o então candidato à presidência da república mantinha encontros com uma de suas amantes, a correspondente da TV Globo em Brasília Miriam Dutra. Quando FHC cresceu nas pesquisas para presidente, a ambiciosa jornalista, pensando no seu futuro pessoal e profissional aplicou aquele velho golpe que louras oxigenadas costumam dar em pagodeiros e jogadores de futebol. Deu uma chave de buceta em FHC e engravidou. A ardilosa jornalista passou a carregar um furo de reportagem em seu próprio ventre. Um filho daquele que seria o próximo presidente da República do Brasil.


Ao saber que a amante estava grávida Fernando Henrique entrou em pânico. Afinal, como diria outro Fernando, aquilo era nitroglicerina pura. FHC tentou convencer a amante a fazer um aborto mas ela riu da cara dele. A mulher não ia jogar fora o seu pé de meia. Sua caderneta de poupança. Foi aí que entrou em ação a operação abafa. Como ela era correspondente da Globo, imediatamente foi transferida para a Espanha, com um salário milionário, sem obrigação de fazer nada. Apenas ficar calada e quietinha, cuidando do filho bastardo do presidente. O garoto, Tomás Dutra, nasceu em setembro de 1991.


Os advogados do seminário “DEMOCRACIA IMPRENSA E JUDICIARIO” ficaram boquiabertos com a história. Afinal, como a moça é jornalista, toda a imprensa sabe desse caso. O que surpreende é que nenhum órgão de imprensa publicou nada a respeito. É compreensível que o jornalismo da Globo não tenha tocado no assunto, até porque eles são parte envolvida neste escândalo. Sim, porque isso é um escândalo. Mas e a VEJA, que adora matérias sensacionalistas? E a FOLHA DE SÃO PAULO, que coloca o jornalismo acima de tudo? E a ISTO É, que adora publicar matérias escandalosas até sem confirmação? E a CARAS? E O DIA? E o ESTADÃO? E o JB?


O que teria acontecido com os órgãos de imprensa nesse caso? Decidiram ser coniventes? Tiveram medo de noticiar o fato? Não quiseram tocar no assunto para evitar algum tipo de confronto com a Globo? Ou simplesmente foram corporativistas. Preferiram abafar o caso porque isso iria levantar uma questão que é muito cara a ética do jornalismo: a intimidade de profissionais do setor com os donos do poder. Essas questões incendiaram a discussão sobre “DEMOCRACIA IMPRENSA E JUDICIÁRIO” no Fórum do Rio.


Nos corredores do fórum e nos bares do centro da cidade os advogados cariocas se dedicaram a fazer as especulações mais inusitadas. Alguns argumentaram que, o fato da amante e do filho de FHC serem dependentes econômicos do jornalismo da TV Globo, significa que o Presidente da República, durante seus oito anos de mandato foi refém da emissora do Jardim Botânico. E toda a imprensa brasileira foi conivente com isso. “Deve ser por isso que o Fernando Henrique foi tão generoso com a Globo, no caso do empréstimo do BNDES”, especulou um jovem advogado enquanto afrouxava o laço da sua elegante gravata Hermes. Um importante jornalista, presente ao evento, ainda soltou essa pérola: “Nem na época da ditadura militar a TV Globo foi tão favorecida pelo governo quanto na era Fernando Henrique.”


Atualmente a jornalista Miriam Dutra vive na Espanha, com o filho caçula do presidente. Uma funcionária do jornalismo global diz que às vezes ela liga para o Brasil a fim de fazer exigências, tratando a todos como se fossem seus empregados. “Ela se comporta como se fosse a verdadeira primeira dama!”. Os jovens advogados presentes ao seminário se sentem traídos pela imprensa por não terem notícias de Tomás, o jovem herdeiro do imperador FHC. Eles dizem que gostariam de saber como vive o pimpolho agora, aos 11 anos de idade. Será que ele torce pelo Real-Madrid ou pelo Barcelona? Eles também gostariam de saber também quanto a jornalista Miriam Dutra embolsou com esse golpe. E qual o saldo de sua conta na Suíça.

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