10.10.02

RIO QUARENTA GRAUS Sábado foi dia de caruru na casa de Anna Dantes, a toda poderosa dona da Livraria Dantes, o centro cultural mais hype da zona sul. Depois de passar o dia inteiro na praia, foi ótimo devorar um prato de caruru, no autêntico estilo baiano. Levei uma caixa de fraldas da Turma da Mônica já que Anna está esperando bebê para breve. Lucas Santana, o maridão, recebia a todos com carinho e atenção. No almoço encontrei meu querido amigo Leonardo Neto. A galera da peça Dentro da Noite. Marisa Monte e Kátia Bronstein exibiam seus barrigões de futuras mamães.


Depois de almoçar caruru, jantei acarajé com meu amigo americano Wynston Leyland, que mandou buscar o petisco no restaurante Siri Mole, que fica ao lado da sua cobertura no Arpoador. Enquanto conversávamos bebíamos taças de champanhe Veuve Clicquot. Wynston estava de malas prontas para voltar à América. Ao contrário de mim, ele é um sujeito que vive fugindo do verão. Quando é verão na América ele foge para o Brasil. Quando é verão no Brasil ele volta para a América.


Wynston se queixa dos Estados Unidos. Diz que o país está completamente dividido. Metade das pessoas apóiam George W. Bush. A outra metade gostaria que o presidente americano sumisse da face da terra. Meu amigo americano mostra-se muito animado com as eleições no Brasil e faz um discurso a favor do Lula. Eu digo para ele que vou votar no Garotinho. Ele fica exaltado perguntando se eu estou louco. Eu dou de ombros e trato de beber goles e mais goles de Veuve Clicquot.


Toca o telefone na casa de Mr. Leyland. É o escritor João Silvério Trevisan ligando de São Paulo. Ele fala com Wynston sobre o seu último livro. Depois o gringo me passa o telefone e eu troco algumas palavras com o Trevisan. Ele é muito simpático comigo. Trevisan é um escritor que eu admiro desde a adolescência. Seu livro Devassos no Paraíso é um cult para mim.


No domingo à noite, depois de votar, vou até o Esporte Gol. Meu camarada Saddam, grande DJ da noite carioca, está tocando hip hop no clube. Diante das carrapetas ele anima a pista de dança com músicas que são um convite à dança. Faz um gesto carinhoso quando me vê ao longe. Os organizadores da festa são super gentis comigo e me oferecem drinques.


Adoro o Saddam! Ele é ótimo DJ. Muito melhor que Calbuque ou Tom Leão que se julgam os moderninhos da noite carioca. Aliás, os moderninhos tem o maior recalque do Saddam só porque ele é lutador de jiu-jitsu. Apesar do nome e de seu jeito de bad boy, Saddam é um amor de pessoa. Um cara finíssimo e super alto astral. Eu me acabei na pista ao ritmo de seus sucessos.

Madonna vem aí...

 

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