19.11.02


Chove torrencialmente sobre Ipanema. Da minha varanda vejo raios enormes rasgando o céu com seu brilho estelar. Uma chuva raivosa desaba sobre a cidade. É quase um dilúvio. Gotas de chuva trazidas pelo vento molham meu rosto. As luzes da casa estão todas apagadas. Apenas o flash dos relâmpagos iluminam a noite. O rufar dos trovões sufocam o espocar dos tiros do cotidiano. O barulho forte dos trovões parecia Deus ralhando com os seres humanos. Gritando para todos nós: quem manda aqui na terra sou eu! A voz potente iluminada por raios incandescentes. O temporal me hipnotiza com todas as suas manifestações. A chuva. Os raios. Os trovões. O som do espetáculo. A natureza mostrando-se bela e poderosa, num momento de grande inspiração.


Um pouco antes de cair o temporal, estava fazendo um calor tão grande que eu saí de casa e fui até o calçadão. No posto seis encontrei meus amigos Pernil e Júnior. Ficamos conversando cerca de quarenta minutos. Eles também são tricolores então ficamos fazendo cálculos e previsões sobre as possibilidades do Fluminense ser campeão. Um vento quente soprava do mar e Pernil vaticinou: vai cair um temporal. Depois eles começaram a falar de Moulin Rouge, que só tinham assistido agora. Eles adoraram o filme e ficaram o tempo inteiro falando das cenas. Pernil disse que a cena em que Ewan McGregor canta Your Song é uma das mais bonitas que ele já viu no cinema. “Agora eu já sei como realmente ganhar uma mulher. Quando ela estiver se remexendo toda para dar para mim eu canto Your Song para ela.” Adoro meus amigos.

Madonna vem aí...

 

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