27.10.03

CELEBRIDADE O que tem me deixado mais impressionado na novela do Gilberto Braga é a maneira cruel como o autor retrata a imprensa. Agora eu entendo porque a TV Globo teve tanto receio de produzir essa novela. É que Mr. Braga mostra a imprensa exatamente como ela é: um açougue, que expõe aos seus fregueses carnes retalhadas, vísceras e sangue. Em Celebridade, a imprensa é mostrada como um negócio escuso, uma maneira de ganhar dinheiro de uma forma vulgar, onde se manipula os mais baixos sentimentos do ser humano. A trama em que o Fábio Assunção fala mal do espetáculo do Simply Red, apenas porque a produção do show não lhe reservou o melhor lugar da platéia, descreve com precisão o sentimento usual da grande maioria dos jornalistas. Uma gente que há muito abandonou a ética da profissão, a ideologia do oficio e transformou o jornalismo num simples negócio.




NAVEGAR É PRECISO - Para alimentar a alma e enlevar o espírito, nada como a poesia certeira de Fernando Pessoa.

Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.


A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.


Dorme, dorme. dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.




Não: não digas nada!
Supor o que dirá
A tua boca velada
É ouvi-lo já
É ouvi-lo melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das frases e dos dias.



És melhor do que tu.
Não digas nada: sê!
Graça do corpo nu
Que invisível se vê
.

Madonna vem aí...

 

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