DECADENCE AVEC ELEGANCE - É uma passarela sem fim, o Fashion-Rio. Tudo começou numa bucólica e romântica tarde no Jardim Botânico. Modelos tão exóticas quanto lânguidas surgiam por detrás das árvores, enquanto Moreno Veloso tocava algo mavioso no seu violoncelo e Camila Morgado recitava poemas de Wally Salomão, que falavam das plantas e sexo. Tudo isso acontecendo sob o aconchego de uma clareira no meio daquele parque fantástico, com o sol derramando sua luz através dos raios que conseguiam romper pequenos clarões na vegetação. Tudo muito bonito, elegante e delicado. O desfile da grife Maria Bonita.
Na entrada do Jardim Botânico encontrei meu querido amigo Antonio Cícero então tive o privilégio de um papo inteligente antes de começar o desfile. Julinho Rego, o decano, estava muito chique de terno e chapéu. Parecia o Truman Capote. Kátia B, Débora Bloch, Maitê Proença e Adriana Calcanhoto enfeitavam a platéia junto com figueiras, palmeiras e coqueirais. E os vestidos eram muito lindos.
A Santa Ephigênia exibiu, como sempre, a classe e a sofisticação dos estilistas Maia & Canale. A Mara Mac também arrasou no estilo clássico e sofisticado de vestir a mulher. Graça Otoni fez um desfile surpreendente, que lembrava um ritual do folclore nordestino. A passarela iluminada como um arraial numa paisagem agreste. Na trilha Elis Regina cantando asa branca, mixado com outros temas da música nordestina. Só que os vestidos, inspirados nas roupas simples das mulheres retirantes, eram ultra-sofisticados. Foi um desfile marcante, inteligente e bem encenado.
O legal nos desfiles das coleções primavera-verão é que sempre tem moda-praia, ou seja, rapazes desfilando de sunga. Nesse segmento o desfile da Blue Man foi arrasador. Teve os olhos verdes de André Resende, o Zé Carioca, exibindo seu fantástico corpo bronzeado, vestindo apenas um sungão branco. (Ah, os homens ficam tão sutis num sungão branco...) Teve Gabriel Mattar, belíssimo, atravessando a passarela com cara de mau, exibindo seus mamilos indecentes com uma petulância de dar medo. Na platéia, o charme irresistível de Napoleão Fonyat, o estilista da Sandpiper, que me jogou um beijo de longe. Esse foi o meu melhor momento no Fashion Rio.
Os corredores do MAM estão fervilhando. O tempo inteiro gente andando apressado de um lado para outro. Modelos sensacionais, estrelas, produtores de moda, empresários, gente de marketing, fotógrafos e jornalistas. Muitos jornalistas. Eu poderia dizer, sem nenhum medo de exagerar, que aquilo ali está um ninho de cobras. Cobras maravilhosas é claro. Um caldeirão transbordando vaidades e egos.
A sala de imprensa fica no primeiro andar e é muito bem equipada. Computadores, impressoras, laboratório fotográfico. Tem tudo lá. Nos intervalos entre os desfiles o lugar vira um grande centro de fofocas. É aqui que se fazem os comentários mais maldosos sobre os desfiles. As mulheres falam muito mal das modelos. Quem está caída, quem não está. As editoras de modas são implacáveis com os estilistas. Até agora não vi nada que tenha me emocionado, comentava uma delas a caminho do banheiro.
O Tufvesson adora aparecer, comentou uma editora de estilo ao saber que Carlos Tufvesson estava beijando o namorado no alto de um trio elétrico, na parada gay que rolou hoje no Rio de Janeiro. O babado mais comentado na sala de imprensa é a saída de Lu Lacerda do jornal O Dia. Todo mundo concorda que a coluna da Lu é a melhor coisa do jornal. Por isso ninguém conseguiu entender o motivo da saída dela. Mas essa não é a fofoca mais cabeluda a circular na sala de imprensa do Fashion Rio. A fofoca mais cabeluda eu vou contar para vocês.
Jornalistas bem informados dos bastidores da política, afirmam que o ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola morreu de desgosto, depois que um dos seus filhos assumiu a homossexualidade. Segundo um colega com livre trânsito no circuito político social, o filho teria dito ao pai que ia casar com outro homem. O Brizola, que era um sujeito conservador, à moda antiga e tinha princípios machistas, teria ficado muito chocado e desgostoso com a atitude do filho e que isso teria acionado o processo que resultou na morte do político.
Verdade ou mentira? A fofoca explodiu como uma bomba na sala de imprensa do Fashion Rio. O fato é que, alguns dias antes da morte do Brizola, o jornalista Ricardo Boechat, havia publicado em sua coluna no Jornal do Brasil, uma nota em que afirmava que o filho de um grande político brasileiro teria assumido que era gay e tinha dito para o pai que ia casar com outro homem. A coluna não citava o nome do político. Estaria a morte de Brizola realmente relacionada a esta notícia? Teria mesmo o ex-governador morrido em conseqüência da homossexualidade do seu filho? Essas questões foram as mais acionadas no circuito Fashion Rio – Parada Gay.
E isso não é tudo. A peça Madame Chanel, encenada por Marilia Pêra em São Paulo também está sendo muito comentada, principalmente pelos jornalistas da capital paulista. Afinal, a peça fala de um dos maiores ícones da moda, Coco Chanel. Todos falam da atuação perfeita da grande dama do teatro brasileiro e da sofisticação da montagem. Mas uma moderna editora de moda, mulher culta e antenada, reclama que a peça não fala da homossexualidade de Madame Chanel. Eu nem sabia que ela era lésbica!, exclamou uma repórter comendo um sushi.
Aproveitando que o assunto era o teatro, uma jornalista de uma badalada revista semanal contou que certa vez Marilia Pêra teria escrito uma carta desaforada para Constanza Pascolato. Ciúmes, por causa de um antigo amor. Irritada, Constanza quis acioná-la juridicamente, mas foi desaconselhada pelo advogado porque, na carta, Marilia escreveu o nome dela errado. Em vez de Constanza ela escreveu Constância.
Mariana Weickert é a rainha das passarelas. Ela participa de quase todos os desfiles. É bela, elegante, tem porte e classe. E muito mais. Ela ri na passarela, o que passa uma imagem de simpatia e tranqüilidade.Ela nunca faz carão, disse Lessa de Lacerda, encantado com a moça, depois do desfile da Blue Man. Um fotógrafo reproduziu vários fotos da moça e colocou num mural da sala de imprensa, fazendo dela praticamente uma musa do Fashion Rio. O único problema da Mariana é que ela não tem bunda, comentou uma assessora de imprensa, destilando veneno pelo canto da boca.
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