PLIM PLIM - Sai Gilberto Braga, entra Aguinaldo Silva. Os gays dão as cartas na novela das oito. O sempre elegante Gilberto, depois do sucesso de Celebridade, passa o bastão (epa!) para Aguinaldo, um dos fundadores do movimento gay no Brasil, que estréia Senhora do Destino. Muito antes das passeatas do orgulho gay, no auge da ditadura militar, Aguinaldo fundou o jornal "Lampião", a primeira publicação brasileira destinada exclusivamente ao público gay. Mas, não é só no horário das oito que a Globo é gay. No horário das sete os homossexuais também fazem o público sonhar com suas tramas. Estão lá Ricardo Linhares, Carlos Lombardi, João Emanoel Carneiro e Antonio Calmon. Emanoel é o roteirista de Central do Brasil que escreve Da cor do Pecado. Calmon, muito antes de se tornar a Janete Clair dos adolescentes, foi um rebelde do cinema brasileiro e dirigiu sucessos como Menino no Rio e Nos Embalos de Ipanema. Plim, plim!
GAYS COM CRISTO - Israel é um dos países mais liberais com relação aos homossexuais. Por isso, em 2005, será realizada em Jerusalém, cidade sagrada para judeus, mulçumanos e cristãos, uma festa em comemoração do orgulho gay, de âmbito mundial. Será a Jerusalem World Pride 2005, que pretende reunir representantes de comunidades gays de todas as regiões do planeta. O evento está sendo organizado pela Open House, uma ong de proteção aos homossexuais, que é mantida pelo governo de Israel. O tema da festa será Love without Borders (Amor sem Fronteiras) e terá a pretensão de quebrar barreiras culturais e religiosas com mensagens de tolerância, dignidade e direitos humanos. Serão dez dias de festas, eventos culturais, orações, passeatas e muita pegação, que ninguém é de ferro.
ESTRELA DE DAVI - No Brasil, desde 1999, existe o JGBR, um grupo que tem como objetivo agrupar judeus e judias homossexuais do Brasil que necessitam de um espaço para dialogar, sobre tópicos relacionados a homossexualidade e sua interação com o judaísmo e a comunidade judaica. Segundo o coordenador Ari Teperman, religião e tradição judaica versus homossexualidade é o assunto mais discutido pelos membros do grupo. Como conciliar a religião "homófoba" com a fé judaica original? Como as diferentes comunidades judaicas brasileiras, de diferentes correntes, se posicionam face a homossexualidade? As discussões sobre estes temas estão no site do grupo: www.jgbr.com.br
SOCIALISMO MORENO - Leonel Brizola foi um péssimo governador. Nos oito anos em que governou o Rio, eu pude assistir de perto o equívoco que foi a sua gestão. Ele permitiu e incentivou o crescimento desordenado das favelas pois, para ele, isso era socialismo. Seu ideal era transformar o estado numa imensa favela. Brizola nunca assumiu uma postura de governador. Mesmo depois de eleito, ele se comportava e agia como alguém que fosse contra o governo. Isso estimulou a desobediência civil e o crescimento da criminalidade pois, os fora-da-lei, encontraram guarida na própria atitude do governador.
Leonel Brizola não era um mau sujeito. De forma alguma. Foi um homem idealista e romântico. Mas tinha uma visão política estacionada nos anos 50 e 60. E isso permitiu que aventureiros, pilantras e escroques utilizassem o idealismo brizolista para o mal. Foi com a eleição de Leonel Brizola que se instalou no Brasil essa onda de invasões de terra, de invasões de calçadas pelos camelôs e da transformação de qualquer pedaço de mata atlântica em favela. O fato dele ter sido eleito no Rio, sede dos principais veículos de comunicação do país, fez com que esse comportamento se espalhasse mais rapidamente por todo o Brasil.
Por ocasião do primeiro mandato eu trabalhava numa empresa do governo federal, o Banco do Nordeste. Assim que Brizola assumiu, o meu chefe na empresa, que ganhava um belo salário, montou duas barracas de camelô no centro da cidade. Ele ia trabalhar no Banco e deixava dois empregados dele cuidando das barracas. Ele não era pobre, pelo contrário. Era um funcionário público federal e ganhava um bom salário. Mas se aproveitou da liberação geral provocada pelo Brizola para ganhar uma grana a mais invadindo o espaço público com suas barracas de camelô. Como ele, muitas outras pessoas fizeram a mesma coisa, pois sabiam que tinham apoio do governo para isso. Brizola fechava os olhos porque, para ele, aquelas barracas de camelô eram de pessoas pobres e desempregadas que estavam tentando se virar. Além de romântico e idealista, Brizola era ingênuo.
Nas favelas ocorria a mesma coisa. Existe uma verdadeira indústria da invasão no estado do Rio, que se espalhou por todo o Brasil. Grupos organizados invadem áreas públicas e montam seus barracos. Depois vendem aquela área e invadem outra. Vendem novamente e invadem outra. E assim as áreas verdes do Rio de Janeiro vão, ao longo dos anos, se transformando num mundo de barracos que não acaba mais.
A simbologia brizolista ajudou a fazer com que a pobreza no Brasil fosse transformada num negócio lucrativo. A miséria brasileira dá lucro a muita gente. Tem muito pilantra vivendo da pobreza. Políticos sem escrúpulos, ONGS, intelectuais politicamente corretos, escroques, etc. É por isso que a miséria no Brasil aumenta cada vez mais. Porque ser pobre, nesse país, virou um negócio. Sendo assim, dificilmente essa situação vai se reverter.
A morte de Leonel Brizola, de certa forma, enterra um tipo de político, aquele que foi vítima da ditadura militar. O fato dele ter sido expulso do país pelos militares não fez dele um herói. Mas, quando voltou do exílio com suas idéias estacionadas no tempo, foi tratado como tal, quando na verdade era um outro tipo de coisa. Era um desses politicos que, para conseguir se destacar, precisam que haja cada vez mais pobres e miseráveis e por isso estimulam o crescimento da pobreza e da miséria.
Descanse em paz, Leonel Brizola. Descanse em paz.
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