DECADENCE AVEC ELEGANCE - Solange Meneghel, empresária e estilista da marca BC GIRLS lançou sua coleção de verão num café da manhã no restaurante Garcia & Rodrigues, no Leblon. A irmã da Xuxa mostrou uma coleção que refletia o impacto da bicicleta na vida urbana, usando como fonte de inspiração cidades como Berlim e Amsterdam, onde as bikes ganham o cotidiano dos europeus modernos e passeiam pela moda influenciando atitude e comportamento. Uma coleção voltada para adolescentes modernas que propõe liberdade de movimento.
A coleção da BC GIRLS foi desfilada por garotas da Agência 40 Graus, de Sergio Matos. Jovens aspirantes a Gisele Budchen. Serginho, na primeira fila, ficava torcendo pelo sucesso de suas meninas. Apesar de ser um desfile de roupa feminina, quem roubou a cena foi o modelo Pedro Bahia, um menino loirinho, que não devia ter mais de quinze anos. Foi ele que abriu o desfile com seu cabelo encaracolado, encantando a platéia com seu jeito de anjo barroco. O rapazinho serviu de aperitivo para os modelitos da grife. A única coisa que posso dizer é que o menino é a coisa mais linda do mundo.
Depois do desfile Sergio Matos me apresentou o candidato a top model dizendo que aquele tinha sido o seu primeiro desfile e que o jovem tinha sido descoberto pelo Paulo Zulu. "Foi o Zulu que mandou ele para minha agência", me disse Serginho quando eu, boquiaberto, falei que o rapaz era belíssimo. Pedro Bahia! Guardem este nome, pois ele ainda vai dar muito o que falar na moda brasileira.
Antes, durante e depois do desfile, foi servido um lauto café da manhã aos convidados. Pessoal da moda e da imprensa. Pães, brioches, geléias, queijos, presuntos, pastramis, sucos, bolos, tortas, quiches, doces, saladas. Tudo com aquele padrão sofisticado do Garcia & Rodrigues. Estavam lá, entre outros, Heloísa Marra, do Caderno Ela e Adriana Bechara, da revista Domingo. Além de Rogério S, Tonhão, Vera Bocaiúva, Lenny Niemeyer, Babi e Luciano Szafir, que enlouqueceu os fotógrafos de celebridades que cobriam o desfile. Szafir estava belíssimo, usando uma instigante camisa vermelha. A cara de quem tinha acabado de acordar o deixou ainda mais lindo. Certamente, Xuxa escolheu o homem certo para ser seu reprodutor.
Recebendo a todos, os produtores do evento Toni Oliveira e Tereza Duarte.
TRAGÉDIA NO QUARTEL - Embora não confirmada oficialmente, a hipótese de que houve um duplo homicídio no interior da Base Aérea de Fortaleza, no dia 10 de setembro passado, começa a ser admitida publicamente pelo comando da corporação. Ontem, o chefe da seção de Comunicação Social da Base Aérea, major José Roberto de Oliveira, confirmou ao jornal O POVO que "perdeu força" a tese de homicídio seguido de suicídio, que inicialmente norteou a causa das mortes dos soldados Francisco Cleoman Fontenele Filho e Robson Mendonça Cunha. "Mas nenhuma hipótese está descartada", diz o major. O caso completou um mês no último domingo e, até então, a Base permanecia em
silêncio, sustentada pelo segredo de justiça do caso determinado pelo juiz
militar Ruslan Blaschikoff.
Nos bastidores, no entanto, o caso continua em ebulição. Há informações extra-oficiais de que o trabalho pericial teria constatado violação do local das mortes ainda na noite da ocorrência. O major nega: "Isso não existiu". O POVO informou, na edição do último dia 21 de setembro, que teria dado negativo o exame residuográfico feito nas mãos dos dois corpos. A suposta violação do local e o possível resultado do exame residuográfico nos dois soldados reforçariam a tese do duplo homicídio.
Há também acusações, pela parte representante das famílias, de que estaria havendo sonegação de informações pela Base Aérea. O advogado Paulo César Feitosa, que acompanha o caso em nome dos parentes de Cleoman e Robson, disse que ainda não teve acesso, em nenhum momento, aos autos do Inquérito Policial Militar (IPM) sobre as mortes. "Fizemos uma petição há cerca de 20 dias para ter acesso ao que foi investigado e nada", acusa Feitosa.
O major justifica: "Nós estávamos conversando com o promotor militar (Alexandre Saraiva) para saber o que fazer. Ele (advogado) vai ter acesso nesses dias. Talvez nessa semana. Tá dependendo mais de um contato com ele". O POVO falou com o oficial que preside o IPM, capitão Márcio Ribeiro. Ele confirmou a petição, mas explicou que só o major está autorizado pelo Comando da Base a falar com a imprensa sobre o caso.
O prazo para o andamento do IPM é de 40 dias, contados a partir da data das mortes, podendo haver prorrogação por mais 20 dias. O major Oliveira confirmou que já foi pedido ao juiz militar a extensão das investigações. "Ainda estão sendo ouvidas pessoas. Uns depoimentos acabam demandando outros. Há também casos de gente que precisa ser ouvida mais de uma vez", explicou. Os peritos da Polícia Civil já realizaram a reconstituição das mortes, há cerca de duas semanas, mas o major adiantou que uma nova reconstituição será necessária.
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