DECADENCE AVEC ELEGANCE –O Espaço Lundgren, a loja multimarcas de Ipanema fez um coquetel para promover o lançamento da coleção de peças de Christian Dior. Eram bolsas, casacos, jaquetas, jeans, blusas... Modelitos chiquérrimos para glória e deleite de dondocas endinheiradas que circulavam excitadas pelos vários ambientes da casa, exclamando ahs e oohs... Modelos belíssimas circulavam entre os convidados exibindo as criações de Dior, que soube como ninguém transformar a moda numa espécie de manifestação artística. As bolsas, por exemplo, tinham um design fantástico. Detalhes em dourado que valorizavam as estampas que, em alguns casos, era quase psicodélica. Por curiosidade, apenas curiosidade, eu perguntei o preço e a sorridente vendedora me respondeu que custava o singelo preço de R$ 5.700,00...
O evento tinha começado as cinco da tarde e ainda não eram nem sete da noite quando minha querida e amada Bianca Teixeira, a adorável assessora de imprensa da loja, chegou no jardim de inverno e, depois de molhar os lábios com um gole de champanhe, me falou: as peças já foram quase todas vendidas! Nesse instante ela ficou com os olhos cheios de lágrimas. Deu mais um gole no champanhe e disse com voz chorosa: estou emocionada... Bianca Teixeira é um encanto. Enquanto atendia os convidados vips, as dondocas do society, os jornalistas e as clientes endinheiradas, ela circulava para lá e para cá, sempre com uma flüte numa mão e três celulares na outra. Num dado momento ela falava no celular, tentando acalmar o Alvaro Garnero, que está indignado com as noticias que a imprensa anda veiculado sobre a sua participação no barraco da festa do Ronaldinho...
E por falar em Ronaldinho... Como ele é cafona, meu Deus do céu... Esse casamento... essa noiva... esse mico.... Ronaldinho é o típico caso do sujeito que saiu do subúrbio, mas o subúrbio não saiu dele... Voltemos a noite do Dior...
No fundo da loja tem um terraço, com um bistrô muito simpático, cujo menu, totalmente inspirado em iguarias da culinária pernambucana, é um sucesso. “É aqui que nós enrolamos os maridos enquanto as esposas gastam na loja”, me disse uma vendedora hilária, enquanto me mostrava os quitutes na mesa, no centro do terraço: bolo de macaxeira, bolo de rolo, tareco, tortas, doces, manjares... Ao mesmo tempo garçons bonitos ofereciam ovas de salmão, carpaccio e queijo coalho temperado. E muito champanhe, champanhe, champanhe...
Quem estava lá era a gloriosa Scarlet Moon de Chevalier... E Scarlet dá um toque de classe a qualquer evento em que esteja presente. Ela foi super simpática comigo e eu aproveitei para dizer que adoro o Cristóvam Chevalier, o filho dela que é poeta e jornalista. Cristóvam é meu colega do Jornal do Brasil, e trabalha na coluna da Márcia Peltier. Sempre que posso eu passo na sala dele para dar um alô e jogar conversa fora. Scarlet ficou toda orgulhosa e me falou de um livro, lançado recentemente, que tem três poemas do Cristóvam. Logo logo eu estarei publicando um dos poemas nesse blog...
Marisa Coser, Yolanda Figueredo, Dorita Moraes Barros, Patrícia Brandão, Anna Clara Herrmann, Lou de Oliveira, Elisa Mendes de Almeida, Marcos Vinicius, Jaqueline Brito, Kika Gama Lobo, Igor Fidalgo...
Quem também estava lá era o consultor de moda Julio Rêgo. Eu o cumprimentei, mas ele não respondeu... Julinho me detesta desde que eu publiquei uma nota falando dele na coluna Gay Society, do JB. Ele chegou a ligar para um diretor do Jornal só para se queixar de mim. Como diria Gal Costa, que pena... Eu adoro Julinho, não tive intenção de irritá-lo. Muito menos de magoá-lo. Não imaginei que ele fosse se importar por eu ter escrito que ele era o decano dos homossexuais cariocas... Champanhe, champanhe, champanhe...
Ri muito conversando com a produtora de moda Jaqueline Brito, Manoela, assessora de imprensa da Colcci e seu sócio, o jornalista Igor Fidalgo, que me disse ter abandonado definitivamente o trabalho em jornal para se dedicar exclusivamente a assessoria de imprensa. “O Globo paga muito mal”, bradava ele, depois de nos confessar que fazia chapinha no cabelo. "Como assessor de imprensa eu ganho três vezes mais trabalhando três vezes menos." Champanhe, champanhe, champanhe...
O coquetel estava no auge quando chegou a esfuziante Sylvia de Castro com a última edição do Caderno H, que tem a Guilhermina Guinle na capa. Foi a maior festa. Todas as dondocas queriam ver as fotos do editorial de moda, todo feito com vestidos fantásticos do acervo do Espaço Lundgren: Walter Rodrigues, John Galliano e Marcelo Quadros... Ao ver as fotos, Bianca Teixeira, novamente, ameaçou chorar enquanto Regina Lundgren nos contava do sucesso da loja e nos dizia que, durante o verão, o Copacabana Palace em peso foi fazer compras no Espaço Lundgren. Champanhe, champanhe, champanhe...
A VIDA PASSA – O fim de fevereiro e o término do horário de verão praticamente decretam o fim da estação. Na hora de fazer um balanço, tenho a sensação de que foi um verão que não aconteceu muito. Claro que foi muito bom ter sobrevivido a ele. Foi um verão com muita chuva e isso também foi legal. Adoro o sol, mas também admiro a chuva. Gosto de vê-la caindo. Gosto do som das gotas de água. E do perfume que vem da terra quando a chuva desaba sobre o solo.
A tsunami acabou com o verão do mundo inteiro, não apenas do verão da Indonésia. A dimensão da tragédia atingiu em cheio o coração das pessoas. Ondas gigantes matando milhares, na véspera de natal. Foi como se os céus, a natureza, tivessem dando um toque para as pessoas. Pessoalmente, acho que foi exatamente isso que aconteceu. A natureza deu um toque para os seres humanos. Quem não entendeu o recado é um completo idiota e não entendeu o verão que passou.
Foi o verão da reeleição de Bush. E isso, definitivamente não foi uma boa noticia. Como que alguém poderia aproveitar o verão com um fantasma desses rondando a nossa cabeça. A reeleição de Bush deu às pessoas, a sensação de que houve uma vitória do mal. Nem todos pensam assim. Durante o carnaval eu conheci, na praia gay de Ipanema, um cara de Minas Gerais que mora há vinte anos em Nova York. O sujeito tinha vindo passar o carnaval no Rio. Estava batendo um papo com ele, quando, de repente, começamos a falar do governo dos EUA. Não é que a bicha começou a defender o Bush? Nem um gringo republicano seria tão veemente. Elogiou a administração do canalha, a luta contra o terrorismo. Disse que Bush fez bem em invadir o Iraque. Chocado por estar frente-a-frente com entusiasta do bushismo, eu dei as costas e fui embora, sem nem um bye bye.
A melhor festa do verão foi o casamento de Ana Luisa Castro na Casa Julieta de Serpa, um palacete tombado na praia do Flamengo. A festa foi super elegante, cheia de gente rica, poderosa e divertida. Champanhe, champanhe, champanhe... A festa da Colcci, em que Gisele Budchen ficou apenas dez minutos, num barco ancorado na Marina da Glória, foi um acontecimento. Os melhores bofes da cidade estavam lá. A boba da Gisele perdeu... Além do mais teve um show espetacular do DJ Bruno Astuto. Um arraso! Também teve a festa da Érika Palomino no VIP´s Motel que foi... Como direi? Sem palavras... A feijoada do Gattopardo, no sábado de carnaval também bateu um bolão. Encontrei pessoas divertidas, com quem eu comi, bebi, dancei e me esbaldei.
A literatura foi minha melhor companheira nesse verão de pouco sol. Foi muito bom ficar em casa tendo a companhia agradável de um bom livro. Como O código da Vinci, um livro que está revolucionando a literatura da nossa época com sua trama cheia de reviravoltas. Ler esse livro talvez tenha sido a coisa mais importante que me aconteceu no verão de 2005. Também curti muito ler O Complexo de Portnoy, do Philip Roth, que eu nunca tinha lido. O aviador também é um livro fascinante. Adorei a forma como ele narra os bastidores de Hollywood. Também curti muito ler sobre a vida gay do milionário Howard Hughes. E os contos de Scott Fitzgerald deram muita paz ao meu coração...
O melhor de tudo é que foi um verão de muito sexo. Realmente, eu sou um sujeito que não pode se queixar. Graças a Deus, fui muito bem comido esse verão. E como eu sou escorpião, sexo para mim é tudo! A minha cama esteve bem servida durante toda a estação, e isso, afinal de contas, é o mais importante que um ser humano pode ter. Às vezes me batia uma culpa. Um grilo. Eu me sentia culpado por estar feliz, enquanto milhares de pessoas tinham morrido na Indonésia. No reveillon em Angra isso me bateu muito forte. Mas depois eu superei a melancolia e caí na farra. Como diria Diguinho, o adorável craque de futebol de praia, o importante é viver...
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