MOULIN ROUGE – Foi sensacional a festa de comemoração dos 30 anos de André Ramos e Bruno Chateaubriand, na mansão da avó do André, na Gávea. André e Bruno são inteligentes, divertidos, alto astral e adoram uma festa. A mansão foi toda decorada em vermelho, com muitas cortinas e rosas dessa cor. O terraço foi transformado em pista de dança. Em volta da pista, foram criados vários camarotes para os convidados mais vips. O DJ Zé Pedro arrasou na seleção musical. E os efeitos de luz com chuvas de papel picado ajudavam a aumentar a animação. No primeiro andar, num outro salão, música ao vivo da melhor qualidade.
Champanhe, champanhe, champanhe... Os garçons não deixavam nenhuma taça vazia. Os convidados seguiram a orientação do convite e se produziram como personagens do filme Moulin Rouge. Muitas dançarinas de cancan, melindrosas, vedetes e femme-fatales. Os homens desfilavam de fraque, cartola, suspensórios e gravatas borboletas, fazendo clima de gangsters e crupiês e cafetões. Tudo com muito charme e estilo.
Adoro Bruno e André. Eles estavam felizes e não pouparam esforços para dividir a felicidade deles com os amigos e as pessoas que eles curtem. Logo que cheguei na festa o André me deu um abraço afetuoso. Que bom que você veio, Waldir. Nós gostamos muito de você. Logo depois encontrei com o Bruno e ele estava muito engraçado com o cabelo cortado. Vestia um terno preto, gravata borboleta e uma esvoaçante capa preta com forro vermelho. No alto da pista de dança, reinando absoluto naquele cenário, um pôster gigantesco dos pombinhos, lado a lado.
Bruno e André se conheceram quando tinham treze anos e nunca mais se largaram. Eu acho que eles são um dos casais mais chiques do Rio de Janeiro. Como Toni Belloto e Malu, Jair e Marisa Coser, Hilde e Francis, Du e Cíntia, Nelson e Xixa Motta, Tarcisio e Glória, Michel e Paula Lupiac, Luiz Carlos e Lucy Barreto, Gilberto e Edgar...
Como a festa era num clima de Moulin Rouge, foi uma festa de excessos. Excesso de vermelho, excesso de produção, excesso de música, excesso de camarões empanados, excesso de champanhe... Bem, champanhe nunca é demais... O jantar foi uma loucura gastronômica. Cascatas e mais cascatas de camarões. Cascatas e mais cascatas de lagosta. Muita vitela. Assados e saladas. Cremes e molhos. Na hora em que fui me servir, eram tantas as opções, que eu não soube por onde começar. Então resolvi comer apenas lagostas...
Champanhe, champanhe, champanhe...
Dado Dolabella estava lindo de fraque e cartola. Não podia estar mais lindo com aquele sorriso envolvente estampado no rosto. Num dado momento ele passou ao meu lado, na pista de dança que estava apinhada de gente, e eu deixei a minha mão boba encostar acidentalmente na sua bunda. Foi uma sensação incrível. Foi como tomar um ecstase e sentir a música ecoando por todo o corpo como uma descarga elétrica. Foi a melhor sensação da festa de Bruno e André.
Mulheres bonitas? Vanessa de Oliveira, Jaqueline Brito (lindinha, lindinha), Antonia Leite Barbosa (muito sexy de minissaia preta, meias arrastão e luvas vermelhas), Narcisa Tamborideguy, Bianca Teixeira (com o namorado, Alex, um bofe fantástico), Manoela Colombo e a grande estrela da TV Record Adriana Garambone, que deu um show na pista dançando com um bofe fantástico, que ela trouxe de São Paulo.
Personalidades? Rute de Almeida Prado, Jair e Marisa Coser, Regina Casé, Leda Nagle, Cristina Franco (cheia de botox), Amin Khader, Humberto Saade, Sylvia de Castro, Eliana Pittman (que errou feio no figurino) Milton Cunha, Regina Lundgren, Almir Ghiaroni, Geórgia Wortman, Marcio Mothé, Edgar Moura Brasil, além da grande dama do colunismo social Hildegard Angel com o seu Francis.
Dancei muito com Jaqueline Brito, que estava a própria Nicole Kidman. Tanto que ela que conquistou um admirador na festa. Um advogado bonitão, sexy e sedutor que ficava o tempo inteiro atrás dela. Foi ele quem dispensou a policia, quando ela apareceu às três da manhã, chamada por vizinhos que não gostaram do som a todo o volume. Não existe lei do silêncio juridicamente, argumentou ele com os homens da lei, antes de afirmar que se eles não fossem embora ele iria ligar para o Antony Garotinho. Que bofe poderoso! Também, com aquele carão ele podia tudo. Mas eu já estava tão louco de champanhe que esqueci o nome daquele monumento, tão elegante de fraque e cartola. Só me lembro da luz feérica, da chuva de papel picado, da música exuberante, dos vestidos exóticos, das plumas e dos paetês... E da minha mão boba tocando suavemente o Dado Dolabella.
SER GAY É PADECER NO PARAISO – Foi muito legal a parada gay desse ano, na avenida Atlântica. Animada. Alto astral. A música tocada pelos DJs dos trios estava incrível. Atraía as pessoas com seu ritmo e energia. E tinha muita gente que não era gay assistindo ou participando: casais de namorados, pais com filhos, pessoas idosas. Todo mundo querendo se divertir, dançar e curtir o domingo em Copacabana.
A coisa que eu achei mais engraçada na parada aconteceu no Posto Seis, na concentração. Um grupo de rapazes machões de Copa, que jogam vôlei na praia todos os fins de semana, entraram no clima da festa e começaram a dançar como go go boys enquanto jogavam a partida. Conrado, Oscar, Menudo, Juan e Pernil. Como eles eram lindos e gostosos com suas sungas coloridas, as bichas ficaram loucas. Então começou a torcida. Muitos tirando fotos enquanto eles ficavam rebolando na areia, baixando a sunga e fazendo coreografias hilárias, ao som da música sensacional que explodia dos trio elétricos. Para mim esse foi o melhor momento do desfile.
O VALOR DO SILÊNCIO - Em alguns templos budistas, o voto do silêncio é sagrado e muito rígido. Em geral os orientais falam bem menos que os ocidentais. Saber escutar e só falar na hora certa, sem despediçar a oportunidade, é sinal de sabedoria. E a pratica da meditação, em todas as escolas budistas no Oriente, é a prática do silêncio. Somente em silêncio é possivel escutar a voz interior. Por isso, muitos provérbios do Oriente falam sobre o valor do silêncio e da sabedoria de quem sabe escutar. Para os orientais, menos é mais.
FORA LULA! – O Palácio do Planalto ofereceu quatro ministérios ao PMDB em troca de apoio integral do partido aos projetos do governo. O presidente Lula não se emenda. Oferecer quatro ministérios a um partido político em troca de apoio, é a mesma coisa que oferecer dinheiro a um político para ter esse mesmo apoio. Pois é. Para abafar o escândalo do mensalão, Lula oferece ao PMDB muito mais do que um mensalão. É incrível o despreparo do Presidente da República. Os ministérios do governo deveriam ser ocupados por pessoas de confiança do presidente, que fossem competentes nas suas áreas de atuação. É bizarro que o próprio presidente fique loteando o governo e “comprando” apoio político usando como moeda de troca cargos do primeiro escalão. É sórdido e imoral.
FELICE CAFÉ – Encontro com Cláudio Parreiras no Felice Café. Sou fã do Cláudio desde a época em que ele era repórter, editor de arte e design gráfico da revista Interview, nos primórdios da revista, quando ela era grande e suas capas eram feitas com fotos preto e branco colorizadas. Há vinte anos Monsieur Parreiras mora em Paris, onde trabalha como produtor de moda. Duas vezes por ano ele vem ao Brasil fazer o “styling” da grife Lenny, nos desfiles do Fashion Rio. Esse ano o desfile da estilista Lenny Niemeyer conseguiu se superar e foi um dos destaque do festival de moda.
Cláudio é puro talento. Sabe tudo de moda e estilo. Já trabalhou com importantes “maisons” francesas, nas semanas de moda de Paris. É um excelente artista gráfico e um mestre do desenho, dono de traço original e inconfundível. No nosso agradável bate-papo no Felice Café, Cláudio me contou da sua vida em Paris e alguns segredos da cidade. A exemplo de Ruiz Bellenda e Bruno Astuto ele também é um grande admirador de Isabelle Adjani. Tanto que assistiu oito vezes a atuação dela no teatro, na peça A dama das camélias. Além disso ele tem um acervo de fitas com quase todos os filmes da estrela do cinema francês. Inclusive filmes raros no Brasil como Verão assassino, que registra uma das mais perturbadoras atuações da atriz.
Cláudio também me contou os bastidores do desfile e a repercussão na imprensa. Ele ainda vai ficar mais algumas semanas no Brasil, pois além de trabalhar na São Paulo Fashion Week, está preparando o catálogo com a coleção da Lenny para o próximo verão. Cláudio me pareceu estar feliz e realizado profissionalmente.
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