O POPSTAR DAS LETRAS - Eduardo Bueno não vê a hora do seu próximo livro A cruz, a coroa e a espada chegar as livrarias. Foram quatro anos de trabalho para tentar manter a mesma qualidade dos outros volumes da série Terra Brasilis, que conta de forma romanceada a história do Brasil.
— O quarto livro é do caralho. É melhor que os outros três. Escrevi com calma para poder exercer o meu maquiavelismo. Estou satisfeito com o resultado e acho que os leitores vão se divertir muito.
Os leitores que sempre tiveram acesso a história do seu país contada através da ótica acadêmica dos livros de história ficaram encantados com a trilogia de Bueno. Assim ele se tornou uma figura popular, que faz palestras para até mil pessoas.
Nos últimos quatro anos Bueno também se dedicou a trabalhos paralelos. Publicou Nada pode ser maior, onde narra sua ardente paixão pelo Grêmio de Porto Alegre, seu time de futebol.
— Eu escrevi esse livro para comprar briga. Queria briga com os torcedores do Flamengo, com os cronistas esportivos, com a torcida do Internacional, etc. Fiz de propósito. Escrevi que futebol-arte era coisa de viado, que só o Grêmio jogava como macho, essas coisas. Mas aconteceu o contrário do que previ. Acho que todo mundo gostou do texto e ninguém quis brigar comigo.
Bueno já foi cronista esportivo e acompanhou com muito carinho a trajetória do seu time. Não esquece o dia em que o Grêmio foi campeão mundial de clubes em Tóquio com dois gols do Renato Gaúcho, jogador por quem tem carinho especial.
— O Renato Gaúcho, além de ser o melhor jogador do mundo, é o mais bonito, o mais gostoso, o mais sexy e o mais talentoso. É uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo.
Por trás de seu humor quase adolescente e rebelde, e de seu temperamento debochado e irônico, Eduardo Bueno é um intelectual arguto e sofisticado, um estudioso dos beatniks, a geração perdida dos EUA do pós-guerra, que caíram na estrada tentando reconstruir a América através das drogas, do sexo livre e de muito jazz. Foi Bueno quem traduziu o clássico da literatura beatnik On the road, de Jack Kerouac, que em breve será filmado por Walter Salles.
— On the road continua sendo um livro arrebatador. Quando lançado originalmente, os EUA, maior democracia do mundo, vivia um período de trevas, com o macartismo em pleno vigor. Hoje, a América esta outra vez envolta em sombras virtualmente ditatoriais. Isso só aumenta a atualidade do livro e o mantém como fonte de inspiração para todos aqueles que acham que a vida real se desenrola muito mais no acostamento do que na via expressa.
Em novembro Eduardo Bueno lança um livro que conta os 100 anos da avenida Rio Branco.
— É um projeto muito bonito, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, que tem várias lojas na Rio Branco, e vai oferecer o livro como brinde aos seus clientes. Na verdade é um documentário em imagens, ilustrado com fotos de Fernando Bueno, meu irmão, que é um grande fotógrafo de publicidade. É um album comparativo com o de Marc Ferrez, que registrou a construção da avenida em fotos. Meu irmão clicou a Rio Branco do mesmo ângulo de Ferrez e faz uma impressionante comparação das imagens. Enquanto isso, eu conto histórias e causos que tiveram a avenida como palco. Do desfile das tropas brasileiras que foram a primeira guerra, até a marcha dos 100 mil, passando pela revolução de 30 e o próprio enterro do Barão de Rio Branco que reuniu tanta gente que a avenida acabou ganhando o nome do finado.
Apesar do forte sotaque gaúcho, seu espírito gozador e bem humorado se aproxima muito do jeito de ser do carioca. Sendo assim, no próximo verão Bueno vai poder exercer a porção carioca da sua personalidade, já que vai morar um ano no Rio de Janeiro, fazendo pesquisa para seu próximo livro que vai contar a história da França Antártica.
— Vou trabalhar muito, mas, certamente, vou encontrar um tempinho para curtir o Rio. Quero tomar chope no Baixo Gávea, fugir dos tiroteios na Niemeyer, dançar gafieira na Lapa e jogar futevôlei com Renato Gaúcho em Ipanema.
(Texto da reportagem publicada no Jornal do Brasil)
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