20.6.06

CONFISSÕES DE UM MACHO - A grande surpresa do mercado editorial brasileiro nesses tempos de Copa do Mundo é o lançamento do livro Um amor alienígena, do advogado e lutador de jiu-jitsu Ignacio de Aragão. É um romance intenso e apaixonado sobre as agruras do amor heterossexual. O autor é um apaixonado pelas mulheres. E sua intensa convivência com o sexo oposto é o mote do seu livro de estréia. Sem o menor pudor ele narra os prazeres e os sofrimentos do seu personagem principal que, por coincidência, também se chama Ignácio. Ignácio, o personagem, come o pão que o diabo amassou na mão das mulheres. Elas fazem dele gato e sapato. Sua principal antagonista chama-se Ofídica, Ofi para os íntimos. Ela é uma espécie de síntese de todas as mulheres do mundo. Ofi é má, ardilosa, falsa, dissimulada, interesseira e manipuladora. Seu único objetivo é sugar a energia sexual, moral e financeira do herói. O mais interessante no livro é que ele mostra como um machão heterossexual vê as mulheres e o universo feminino.


Ignácio Aragão é um dos bofes mais chiques de Ipanema. Ele é aquele tipo de sujeito que, mesmo a quilometros de distância, não deixa dúvidas quanto a sua masculinidade. As mulheres são loucas por ele e por seu nariz quebrado de lutador de boxe, seus gestos viris e sua voz que exala testosterona. Ao mesmo tempo, ele é um amor de pessoa. Tem uma bondade e um coração do tamanho do mundo. É gentil, educado e um cavalheiro com as mulheres.


Ignácio Aragão é faixa-preta de jiu-jitsu e, na juventude, participou de vários campeonatos. Já foi professor de artes-marciais, mas, agora, pratica a luta apenas como esporte. Atualmente ele é um bem sucedido advogado, funcionário do Tribunal de Justiça Federal e estudante da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Pretende ser juiz.





PARA LER DURANTE A COPA - Depois de MALEITA, lançado no final do ano passado, está chegando as livrarias o comovente DIAS PERDIDOS, segundo romance de Lúcio Cardoso, publicado originalmente em 1943. Fogos deveriam estar espocando em todo o Brasil por causa do lançamento desse livro. Lúcio Cardoso é clássico indiscutível da literatura brasileira. E é um privilégio para os fãs de literatura e apaixonados por livros ter um título como esse a sua disposição.




AS OBRAS PRIMAS QUE POUCOS LERAM - Já estão nas livrarias os volumes 3 e 4 da coletânea de artigos sobre clássicos da literatura universal, escritos por grandes articulistas brasileiros. É obra fundamental para os apaixonados por livros e escritores. No volume 3 tem textos de Otto Maria Carpeaux sobre Romeu e Julieta, de Shakeaspeare, A divina comédia, de Dante e O grande testamento, de Fraçois Villon; a magnífica Barbara Heliodora escreve sobre Pigmaleão, de George Bernard Shaw; Ruy Castro escreve sobre Vidas privadas, de Noel Coward; Roberto Alvim Correia escreve sobre As flores do mal, de Baudelaire; e Paulo mendes Campos escreve sobre sobre Romancero gitano, de García Lorca, entre outros.


O volume 4 reúne textos de Paulo Perdigão sobre O ser e o nada, de Sartre; Josué Montello escreve sobre O discurso do método, de Descartes; R. Magalhães Júnior analisa O capital, de Marx e O príncipe, de Maquiavel; Rosemarie Muraro discorre sobre O segundo sexo, de Simone de Beauvoir; Raul Giudicelli vasculha a Suma teológica, de S. Tomás de Aqyuino; Roberto Muggiati reconta A fazenda africana, de Isak Dinesen e muitos outros.


Vale lembrar que As obras-primas que poucos leram era uma seção da extinta revista Manchete que, todas as semanas, publicava um artigo sobre um livro famoso escrito por um importante articulista brasileiro. Os textos foram reunidos em livro pela escritora Heloisa Seixas.





QUEM TEM MEDO DE DIOGO MAINARDI? - O escritor ítalo-americano Gore Vidal vai ficar orgulhoso do seu pupilo brasileiro. Graças ao grande sucesso de A tapas e pontapés, que vendeu mais de 40 mil exemplares desde seu lançamento em dezembro de 2004, a editora Record relança toda a obra de ficção de Diogo Mainardi. Sim, leitores. O colunista campeão de cartas na revista Veja (que Caetano só chama revista INVEJA) tem uma obra de ficção composta por quatro titulos: Arquipélago, Contra o Brasil, Polígono das Secas e Malthus.


ARQUIPÉLAGO é uma história cômica e filosófica de um líder-narrador que comanda dez personagens anônimos na reconstrução de uma sociedade depois das chuvas que inundam a cidade de Pedranópolis. Aqui o irreverente Mainardi apresenta uma alegoria feroz e grotesca do dia seguinte a um dilúvio.


CONTRA O BRASIL narra a história de Pimenta Bueno, um herói antibrasileiro por excelência. Será autobiográfico? Pimenta tem sempre na ponta da língua uma coleção de impropérios contra o Brasil, emitidos originalmente por Lévi-Strauss, Darwin e Gobineau. Aqui o gostosão da Vieira Souto faz desta obra um desabafo bem-humorado das mazelas de nosso país.


POLÍGONO DAS SECAS é uma crítica aos clássicos da literatura regionalista. O romance mostra histórias que se passam no sertão, em meio à seca e à pobreza. Manuel Vitorino carrega o filho morto nos braços rumo ao cemitério enquanto o vaqueiro Cristiano Castro tem as pernas e um braço amputados por ordem do senador Pompeu. Um personagem sem nome, sem moral e sem história vai intervindo nesses diversos enredos, destruindo qualquer mensagem piedosa endereçada ao leitor.


MALTHUS é o livro de estréia e vencedor do Prêmio Jabuti de 1990. É composto de uma novela e dois contos curtos carregados de fantasia e farsa. Sucesso de crítica e público na época do lançamento, a obra foi publicada na Itália e recebeu elogios do escritor Gore Vidal. Hummm...



Madonna vem aí...

 

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