FEIRA LITERÁRIA DE PARATI – Um dos autores estrangeiros que vieram participar da FLIP é o britânico, radicado nos EUA, Christopher Hitchens. É um influente jornalista, autor de artigos que já foram publicados na revista Vanity Fair e em jornais como Washington Post, Wall Street Journal e New York Times. O sujeito é uma peste!
Circulando por Parati com ares de aristocrata, o jornalista saboreou a cachaça brasileira, admirou o casario colonial e se empanturrou de pratos típicos da culinária brasileira. Sua palestra, junto com Fernando Gabeira, foi polêmica. Ele é arrogante e prepotente na sua defesa dos interesses bélicos dos EUA e Israel. Em entrevista ao canal Globo News, ao comentar a guerra entre Líbano e Israel o senhor Hitchens foi lacônico e casual sobre o conflito e afirmou: A guerra faz parte da natureza do homem.
A guerra faz parte da natureza do homem? Nada mal para um britânico radicado em Washington. A guerra faz parte da natureza do homem? Sinceramente, eu, que faço parte da raça humana, não me reconheço nessa afirmação. Eu diria que A guerra faz parte da natureza do homem anglo-saxão.
Essa afirmação de que a guerra faz parte da natureza do homem revela, antes de mais nada, uma tremenda cara de pau do senhor Hitchens. Ele é um reacionário. Um fascista da extrema-direita. Só para se ter uma idéia, num artigo escrito para o Washington Post, o jornalista reconhece que os EUA invadiram o Iraque apenas por causa do Petróleo e, mesmo assim, defende a invasão americana, pois, segundo ele, não é justo que o dinheiro do petróleo iraquiano sirva para financiar a ditadura de Saddam Hussein. Ué? Então é justo que o dinheiro do petróleo iraquiano sirva para financiar a ditadura fascista de George W. Bush?
Alguém em Parati precisa mandar Christopher Hitchens ir tomar no cu. Ele é um republicano convicto. (Mais convicto que Caio Blinder.) Admirador confesso de George W. Bush, a quem considera um grande estadista que está redesenhando o mapa do mundo. Eu posso com essa boneca? Não dá para respeitar um intelectual que defende o fascismo. Na sua obsessão de elevar Bush ao status de grande estadista ele foi um crítico feroz de Michael Moore, a quem chamou de cínico e mentiroso. Well, pelo menos Moore foi cínico e mentiroso por uma boa causa...
Essa declaração de que a guerra faz parte da natureza do homem é muito conveniente para quem trata a guerra como um negócio. A invasão do Iraque pelos EUA é, essencialmente, um golpe financeiro. O equivalente a um assalto a banco. É natural que um cidadão anglo-americano defenda esse conceito, já que ele significa dinheiro no seu bolso. Para os anglo-saxões o lucro, o poder econômico, está acima de qualquer conceito de ética ou moral. Vale tudo para lucrar. Inclusive invadir outro país e se apropriar de suas riquezas depois de jogar bombas sobre crianças e mulheres grávidas, explodir templos religiosos e humilhar um povo e uma cultura. Foi a assim que a América construiu seu império. Bullshit, Mr Hitchens!
O LIVRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM – Eu preferia que a FLIP – Feira Literária de Parati tivesse trazido da Inglaterra a escritora Tilly Bagshawe, autora de um livro muito divertido chamado Adorada. A trama é ambientada nos bastidores de Hollywood e os personagens são produtores de filmes, astros em ascensão, arrivistas do mundo do cinema, top models, advogados de grandes corporações, fotógrafos de moda. A autora mistura personagens de ficção com pessoas reais como Mel Gibson e Alexander McQueen, numa história muito bem contada. O humor brota das observações inteligentes que Tilly Bagshawe faz do mundo do cinema com seu glamour e suas tragédias. As reviravoltas dos personagens são saborosas. O leitor se diverte tanto quanto se estivesse assistindo uma boa novela de TV.
Steve Barry é outro autor que poderia ter vindo para a FLIP. Seu primeiro livro lançado no Brasil, O terceiro Segredo, é uma arrojada trama de crimes e conspirações ambientada no Vaticano. Steve Barry é um ex-advogado, apadrinhado de Dan Brown, que abandonou os tribunais para se dedicar à literatura. Seu novo livro A profecia Romanov é uma aventura de espionagem ambientada na Rússia cosmopolita, quando o povo russo está indo às urnas pedindo a volta monarquia.
Val McDermid tem um livro lançado recentemente no Brasil: Um corpo para o crime. A literatura policial não cansa de surpreender o leitor com mirabolantes histórias sobre crimes, criminosos e detetives inteligentes. Essa história é ambientada numa pequena cidade da Inglaterra, no auge do sucesso dos Beatles. Uma menina de 13 anos, fã do Paul McCartney desaparece misteriosamente da casa de sua mãe. Num bosque, perto de sua casa, suas roupas são encontradas manchadas de sangue, além de outras evidências de que tenha sofrido algum tipo de violência. Um fotógrafo, seu padrasto, que costumava presenteá-la com discos dos rapazes de Liverpool, é acusado do crime depois que a polícia descobre um envelope com fotos do homem abusando sexualmente da menina. George Bennet, o jovem policial que investiga o caso, consegue provas contra o fotógrafo, que acaba sendo preso. Mesmo que o corpo da garota nunca tenha sido encontrado, o acusado vai a julgamento e é condenado à morte. Depois da morte do fotógrafo o livro dá um salto no tempo. Trinta anos depois, quando está prestes a se aposentar, o policial encontra uma mulher e reconhece nela a menina dada como morta. É excitante.
O LIVRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM - Dan Brown bateu todos os recordes da literatura com seu livro O código da Vinci, fenômeno incontestável, que deixou milhões de leitores ávidos pelo seu próximo romance A chave de Salomão. O curioso é que, antes mesmo do novo livro ser publicado, já está chegando às livrarias Guia para A chave de Salomão de Dan Brown, escrito por um certo Gregg Taylor, jornalista especializado em temas não ortodoxos como sociedades secretas, história alternativa e mistérios do inconsciente.
Guia para A chave de Salomão de Dan Brown aborda, tópico a tópico, os assuntos que serão tratados no próximo livro de Brown, incluindo a maçonaria, a pirâmide, o olho que tudo vê, o pentagrama, a cruz rosada, o esquadro e o compasso, etc. Assim, ficará ainda mais fácil acompanhar Robert Langdon em sua próxima aventura. Gregg Taylor aponta caminhos da continuação das aventuras do professor de Harvard especialista em simbologia, que desvenda em Paris o assassinato de um membro do Priorado de Sião. Em sua nova aventura ele se envolverá com símbolos ocultos dos Estados Unidos. Guia para A chave de Salomão de Dan Brown desvenda a simbologia republicana reproduzida nas armas e na moeda americanas. Indica como e por que os novos enigmas recorrem a simbolismos egípcios, rosa-cruzes e maçônicos e relaciona-os à arquitetura de Washington.
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