SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS – Foi um verdadeiro congresso de artes marciais o campeonato realizado este fim de semana para escolher os atletas brasileiros que irão participar do ADCC Submission Fighting, o lendário torneio de artes marciais criado em 1998 pelo Sheik dos Emirados Árabes Tahnoon Bin Zayed. Um apaixonado por artes marciais, o Sheik criou essa modalidade de luta que mistura as técnicas do jiu-jitsu, judô, luta olímpica, luta livre e wrestling. Batizada de Submission Fighting ou luta agarrada, como dizem os brasileiros, o torneio é disputado sem quimono, de modo que o lutador tenha apenas o corpo do adversário para agarrar. Pela participação no torneio, que esse ano será em Maio, em New Jersey, o atleta recebe dez mil dólares. Os vencedores, de acordo com a categoria de cada um, podem ganhar até cinqüenta mil dólares.
Todos os grandes nomes das artes marciais no Brasil estiveram presentes ao estádio do Botafogo. Muitos disputando uma vaga como lutador ou treinador. Outros na platéia, assistindo as lutas e prestigiando o evento. Estavam lá Gustavo Ximú, Roan Jucão, Thalles Leites, Leo Vieira, Bebeo Duarte, Carlão Barreto, Royler Gracie, Leonardo Leite, Renato Babalu, Roberto Tozi, Milton Vieira, Tarsis Humphreys, os gêmeos Minotauro e Minotouro, Danilo Índio, Rômulo Barral, Robert Drysdale e muitos outros.
Guy Nievens, o assessor do Sheik que cuida exclusivamente do campeonato, veio pessoalmente ao Brasil supervisionar a seletiva brasileira, já que o país é uma potência nessa modalidade esportiva. Para que houvesse total isenção no julgamento das lutas foram dispensados juízes brasileiros. Com Guy Nievens vieram quinze juizes estrangeiros (americanos, belgas, alemães e dinamarqueses), todos praticantes de artes marciais e homens de confiança do sheik.
A seletiva foi uma verdadeira maratona de lutas. Cada lutador tinha que vencer três adversários para poder participar da luta final, cujo vencedor estaria classificado para o ADCC e poderia realizar o grande sonho de todo atleta de artes marciais no Brasil: lutar para o milionário sheik dos Emirados Árabes. Nos tatames espalhados pelo estádio do Botafogo, o que se via nos semblantes dos lutadores era muita ansiedade, nervosismo, garra, fraternidade, dor, emoção, alegria, tristeza, sangue, suor e lágrimas.
Muitas lutas empolgaram o público que vibrava com aplausos e assobios. Como a luta entre Rômulo Barral e Rosimar Toquinho. O mineiro Barral é muito bem cotado no mercado de lutas e era uma das apostas para representar o Brasil no ADCC. Suas lutas foram muito bem disputadas e ele foi o responsável por grandes momentos de empolgação no torneio. Na penúltima luta, entretanto, seu adversário parecia estar decidido a não lhe deixar avançar. Os dois se engalfinharam no tatame de tal forma que parecia que os dois eram apenas um, chafurdando numa poça de suor. Estrangula daqui, golpeia dali e nenhum dos dois desistia do embate. Num dado momento cada um dos lutadores conseguiu encaixar o outro numa chave de perna. A vontade de vencer, o sonho de lutar para o Sheik, o desejo de faturar os petrodólares deram força aos aguerridos lutadores e nenhum dos dois desistiu ante a pressão do outro. Foi então que os dois se soltaram ao mesmo tempo e ficaram caídos no tatame se contorcendo de dor. Barral sofreu uma dolorosa torção na perna que o fez chorar muito. Seu adversário, ao mesmo tempo, se contorcia de dor, com uma lesão na região lombar. As duras regras do torneio fizeram com que ambos fossem desclassificados.
Milton Vieira é uma personalidade do Posto Nove. Aquele pedaço da praia de Ipanema é a sua sala de visitas, onde encontra os amigos e flerta com as gatinhas. Com seu espírito esportivo está sempre surfando ou jogando altinho. Ali pouca gente sabe que aquele garotão boa praça, gentil e educado é um dos grandes nas artes marciais. Sua luta com Julian Soares foi considerada pelo Jornal dos Sports como a mais empolgante do primeiro dia do evento e mereceu uma enorme foto na reportagem que o jornal fez do campeonato. A disputa só foi decidida na prorrogação. Julian Soares conseguiu uma queda sobre Milton que, rapidamente, aplicou uma guilhotina. A finalização levou a torcida ao delírio e Milton às semifinais da seletiva, na categoria até 76 kg.
Se existe um atleta brasileiro a quem a palavra samurai se aplica com perfeição esse atleta chama-se Roberto Tozi, um paulista de Campinas, dono da academia Tozi Jiu-Jitsu. Ele é um homem belíssimo. Másculo, forte, grandão, atlético. E por trás daquele homenzarrão existe um sujeito doce e tranqüilo, de sorriso fácil e sereno. Depois de vencer três pedreiras em lutas muito disputadas Tozi foi classificado para a final, mas acabou perdendo na luta que lhe garantiria o passaporte para o ADCC. Quando saía suado e exausto da área de luta, ao ser cumprimentado por colegas, sorriu com tranqüilidade e declarou: “Estou precisando treinar mais”. Mas, se não vai participar do ADCC como lutador Roberto Tozi vai viajar para New Jersey como treinador. Seu pupilo Luiz Theodoro, o Big Mac, foi o grande vencedor na categoria até 99 kg, ao derrotar Joaquim Mamute, da academia Gracie-Barra de Belo Horizonte.
Tarsis Humpreys foi um dos atletas mais empolgados de todo o campeonato. Sua cara de menino e o tom pálido de sua pele lhe davam uma aparência frágil que realçava uma delicada beleza juvenil. Mas, quando entrava no tatame, Tarsis se transformava num animal tinhoso e guerreiro. Diante de lutadores mais fortes ele demonstrava raça, força de vontade e grande capacidade de transformar as adversidades a seu favor. Disciplinado, quando não estava lutando ficava concentrado praticando exercícios de alongamento e respiração. Venceu com grande mérito as três lutas das semifinais. E na grande final teve que enfrentar Delson Pé de Chumbo, um atleta de Teresópolis que está em grande forma e não tem perdido para ninguém nos últimos campeonatos. A final entre Tarsis e Delson foi um espetáculo que mobilizou o público. Muita garra e empolgação por parte dos lutadores que investiram tudo na expectativa de realizar o sonho de lutar para o Sheik. Força. Vibração. Muito suor escorrendo dos músculos vibrantes. O moreno Delson, que também é um grande capoeirista, teve um corte na boca e gotas do seu sangue se derramavam sensualmente na pele alva do adversário. A luta terminou empate, mas Delson ganhou na decisão dos juízes. O vitorioso comemorou com uma cambalhota e o perdedor saiu de cena com lágrimas que escorriam dos seus olhos e se disfarçavam no seu rosto molhado de suor.
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O MELHOR DO BRASIL É O BRASILEIRO – Chamava atenção no estádio do Botafogo o grupo de juízes estrangeiros que foram escalados por Guy Nievens, o braço direito do Sheik Tahnoon, para a arbitragem do torneio. Todos louros e vestidos com o uniforme do evento, camisa pólo amarela e calça preta. Disciplinados e exigentes, eles foram bem rígidos na condução das lutas, não se deixando influenciar pelas torcidas do público, nem pela pressão dos treinadores que tentavam defender os interesses de seus pupilos. Nos bastidores do evento, enquanto supervisionavam o aquecimento de seus atletas, os treinadores comentavam que houve uma disputa acirrada entre os membros da equipe do Sheik, pois todos queriam vir ao Rio de Janeiro. É que, após um fim de semana de trabalho, eles teriam dois dias de folga antes de voltarem aos seus países. E, durante a folga, os atletas-juízes já tinham um programa agendado: uma visita a termas Centauros, o irresistível prostíbulo chique de Ipanema. Às gargalhadas um faixa-preta muito bem relacionado no mundo das artes marciais comentava numa roda de conversa no último dia: Amanhã os juízes do Sheik vão se internar na Centauros. Vão chegar as três horas da tarde e só vão sair de lá às três da manhã. Serão doze horas de buceta.
Promiscuous girl
Wherever you are
I’m all alone
And it's you that I want
Promiscuous boy
You already know
That I’m all yours
What you waiting for?
Promiscuous girl
You're teasing me
You know what I want
And I got what you need
Promiscuous boy
Let's get to the point
Cause we're on a roll
Are you ready?
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