UMA CHANCE PARA MIGUEL KELNER – Miguel Kelner está vibrando com Felipe, o seu personagem na novela Paraíso Tropical, que considera sua grande chance na televisão. Há anos Miguel sonha com uma oportunidade na TV. Seu sonho sempre foi ser um galã de novelas. E agora torce para que sua performance em Paraíso Tropical sirva de trampolim para uma carreira de sucesso.
Miguel Kelner é um dos rapazes mais bonitos do Rio de Janeiro. Com seu natural jeito de galã sempre causa furor por onde passa. Personagem da zona sul carioca ele vai à praia em frente ao Country Club, local que reúne os homens mais belos e sexies da cidade. E lá, mesmo diante de tantos homens bonitos, Miguel se destaca por sua beleza e sex-appeal.
Beijo não mata a fome mas abre o apetite.
Miguel Kelner foi, durante muitos anos, professor de Jiu-Jitsu. Faixa-prêta habilidoso se destacou em campeonatos onde conquistou muitas medalhas de ouro. Mas sua beleza clássica, ariana, acabou levando-o, naturalmente, a uma bem sucedida carreira de modelo. Fez muitos anúncios de cervejas, refrigerantes e cartões de crédito. Desfilou para grifes famosas. Teve seu rosto estampado em outdoors e páginas de revistas. Mas seu grande sonho sempre foi trabalhar em novelas.
Miguel Kelner sempre causou ciúmes e controvérsias no meio do Jiu-Jitsu por causa de sua estampa de galã. Os adversários sempre que queriam provocá-lo se referiam com desdém à sua beleza. Debochavam de seu trabalho como modelo. Ciúmes que, certamente, serviam para disfarçar a atração que deviam sentir ao lutar com adversário tão belo.
Miguel Kelner provocou escândalo no meio de Jiu-Jitsu quando, em agosto de 2002, posou nu para a revista G-Magazine. Ele acreditava que posar nu ia lhe trazer publicidade e abrir as portas para o mercado publicitário e para a TV. Então, se encheu de coragem e mergulhou de cabeça nesse seu trabalho. Quando a revista chegou às bancas foi como uma bomba nos tatames da cidade. Alguns de seus colegas lutadores ficaram indignados com as fotos. Como ele teve a coragem de posar nu com o quimono?, esbravejou um famoso lutador em Ipanema, depois de ver as fotos da revista que rolava em mãos nervosas na praia em frente ao Country Club.
Miguel Kelner, numa das melhores fotos do ensaio, aparece baixando o quimono e exibindo com vigor sua bela e poderosa ferramenta. Foi demais para a cabeça de alguns de seus colegas do Jiu-Jitsu, que não sabiam como lidar com essa nova situação. Para os lutadores mais conservadores o quimono tem o mesmo significado que uma batina tem para o padre. Uma vestimenta sagrada. E Miguel quebrou o tabu mostrando sem o menor pudor tudo o que o quimono até então escondia. Já os leitores da revista se sentiram lisonjeados com tamanha doação e se deixaram dominar pelo fetiche das artes marciais como autênticas marias-tatame.
O beijo é a menor distância entre dois apaixonados.
Miguel Kelner arrasou nas fotos da G-Magazine. Na primeira parte do ensaio ele aparece caracterizado como um imigrante italiano. Então ele vai se despindo até mostrar sua gloriosa pica. E nesse momento eu peço palmas para ela, a pica, porque ela merece. As fotos são inacreditáveis. Lindas, bem produzidas. Miguel está belíssimo. A própria encarnação da expressão bofe-escândalo. A segunda parte do ensaio mostra a polêmica seqüência em que o belo aparece despindo o quimono com uma medalha de campeão pendurada no pescoço.
Miguel Kelner não é gay, mas lida muito bem com esse universo. Tem amigos gays e não demonstra o menor constrangimento com isso, como outros machões do Jiu-Jitsu. Certa vez, no Fashion Rio, Miguel foi abordado por uma gay saltitante que quis lhe congratular pelas fotos na G. “Adorei tuas fotos, Miguel. Você está maravilhoso na revista. Uma coisa do outro mundo”, disse o rapaz visivelmente nervoso por estar diante do seu ídolo. Um amigo que estava com Miguel logo fez uma piada preconceituosa e na mesma hora ele contestou. “Não fala assim do cara que ele é meu fã”, defendeu o modelo. Fofo!
Miguel Kelner é um rapaz educado, de boa família, descendente de judeus que vieram para o Brasil fugindo da segunda guerra. Estudou em colégio israelita e, eventualmente, freqüenta a sinagoga. É casado com uma moça muito bonita chamada Adila. Na sua busca por ser descoberto pela TV, tem feito papéis pequenos em várias produções. Ele participou do primeiro capítulo na novela Luz do Sol, na TV Record, por exemplo. Fez um policial no programa Linha Direta que contou a história das irmãs Poni, duas granfinas mineiras que mataram a amante do marido de uma delas. E foi o primeiro marido de Regina Duarte na novela Páginas da Vida, onde apareceu em pequenos flash-backs nos primeiros capitulos. Quando foi gravar as cenas, a Regina Duarte olhou para ele e falou a produção: “Nossa, que marido bonito vocês me arranjaram”. Ele ficou todo bobo.
Miguel Kelner já tinha feito um personagem homossexual em outro programa da TV Globo. Foi no seriado Sob nova direção com Ingrid Guimarães e Heloisa Perissé. Depois que gravou o seriado ele avisou aos amigos da praia para assistirem ao programa e, cheio de orgulho, afirmou: “O meu personagem é um boiolinha”. Entenda-se que boiolinha é o diminutivo de boiola, uma das expressões favoritas dos bofes para designar homossexual.
O REI DA VOZ – Toni Platão está de volta à noite de Ipanema. Começou neste sábado de aleluia uma nova temporada do show Negro Amor, na Livraria Letras & Expressões. Todos os sábados de abril meu cantor favorito vai estar soltando a voz no aconchegante bar no terceiro andar da livraria. Programa imperdível que eu recomendo. Toni é uma diva da MPB. Um gênio da música que merece todo o aplauso do mundo.
Escuto o disco dele o tempo inteiro. Ao vivo as músicas adquirem um ar de novidade já que Toni improvisa e cria o tempo inteiro. Sua voz muda de timbre a cada instante, indo do sussurro joãogilbertiano até o vozeirão do barítono. E ele manipula com muito talento e inteligência todos os nuances permitidos por esses dois pólos.
Todo grande cantor merece uma grande banda. E o grupo de músicos que acompanham Toni merece receber o epíteto de grande banda. A harmonia que existe entre eles se traduz em puro deleite para o público. Wlad é um gênio do baixo; Bruno Wanderley sabe ser cool com a bateria; Sergio Diab, guitarrista e produtor, é o maestro que equilibra o talento de todos; e Rodrigo Ramalho dá um show com o seu mágico acordeom. Aliás, uma das coisas mais bacanas do show é o modo como eles usam o acordeom. Não existe nada de folclórico ou regional. Nada de nordestino. O show valoriza o acordeom quando o coloca a serviço da música pop.
Depois do show foi uma farra no camarim. O grupo estava feliz por estar de volta a Letras & Expressões, lugar que deu o pontapé inicial a esse show, que resultou num disco lançado pela som livre. Entre piadas e goles de cerveja Toni contou que pretende gravar um disco ao vivo e aproveitar que uma das músicas, Impossível acreditar que perdi você, está na trilha de Paraíso Tropical, e viajar pelo Brasil.
Na platéia, atenta a cada detalhe do show, a bailarina Débora Colker, namorada do cantor. Depois foi cumprimentar o amado com muitos e muitos beijos. Quando eu estava fotografando as cenas de amor explícito entre os pombinhos, Marcus Vinícius, o irreverente empresário do artista me perguntou, de pura sacanagem, se eu estava fazendo as fotos para a revista Contigo. Toni e Débora caíram na risada.
Depois eu contei a Débora Colker que tinha ido, na quinta-feira, assistir O lago dos Cisnes no Municipal e que tinha ficado encantado com o espetáculo coreografado por Yelena Pankova. Disse que era lindo e comovente. Contei que já tinha assistido mais de dez montagens diferentes do balé e cada vez ficava mais apaixonado pela história. “Agora eu queria ver uma versão da Débora Colker para O lago dos Cisnes”. Quando eu disse isso a coreógrafa começou a gritar, e seus olhos brilhavam de paixão pela dança. “Não me fala isso! Não me fala isso! Há anos que eu tenho esse sonho de fazer a minha versão do Lago dos Cisnes. Eu penso nisso o tempo inteiro!!!”
Continuamos bebendo cerveja e conversando após o show. Débora voltou para os braços do Toni, trocaram beijos e beijos. Eles estão apaixonados. Wlad, o baixista, me pediu para mandar algumas fotos que fiz para o e-mail dele. Ri muito com as piadas e brincadeiras de Marcus Vinícius, um sujeito divertido e alto astral que é sócio da Gilda Matoso. Depois fomos todos embora. Nos despedimos na Visconde de Pirajá e quando eu já estava indo embora, do outro lado da rua, a Débora Colker gritou: “Waldir , eu penso muito, muito, muito, muito no Lago dos Cisnes”. E foi embora abraçada ao namorado ostentando um sorriso que iluminava a noite.
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