10.1.08

DECADENCE AVEC ELEGANCE Gisele Bündchen, como sempre, deu show no lançamento da coleção outono-inverno da Colcci. Além de bela a modelo transmite estilo, charme, elegância e alegria de viver. Vê-la na passarela é uma experiência única. As roupas que usava eram incríveis. Aliás, essa foi a melhor coleção da Colcci. As roupas das meninas estavam muito bacanas, assim como as peças dos rapazes. O Mateus Verdelho, por exemplo, usou um jeans branco com uma estampa que imitava manchas de tinta que foi um arraso. Vou comprar um jeans igual. Gostei também das botas dos rapazes e dos tênis em lurex, mas esses eu não tenho coragem de usar.

Ver a Gisele Bündchen foi uma emoção. Mas não foi só ela. O casting da Colcci era incrível. Uma juventude linda, cheia de amor para dar, pronta para ser devorada. Gostei muito de ter visto o desfile. Mas foi um sacrifício chegar até o Centro Cultural de Ação da Cidadania. A assessoria da Colcci é muito desorganizada. A entrada foi muito confusa. As pessoas da recepção mal educadas e grosseiras. Colocaram a maior dificuldade para o trabalho dos fotógrafos e cinegrafistas. Alguém precisa avisar aos produtores da Colcci que todo aquele circo é montado para os fotógrafos e cinegrafistas que vão reproduzir as imagens de Gisele por toda a mídia.

Bom mesmo foi encontrar Jorge Ben Jor na platéia. Adoro Ben Jor. E sempre esbarro com ele nos desfiles da Gisele Bündchen. Ele também é fã da nossa top e está sempre na fila do gargarejo, atento a todos os detalhes do que rola na passarela.

A ferveção no Fashion Rio começou logo pela manhã com o desfile do estilista Victor Dzenk no Copacabana Palace. Ali tudo deu certo. Uma organização impecável. Serviço de primeira. E o cenário do desfile não poderia ter sido mais bem escolhido: os salões onde funcionava o antigo cassino do hotel. Lustres fantásticos. Colunas. Escadarias. Um cenário de sonho. Patrícia Brandão, a linda relações públicas do hotel, recebendo a todos. Seguranças educados. Outro nível. Não tinha nada a ver com o favelão fashion da Colcci.

A coleção outono-inverno do Dzenk foi inspirada na história do hotel Copacabana Palace, dos anos 20, quando foi inaugurado, até o show dos Rollings Stones, ano passado. Para falar desse tema o estilista injetou glamour na passarela. E uma incrível paixão pela moda. Um vestido com estampas do rosto de Marlene Dietrich, uma das hóspedes famosas do hotel, virou objeto de desejo das mulheres da platéia.
Depois do desfile o estilista ofereceu um breakfast aos seus convidados. Garçons elegantes ofereciam taças de champanhe logo na entrada. Café, leite e uma variedade de sucos exóticos. Pães, bolos, torradas. Uma infinidade de queijos. Havia tanto ovos mexidos como caviar. Enquanto saboreavam os acepipes os fashionistas comentavam o desfile e botavam as fofocas em dia. E fofoca é algo que não pode faltar no mundo da moda.

A trilha sonora foi o elemento mais marcante no desfile de Melk Z Da. Depois do desfile todos queriam saber quem cantava a música tema da coleção outono-inverno do estilista. Melk é um sujeito talentoso e mostrou uma série de modelos arrasadores que pareciam buscar inspiração no gótico nordestino. Elegantes e alegres looks inspirados em vestidos de casamento. Modelitos para serem usados pela noiva, pelas convidadas, madrinhas ou sogras. Curiosamente, vestidos de noiva, são peças raras no Fashion Rio. E Melk arrasou na proposta de noivas para todos os apetites e critérios.

De que vale ter tudo na vida, uma antiga canção do cantor brega José Augusto, revista por um grupo de rock pernambucano chamado Rádio de Outono, foi a única canção utilizada na trilha. Gravada num leve ritmo de tango, com um charmoso teclado imitando um bandoneon, a música foi repetida à exaustão durante os quase vinte minutos de desfile. O arranjo charmoso e original podia ser definido como uma mistura do Gotan Project com Alceu Valença. Chamava atenção, principalmente, a timbre da vocalista. Uma voz de personalidade, com um leve toque de taquara rachada.

Quando os jornalistas perguntaram a Melk Z Da quem cantava a música do desfile ele apontou para uma moça no camarim e disse: “É aquela ali. Bárbara Formiga”. A imprensa cercou a moça e ela falou de sua banda, sua relação com a música e contou que a idéia original era o grupo se apresentar ao vivo durante o desfile, mas não foi possível por razões técnicas.

Bárbara Formiga, também conhecida em Recife como Bárbara Jones, surpreendeu a imprensa quando revelou que também é estilista, formada pelo Senac. A moça é uma das sócias da grife Meketref, especializada em roupas para jovens. A Meketref foi uma das sensações da última edição do Oi Fashion Tour na capital pernambucana.



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