UM JUNGLE PARA FICAR NA HISTÓRIA – Foi um luxo a última edição do Jungle Fight, sábado no Hotel Windsor da Barra da Tijuca. O torneio de lutas organizado por Wallid Ismail está cada vez mais fashion. Muito profissionalismo na produção do espetáculo. E uma série de lutas que arrepiou e empolgou o público. Foi um super show para os admiradores do Vale Tudo. A seqüência de lutas espetaculares não só divertiu como encantou a platéia. Cada luta contando sua própria história através de seus golpes precisos e reviravoltas surprendentes. Tudo isso com um elenco de lutadores de tirar o fôlego.
A principal luta da noite, entre o brasileiro Assuério Silva e americano Todd Dufee, nem de longe foi a melhor luta do torneio. Assuério, que vinha de uma série de vitórias espetaculares, foi finalizado pelo gringo, um sujeito enorme, que parecia um robô. A luta entre Alexandre Pulga e Rafael Manteiga foi vibrante. Eram dois rapazes bonitos, sarados, empenhados em vencer. A luta foi uma seqüência eletrizante de golpes ágeis e precisos, com reviravoltas de tirar o fôlego. No terceiro round Pulga conseguiu finalizar Manteiga com um triângulo definitivo.
A revista Tatame, Bíblia das artes marciais no Brasil, assim descreveu a luta entre Pulga e Manteiga:
Uma das melhors lutas do evento, se não a melhor, foi entre Alexandre Pulga Pimentel (Nova Geração) e Rafael Manteiga (Paulão Team). Manteiga mostrou que os treinos com Josuel Distak estão deixando seus punhos em dia e tratou logo de acertar um soco que pegou em cheio no nariz de Pulga, que começou a sangrar muito. Pulga teve calma para administrar a situação e colocar em prática o seu refinado Jiu-Jitsu, que vem dando muito certo tanto por cima quanto por baixo em seu combate. No terceiro assalto, Pulga caiu por baixo, mas teve calma para encaixar um triângulo e definir a luta.
Outra luta empolgante reuniu Rafael Capoeira e Alexandre Visconde. Foi a luta mais sexy da noite. Os dois lutadores entraram no octógono cheios de gás. Partiram pra porrada com muita vontade de vencer. No início do embate houve muita agilidade e garra por parte dos atletas, que se entregaram a luta como se aquela trocação fosse uma questão de vida ou morte. Depois os sujeitos foram ficando cansados e mesmo assim nenhum dos dois desistiu. A forma guerreira com que os rapazes lutaram até tocar o gongo fez com que fossem ovacionados. No final da luta, depois de muitos golpes, suados, sangrando, os fortões se abraçaram e ficaram fazendo carinho um no outro. Foi lindo. Rafael Capoeira foi escolhido vencedor numa decisão não unânime dos jurados.
Hacran Dias e Rodrigo Ruiz também fizeram um belo espetáculo, assim como a dupla Igor Chatubinha e Eric Silva. Já Luiz Besouro não deu muita sorte na luta contra o fera Paulo Thiago. Besouro sofreu uma contusão no joelho quando se esquivava de um golpe e acabou perdendo a luta. Johil de Oliveira derrotou Danilo Noronha e Pedro Manoel derrotou o francês Ferrid Kheder. Na platéia celebridades como Flávia Alessandra, Cauã Raymond, Dado Dolabella, Cláudia Rodrigues, Paulo Marinho e os irmãos lutadores Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro vibravam com a performance dos lutadores.
Quem também estava no Jungle Fight era Vitor Fasano, representando o Movimento Amazônia Para Sempre, que se associou ao torneio. É que o Jungle Fight também tem como objetivo lutar pela preservação da Amazônia e pelo reflorestamento de áreas devastadas. Tanto que, depois do torneio, cada espectador recebe uma muda de árvore para plantar onde quiser.
A jornalista Kizzy Bortolo estava lá para acompanhar a luta de Ana Maria Índia e Ediene Gomes, que fizeram a única luta feminina da noite. Kizzy estava escrevendo um perfil da lutadora Ana Maria para a revista Cláudia e estava lá atenta a todo o movimento. “Gosto de vir nesses torneios apenas para poder admirar os homens bonitos”, cochichava a repórter para uma amiga.
Marcelo Alonso, editor da revista Tatame, fotografou todo o campeonato. Ele foi incisivo ao afirmar que esse tinha sido a melhor edição do torneio em termos de luta. “Só teve lutas de alto nível”, dizia entusiasmado. Um dos lutadores do Jungle, Hacran Dias, é um dos personagens de Alonso na matéria de capa da revista Tatame 151, que está nas bancas. Com o título de “Vale tudo para viver”, a reportagem de dez páginas traça um perfil de lutadores de comunidades pobres e a luta deles para conseguir um lugar ao sol no milionário reino do Vale Tudo. No intervalo entre as lutas Alonso também fez rasgados elogios a biografia de Carlos Gracie, lançado recentemente. Contou que o livro é surpreendente, conta histórias picantes e faz revelações bombásticas sobre a família Gracie.
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