CLAUDIA OHANA E A PLAYBOY - A eleição de Barack Obama? A fusão do Unibanco com o Itaú? A vida gay do Eduardo Paes? Nada disso. O assunto mais importante no Brasil é a xoxota da Claudia Ohana. Está nas bancas desde ontem a aguardada Playboy de novembro com as fotos da estrela nua. O público alvo da publicação viveu momentos de muita tensão nos últimos dias. A expectativa foi grande desde que foi anunciado que a atriz iria novamente posar nua para a revista. É que sua primeira aparição na Playboy se tornou um clássico inquestionável. Certamente é a edição mais lembrada por punheteiros de várias gerações, que se deliciaram à vontade com as fotos da jovem Cláudia e sua abundância de pêlos pubianos. Na primeira edição, quebrando uma quase exigência dos ensaios de nus femininos, a atriz não depilou os pentelhos. Nem mesmo aparou. Não foi nada programado. Ela apenas seguiu sua intuição e se mostrou do jeito que realmente era. Foi um sucesso retumbante. Nem ela mesma imaginou que sua cabeleira pudesse fazer tanto sucesso. Até hoje, 23 anos depois, é a revista mais lembrada pelos taradinhos leitores da revista.
O lançamento da Playboy da Claudia Ohana trouxe para os bares de Copacabana, no último fim de semana, uma discussão calorosa entre o público masculino: o que é mais apetitosa, uma xoxota cabeluda ou uma xoxota depilada? Esse foi o assunto mais discutido pelos irresistíveis craques de futebol de praia, que no último fim de semana disputaram as semifinais do Campeonato Estadual. O jogador Caô, um dos feras das areias de Copa, craque do Racing, deu um depoimento muito compenetrado: “Respeito muito a xoxota da Claudia Ohana, mas prefiro as mulheres depiladas”. Seu colega Alexandre Valois diz que também prefere as depiladas, mas lembra que ficou traumatizado com o primeiro ensaio. “Eu era moleque naquela época, então quase morro de tanto folhear a revista. As páginas viviam coladas de tanto que eu ia lá. Aquela mulher quase me mata!” Yuri, do América do Lido, confessa que também prefere as depiladas, pois alega que “os pentelhos escondem a buceta da mulher”. Mas nem todos preferem as depiladas. “Prefiro as cabeludas! Para mim quanto mais cabeluda, mais meu pau fica duro”, afirmou de forma categórica um craque do Copaleme que preferiu não se identificar. No próximo sábado o Copaleme vai disputar a final do campeonato jogando contra o São Clemente.
Enquanto isso a diva Claudia Ohana se prepara para enfrentar o público alvo da revista. Nesta quinta-feira, a partir das oito da noite, ela vai estar na Livraria Letras e Expressões de Ipanema, ao vivo e a cores, autografando exemplares da Playboy.
Claudia Ohana e a câmera foram feitas uma para a outra. Seja em fotos, na tela de cinema, ou na TV, há um perfeito entrosamento entre as duas. Nas fotos da Playboy essa harmonia entre a câmera e a modelo continuam presente, como se ambas tivessem feito um pacto. Ohana está completamente à vontade, como se a câmera fotográfica tivesse a capacidade de protegê-la, encobri-la e não desnudá-la. Uma parece saber exatamente o que a outra quer. O resultado é um ensaio de muito bom gosto, fotos belíssimas, num cenário árido e selvagem, que valoriza a beleza da atriz.
CLAUDIA OHANA E EU – A primeira vez que vi Claudia Ohana foi num filme. Eu estudava na PUC e um dia, depois da aula, estava indo embora, encontrei o Silvio Tendler, que era meu professor, e no elevador conversamos rapidamente sobre cinema. Então ele me disse que estava indo assistir a um filme de um amigo, uma sessão para um grupo de convidados, a primeira vez que o filme ia ser exibido para uma platéia. “Quer ir?”, me perguntou. Essa era uma época da minha vida em que eu queria tudo. Respondi que sim. E vim com ele até a cabine do Hotel Meridien. Era um tempo em que curtia o cinema brasileiro. Hoje acho chato.
Era um filme ótimo chamado A pele do bicho, do diretor Pedro Camargo. Lembro que quando ela surgiu na tela eu pensei: “Que garota bonita!” Depois da sessão repeti isso várias vezes para meu professor. Só fui conhecê-la pessoalmente anos depois, nos bastidores da novela Vamp, onde ela interpretou Natasha, a vampira roqueira que era a heroína da história de Antônio Calmon. Ela não foi o primeiro nome lembrado para o papel. O Calmon queria Andréa Beltrão, com quem já tinha trabalhado em Armação Ilimitada. Já tinha dito isso para Andréa, já tinha comunicado ao Daniel Filho que, na época era o responsável pelo Departamento de Teledramaturgia. Daniel, por sua vez, pensava em lançar um nome novo.
Quando a Globo decidiu que Jorge Fernando ia ser o diretor, na primeira reunião que houve para resolver as questões da novela, ele fez uma surpresa. Antes de começar a reunião pediu a palavra, falou que não queria dizer nada, mas queria mostrar uma coisa para todo mundo. Então pegou uma fita de vídeo, colocou pra rodar e apagou as luzes da sala. Na tela da TV apareceu um videoclipe da Claudia Ohana cantando Sympathy for the devil, dos Rolling Stones. Era um clipe super bem produzido, com bailarinos, coreografias, cenário. Ela surgia com um visual impactante, como uma espécie de Shakira. Dez anos antes do surgimento da verdadeira Shakira. Quando acabou o clipe Calmon falou que aquela era a Natasha com que ele sempre sonhou para sua novela. E Claudia ganhou o papel.
O Jorge Fernando é louco por ela. Ele adora a Claudia que, para ele é o protótipo de uma estrela brasileira. Canta, dança, representa, faz drama, humor e é uma ótima parceira de trabalho. Claudia sempre passa para seus colegas a sensação de que está se divertindo muito com tudo aquilo. Para ela não tem tempo ruim. Se tiver que esperar ela espera. Se tiver que ficar até mais tarde, ela fica. E para um diretor isso é essencial. Claudia é uma garota fantástica. Boa gente, divertida, inteligente, interessada pelo trabalho dos outros...
Jorge Fernando também a dirigiu no musical Rock Horror Show. Uma montagem sensacional, com bailarinos, um super cenário e banda ao vivo. E também nessa ocasião ela se mostrou uma atriz completa, dando um show, mesmo sendo aquela sua primeira experiência nos palcos. Assisti essa peça mais de uma dúzia de vezes, pois as adorava as músicas, as coreografias, a direção, a performance do Tuca Andrada e a atuação da Claudia.
A última vez que tive com a Cláudia Ohana foi na estréia da peça Monstra, com Patrycia Travassos, que Jorge Fernando dirige no Shopping da Gávea. Ela chegou sozinha, de vestido longo, linda como sempre. A gente se encontrou na entrada e caminhamos juntos em direção ao Teatro dos Quatro, que fica no primeiro andar. No caminho passaram por nós três rapazes e um deles olhou para ela e falou: “Claudia nunca esqueci a tua Playboy”. Ela sorriu para o bofe, caminhou alguns passos, olhou para mim e disse com ar coquete: “Waldir, essa Playboy me persegue!”
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