A VIDA COMO ELA É – Um motorista de táxi que circula pela Zona Sul do Rio viveu, semanas atrás, uma experiência digna de uma crônica jornalística. O rapaz dirigia o seu amarelinho pelas ruas de Botafogo quando foi parado por um homem bem vestido, de boa aparência. O sujeito carregava duas malas e pediu para que o motorista colocasse sua bagagem no porta malas do veículo. Prestativo, o motorista atendeu ao pedido do passageiro e colocou a bagagem no porta malas. O homem entrou no banco de trás do veículo e pediu que o motorista o levasse até a Barra da Tijuca. O taxista seguiu dirigindo seu amarelinho em direção a Barra. Estava tudo muito bem até que, num determinado ponto do trajeto, o táxi se deparou com uma blitz policial. Agentes da polícia paravam alguns carros e pediam documentos, usavam bafômetro, etc. e tal. Ao se ver diante da blitz o passageiro, sem dizer uma palavra, abriu a porta do carro e saiu de fininho, sem dizer nem até logo. Surpreso, o taxista viu seu passageiro sumir por entre os carros, através de uma rua perpendicular.
O taxista gelou ao lembrar que o fugitivo havia deixado duas malas dentro do seu carro. Pensou em denunciar o ocorrido a polícia que estava logo à sua frente, mas logo desistiu da idéia quando, através de sinais com a mão, um dos policiais o mandou passar. Afinal, era apenas um táxi vazio, sem passageiro. O taxista seguiu em frente, aliviado por não ter sido parado na blitz, mas curioso para saber o conteúdo das malas que o misterioso passageiro havia deixado no seu carro. Mais adiante, ao se ver numa rua de pouco movimento, parou seu carro, abriu o porta malas e, perplexo, verificou o conteúdo das bagagens. As malas estavam cheias de maconha! Quilos e quilos de maconha haviam sido abandonados dentro do se táxi. O que fazer com tudo aquilo? O trabalhador, cheio de contas para pagar, procurou amigos e vendeu todo o conteúdo da bagagem.
Motoristas de táxi sempre tem histórias curiosas sobre o cotidiano do Rio de Janeiro. Como sou uma pessoa que sabe ouvir, que gosta de ouvir o que os outros tem a dizer, sempre escuto ótimas histórias dos taxistas da cidade. No último verão, um taxista boa praça que sempre me atende, me contou casos deliciosos de suas aventuras pelo trânsito do Rio. Meu táxi driver favorito prefere dirigir à noite, para não ter que se estressar com o caótico trânsito do dia. Além disso, ele diz que à noite pega muitos bêbados, boêmios e doidões. E, segundo ele, esses passageiros dão melhores gorgetas. Certa vez, quando me levava de Ipanema até a Lapa, numa sexta-feira ele me contou um caso incrível.
“Ontem à noite eu fui treze vezes na Ladeira dos Tabajaras”, disse. Para quem não conhece o Rio, a Tabajaras é uma ladeira que vai dar numa favela de Copacabana onde, no verão passado, estava o mais badalado ponto de venda de drogas do Rio de Janeiro. O taxista me contou que, rodando pela Zona Sul do Rio, foi parado treze vezes por pessoas que lhe fizeram o mesmo pedido: Ladeira dos Tabajaras, por favor! Alguns motoristas de táxi não sobem em favelas, mas ele, como é um sujeito bem machão, desses que não tem medo de nada, leva o passageiro para qualquer lugar. Pois bem. Nessa fatídica quinta-feira ele levou treze passageiros até a Ladeira dos Tabajaras. E não eram clientes dele não. Eram passageiros aleatórios, que deram com a mão e pediram para ser levados até a boca. Chegando lá, nem desciam do táxi, compravam o papelote de cocaína pela janela, e depois pediam que o taxista os deixasse no mesmo lugar onde tinham parado o táxi.
Naquele dia ele subiu na Ladeira dos Tabajaras tantas vezes que, na oitava ou nona vez, o traficante armado com um fuzil olhou pra ele, deu uma gargalhada e falou: Tu aqui novamente, taxista? Um dos passageiros que o moço levou até a Ladeira dos Tabajaras foi uma garota de programa. Conversando com ela a passageira contou que estava indo comprar cocaína para o pai. “Meu pai vai fazer setenta anos mês que vem e cheira cocaína todos os dias”, disse a garota, enquanto entregava ao rapaz um cartão com seu telefone.
O Rio de Janeiro continua sendo...
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