22.9.11

MEMÓRIAS DE UMA BICHA MÁ - Interpretar papéis de personagens homossexuais no cinema quase sempre rende prêmios aos atores. Sean Penn ganhou o Oscar por sua atuação como Harvey Milk, William Hurt foi laureado por sua atuação no filme O beijo da mulher aranha e Tom Hanks ganhou pelo filme Filadélfia. E a pergunta que não quer calar nos bastidores de Hollywood, nesse momento, é: será que Leonardo DiCaprio vai finalmente ganhar o seu merecido Oscar? É que no próximo dia 9 de Novembro vai estrear nos cinemas americanos o novo filme de Clint Eastwood. E o protagonista é Leonardo Di Caprio que faz o papel de uma das bichas mais poderosas da história da pederastia. Di Caprio interpreta John Edgar Hoover, o homem que foi diretor do FBI durante 48 anos.


J. Edgar Hoover foi uma bicha maligna e dissimulada que transformou o FBI na mais importante organização policial do mundo. Fez fama perseguindo gangsters na década de 30, mas também perseguiu congressistas americanos de oposição, reprimiu líderes negros que lutavam contra o racismo e foi implacável com comunistas e esquerdistas. E last, but not at least, foi implacável com os homossexuais do seu tempo, apesar dele mesmo ser um homossexual. Durante quase todo o tempo em que esteve à frente do FBI, Hoover teve um caso com seu secretário Clyde Tolson. Não é incrível? Foi uma Biba que transformou o FBI numa das maiores instituições americanas.


O roteiro é de Dustin Lance Black, o mesmo roteirista de Harvey Milk, um escritor gay que se dedica a pesquisar a vida de homossexuais relevantes da história americana. E o ponto de partida do filme de Clint Eastwood é a controversa sexualidade de umas das figuras mais poderosas (e tiranas) da América no século passado. Com esse personagem tão cheio de nuances Leonardo DiCaprio tem tudo para faturar seu merecido Oscar.


Mas ninguém pense que essa é a primeira vez que que Leonardo DiCaprio interpreta um personagem gay da história americana. No filme O aviador o ator vive o excêntrico milionário Howard Hughes. Mas o filme de Martin Scorcese, diferente do livro biográfico que o inspirou, esconde toda a homossexualidade do personagem. Mostra o milionário apenas como um galã sedutor de estrelas de Hollywood.

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