Meu nome é Gal e desejo me corresponder com um rapaz que seja o tal...
VAPOR BARATO – A Folha de São
Paulo publicou, em sua edição na internet, que a cantora Gal Costa se recusou a
receber sua colega Marina Lima, no camarim, depois do show “Recanto”, que ora faz
temporada em São Paulo.
“Marina, quem? Não conheço nenhuma”, teria dito Gal, ao ser questionada sobre a
ex-amiga. Segundo a Folha Gal teria rompido relações com Marina quando esta
revelou, numa entrevista, que teria perdido a virgindade com a baiana, quando
tinha dezessete anos. Na época Gal ficou furiosa com a declaração da Marina. Ela
sempre foi uma pessoa muito discreta com relação à sua vida pessoal e não gostou
da exposição, que considerou sensacionalista. Desde então, Marina já fez de tudo para receber
o perdão de Gal, mas esta se mostra irredutível. A baiana se recusa a perdoar Marina pela indiscrição.
A irritação de Gal com a colega é tanta, que ela não quis recebê-la em sua
casa, na Bahia, quando Marina foi, pessoalmente, lhe pedir desculpas. Marina não
quis ofender a amiga. Apenas não tem problemas de falar abertamente sobre a sua
vida sexual.
A razão da zanga de Gal tem um
motivo muito mais do que singelo. A cantora adotou uma criança. Um menino. E não
quer que o seu passado de “artista de vanguarda”, digamos assim, interfira
nessa coisa bacana que surgiu na sua vida: o amor maternal pela criança que
adotou. Amigos próximos contam que Gal é uma revelação como mãe. Ela adora o
menino e cuida dele como se fosse seu próprio filho. É amorosa, dedicada,
atenciosa e apaixonada. Desde o momento em que adotou a criança, esta se tornou
a coisa mais importante da sua vida. Mais importante até do que a sua própria
carreira artística. Não é bonito isso?
Quando Marina cometeu a sua
indiscrição Gal ficou apavorada, com medo que o juiz lhe tirasse a guarda da
criança. Mas o juiz entendeu que o seu amor de mãe foi uma bênção para a
criança. E não levou em consideração os arroubos juvenis da estrela. Afinal,
todos já fomos jovens...
O curioso e divertido nessa história,
é que Marina persegue Gal Costa desde garota. É uma história que vem desde a
juventude. A sapatoníssima Thereza Eugênia, fotógrafa favorita das divas da
MPB, conta que, quando menina, com treze, quatorze anos, as paredes do quarto de
Marina eram recheadas de fotos de Gal, que na época fazia sucesso no Rio com o
show “Fa-tal”. A obsessão de Marina vem desde essa época, quando a baiana
morava na rua Farme de Amoedo e ainda existiam em Ipanema as chamadas “dunas da Gal”.
Marina era obcecada pela voz de
Gal. Ouvia seus discos o dia inteiro. Achava a baiana a mulher mais bonita do
mundo, com sua cabeleira ondulada. Como era muito menina, certa vez pediu a um tio que a levasse ao show da artista,
no Teatro Tereza Raquel. A partir daí, ficou definitivamente apaixonada. A garota morava na Vieira Souto e ficava a manhã inteira na janela do seu apartamento
esperando a diva da MPB passar em direção à praia. Tímida, ela se escondia atrás
da cortina e ficava admirando sua musa a caminho das famosas dunas. Depois ela
conseguiu, não se sabe como, o número do telefone do apartamento de Gal e ficava
ligando o dia inteiro. Quando Gal atendia, e dizia “alô”, ela desligava nervosa e excitada. A baiana
ficava atordoada, sem saber quem tanto ligava para ela apenas para ouvir sua
voz. Pensava que era João Gilberto, famoso por suas esquisitices...
Paulinho Lima, uma biba
saltitante que foi secretário de Gal, conta que, muitas vezes, quando ia à
praia com a cantora, notava que eles eram seguidos por uma menina gordinha, que
ficava olhando para eles, escondida atrás das árvores da rua. “Que menina esquisita aquela que fica te olhando e se escondendo atrás das árvores”, comentava com a
estrela. Gal apenas sorria. Muitos anos depois o saltitante veio descobrir que aquela menina chamava-se
Marina e também era uma artista muito talentosa. Só quando completou dezessete
anos Marina conseguiu realizar o seu grande sonho: fazer amor com Gal.
Não é lindo, o amor?