70 VEZES CAETANO – Taí um artista
que nunca me decepcionou. Com suas canções, seus shows, suas opiniões sobre
tudo, seu humor, seu sotaque baiano, seus escritos, Caetano Veloso só me deu
alegria. Alegria, alegria. Caetano sempre me diverte, sempre me surpreende positivamente, sempre me acrescenta intelectualmente. No dia em que completa
70 anos, não poderia deixar de lhe desejar um feliz aniversário.
70 CANÇÕES – Para comemorar os 70
anos de Caetano Veloso, uma seleção de 70 músicas do artista. Tem desde “Qual é,
baiana?”, minha música favorita, até “Help”, a canção dos Beatles que Caetano
reinventou com sua interpretação. Ou seja, são músicas do Caetano compositor e
músicas do Caetano intérprete, que recria músicas de outrem como se fossem
suas. Depois de selecionar minhas 70 músicas favoritas, cheguei a conclusão que
ficaram faltando outras 70.
Qual é, baiana? - De todas as músicias
do Caetano, essa é a minha favorita. A história de uma menina que “é só de brincadeira, só dá
bandeira”. Adoro os versos: “Domingo no Porto da Barra, todo mundo agarra, mas
não pode amar”. Essa é uma música que conta a história da minha vida.
Neguinho – Música feita para o último
disco de Gal Costa. Uma finíssima crítica ao estilo de vida brasileiro. Perfeito
senso de observação.
Help – A música dos Beatles é uma
obra-prima e Caetano a recriou de forma brilhante com um interpretação sensível
e doce.
Sampa – A poesia me chamou atenção
desde a primeira vez que ouvi, ainda garoto. Linda demais. "É que Narciso acha feio o que não é espelho".
Dans Mon Ile – Um clássico da “chanson
française”, sucesso do cantor Henri Salvador, que Caetano gravou com estilo e personalidade. Adoro.
Cajuína – Comunhão perfeita entre
letra, música e suingue. "Pois quando tu me deste a rosa pequenina, vi que és um homem lindo e que se acaso a sina..."
Menino do Rio – A mais perfeita
tradução do homem carioca em forma de canção. "Calor que provoca arrepio, dragão tatuado no braço, calção, corpo aberto no espaço". Arraso total!
Cavaleiro de Jorge – Singela canção
em homenagem a São Jorge. Bacana, bacana, super bacana...
Jorge da Capadócia - A música é
de Jorge Benjor, mas a gravação de Caetano é perfeita. Conheci a versão de Caetano antes mesmo da versão do Benjor. Beleza pura.
Ilusão à toa – A música de Johnny
Alf, uma canção de amor reprimido, ganhou uma linda interpretação de Caetano no
show Obra em Progresso. Sucesso no You Tube.
Tigresa – A letra é uma crônica
sobre o desencanto que a vida impõe ao ser humano.
For no one – Caetano canta
Beatles como ninguém. Sua versão dessa música é muito mais bonita do que o original. Sorry, rapazes de Liverpool.
Qualquer Coisa – A letra é um
delírio poético que brinca com os sons das palavras. Barato total. "Mexe qualquer coisa dentro doida, já qualquer coisa doida dentro mexe..."
Língua – Outra letra que brinca
com os sons das palavras. Adoro a homenagem a Scarlet Moon de Chevalier. E
Arrigo Barnabé!
Você não entende nada – “Você traz
a Coca-Cola, eu tomo, você bota a mesa, eu como”. Essa música é bem Caetano...
It´s a long way – Linda canção bilíngüe,
composta na época do exílio em Londres. Escuto sempre, desde garoto.
Trem das cores – Romantismo tropicalista
em grande estilo.
Sonhos – Linda canção romântica do cantor Peninha, que Caetano recriou com lirismo.
Irene – Uma singela canção sobre
a saudade da terra natal. A saudade traduzida na simples lembrança da risada de
sua irmã.
Você não me ensinou a te esquecer
– Aqui, mais uma vez, o cantor recria com grande beleza uma canção de amor
rasgado.
Pecado original – Obra-prima. O
cantor e o compositor num encontro perfeito. Canção feita para o filme A dama
do lotação, com Sonia Braga.
Nature Boy – Um clássico da canção
americana encontrou um eco perfeito na interpretação do artista baiano. Podre
de chique.
Terra – Uma apaixonante canção
sobre a transitória passagem do homem pela vida. Um furor existencialista.
Samba e amor – Sexy composição de
Chico Buarque em que
Caetano deita e rola na interpretação.
Da maior importância – Um discurso
melancólico sobre os (des)caminhos da paixão.
Coração Vagabundo – “Meu coração
não se cansa, de ter esperança, de um dia ser tudo o quer”. Não precisa dizer
mais nada.
Onde eu nasci passa um rio – Em seu
primeiro disco Caetano já falava do Subaé, o rio que corta Santo Amaro da
Purificação.
Quero um baby seu – Um pop dançável
e charmoso gravado no disco Outras Palavras. "Como num sonho eu encontrei você perfeita pra mim..."
Rapte-me camaleoa – Mais um
exemplo de sua mania de brincar com os sons das palavras.
Chão da praça – Antiga música de carnaval
de Moraes Moreira recriada com muita alegria no show Cê. O carnaval da Bahia agradece e Moraes Moreira merece.
London, London – Canção romântica
e nostálgica, que carrega um tanto de revolta e melancolia. Tempos do exílio.
Deusa urbana – Canção recente, de
letra irreverente e sensual. Super bacana.
Chuva, suor e cerveja – Umas das
mais perfeitas músicas de carnaval. Não
se perca de mim...
Piaba – Frevo baiano cheio de
suingue e malícia. “Um cardume de surfistas, anda zanzando à sua procura...”
Fora da ordem – Um discurso, em
forma de canção, sobre os desencontros
da vida moderna.
Vaca profana – Irreverente discurso contra a caretice em ritmo de iê-iê-iê.
O estrangeiro – Um discurso inflamado
sobre tudo, a partir da visão da baía da Guanabara. Obra prima.
A filha da Chiquita Bacana – Uma marcha
de carnaval perfeita. "Eu sou a filha da Chiquita Bacana, nunca entro em cana porque sou família demais..."
O conteúdo – Os versos “Deita
numa cama de prego e cria fama de faquir” diz todo sobre esse discurso inflamado em forma
de canção.
De noite na cama – Maliciosa balada
sobre uma paixão não correspondida. Muito boa.
O relógio quebrou – Divertida canção
de Jorge Mautner, onde Caetano injeta
graça e suingue.
Ive Brussel – Caetano adora
Benjor e gravou com ele essa que é uma das mais belas canções da MPB.
Haiti – Mais um discurso em forma
de canção de protesto. Uma jóia rara.
Nossa gente – Música do Olodum,
grande sucesso do carnaval da Bahia, que
Caetano gravou no disco Tropicália-2. "Avisa lá que eu vou chegar mais tarde..."
Esse cara – É uma das músicas
mais incríveis do Caetano. “Ele está na minha vida porque quer, e eu estou pro
que der e vier”. Então, tá!
A luz de Tieta – Música bacana,
feita para o filme de Cacá Diegues, com Sonia Braga fazendo mais uma personagem
do Jorge Amado. Legal demais.
Carolina – Caetano arrasa ao
cantar essa linda canção de Chico Buarque.
Giulietta Masina – Uma linda homenagem
ao cinema, uma das grandes paixões do artista.
Shy Moon – Canção romântica e
melancólica, em tom futurista.
Comeu – Antropofágica e sensual canção
de amor. "Ela comeu meu coração de galinha num xinxim, ai de mim..."
Nine out of ten – Caetano mais
uma vez brinca com os sons das palavras. Dessa vez em inglês.
Salva-vida – Divertida canção de
verão. Uma divina e maravilhosa homenagem aos salva-vidas. “Que profissão
bonita para um homem jovem”, diz a canção. Também acho.
É hoje – O samba-enredo da União
da Ilha ganhou uma linda versão do astro baiano. “Me diga espelho meu, se há na
avenida alguém mais feliz que eu...”
Beleza Pura – “Não me amarrá
dinheiro não, mais formosura”, diz essa canção sobre o estilo de vida hedonista
do verão brasileiro.
Os argonautas – Belíssima canção
sobre versos de Fernando Pessoa. Navegar é preciso, viver não é preciso.
Marinheiro só – O que dizer dessa
magnífica canção, inspirada nos temas do folclore brasileiro?
Chuvas de verão – Música de
Fernando Lobo que Caetano canta como se fosse sua. “Podemos ser amigos
simplesmente, coisas do amor, nunca mais...” Vixe mainha!
Cinema Olympia – Um iê-iê-iê da
pesada. “Eu quero pulgas mil, na geral. Eu quero a geral”. Rebelde com causa.
Superbacana – O super herói criado
por Caetano merecia um gibi só para ele.
Coração Vagabundo – Belíssima
canção romântica. “Meu coração vagabundo, quer guardar o mundo em mim...”
Avarandado – Canção nostálgica
que deixa a gente com saudade daquilo que não viveu.
Mora na filosofia – Música de Monsueto.
Um clássico da MPB que Caetano recriou com estilo muito próprio.
Guá – Uma canção cuja letra tem
apenas quatro palavras: água, guamá, iguape e ibualama. Brincando com os sons dessas
palavras ele cria uma sinfonia.
Pipoca Moderna – Uma letra que
também brinca com o som das palavras e constrói uma bela canção.
Muito Romântico – Um discurso
inflamado sobre as questões do amor. E o amor é lindo.
Oração do tempo – Singela canção
sobre a transitoriedade da existência humana.
Um índio – Uma reflexão poética sobre
os mistérios do futuro da humanidade. Quem viver verá. Será?
Olha o menino – A música é de
Jorge Benjor, mas Caetano arrasa no suingue e na simpatia.
Alguém cantando – Reflexão filosófica
sobre a arte de cantar. Linda demais essa canção.
Falso Leblon – Crônica e crítica sobre
a vida boêmia carioca, com uma vaga inspiração em Cazuza.