CONTROLE REMOTO – Nesta quarta-feira,
6 de fevereiro, vai ao ar o segundo capítulo da minissérie José do Egito, na
Rede Record. Assisti ao primeiro capítulo junto com o elenco, a produção e a
equipe técnica num cinema do New York City Center. Foi incrível ver o primeiro
capítulo num telão. As imagens encenadas pelo diretor Alexandre Avancini
causaram forte impacto. Principalmente as tomadas do deserto de Atacama.
Sou fã das minisséries bíblicas
da Record. Gosto de todas as quatro e espero que a emissora faça muitas outras.
As histórias da Bíblia são ótimas. Principalmente quando recontadas pela Vivian
de Oliveira, herdeira direta de Janete Clair e Ivany Ribeiro. É curioso que a
televisão brasileira, ou melhor, a TV Globo, nunca tenha se interessado em usar
o livro sagrado do cristianismo como fonte para sua teledramaturgia. E é
curioso que a Record consiga realizar suas minisséries sem fazer disso um
instrumento de catequese religiosa. O que se sobressai na produção é a realização
artística. É o trabalho da autora e seus colaboradores, do diretor e equipe, do
elenco e todos os que participaram da produção.
Depois de José do Egito a TV
Globo tem a obrigação de realizar sua própria minissérie bíblica. Ou, por que não,
uma novela? Em mais de quarenta e cinco
anos de existência a emissora nunca fez adaptação de um texto bíblico. É de se supor que a Globo não
tenha nada contra a Bíblia. Afinal, seu autor, uma espécie de “Nelson Rodrigues
de Jerusalém”, não tem contrato assinado com a Record. O livro, cheio de histórias
picantes, é de domínio público.
E por falar em histórias
picantes, em Rei Davi teve um irmão que violentava a própria irmã e a sequência foi mostrada com fartas doses de erotismo e dramaticidade. A autora gosta de realçar o conteúdo picante das histórias bíblicas e isso valoriza as tramas. Já no primeiro
capítulo de José do Egito uma mocinha foi estuprada, mas o rapaz que praticou o ato
se arrependeu e a pediu em casamento. Como prova de que seu arrependimento é sincero, a família de hebreus exige que o noivo
corte o prepúcio, e ele assim o faz. É perverso e sensual. Numa outra trama um
filho deseja a mulher do próprio pai. Sem esquecer o homem que é casado com
duas irmãs ao mesmo tempo. Nelson Rodrigues não faria melhor!
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