27.3.13


Lyoto Machida é um dos lutadores citados por Caetano Veloso na letra da música “A Bossa Nova é foda”. Na foto acima, de Marcelo Alonso,  Machida aparece bebendo um gole da sua própria urina. Descendente de japoneses, ele acredita que esse hábito faz bem à saúde.


A BOSSA NOVA É FODA - Certa vez escrevi uma reportagem muito bacana sobre a família Gracie para a revista VOGUE RG. Tomando como base uma informação da revista TIME de que mais de um milhão de americanos já praticam o “brazilian jiu-jitsu”, minha reportagem falava basicamente do sucesso da família Gracie e sua arte-marcial entre os americanos. Pois bem. No texto escrevi que o sucesso do Jiu-jitsu nos Estados Unidos era comparável ao da Bossa Nova, o ritmo musical brasileiro que encantou os americanos nos anos 60. Mas o trecho onde escrevi isso foi cortado pelo editor da revista. Ele adorou minha reportagem, deu destaque especial na edição da revista, mas cortou o pedaço onde eu comparava o sucesso do Jiu-jitsu com a Bossa Nova. “Isso é exagero de sua parte”, disse ele. Na época, pouco mais de dois anos atrás, achei que ele tinha razão. Sempre fui fã dos atletas da família Gracie e acreditei que o editor estava certo. Eu estava exagerando!

Mas nada como um dia atrás do outro e a noite no meio para separar, como gosta de dizer minha querida mãe. No novo disco de Caetano Veloso tem uma música chamada “A bossa nova é foda”, em que a letra cita o nome de alguns dos maiores lutadores de MMA do Brasil. Todos oriundos do Jiu-jitsu popularizado pelos Gracies. Vitor Belfort, Júnior Cigano, José Aldo, Lyoto Machida e Rodrigo Minotauro começaram suas vitoriosas carreiras lutando Jiu-jitsu.

O bruxo de Juazeiro numa caverna do louro francês 
(quem terá tido essa fazenda de areais?) 
fitas-cassete, uma ergométrica, uns restos de rabada. 
Lá fora o mundo ainda se torce para encarar a equação 
pura-invenção/dança-da-moda. 
A bossa nova é foda. 

O magno instrumento grego antigo 

diz que quando chegares aqui 
que é um dom que muito homem não tem 
que é influência do jazz 
e tanto faz se o bardo judeu romântico de Minesota, 
porqueiro Eumeu o reconhece de volta a Ítaca: 
a nossa vida nunca mais será igual 
Samba-de-roda, neo-carnaval, 
Rio São Francisco, Rio de Janeiro, canavial. 
A bossa nova é foda. 

O tom de tudo comanda as ondas do mar,

 ondas sonoras com que colore no espacial.
 homem cruel destruidor, de brilho intenso, monumental, 
deu ao poeta, velho profeta, 
a chave da casa de munição.
O velho transformou o mito das raças tristes 

Em Minotauros, Junior Cigano, em José Aldo, 
Lyoto Machida, Vítor Belfort, 
Anderson Silva e a coisa toda: 
a bossa nova é foda.

O CD de Caetano é  gostoso de ouvir e o show de lançamento, no Circo Voador, foi super bacana. As músicas são bonitas, inteligentes e um tanto quanto melancólicas. O público jovem que assistiu ao show cantava todas as músicas novas e vibrou quando o artista citou o nome dos lutadores na letra de sua canção. Também aconteceu uma manifestação muito bonita por parte do público, quando numa das músicas Caetano falou de sua mãe, Dona Canô. O público aplaudiu o nome dela com fervor e esse foi o momento do show em que ele pareceu mais feliz.


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