Viver é aprender a medida das coisas.
NÃO É POR VINTE CENTAVOS! – O prefeito Eduardo Paes publicou no Facebook nota de pesar pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Muito elegante da parte do prefeito. Mas, não podemos esquecer que nada teria acontecido ao cinegrafista se Eduardo Paes não tivesse aumentado as passagens de ônibus. Nesse momento em que a mídia destaca de forma implacável a prisão do rapaz que teria lançado o rojão que atingiu o profissional da imprensa, é importante lembrar que o estopim de todos os acontecimentos foi o o aumento das passagens de ônibus, autorizado pelo Prefeito Eduardo Paes.
NÃO É POR VINTE CENTAVOS! – O prefeito Eduardo Paes publicou no Facebook nota de pesar pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Muito elegante da parte do prefeito. Mas, não podemos esquecer que nada teria acontecido ao cinegrafista se Eduardo Paes não tivesse aumentado as passagens de ônibus. Nesse momento em que a mídia destaca de forma implacável a prisão do rapaz que teria lançado o rojão que atingiu o profissional da imprensa, é importante lembrar que o estopim de todos os acontecimentos foi o o aumento das passagens de ônibus, autorizado pelo Prefeito Eduardo Paes.
Há pouco mais de seis meses quase
acontece uma revolução nesse país por conta do aumento das passagens de ônibus
em São Paulo. “Não é por vinte centavos”, gritavam os manifestantes por todo o
país, numa referência ao valor do aumento da tarifa do transporte público. Foi,
no mínimo, falta de sensibilidade com a opinião pública a atitude de Eduardo
Paes. Seu decreto autorizando o aumento das passagens é que provocou toda essa confusão.
Vale lembrar que parecer do Tribunal de Contas do Município recomendava que o
valor da passagem deveria diminuir. Mas o prefeito, atendendo seus interesses
políticos, decidiu aumentar o valor.
Certamente Eduardo Paes apostou
naquela teoria furada de que o brasileiro não tem memória. Ou então acreditou
demais na sua esperteza política. Achou que ia aumentar o valor das passagens
de ônibus e ia ficar por isso mesmo. Acreditou que as manifestações eram coisa
do semestre passado e que não ia acontecer nada de anormal. O fato é que sua
atitude resultou numa manifestação onde aconteceu a morte de um profissional da
imprensa. A mídia, de um modo até compreensível, por ter se sentido diretamente
atingida, só está preocupada em crucificar aquele que teria acendido o rojão
que atingiu o cinegrafista. E, de forma cega e tendenciosa, está ignorando o
estopim dos acontecimentos: o aumento das passagens.
O incidente que resultou na morte
do cinegrafista merece uma reflexão. Há pouco mais de seis meses o país viveu
momentos de tensão com uma série de passeatas e manifestações, com diversas reivindicações do povo brasileiro. Era de se esperar que depois de tudo aquilo
acontecessem mudanças no governo, nos partidos políticos, no modo das
autoridades lidar com as aspirações da sociedade. Mas, nós podemos observar
claramente que nada mudou. E a atitude do Eduardo Paes é um exemplo claro
disso.
Para os políticos brasileiros,
foi como se não tivesse acontecido nada. Seja a nível municipal, a nível
estadual ou a nível federal, não houve mudança alguma. Da presidente da república,
ao mais reles dos vereadores, foi como se as manifestações tivessem acontecido em outro planeta. Todos
ignoraram solenemente tudo o que houve no Brasil durante a Copa das Confederações.
Dilma Roussef e todos os outros agem como se aquilo não tivesse nada a ver com
eles. Todos fizeram ouvidos moucos aos gritos de desespero do povo brasileiro.
É sintomático que tudo isso
esteja acontecendo no ano em que se comemora os 50 anos do governo militar. É
chegada a hora de se fazer uma grande reflexão sobre a democracia brasileira. Será
que vivemos mesmo uma democracia?
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