Um escritor sempre está trabalhando num livro, mesmo quando não está escrevendo. (Antonio Callado)
SALVE 29 DE OUTUBRO: DIA NACIONAL DO LIVRO - Em Ipanema, quase na esquina da rua Barão da Torre com Farme de Amoedo, tem um senhor que vende livros usados. Ele espalha seus livros pela calçada e tenta arrumar uns trocados com essa função. Faz muitos anos que usa aquele trecho da rua como seu ponto de negócio. Sempre que passo ali, olho rapidamente, apenas por uma curiosidade natural de quem ama os livros.
Semana passada, ao passar por ali, vi que ele estava vendendo dois exemplares do meu livro "A última canção de Bernardo Blues". Eram exemplares da primeira edição, do ano de 1997, publicado pela Francisco Alves Editora. (O livro foi relançado ano passado pela Editora Faces). Ao ver os exemplares do meu livro eu parei e, com certo orgulho, vi que ele estava em ótima companhia. Junto com ele, exemplares de "A moreninha", de Joaquim Manoel de Macedo; "Se houver amanhã", de Sidney Sheldon; "Agosto", de Rubem Fonseca; e "A paixão segundo G H", de Clarice Lispector, entre outros. Peguei um dos exemplares de "Bernardo Blues" e fiquei folheando. Então o vendedor se aproximou e foi logo dizendo: "vendo por três reais". Olhei para ele e sorri, pois estava surpreso com tudo aquilo. Foi então que ele disse: "esse livro é bom pra caramba, você vai gostar". Eu me dirigi a ele. "O senhor já leu?" O homem não titubeou, "Já li duas vezes. A história tem o maior suspense." Daí ele começou a contar a história e eu não tive dúvida alguma que ele já tinha mesmo lido o meu livro. "A história se passa aqui em Ipanema, por essa rua, por aquele bar...", me disse ele, apontando o Carolice, o botequim na esquina da Farme com Barão da Torre, onde acontece uma das cenas mais importantes da história. Peguei os dois exemplares, paguei ao vendedor e saí o mais rápido possível. É que se continuasse ali, diante dele, eu ia começar a chorar...
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