A NOVA SENSAÇÃO DO CINEMA BRASILEIRO - O novo filme protagonizado por Dira Paes promete causar polêmicas dentro e fora das salas de cinema. Divino Amor, dirigido por Gabriel Mascaro, faz uma irreverente crítica ao Brasil do nosso tempo. Diretor estiloso e competente Mascaro ambienta sua história num Brasil do futuro, dominado por conservadores evangélicos. Nesse imaginoso país o Carnaval já não é a festa mais importante, pois foi substituída pela "Festa do amor supremo" uma celebração religiosa também conhecida como "a grande espera pela volta do Messias". Que tal? É nesse país de rígidos princípios morais e religiosos que vive Joana, personagem de Dira Paes, uma devota evangélica cuja rigidez moral e religiosa acaba afetando seu casamento. O jornal "El País" definiu o filme como "uma alegoria de um Brasil futurista, conservador e evangélico".
Alguém vai perder esse filme?
Divino Amor impressiona ao mostrar um Brasil do futuro, com personagens dominados por falsos profetas e uma população iludida por líderes religiosos de araque. A direção de arte de Thales Junqueira imprime um charme especial ao mostrar o país num futuro próximo. Nesse quesito vale a pena destacar também a fotografia de Diego Garcia.
O mais importante nesse filme é o senso de oportunidade. Com estreia marcada para o próximo dia 27 de junho, é o filme certo, lançado no momento exato. No momento em que o Brasil parece estar sendo tomado de assalto por seitas evangélicas, associadas a partidos políticos mafiosos e líderes políticos em visível desequilíbrio moral, "Divino Amor" chega para propor uma reflexão inteligente sobre a seguinte questão: será esse o melhor caminho para o país? Neste sentido "Divino Amor" pode ser descrito como uma nova proposta do que deve ser um filme político.
Na sua busca incessante por poder e controle econômico da nação, os fanáticos evangélicos já tomaram conhecimento do filme. E já começaram a se mobilizar com críticas e restrições. No trailer do filme, disponível no youtube, já se pode observar uma série de comentários maledicentes, provavelmente feitos por internautas com a Bíblia na mão. Comentários tipo: "o diretor do filme usa drogas", ou "por isso a Lei Rouanet tem que acabar" ou "lixo progressista" ou "a elite artística do Brasil é feita de gente tosca". Talvez seja o caso, nesse momento, de citar o velho profeta da futilidade Ibrahim Sued, que dizia: "os cães ladram e a caravana passa".
Cinema é a maior diversão!
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