DECADENCE AVEC ELEGANCE - Rudi Gernreich foi um estilista que marcou época na moda nas décadas de 50, 60 e 70 do século passado. Nasceu na Áustria, mas teve que abandonar seu país ainda adolescente fugindo do nazismo. Foi direto para Los Angeles, onde assimilou com perfeição o estilo americano de ser e viver. O trabalho como operário da industria têxtil chamou sua atenção para o mundo da moda e logo começou a se destacar como estilista, sempre buscando a ousadia e a irreverência. Vivendo na Califórnia, logo criou toda uma linha voltada para a moda-praia. Seus maiôs sempre fizeram sucesso, mas acabou se tornando célebre por ter inventado o monoquíni, durante a onda rebelde dos anos 60. Desde essa época seus maiôs vestem (ou despem?) as moças que são fotografadas para a Sports Illustrated. Como acontece agora com Anitta, que está arrasando na edição especial de verão da famosa revista de esportes.
No auge do sucesso como estilista Rudi Gernreich foi comparado a Courrèges, Dior e Balenciaga, mas ele sempre fez charme e nunca quis exibir seus modelos em Paris. Em 1967 foi capa da revista Time, graças ao sucesso de suas criações que, na ocasião, tinham adquirido um tom futurista, numa época em que a corrida espacial era assunto do momento. O design criativo do seu trabalho, com ousadia no uso de cores e estampas, adquiriam mais verdade quando usados por sua modelo favorita, a espevitada Peggy Moffitt. Foi um personagem querido e celebrado na Califórnia dos anos 60, num momento em que a revolução cultural estava na ordem do dia.
Em 1953 conheceu Oreste Pucciani, um professor de Filosofia da Universidade da Califórnia, que foi um pioneiro no estudo do pensamento existencialista de Jean-Paul Sartre nos Estados Unidos. Rudi e Oreste se apaixonaram e viveram juntos até o fim de seus dias. Enquanto Rudi se destacava na moda, Oreste fazia sucesso como professor, sendo, inclusive, homenageado pelo governo francês por sua dedicação em ensinar a cultura francesa aos americanos. Rudi e Oreste foram ativistas gays, num tempo em que essa função nem era reconhecida como tal.
Rudi Gernreich morreu em 1985, com 62 anos. Querido e respeitado pela sociedade americana, por ocasião de sua morte recebeu do prefeito de Los Angeles uma homenagem especial. O prefeito promulgou uma lei transformando o dia 13 de agosto no "dia de Rudi Gernreich em Los Angeles".
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