BICHAS ATORMENTADAS – Rodrigo Timbeba, de 23 anos; Rafael dos Santos, de 25; Alexandre de Freitas Machado, 24 e Tiago Mesquita Dias, 21. Os quatro foram presos no fim de semana depois de agredir um homossexual que saía da Dama de Ferro, boate GLS localizada em Ipanema. Sem ter algo mais interessante a fazer, os pitboys esperavam algum freguês sair da boate para agredi-los física e verbalmente. Os quatro pilantras foram presos em flagrante e levados para 14a. DP, no Leblon, onde foram indiciados por lesão corporal, desacato à autoridade, desobediência e resistência à prisão.
Militantes do Atobá estão indignados. Afinal, se eles foram presos em flagrante, deveriam ter ficado na cadeia e não liberados depois do pagamento de fiança. A constituição do estado do Rio de Janeiro determina como crime inafiançável a descriminação de qualquer cidadão por causa de sua orientação sexual. Mas as bichas prometem se reunir com advogados essa semana e vão acompanhar o desenvolvimento desse processo com muita atenção.
Rodrigo Timbeta, de 23 anos, foi retirado da delegacia pela avó, que repreendeu e bateu no neto na frente dos próprios policiais. Agora vejam só. Um marmanjo de 23 anos se prestar a um papel desses. Ser preso por agressão a homossexuais e ser retirado da delegacia pela própria avó. Aos 23 anos um homem já é muito mais que um adulto. Mas Rodrigo age como se ainda fosse um adolescente sem educação doméstica.
No fundo Rodrigo, Tiago, Rafael e Alexandre devem ser quatro bichinhas atormentadas. Quatro libélulas torturadas, aflitas e flageladas, escondidas sob a capa de um machão. Esse tipo de gente é muito mais comum do que se pensa. Eles deviam estar passeando por Ipanema e ao verem a boate Dama de Ferro despertaram o homossexual que dormia dentro deles. Sentiram uma incontrolável vontade de dar o cu. Mas os sujeitos foram condicionados a reprimir seus impulsos homossexuais. Por isso decidiram agredir o primeiro homossexual que saísse da boate. Agredindo o homossexual era como se eles dissessem: “eu não sou como vocês.” Mas, infelizmente, são. A diferença entre eles e o homossexual que foi agredido é que os pitboys lutam contra o seu destino. Eles não admitem o desejo que sentem por pessoas do mesmo sexo.
Quem mais inferniza a vida dos gays é exatamente esse tipo de sujeito. Homossexuais reprimidos. Homens que lidam mal com o seu próprio cu. Sujeitos que não aceitam o fato de sentirem desejo na região anal e buscam esconder esse segredo se comportando de forma hostil com os homossexuais que vivem sua sexualidade plenamente. Se fossem realmente heterossexuais eles estariam atrás de mulheres e não parados na porta de uma boate gay. No fundo o que eles queriam era fazer uma orgia com o cara que saiu da boate. Mas a cabecinha deles é por demais reprimida para realizar tão secreta fantasia sexual.
Semanas atrás, um grupo de homossexuais conversava na boate Dama de Ferro sobre as agressões sofridas por várias bichas na rua Farme de Amoedo, durante o carnaval. No grupo, todo mundo conhecia alguém que já tinha sido agredido pelos valentões da famosa rua de Ipanema. Um dos gays disse que estava pensando em fundar uma associação de vítimas da Farme, reunindo todos os homossexuais que haviam sofrido violência dos pitboys de Ipanema.