25.5.03






O MUNDO É DAS DROGAS – A revista Época que foi às bancas neste sábado publica na capa uma moça moderninha com a boca aberta, exibindo na língua um comprimido de Ecstase. A capa é ótima e muito bem sacada. A revista Veja também publica uma grande reportagem sobre o consumo de drogas. E a manchete principal da edição de domingo do jornal o Globo informa que o narcotráfico movimenta R$ 840 milhões, por ano, só no estado do Rio.


Ou seja, a droga, mais do que nunca, continua na ordem do dia. A manchete do jornal O Globo é um escândalo. Como pode uma mercadoria que movimenta milhões viver à margem da sociedade? Como é possível que algo que tem tal valor de mercado, esteja entregue na mão de bandidos e fora-da-lei? A ilegalidade das drogas vai de encontro aos princípios capitalistas que regem a sociedade em que vivemos. E essa é a razão de todo o stress que envolve o assunto drogas.


Para que as drogas mobilizem valores tão altos e números tão impressionantes como citados pelo jornal é preciso que haja uma grande quantidade de consumidores. E, se existe uma parcela tão grande de consumidores a ponto de mobilizar números tão respeitáveis, essa parcela da sociedade tem que ser levada em consideração. Não pode ser ignorada ou tratada como marginais. Como pessoas que não sabem o que fazem e precisam de tratamento.


As drogas são, antes de tudo, um produto de consumo extremamente popular. Desde sempre, os humanos adoram se drogar. Jovens, adultos, velhos. Qualquer idade é idade. Consumir drogas é uma coisa maravilhosa. Fumar maconha. Cheirar cocaína. Tomar uma bala. Cada droga tem o seu momento. A sua onda. A sua viagem. Consumir drogas é uma forma das pessoas suportarem a dureza da vida. "Todo mundo precisa de uma brecha", já dizia o escritor João do Rio. E não existe brecha melhor do que uma boa droga. Alguns mergulham nas religiões. Outros no trabalho. Muitos mergulham nas drogas. E ponto final.

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