O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.
29.11.04
RIO FANZINE - A coluna de cultura pop do jornal O GLOBO completa dezoito anos e para comemorar, a editora Record lança o livro RIO FANZINE, uma coletânea com os melhores momentos da coluna editada por Tom Leão em parceria com Carlos Albuquerque. RIO FANZINE, o livro, abrange os momentos, estilos e mudanças mais marcantes no mundo do pop-rock, desde 1986, e terá lugar garantido na estante dos milhares de leitores da coluna ao redor do Brasil. Uma legião de fãs de todos os tipos, idades e lugares. Sem preconceitos e barreiras, como o próprio Rio Fanzine.
Informação. Comportamento. Cultura alternativa. Mundo pop. Música, cinema, televisão... Liberdade acima de qualquer suspeita. A idéia de um fanzine dentro de um grande jornal foi altamente subversiva nos idos de 1986. A missão de conseguir espaços e preciosas linhas para a música e a cultura alternativas, normalmente mantidos à margem dos grandes latifúndios da imprensa nacional, continua sendo cumprida. Há 18 anos, o Rio Fanzine tem trazido para a superfície relatórios sobre a movimentação do underground, seja no Rio, no Brasil ou no mundo. No trajeto, bandas e tendências foram apresentados ao grande público, com uma linguagem própria e visual arrojado.
Tom Leão, sem dúvida, foi o grande artífice da imprensa alternativa dentro do Globo. Tom surgiu na revista Pipoca Moderna, editada por Ana Maria Baiana na primeira metade dos anos 80. De lá para cá se dedicou com afinco a observar e traduzir para o grande público a vida, os anseios e a cultura do movimento underground. O maior feito de Tom Leão nos seus dezoito anos de jornalismo, foi o fato dele ter criado o termo PITBOY, para definir esses bofes machões tatuados que gostam de brigar em boate. Num artigo publicado na coluna ele criticava o comportamento desse tipo de homem e cunhava a expressão, uma mistura da palavra pitbull com o termo playboy. Com impressionante rapidez o termo caiu no gosto popular e todo mundo passou a usar a palavra PITBOY. Também foi Tom Leão quem batizou o titulo em portugues do filme Clueless, com Alicia Silverstone, que se transformou em As Patricinhas de Beverly Hills. Grande Tom Leão!
FRANCIS FOREVER - O especial Paulo Francis do Manhattan Connection foi o melhor programa do ano na TV. Foram momentos de puro prazer. Vendo-o na TV ele parecia tão vivo, tão presente, tão atual. Adorei quando ele, num programa gravado durante o segundo ano do governo FHC, esculhambou com o então presidente. Grande Francis! Mesmo quando discordo dele acho-o genial. Foi uma grande sacada da produção do programa homenageá-lo e, ao mesmo tempo, homenagear os fãs do jornalista, que não são poucos. Salve Francis!
Foi muito engraçado o final do programa, quando mostrou cenas de bastidores e de erros do jornalista. Foi engraçado assistir, mas acho que ele não teria gostado muito daquilo. Acho que o Manhattan Connection deveria ter mostrado algumas das sensacionais reportagens que o Francis fazia para o Jornal da Globo, com seus comentários irônicos e seu humor ferino. A produção do programa vai ficar nos devendo essa.
A morte de Paulo Francis deixou um vazio de inteligência no jornalismo brasileiro. E isso ficou mais nítido agora, sete anos após sua morte. A página que ele publicava às quintas e domingos no GLOBO nunca foi substituída. Quem lia aqueles textos não precisava ler mais nada na imprensa. Havia de tudo ali: análise política, comentários sobre economia, resenhas de livros, filmes e peças, artigos sobre comportamento, moda e estilo de vida. Tudo escrito com fundamento intelectual e um apurado senso de observação. Com a morte de Francis o que restou ao leitor do Globo? A mediocridade sem fim de gente como Xexeo, Jabor, Dapieve e Olavo de Carvalho. Whaal...
Com a morte de Paulo Francis a Globo decidiu inventar alguém para substituí-lo. Como se alguém pudesse substituir o gênio. Assim, trataram de transformar o cineasta Arnaldo Jabor em jornalista. Foi a partir daí que Jabor foi escalado para fazer comentários no Jornal da Globo, escrever uma coluna no jornal e, pasmem, participar do Manhattan Connection. Tudo o que o finado fazia. Puta que pariu, diria o saudoso Francis! A maior diferença entre eles é que o Jabor é um chato. Seu texto é pesado e amargo. Nas poucas vezes que li sua coluna no Globo eu tive a sensação de estar carregando um caminhão de tijolos. E seus comentários televisivos são patéticos. Foi uma ofensa a inteligência dos fãs do jornalista essa tentativa de inventar alguém para substituí-lo.
MANHATTAN CONNECTION continua sendo o meu programa favorito na TV, apesar da ausencia de Paulo Francis. Principalmente agora que o Jabor tomou um simancol e decidiu pular fora. Graças a Deus! O Lucas Mendes é ótimo como âncora. Caio Blinder é maravilhoso. O Ricardo Amorim é inteligente, culto e articulado. E além de tudo tem aquela boca carnuda, que parece estar pedindo para ser beijada. A Lúcia Guimarães faz reportagens magnificas. E tem o Diogo Mainardi... Afinal, nada na vida é perfeito.
MOON RIVER , música de Henry Mancini, letra de Johnny Mercer, tema do filme Bonequinha de Luxo, estrelado por Audrey Hepburn e George Peppard.
Moon river, wider than a mile
I'm crossing you in style some day
Oh, dream maker, you heart breaker
Wherever you're goin', I'm goin' your way
Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end, waitin' 'round the bend
My huckleberry friend, Moon River, and me
(Moon river, wider than a mile)
(I'm crossin' you in style some day)
Oh, dream maker, you heart breaker
Wherever you're goin', I'm goin' your way
Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after that same rainbow's end, waitin' 'round the bend
My huckleberry friend, Moon River, and me
(Moon River, Moon River)
Informação. Comportamento. Cultura alternativa. Mundo pop. Música, cinema, televisão... Liberdade acima de qualquer suspeita. A idéia de um fanzine dentro de um grande jornal foi altamente subversiva nos idos de 1986. A missão de conseguir espaços e preciosas linhas para a música e a cultura alternativas, normalmente mantidos à margem dos grandes latifúndios da imprensa nacional, continua sendo cumprida. Há 18 anos, o Rio Fanzine tem trazido para a superfície relatórios sobre a movimentação do underground, seja no Rio, no Brasil ou no mundo. No trajeto, bandas e tendências foram apresentados ao grande público, com uma linguagem própria e visual arrojado.
Tom Leão, sem dúvida, foi o grande artífice da imprensa alternativa dentro do Globo. Tom surgiu na revista Pipoca Moderna, editada por Ana Maria Baiana na primeira metade dos anos 80. De lá para cá se dedicou com afinco a observar e traduzir para o grande público a vida, os anseios e a cultura do movimento underground. O maior feito de Tom Leão nos seus dezoito anos de jornalismo, foi o fato dele ter criado o termo PITBOY, para definir esses bofes machões tatuados que gostam de brigar em boate. Num artigo publicado na coluna ele criticava o comportamento desse tipo de homem e cunhava a expressão, uma mistura da palavra pitbull com o termo playboy. Com impressionante rapidez o termo caiu no gosto popular e todo mundo passou a usar a palavra PITBOY. Também foi Tom Leão quem batizou o titulo em portugues do filme Clueless, com Alicia Silverstone, que se transformou em As Patricinhas de Beverly Hills. Grande Tom Leão!
FRANCIS FOREVER - O especial Paulo Francis do Manhattan Connection foi o melhor programa do ano na TV. Foram momentos de puro prazer. Vendo-o na TV ele parecia tão vivo, tão presente, tão atual. Adorei quando ele, num programa gravado durante o segundo ano do governo FHC, esculhambou com o então presidente. Grande Francis! Mesmo quando discordo dele acho-o genial. Foi uma grande sacada da produção do programa homenageá-lo e, ao mesmo tempo, homenagear os fãs do jornalista, que não são poucos. Salve Francis!
Foi muito engraçado o final do programa, quando mostrou cenas de bastidores e de erros do jornalista. Foi engraçado assistir, mas acho que ele não teria gostado muito daquilo. Acho que o Manhattan Connection deveria ter mostrado algumas das sensacionais reportagens que o Francis fazia para o Jornal da Globo, com seus comentários irônicos e seu humor ferino. A produção do programa vai ficar nos devendo essa.
A morte de Paulo Francis deixou um vazio de inteligência no jornalismo brasileiro. E isso ficou mais nítido agora, sete anos após sua morte. A página que ele publicava às quintas e domingos no GLOBO nunca foi substituída. Quem lia aqueles textos não precisava ler mais nada na imprensa. Havia de tudo ali: análise política, comentários sobre economia, resenhas de livros, filmes e peças, artigos sobre comportamento, moda e estilo de vida. Tudo escrito com fundamento intelectual e um apurado senso de observação. Com a morte de Francis o que restou ao leitor do Globo? A mediocridade sem fim de gente como Xexeo, Jabor, Dapieve e Olavo de Carvalho. Whaal...
Com a morte de Paulo Francis a Globo decidiu inventar alguém para substituí-lo. Como se alguém pudesse substituir o gênio. Assim, trataram de transformar o cineasta Arnaldo Jabor em jornalista. Foi a partir daí que Jabor foi escalado para fazer comentários no Jornal da Globo, escrever uma coluna no jornal e, pasmem, participar do Manhattan Connection. Tudo o que o finado fazia. Puta que pariu, diria o saudoso Francis! A maior diferença entre eles é que o Jabor é um chato. Seu texto é pesado e amargo. Nas poucas vezes que li sua coluna no Globo eu tive a sensação de estar carregando um caminhão de tijolos. E seus comentários televisivos são patéticos. Foi uma ofensa a inteligência dos fãs do jornalista essa tentativa de inventar alguém para substituí-lo.
MANHATTAN CONNECTION continua sendo o meu programa favorito na TV, apesar da ausencia de Paulo Francis. Principalmente agora que o Jabor tomou um simancol e decidiu pular fora. Graças a Deus! O Lucas Mendes é ótimo como âncora. Caio Blinder é maravilhoso. O Ricardo Amorim é inteligente, culto e articulado. E além de tudo tem aquela boca carnuda, que parece estar pedindo para ser beijada. A Lúcia Guimarães faz reportagens magnificas. E tem o Diogo Mainardi... Afinal, nada na vida é perfeito.
MOON RIVER , música de Henry Mancini, letra de Johnny Mercer, tema do filme Bonequinha de Luxo, estrelado por Audrey Hepburn e George Peppard.
Moon river, wider than a mile
I'm crossing you in style some day
Oh, dream maker, you heart breaker
Wherever you're goin', I'm goin' your way
Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end, waitin' 'round the bend
My huckleberry friend, Moon River, and me
(Moon river, wider than a mile)
(I'm crossin' you in style some day)
Oh, dream maker, you heart breaker
Wherever you're goin', I'm goin' your way
Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after that same rainbow's end, waitin' 'round the bend
My huckleberry friend, Moon River, and me
(Moon River, Moon River)
25.11.04
SAMBA & AMOR – Nasce um novo bloco carnavalesco em Ipanema: Si num guenta porque veio? O bloco foi idealizado pelo empresário Fred Neci, que promoveu animados pagodes dominicais na Cobal do Leblon. O sucesso das rodas de samba, freqüentada pela juventude dourada da zona sul, acabou gerando o bloco que pretende agitar a cidade desfilando na terça-feira de carnaval. Os ensaios do novo bloco agora estão sendo realizados no Chiko’s Bar, na Lagoa quase esquina com a Joana Angélica. Mais Ipanema, impossível.
O ensaio do último domingo estava pura animação, lembrando os bons tempos do Suvaco de Cristo. Uma bateria nota dez animando a galera e, nos intervalos, o DJ Markus Kabul incendiava a pista com sucessos do carnaval. O clima perfeito para curtir o verão de Ipanema depois da praia. Na pista super lotada um batalhão de gente bonita. Rapazes e moças com aquele certificado de garantia do Posto Nove. Pois é! O filé mignon da juventude descolada do Rio de Janeiro se esbaldando ao som dos pandeiros e tamborins. Viva o verão!
ANGELS IN AMÉRICA - Já chegou às locadoras da cidade a versão para a TV de ANGELS IN AMÈRICA, espetáculo teatral de grande sucesso do autor Tony Kushner. Na TV a peça adquiriu o formato de minissérie e recebeu o reforço de um elenco de peso: Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson. Como no teatro, a minissérie é um espetáculo grandioso, que conta de forma trágica e pungente o surgimento da AIDS em Nova York. E também o sofrimento das vítimas, o preconceito, o desespero. Junto com a AIDS o autor mistura outras grandes mazelas da sociedade americana como o preconceito racial, a mentalidade conservadora e o fundamentalismo republicano. É uma barra pesada.
Graças a um roteiro eficiente, diálogos corretos e a direção precisa de Mike Nichols, o espetáculo flui com a mesma beleza e lirismo da montagem teatral, que eu tive o prazer de assistir na versão brasileira estrelada por João Vitti. Destaque para os efitos especiais, principalmente nas aparições do anjo. Por outro lado é preciso reconhecer que a versão cinematográfica potencializou o coquetel AIDS+preconceito+conservadorismo+mentalidade republicana e isso elevou o quociente de amargura da trama de Mr. Kushner. O fato é que a América amargurada retratada no filme parece vislumbrar um prenúncio da América decadente dos dias de hoje.
Merece destaque a cena em que dois rapazes dançam ao som de Moon River, a música tema do filme Bonequinha de Luxo. Um deles está morrendo de AIDS e, num momento de delírio, ele se vê dançando num cenário idílico com o seu amante. É uma das cenas mais bonitas do filme de Mike Nichols. Curioso é que, a mais bela cena do filme Má Educação, de Almodóvar, também é ao som de Moon River. Na beira do Rio, o padre toca o violão enquanto um garotinho lindo canta em espanhol uma versão da mesma música, momentos antes da criança ser vítima de um assédio sexual. Nas duas cenas a canção de Bonequinha de Luxo está presente, imprimindo sua marca, determinando sua influência na história do cinema.
NUNCA MAIS POR ENQUANTO - O jornalista Luiz Antônio Giron, editor de cultura da revista Època, está lançando livro de contos: Nunca mais por enquanto. Fugindo ao realismo que vem dominando a prosa contemporânea, Giron lança mão de uma linguagem vertiginosa e dos mais variados recursos da
intertextualidade para dar vida a tramas nas quais seus personagens estão sempre caindo em precipícios, amando sem ser amados e, invariavelmente, sendo assediados pelo horror e pelo medo da linguagem. Linguagem esta que atravessa os contos cumprindo uma função de personagem dramático. Luiz Giron publicou seu primeiro conto em 1977. Desde então, vem produzindo ficção, paralelo a reportagens, críticas, crônicas e ensaios nos mais importantes veículos e sites do país. Dedica-se ao estudo da crítica e da música, campo no qual especializou-se com Doutorado em Artes Cênicas e Mestrado em Musicologia, ambos pela Universidade de São Paulo. É autor do romance Ensaio de Ponto.
O ensaio do último domingo estava pura animação, lembrando os bons tempos do Suvaco de Cristo. Uma bateria nota dez animando a galera e, nos intervalos, o DJ Markus Kabul incendiava a pista com sucessos do carnaval. O clima perfeito para curtir o verão de Ipanema depois da praia. Na pista super lotada um batalhão de gente bonita. Rapazes e moças com aquele certificado de garantia do Posto Nove. Pois é! O filé mignon da juventude descolada do Rio de Janeiro se esbaldando ao som dos pandeiros e tamborins. Viva o verão!
ANGELS IN AMÉRICA - Já chegou às locadoras da cidade a versão para a TV de ANGELS IN AMÈRICA, espetáculo teatral de grande sucesso do autor Tony Kushner. Na TV a peça adquiriu o formato de minissérie e recebeu o reforço de um elenco de peso: Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson. Como no teatro, a minissérie é um espetáculo grandioso, que conta de forma trágica e pungente o surgimento da AIDS em Nova York. E também o sofrimento das vítimas, o preconceito, o desespero. Junto com a AIDS o autor mistura outras grandes mazelas da sociedade americana como o preconceito racial, a mentalidade conservadora e o fundamentalismo republicano. É uma barra pesada.
Graças a um roteiro eficiente, diálogos corretos e a direção precisa de Mike Nichols, o espetáculo flui com a mesma beleza e lirismo da montagem teatral, que eu tive o prazer de assistir na versão brasileira estrelada por João Vitti. Destaque para os efitos especiais, principalmente nas aparições do anjo. Por outro lado é preciso reconhecer que a versão cinematográfica potencializou o coquetel AIDS+preconceito+conservadorismo+mentalidade republicana e isso elevou o quociente de amargura da trama de Mr. Kushner. O fato é que a América amargurada retratada no filme parece vislumbrar um prenúncio da América decadente dos dias de hoje.
Merece destaque a cena em que dois rapazes dançam ao som de Moon River, a música tema do filme Bonequinha de Luxo. Um deles está morrendo de AIDS e, num momento de delírio, ele se vê dançando num cenário idílico com o seu amante. É uma das cenas mais bonitas do filme de Mike Nichols. Curioso é que, a mais bela cena do filme Má Educação, de Almodóvar, também é ao som de Moon River. Na beira do Rio, o padre toca o violão enquanto um garotinho lindo canta em espanhol uma versão da mesma música, momentos antes da criança ser vítima de um assédio sexual. Nas duas cenas a canção de Bonequinha de Luxo está presente, imprimindo sua marca, determinando sua influência na história do cinema.
NUNCA MAIS POR ENQUANTO - O jornalista Luiz Antônio Giron, editor de cultura da revista Època, está lançando livro de contos: Nunca mais por enquanto. Fugindo ao realismo que vem dominando a prosa contemporânea, Giron lança mão de uma linguagem vertiginosa e dos mais variados recursos da
intertextualidade para dar vida a tramas nas quais seus personagens estão sempre caindo em precipícios, amando sem ser amados e, invariavelmente, sendo assediados pelo horror e pelo medo da linguagem. Linguagem esta que atravessa os contos cumprindo uma função de personagem dramático. Luiz Giron publicou seu primeiro conto em 1977. Desde então, vem produzindo ficção, paralelo a reportagens, críticas, crônicas e ensaios nos mais importantes veículos e sites do país. Dedica-se ao estudo da crítica e da música, campo no qual especializou-se com Doutorado em Artes Cênicas e Mestrado em Musicologia, ambos pela Universidade de São Paulo. É autor do romance Ensaio de Ponto.
22.11.04
O REI DO ROCK - Ezequiel Neves, lenda viva da cultura brasileira completa 70 anos no próximo 29 de novembro, sem perder a energia, o bom humor ou a irreverência.
- Eu cheguei aos 70 porque sou profundamente superficial – diz ele, às gargalhadas.
Ezequiel, ou Zeca como o chamam os íntimos, nasceu numa Belo Horizonte bucólica, cujas maiores lembranças da infância são os quintais espaçosos, cheio de árvores frutíferas. Na família classe média a avó parteira teve 13 filhos e o pai foi um cientista louco, que mantinha contato com cientistas do mundo inteiro.
- Meu pai tinha uma língua ferina. Ele falava mal de todo mundo na cidade.
No início da adolescência foi expulso do tradicional Colégio Arnaldo, de padres jesuítas. Mas foi nesse colégio que conheceu a primeira pessoa que fez sua cabeça, um padre alemão chamado Geraldo, de quem lembra com carinho.
- Eu sempre tive a sorte de encontrar pessoas que me orientavam e me desorientavam no momento certo. E o padre Geraldo foi uma dessas pessoas.
Certa vez, durante a confissão, contou ao padre Geraldo que tinha se masturbado e o reverendo o tranqüilizou dizendo que aquilo não era pecado. Noutra ocasião ficou aflito porque havia tido uma ereção durante a missa. Ao contar ao Padre ele falou: “Deus vai adorar isso”.
Um outro momento marcante da sua vida foi quando, aos doze anos começou a freqüentar o casarão da família de Oscar Neto. uma tradicional família mineira, muito badalada na época, que recebia em casa gente importante como JK, Di Cavalcanti, Murilo Rubião e Zuzu Angel que era prima de Oscar.
- Na casa de Oscar Neto eu ouvi conversas absurdas que não vou confessar nunca.
Foi na casa de Oscar Neto que conheceu uma pessoa que marcou sua adolescência e foi muito importante na sua formação: Vanessa Neto, irmã do anfitrião. Logo ficaram amigos e, por ser culta e avançada Ezequiel pediu que ela o orientasse, mas a moça respondeu: “Eu quero é te desorientar”. Vanessa, que era sobrinha do escritor Lúcio Cardoso, o apresentou a livros de Dostoievski, Eça de Queiroz e o recomendou a ler “O morro dos ventos uivantes”.
Com 17 anos Ezequiel começou a trabalhar na biblioteca da Faculdade de Medicina. Também começou a fazer teatro, freqüentar um grupo de intelectuais mineiros e a escrever artigos no Diário de Minas. Ouvia muito Dalva de Oliveuira, Aracy de Almeida cantando Noel, além de Frank Sinatra e Billie Holiday. Um dia Vanessa veio passar uma temporada no Rio e quando voltou para Minas levou de presente para Ezequiel o disco de Bill Halley “Rock around the clock”.
- Eu pirei quando ouvi Bill Haley. Logo depois descobri Elvis Presley. Foi então que eu pirei mais ainda.
Foi Maria Bonomi quem o incentivou a sair de Minas. Em 1965 foi para São Paulo fazer teatro onde montou espetáculos de Shakespeare e Edward Albee. Circulando no meio teatral conheceu Tõnia Carrero, Paulo Autran e Adolfo Celi.
- A Tônia Carrero só me chamava de “O abominável Ezequiel Neves”.
Apesar de trabalhar no teatro, a cabeça de Ezequiel só pensava no rock e numa nova paixão: o conjunto Rolling Stones. Em 68 começou a escrever artigos sobre rock no Estadão, onde se dedicava a esmiuçar os trabalhos de Janis Joplin, Simon e Garfunkel e The Doors. Em 69 foi conhecer Nova York e essa viagem foi uma revolução na sua cabeça. Tinha acabado de acontecer Woodstock e a cidade estava fervendo. Assistiu shows de Hendrix e Crosby, Still e Nash.
- Em 1970 fui para Londres, pois Gil, Caetano & Cia já estavam exilados na cidade. Lá o Guilherme Araújo nos proporcionou coisas incríveis. O “ácido” era da melhor qualidade. Vi e ouvi tudo o que tinha direito: The Who, Alvin Lee e Eric Clapton.
Uma das melhores lembranças de Londres em 70 foi o show do jovem Elton John que, em início de carreira, abriu o concerto do The Who.
- Foram quarenta minutos inesquecíveis de Elton tocando piano. Nessa época ele tinha até cabelo.
Quando voltou de Londres abandonou o teatro imediatamente. Foi então que Luis Carlos Maciel o convidou para editar com ele a versão brasileira da revista Rolling Stone. Assim Ezequiel mudou para o Rio de Janeiro, indo morar em Ipanema, num apartamento na rua Farme de Amoedo, num prédio que ficava em frente ao Bofetada. Passou a freqüentar a praia na Montenegro, reduto da contracultura de então e a puxar fumo nas dunas da Gal.
- Foi nessa época que eu descobri que as únicas perfeições da vida são a alegria e o rock´n roll.
Como jornalista escreveu para as revistas Realidade, Playboy, Som Três e a revista Geração Pop, publicação para jovens da editora Abril, cuja publicidade era feita por adolescentes que diziam “é a primeira revista da nossa idade”. Ao mesmo tempo produziu o grupo de rock Made in Brazil, onde, nos shows, fazia backing vocal com o microfone desligado. Era só atitude.
- Era a época em que todo mundo tomava Mandrix, um anestésico para dormir, que nos provocava uma sensação epidérmica e coisas estranhas. A gente tomava Mandrix e acordava ao lado das pessoas mais deliciosas do Rio de Janeiro. Foram verões inesquecíveis. Tudo isso acabou quando as pessoas descobriram a cocaína, uma droga careta e do mal.
Em 1978 Guto Graça Melo o convidou para trabalhar na Som Livre onde produziram artistas como Cauby Peixoto e Elizeth Cardoso, que Zeca adorava pois a ouvia muito na adolescência.
- Nesse período fiquei 10 anos sem sair do Brasil porque o governo cobrava uma taxa caríssima para quem quisesse viajar. Essa taxa foi um dos maiores absurdos da história do Brasil. Onde já se viu uma coisa dessas? Pagar imposto para poder sair do país?
Em 1980 Ezequiel Neves viveu um momento marcante: foi a Nova York especialmente assistir aos Rolling Stones, sua banda favorita, no show Let´s spend the night together.
- No show dos Stones eu estava com todas as drogas em cima. Mas quando eles começaram a tocar eu não precisei de droga nenhuma. Pirei apenas com o som dos caras.
Na volta ao Brasil, depois de assistir ao show dos Stones, começou a achar tudo muito chato. Ficou dois anos no maior bode, achando a vida sem sentido, até que em 1982 descobriu o Barão Vermelho.
- Foi paixão à primeira vista. Com o Barão me deu novamente um “calor na bacurinha”. A chama do rock estava acesa no Brasil. O Cazuza me encantou como poeta e, de cara, vi que o Frejat era um guitarrista do caralho.
Agora, às véspera de completar sete décadas de vida, Ezequiel Neves faz uma reflexão e vê que seguiu o conselho de Vanessa Neto, sua musa da adolescência, e ficou desorientado.
- Vanessa foi a mulher mais importante da minha vida. E a minha grande paixão foi mesmo o Cazuza.
Ao longo de sua vida viveu muitas paixões e muitos amores, mas não gosta de falar sobre eles.
- Já casei um milhão de vezes. Só não moro junto porque o cotidiano é o túmulo do amor.
De presente de aniversário quer apenas saúde. Cheio de energia e animação, o velho roqueiro nem pensa em se aposentar. Está se preparando para cair na estrada com o Barão Vermelho, que vai fazer uma turnê por todo o Brasil na trilha do sucesso do disco que acabou lançar.
- Eu já devia estar quieto. Mas o Frejat, que é como um filho para mim, me disse: “Esse teu calor na bacurinha só vai acabar quando você sentar no iceberg que destruiu o Titanic.
Gargalhadas gerais.
FAZ PARTE DO MEU SHOW - Um novo livro sobre o cantor Cazuza promete causar polêmica. Faz parte do meu show é uma autobiografia do cantor, psicografada por Robson Pinheiro. Segundo a Casa dos Espíritos, editora responsável, especializada em livros espíritas, é um romance sobre a vida de um grande astro da MPB, que desencarnou vitima da Aids. O Livro retrata sua descoberta da realidade espiritual e o reencontro com a imortalidade. Ele relata também, seu encontro com outros artistas desencarnados e outras personalidades que fizeram parte da sua trajetória marcante, polêmica e rebelde somada a sexo, drogas e muito Rock and Roll. O que será que Lucinha Araújo vai achar desse livro?
- Eu cheguei aos 70 porque sou profundamente superficial – diz ele, às gargalhadas.
Ezequiel, ou Zeca como o chamam os íntimos, nasceu numa Belo Horizonte bucólica, cujas maiores lembranças da infância são os quintais espaçosos, cheio de árvores frutíferas. Na família classe média a avó parteira teve 13 filhos e o pai foi um cientista louco, que mantinha contato com cientistas do mundo inteiro.
- Meu pai tinha uma língua ferina. Ele falava mal de todo mundo na cidade.
No início da adolescência foi expulso do tradicional Colégio Arnaldo, de padres jesuítas. Mas foi nesse colégio que conheceu a primeira pessoa que fez sua cabeça, um padre alemão chamado Geraldo, de quem lembra com carinho.
- Eu sempre tive a sorte de encontrar pessoas que me orientavam e me desorientavam no momento certo. E o padre Geraldo foi uma dessas pessoas.
Certa vez, durante a confissão, contou ao padre Geraldo que tinha se masturbado e o reverendo o tranqüilizou dizendo que aquilo não era pecado. Noutra ocasião ficou aflito porque havia tido uma ereção durante a missa. Ao contar ao Padre ele falou: “Deus vai adorar isso”.
Um outro momento marcante da sua vida foi quando, aos doze anos começou a freqüentar o casarão da família de Oscar Neto. uma tradicional família mineira, muito badalada na época, que recebia em casa gente importante como JK, Di Cavalcanti, Murilo Rubião e Zuzu Angel que era prima de Oscar.
- Na casa de Oscar Neto eu ouvi conversas absurdas que não vou confessar nunca.
Foi na casa de Oscar Neto que conheceu uma pessoa que marcou sua adolescência e foi muito importante na sua formação: Vanessa Neto, irmã do anfitrião. Logo ficaram amigos e, por ser culta e avançada Ezequiel pediu que ela o orientasse, mas a moça respondeu: “Eu quero é te desorientar”. Vanessa, que era sobrinha do escritor Lúcio Cardoso, o apresentou a livros de Dostoievski, Eça de Queiroz e o recomendou a ler “O morro dos ventos uivantes”.
Com 17 anos Ezequiel começou a trabalhar na biblioteca da Faculdade de Medicina. Também começou a fazer teatro, freqüentar um grupo de intelectuais mineiros e a escrever artigos no Diário de Minas. Ouvia muito Dalva de Oliveuira, Aracy de Almeida cantando Noel, além de Frank Sinatra e Billie Holiday. Um dia Vanessa veio passar uma temporada no Rio e quando voltou para Minas levou de presente para Ezequiel o disco de Bill Halley “Rock around the clock”.
- Eu pirei quando ouvi Bill Haley. Logo depois descobri Elvis Presley. Foi então que eu pirei mais ainda.
Foi Maria Bonomi quem o incentivou a sair de Minas. Em 1965 foi para São Paulo fazer teatro onde montou espetáculos de Shakespeare e Edward Albee. Circulando no meio teatral conheceu Tõnia Carrero, Paulo Autran e Adolfo Celi.
- A Tônia Carrero só me chamava de “O abominável Ezequiel Neves”.
Apesar de trabalhar no teatro, a cabeça de Ezequiel só pensava no rock e numa nova paixão: o conjunto Rolling Stones. Em 68 começou a escrever artigos sobre rock no Estadão, onde se dedicava a esmiuçar os trabalhos de Janis Joplin, Simon e Garfunkel e The Doors. Em 69 foi conhecer Nova York e essa viagem foi uma revolução na sua cabeça. Tinha acabado de acontecer Woodstock e a cidade estava fervendo. Assistiu shows de Hendrix e Crosby, Still e Nash.
- Em 1970 fui para Londres, pois Gil, Caetano & Cia já estavam exilados na cidade. Lá o Guilherme Araújo nos proporcionou coisas incríveis. O “ácido” era da melhor qualidade. Vi e ouvi tudo o que tinha direito: The Who, Alvin Lee e Eric Clapton.
Uma das melhores lembranças de Londres em 70 foi o show do jovem Elton John que, em início de carreira, abriu o concerto do The Who.
- Foram quarenta minutos inesquecíveis de Elton tocando piano. Nessa época ele tinha até cabelo.
Quando voltou de Londres abandonou o teatro imediatamente. Foi então que Luis Carlos Maciel o convidou para editar com ele a versão brasileira da revista Rolling Stone. Assim Ezequiel mudou para o Rio de Janeiro, indo morar em Ipanema, num apartamento na rua Farme de Amoedo, num prédio que ficava em frente ao Bofetada. Passou a freqüentar a praia na Montenegro, reduto da contracultura de então e a puxar fumo nas dunas da Gal.
- Foi nessa época que eu descobri que as únicas perfeições da vida são a alegria e o rock´n roll.
Como jornalista escreveu para as revistas Realidade, Playboy, Som Três e a revista Geração Pop, publicação para jovens da editora Abril, cuja publicidade era feita por adolescentes que diziam “é a primeira revista da nossa idade”. Ao mesmo tempo produziu o grupo de rock Made in Brazil, onde, nos shows, fazia backing vocal com o microfone desligado. Era só atitude.
- Era a época em que todo mundo tomava Mandrix, um anestésico para dormir, que nos provocava uma sensação epidérmica e coisas estranhas. A gente tomava Mandrix e acordava ao lado das pessoas mais deliciosas do Rio de Janeiro. Foram verões inesquecíveis. Tudo isso acabou quando as pessoas descobriram a cocaína, uma droga careta e do mal.
Em 1978 Guto Graça Melo o convidou para trabalhar na Som Livre onde produziram artistas como Cauby Peixoto e Elizeth Cardoso, que Zeca adorava pois a ouvia muito na adolescência.
- Nesse período fiquei 10 anos sem sair do Brasil porque o governo cobrava uma taxa caríssima para quem quisesse viajar. Essa taxa foi um dos maiores absurdos da história do Brasil. Onde já se viu uma coisa dessas? Pagar imposto para poder sair do país?
Em 1980 Ezequiel Neves viveu um momento marcante: foi a Nova York especialmente assistir aos Rolling Stones, sua banda favorita, no show Let´s spend the night together.
- No show dos Stones eu estava com todas as drogas em cima. Mas quando eles começaram a tocar eu não precisei de droga nenhuma. Pirei apenas com o som dos caras.
Na volta ao Brasil, depois de assistir ao show dos Stones, começou a achar tudo muito chato. Ficou dois anos no maior bode, achando a vida sem sentido, até que em 1982 descobriu o Barão Vermelho.
- Foi paixão à primeira vista. Com o Barão me deu novamente um “calor na bacurinha”. A chama do rock estava acesa no Brasil. O Cazuza me encantou como poeta e, de cara, vi que o Frejat era um guitarrista do caralho.
Agora, às véspera de completar sete décadas de vida, Ezequiel Neves faz uma reflexão e vê que seguiu o conselho de Vanessa Neto, sua musa da adolescência, e ficou desorientado.
- Vanessa foi a mulher mais importante da minha vida. E a minha grande paixão foi mesmo o Cazuza.
Ao longo de sua vida viveu muitas paixões e muitos amores, mas não gosta de falar sobre eles.
- Já casei um milhão de vezes. Só não moro junto porque o cotidiano é o túmulo do amor.
De presente de aniversário quer apenas saúde. Cheio de energia e animação, o velho roqueiro nem pensa em se aposentar. Está se preparando para cair na estrada com o Barão Vermelho, que vai fazer uma turnê por todo o Brasil na trilha do sucesso do disco que acabou lançar.
- Eu já devia estar quieto. Mas o Frejat, que é como um filho para mim, me disse: “Esse teu calor na bacurinha só vai acabar quando você sentar no iceberg que destruiu o Titanic.
Gargalhadas gerais.
FAZ PARTE DO MEU SHOW - Um novo livro sobre o cantor Cazuza promete causar polêmica. Faz parte do meu show é uma autobiografia do cantor, psicografada por Robson Pinheiro. Segundo a Casa dos Espíritos, editora responsável, especializada em livros espíritas, é um romance sobre a vida de um grande astro da MPB, que desencarnou vitima da Aids. O Livro retrata sua descoberta da realidade espiritual e o reencontro com a imortalidade. Ele relata também, seu encontro com outros artistas desencarnados e outras personalidades que fizeram parte da sua trajetória marcante, polêmica e rebelde somada a sexo, drogas e muito Rock and Roll. O que será que Lucinha Araújo vai achar desse livro?
16.11.04
GAY SOCIETY – A mensagem de Luiz Mott, contestando a lista dos dez gays mais importantes, continua dando o que falar. “As bichas estão furiosas com você”, me diz um amigo às gargalhadas, depois de ler esse blog que vos fala. Por outro lado, leitores bacanas como Tião Maciel e Beto W pegaram o espírito da coisa e deram opiniões relevantes. Opiniões que todos podem ler, a seguir:
Adorei o blogue. A sua coragem provocadora de publicar a lista dos Top Ten, depois publicar no blogue que houve críticas e mostrando que não te abalaram, e ainda publicá-las na íntegra, sem auto-defesa ou contra-ataque??? É sensacional, superioridade na certa. Mostra o óbvio, que você só está se divertindo docemente, ironicamente com o absurdo todo. Os romanos são doidos. Não é justo que gastemos a ponta do nosso dedinho no teclado respondendo a eles...
E claro, adorei a Madonna. Abraços. Tião.
Caríssimo W. Leite, Só hoje li no seu blog sobre a lista dos 10 gays ++ do Brasil, mesmo sem conhecer alguns nomes, pelos que conheço deduzo que aqueles que desconheço também estão no mesmo nível, portanto, aqueles que enviaram email criticando a sua lista é porque se sentiram excluídos dela, gostariam de encontrar seus nomes na lista entre prestigiadas personalidades gays. Penso que um gay notável é justamente aquele que se faz notar pela competência, talento e sucesso na atividade que desenvolve e não pelo simples fato de ser gay, ser gay não é profissão. Viva à todos os empresários, escritores, jornalistas, atores, cantores, atletas e quem mais se destaque em sua área e seja gay, sem atrair hofotes para sí pela viadagem explícita ou por viver da viadagem.
Estarei publicando no meu blog, com os devidos créditos é claro, a lista dos 10 ++ e acrescento um 11o. nome, o do escritor e jornalista Waldir Leite. Além da coluna social que escrevo, que é de interesse local, agreguei ao site um "blog" - www.colunasocial.com/blogdoescritor onde escrevo uma "coluna de babados" com dicas de etiqueta para gays, comentários de moda, fotos bacanas de bofes, comentários geral e uma certa crítica ácida porque agrada aos leitores. O blog está sendo bem acessado, recebo emails do Brasil inteiro. Lá também publico meus contos. Grande beijo do seu amigo, fã e leitor, Beto W.
FALUJA NÃO PODE SOFRER – No Jornal Nacional, novas cenas de terror no Iraque. Um grupo de crianças foi encontrado pelos soldados invasores entre os escombros da cidade de Faluja. “É um milagre que tenham conseguido sobreviver”, disse o terrorista americano, enquanto as imagens mostravam crianças lindas e desprotegidas, acuadas pelo terror. Quantas outras crianças teriam sucumbido às armas dos americanos? Quantas tiveram seus corpos inocentes esquartejados com as bombas vindas da América? Meu Deus, quanta covardia. E o mundo assistindo de braços cruzados a esse genocídio...
O VERDE E O ROSA - O carnaval carioca já está com todo o pique na quadra da Mangueira. A bateria nota dez usou de toda a sua energia para fazer ferver o ensaio da escola no último sábado. Um clima de festa e o alto astral deram o tom da noite. Na quadra lotada muita gente bonita. Rapazes e moças cheios de amor para dar, no ritmo descolado do samba. No camarote do presidente astros e estrelas. Ao lado, uma novidade polêmica: o camarote com ar refrigerado. Super confortável, mas o vidro que protege o ar abafa o som da bateria. Num palco, um grupo de crianças mostra que sabe tudo de samba e exibe gingado e suingue.
Adorei o blogue. A sua coragem provocadora de publicar a lista dos Top Ten, depois publicar no blogue que houve críticas e mostrando que não te abalaram, e ainda publicá-las na íntegra, sem auto-defesa ou contra-ataque??? É sensacional, superioridade na certa. Mostra o óbvio, que você só está se divertindo docemente, ironicamente com o absurdo todo. Os romanos são doidos. Não é justo que gastemos a ponta do nosso dedinho no teclado respondendo a eles...
E claro, adorei a Madonna. Abraços. Tião.
Caríssimo W. Leite, Só hoje li no seu blog sobre a lista dos 10 gays ++ do Brasil, mesmo sem conhecer alguns nomes, pelos que conheço deduzo que aqueles que desconheço também estão no mesmo nível, portanto, aqueles que enviaram email criticando a sua lista é porque se sentiram excluídos dela, gostariam de encontrar seus nomes na lista entre prestigiadas personalidades gays. Penso que um gay notável é justamente aquele que se faz notar pela competência, talento e sucesso na atividade que desenvolve e não pelo simples fato de ser gay, ser gay não é profissão. Viva à todos os empresários, escritores, jornalistas, atores, cantores, atletas e quem mais se destaque em sua área e seja gay, sem atrair hofotes para sí pela viadagem explícita ou por viver da viadagem.
Estarei publicando no meu blog, com os devidos créditos é claro, a lista dos 10 ++ e acrescento um 11o. nome, o do escritor e jornalista Waldir Leite. Além da coluna social que escrevo, que é de interesse local, agreguei ao site um "blog" - www.colunasocial.com/blogdoescritor onde escrevo uma "coluna de babados" com dicas de etiqueta para gays, comentários de moda, fotos bacanas de bofes, comentários geral e uma certa crítica ácida porque agrada aos leitores. O blog está sendo bem acessado, recebo emails do Brasil inteiro. Lá também publico meus contos. Grande beijo do seu amigo, fã e leitor, Beto W.
FALUJA NÃO PODE SOFRER – No Jornal Nacional, novas cenas de terror no Iraque. Um grupo de crianças foi encontrado pelos soldados invasores entre os escombros da cidade de Faluja. “É um milagre que tenham conseguido sobreviver”, disse o terrorista americano, enquanto as imagens mostravam crianças lindas e desprotegidas, acuadas pelo terror. Quantas outras crianças teriam sucumbido às armas dos americanos? Quantas tiveram seus corpos inocentes esquartejados com as bombas vindas da América? Meu Deus, quanta covardia. E o mundo assistindo de braços cruzados a esse genocídio...
O VERDE E O ROSA - O carnaval carioca já está com todo o pique na quadra da Mangueira. A bateria nota dez usou de toda a sua energia para fazer ferver o ensaio da escola no último sábado. Um clima de festa e o alto astral deram o tom da noite. Na quadra lotada muita gente bonita. Rapazes e moças cheios de amor para dar, no ritmo descolado do samba. No camarote do presidente astros e estrelas. Ao lado, uma novidade polêmica: o camarote com ar refrigerado. Super confortável, mas o vidro que protege o ar abafa o som da bateria. Num palco, um grupo de crianças mostra que sabe tudo de samba e exibe gingado e suingue.
13.11.04
BEBEL NA PRAIA - Dia de sol em Ipanema. Um calor exultante espalhando um clima sensual sobre a cidade. A água refrescante provocando arrepios de prazer a cada mergulho. E corpos, corpos e corpos. Corpos incríveis. Corpos bronzeados. Verdadeiros parques de diversões em forma de ser humano. Tatuagens. Suor. Nuvens esparsas. Céu azul. Sungões e biquinis. Baseados e Guaraplus. Salva-vidas. Areia quente. Uma incrível paisagem. Caminho distraído pensando na beleza da vida, quando alguém me chama. É Bebel Gilberto.
A cantora aproveitou a beleza do dia de sol para descansar na areia da praia. Ficamos conversando a tarde inteira. Eu quero voltar para Nova York bronzeada. Bebel estava muito feliz com o resultado do show e com a recepção do público e da imprensa. Mas, estava feliz mesmo por estar no Rio, perto da família e dos amigos. Mostrou uma marca roxa na perna e um arranhão. Isso foi resultado da queda que eu levei na entrada do primeiro show. Bel contou que recebeu muitas flores, cartões e telefonemas carinhosos de pessoas que ela nunca esperava. Disse que a Carolina Ferraz ligou para ela e deixou um recado super carinhoso na secretária eletrônica. Bebel eu adorei te ver cantando. Não é verdade que eu fui embora no meio do teu show. Precisamos nos encontrar. (Um jornal mal informado publicou que Carolina tinha ido embora no meio do show.)
Bebel me contou mil estórias da turnê que fez pela Europa e EUA. Do nervosismo no Olímpia de Paris. Do sucesso do show na Bélgica. Do prêmio que recebeu em Londres, com direito a um incrível tapete vermelho. Aliás, ela estava muito orgulhosa de ter recebido o prêmio, mesmo concorrendo com nomes como Cesária Èvora e Youssou N'Dour. Quando foi cantar em Portugal, por coincidência, ficou hospedada no mesmo hotel em que estavam Miguel Falabella e Regina Duarte. Prontamente Bebel pegou dois CD´s colocou uma dedicatória para o Miguel (Miguel te adoro...) e outra para Regina (Para Regina com todo o meu carinho...) Depois pediu para que um funcionário do hotel entregasse o CD para cada um deles. Pois bem. No dia que estava indo embora encontrou com a Regina no saguão e perguntou: Você recebeu meu CD? Regina deu uma risada e disse: Claro que recebi. Um CD em que estava escrito Miguel te adoro... O funcionário havia trocado os CDs. Tinha que ser em Portugal... Em Buenos Ayres ela se apresentou antres do show do Pet Shop Boys e contou que a platéia estava cheia de gays. Ela então disse ao público: meu coração é gay. Foi aplaudidíssima!
Conversamos um tempão. Mil estórias. Até que chegou a prima dela, Silvinha, que é um doce de pessoa. Fazia tempo que a gente não se via e ela foi super amorosa. Disse que eu estava mais bonito e eu fiquei todo bobo. Na hora de mergulhar Silvinha não quis molhar o cabelo porque estava usando um aplique. Eu perguntei porque e ela contou que o cabelo longo é uma exigência do papel que vai fazer na próxima novela das oito, América, de Glória Perez. Ela estava bem empolgada com o papel e disse que a sinopse da novela é incrível e que a estória é bem original.
Foi então que apareceu a atriz Malu Valle e uma amiga. Malu é a atriz que interpreta a amiga da Nazaré, na novela Senhora do Destino. Nós aproveitamos a deixa e começamos a falar da novela. Bebel então nos disse que morre de saudades das novelas do Brasil, que nunca mais tinha assistido novela. Nós então começamos a contar a trama de Senhora do Destino, dando bastante ênfase ao personagem da Renata Sorrah e rimos muito lembrando das maldades do personagem. E da atuação magistral da Renata.
Segunda-feira Bebel volta para Nova York, onde faz show na sexta no Town Hall. Depois segue para uma temporada na Austrália, Tailândia, volta para a Europa para um show beneficente. E no natal estará de volta o Rio para curtir o verão.
ROBERTO & LILI – É lindo o livro que Lili Marinho escreveu sobre o seu romance com o jornalista Roberto Marinho. É belo e comovente. A partir do romance do casal ela faz um retrospecto de sua vida, contando fatos, reviravoltas, sentimentos e tragédias pessoais. Uma coisa que chama a atenção no livro é a sua relação conturbada com o pai, na infância e adolescência. O pai de Lili era um homem de rígidos valores morais e muito perturbado pela guerra. Certa vez ele deu um tapa na filha adolescente quando a encontra na rua folheando uma revista. Noutra ocasião, quando a jovem e bela Lili completou quinze anos quis de presente um lindo sapato que tinha visto numa vitrine. O homem fez um escândalo, dizendo que aquele sapato era de moça coquete e deu para ela um sapato feio, diferente do que ela gostaria. Lili ficou tão traumatizada que insinua no seu relato que hoje ela tem mais sapatos do que Imelda Marcos.
Outra coisa comovente no livro é a narrativa do seu sofrimento com a morte do filho Horacinho, num acidente de carro, aos 26 anos. É pungente a descrição da dor por conta da ausência do ente querido. Mas, o evento principal do livro é o namoro e o casamento com o Midas das comunicações. O jogo de seduções, os climas, as cenas de amor. É tudo tão bonito e cheio de glamour. O livro é bem escrito. Além disso, a autora se revela uma pessoa que tem o que dizer em termos de amor, paixão e vida. Tudo isso faz de Roberto & Lili uma pequena jóia da literatura brasileira. Um livro que certamente vai dar um tom de glamour e romantismo ao próximo verão.
TRECHOS DO LIVRO ROBERTO & LILI
Tinha 20 anos quando nosso caminhos se cruzaram em 1941, numa recepção no Copacabana Palace. Aquele que começavam a chamar de Dtr. Roberto assumira o comando do jornal O Globo por ocasião da moret de seu pai, em 1925. Com 36 anos, solteiro convicto, era copbiçado, um ótimo partido! Diziam ser louco poresportes, notadamente o mergulho submarino e os saltos de obstáculos a cavalo. Seu jornal era ainda recente: o pai, Irineu, o criara apenas um ano antes de falecer e Roberto já então fizera conhecida sua capacidade de trabalho, sua determinação.
Se não me engano, ele já tinha o olhar intenso e direto, animado por olhos de um bonito marrom, realçados pelo mesmo sutil sorriso, meio irônico, meio charmoso, que conheci mais tarde.
O Globo, base do atual império, era, nos anos 40, apenas mais um jornal carioca. Roberto Marinho, um jornalista reconhecido como tantos outros grandes nomes, dentre os quais Horácio de Carvalho, meu marido, também jornalista e proprietário de um jornal, na época bastante popular – o Diário Carioca. A década precedente à Segunda Guerra Mundial e os três ou quatro anos que a sucederam foram agitados pela imprensa escrita e pelo triunfo do rádio.
Presenciei aqui a morte de sonhos, assim como presenciei o nascimento de outros, como fênix de suas cinzas. O povo, a gente do Brasil, enfrenta sempre duros golpes, como a hiperinflação, as desvalorizações da moeda, as malversações e os confiscos, reagindo com calma, por vezes com resignação, sem revolta. Mas, por um milagre que só ocorre aqui, as vitimas de ontem não lamentam a sorte. Pelo contrário, retomam com energia a confiança em melhores dias, tantas vezes improváveis, mas real e promissora. Não existiu no Brasil uma verdadeira revolução como na França, nem mesmo a idéia de uma verdadeira a revolta! Será pela necessidade de lutar pela sobrevivência? Não! Apenas pela certeza de que a felicidade é possível, que devemos conquista-la e que isso será conseguido em breve.
FALUJA NÃO MERECE SOFRER – No Jornal Nacional assisto cenas de terror no Iraque. O exército americano bombardeia impiedosamente a cidade de Faluja. O poderio militar americano usado com toda a sua força contra a cidade sitiada. Um show de maldade e covardia. Um genocídio sendo cometido e o resto do mundo assistindo de braços cruzados. Nem daqui a mil anos os americanos serão perdoados por tamanha crueldade. Numa das cenas mais cruéis mostradas na TV, soldados americanos apontam fuzis para prisioneiros iraquianos ajoelhados e algemados. Os gringos perguntam aos prisioneiros: “porque vocês estão nos atacando? Porque vocês ficam atirando em nós?” Pois é. Se o prisioneiro Iraquiano soubesse falar inglês diria que está atacando os americanos porque eles invadiram seu país, matando famílias, crianças e mulheres grávidas. Acha pouco?
A cantora aproveitou a beleza do dia de sol para descansar na areia da praia. Ficamos conversando a tarde inteira. Eu quero voltar para Nova York bronzeada. Bebel estava muito feliz com o resultado do show e com a recepção do público e da imprensa. Mas, estava feliz mesmo por estar no Rio, perto da família e dos amigos. Mostrou uma marca roxa na perna e um arranhão. Isso foi resultado da queda que eu levei na entrada do primeiro show. Bel contou que recebeu muitas flores, cartões e telefonemas carinhosos de pessoas que ela nunca esperava. Disse que a Carolina Ferraz ligou para ela e deixou um recado super carinhoso na secretária eletrônica. Bebel eu adorei te ver cantando. Não é verdade que eu fui embora no meio do teu show. Precisamos nos encontrar. (Um jornal mal informado publicou que Carolina tinha ido embora no meio do show.)
Bebel me contou mil estórias da turnê que fez pela Europa e EUA. Do nervosismo no Olímpia de Paris. Do sucesso do show na Bélgica. Do prêmio que recebeu em Londres, com direito a um incrível tapete vermelho. Aliás, ela estava muito orgulhosa de ter recebido o prêmio, mesmo concorrendo com nomes como Cesária Èvora e Youssou N'Dour. Quando foi cantar em Portugal, por coincidência, ficou hospedada no mesmo hotel em que estavam Miguel Falabella e Regina Duarte. Prontamente Bebel pegou dois CD´s colocou uma dedicatória para o Miguel (Miguel te adoro...) e outra para Regina (Para Regina com todo o meu carinho...) Depois pediu para que um funcionário do hotel entregasse o CD para cada um deles. Pois bem. No dia que estava indo embora encontrou com a Regina no saguão e perguntou: Você recebeu meu CD? Regina deu uma risada e disse: Claro que recebi. Um CD em que estava escrito Miguel te adoro... O funcionário havia trocado os CDs. Tinha que ser em Portugal... Em Buenos Ayres ela se apresentou antres do show do Pet Shop Boys e contou que a platéia estava cheia de gays. Ela então disse ao público: meu coração é gay. Foi aplaudidíssima!
Conversamos um tempão. Mil estórias. Até que chegou a prima dela, Silvinha, que é um doce de pessoa. Fazia tempo que a gente não se via e ela foi super amorosa. Disse que eu estava mais bonito e eu fiquei todo bobo. Na hora de mergulhar Silvinha não quis molhar o cabelo porque estava usando um aplique. Eu perguntei porque e ela contou que o cabelo longo é uma exigência do papel que vai fazer na próxima novela das oito, América, de Glória Perez. Ela estava bem empolgada com o papel e disse que a sinopse da novela é incrível e que a estória é bem original.
Foi então que apareceu a atriz Malu Valle e uma amiga. Malu é a atriz que interpreta a amiga da Nazaré, na novela Senhora do Destino. Nós aproveitamos a deixa e começamos a falar da novela. Bebel então nos disse que morre de saudades das novelas do Brasil, que nunca mais tinha assistido novela. Nós então começamos a contar a trama de Senhora do Destino, dando bastante ênfase ao personagem da Renata Sorrah e rimos muito lembrando das maldades do personagem. E da atuação magistral da Renata.
Segunda-feira Bebel volta para Nova York, onde faz show na sexta no Town Hall. Depois segue para uma temporada na Austrália, Tailândia, volta para a Europa para um show beneficente. E no natal estará de volta o Rio para curtir o verão.
ROBERTO & LILI – É lindo o livro que Lili Marinho escreveu sobre o seu romance com o jornalista Roberto Marinho. É belo e comovente. A partir do romance do casal ela faz um retrospecto de sua vida, contando fatos, reviravoltas, sentimentos e tragédias pessoais. Uma coisa que chama a atenção no livro é a sua relação conturbada com o pai, na infância e adolescência. O pai de Lili era um homem de rígidos valores morais e muito perturbado pela guerra. Certa vez ele deu um tapa na filha adolescente quando a encontra na rua folheando uma revista. Noutra ocasião, quando a jovem e bela Lili completou quinze anos quis de presente um lindo sapato que tinha visto numa vitrine. O homem fez um escândalo, dizendo que aquele sapato era de moça coquete e deu para ela um sapato feio, diferente do que ela gostaria. Lili ficou tão traumatizada que insinua no seu relato que hoje ela tem mais sapatos do que Imelda Marcos.
Outra coisa comovente no livro é a narrativa do seu sofrimento com a morte do filho Horacinho, num acidente de carro, aos 26 anos. É pungente a descrição da dor por conta da ausência do ente querido. Mas, o evento principal do livro é o namoro e o casamento com o Midas das comunicações. O jogo de seduções, os climas, as cenas de amor. É tudo tão bonito e cheio de glamour. O livro é bem escrito. Além disso, a autora se revela uma pessoa que tem o que dizer em termos de amor, paixão e vida. Tudo isso faz de Roberto & Lili uma pequena jóia da literatura brasileira. Um livro que certamente vai dar um tom de glamour e romantismo ao próximo verão.
TRECHOS DO LIVRO ROBERTO & LILI
Tinha 20 anos quando nosso caminhos se cruzaram em 1941, numa recepção no Copacabana Palace. Aquele que começavam a chamar de Dtr. Roberto assumira o comando do jornal O Globo por ocasião da moret de seu pai, em 1925. Com 36 anos, solteiro convicto, era copbiçado, um ótimo partido! Diziam ser louco poresportes, notadamente o mergulho submarino e os saltos de obstáculos a cavalo. Seu jornal era ainda recente: o pai, Irineu, o criara apenas um ano antes de falecer e Roberto já então fizera conhecida sua capacidade de trabalho, sua determinação.
Se não me engano, ele já tinha o olhar intenso e direto, animado por olhos de um bonito marrom, realçados pelo mesmo sutil sorriso, meio irônico, meio charmoso, que conheci mais tarde.
O Globo, base do atual império, era, nos anos 40, apenas mais um jornal carioca. Roberto Marinho, um jornalista reconhecido como tantos outros grandes nomes, dentre os quais Horácio de Carvalho, meu marido, também jornalista e proprietário de um jornal, na época bastante popular – o Diário Carioca. A década precedente à Segunda Guerra Mundial e os três ou quatro anos que a sucederam foram agitados pela imprensa escrita e pelo triunfo do rádio.
Presenciei aqui a morte de sonhos, assim como presenciei o nascimento de outros, como fênix de suas cinzas. O povo, a gente do Brasil, enfrenta sempre duros golpes, como a hiperinflação, as desvalorizações da moeda, as malversações e os confiscos, reagindo com calma, por vezes com resignação, sem revolta. Mas, por um milagre que só ocorre aqui, as vitimas de ontem não lamentam a sorte. Pelo contrário, retomam com energia a confiança em melhores dias, tantas vezes improváveis, mas real e promissora. Não existiu no Brasil uma verdadeira revolução como na França, nem mesmo a idéia de uma verdadeira a revolta! Será pela necessidade de lutar pela sobrevivência? Não! Apenas pela certeza de que a felicidade é possível, que devemos conquista-la e que isso será conseguido em breve.
FALUJA NÃO MERECE SOFRER – No Jornal Nacional assisto cenas de terror no Iraque. O exército americano bombardeia impiedosamente a cidade de Faluja. O poderio militar americano usado com toda a sua força contra a cidade sitiada. Um show de maldade e covardia. Um genocídio sendo cometido e o resto do mundo assistindo de braços cruzados. Nem daqui a mil anos os americanos serão perdoados por tamanha crueldade. Numa das cenas mais cruéis mostradas na TV, soldados americanos apontam fuzis para prisioneiros iraquianos ajoelhados e algemados. Os gringos perguntam aos prisioneiros: “porque vocês estão nos atacando? Porque vocês ficam atirando em nós?” Pois é. Se o prisioneiro Iraquiano soubesse falar inglês diria que está atacando os americanos porque eles invadiram seu país, matando famílias, crianças e mulheres grávidas. Acha pouco?
12.11.04
MADONNA PEDE A SAIDA DE TROPAS AMERICANAS DO IRAQUE - Ela nunca me decepciona. Em entrevista a BBC de LOndres Lady Madonna soltou os cachorros e disse:
Só não quero que tropas americanas fiquem no Iraque, ponto. O terrorismo global está em toda parte. O terrorismo global está nas ruas, nas esquinas. O terrorismo global está na Califórnia. Há terrorismo em toda parte e é um absurdo acreditar que você pode se livrar dele indo a um país e despejando toneladas de bombas sobre pessoas inocentes.
O SAMBA DO VIADO DOIDO - Na minha coluna do Jornal do Brasil, semanas atrás, publiquei uma lista dos dez gays mais importantes do Brasil. Eu já havia feito essa brincadeira aqui no blog e achei que seria engraçado publicar a lista na coluna. Os nomes que constaram da lista foram os seguintes: Miguel Falabella, Andre Fischer, Aguinaldo Silva, Gilberto Braga, Cabbé Araújo, Luiz Carlos Araújo, Guilherme Araújo, Gilvan Nunes, José Viterbo e Antonio Cicero. Houve mais repercussão do que eu esperava. Muita gente gostou, mas teve aqueles que não viram a menor graça.
Luiz Mott, do GGB - Grupo Gay da Bahia mandou um e-mail para o JB, expondo a repercussão da lista num grupo de discussão da internet. A seguir o e-mail de Mott e as opiniões emitidas na web:
Querida Hilde, tudo bem, amor?
olha como tem repercutido nas listas gls a tal lista dos 10 gays mais vips do Brasil. De fato, o Waldir Leite pisou na bola. Como fui um dos excluidos, preferi ficar calado, mas esta lista é uma paródia do samba do viado doido... abraços, Mott
Desculpem voltar ao tema, mas estive sem computador por alguns dias e fiquei chateado ao ler que tanta gente gay, competente, boa e batalhadora, ficou de fora desta lista dos 10 mais importantes gays do Brasil e daí manifesto a minha opinião... Esta lista dos 10 Gays mais importantes do Brasil é uma piada não? Falar que o tal reconhecimento é pelo fato dos tais agraciados serem inteligentes, cultos, bem sucedidos em suas áreas de atuação e que eles exercem influencia sem levantar bandeira e seguem abrindo caminho para as novas gerações....ah é babação de ovo? Uma brincadeira, só pode ser... vamos lá, então e eu pergunto:
"Levantar bandeira" agora virou crime? Toda a luta dos que acreditam na causa homossexual agora é supérflua...a vez agora é dos simulados, mornos ou alienados? Que tipo de influência pode exercer sobre outras pessoas alguém que ninguém sabe que é gay? Expliquem pra mim que eu não entendo.... como alguém pode ser considerado um gay importante para o país se ninguém o conhece como gay? Nunca se viu ou se ouviu falar da homossexualidade desta pessoa? Para ostentar um reconhecimento de gay mais importante tem que ser homossexual não? Quantos gays no resto do Brasil sabem quem é este tal de Cabbé Araújo? Fora do meio carioca quem imagina ser este Gilvan Nunes? Aliás porque quase todos estes "mais importantes Gays do Brasil" estão ou são do Rio de janeiro? Parece mais uma lista de comadres, feita pra agradar e/ou tirar algum tipo de proveito pessoal.
Desde quando André Fischer pode ser o militante mais atuante? O critério é ter um site, ser esperto e ter amigos puxa-sacos? E o pessoal da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, o maior feito de visibilidade Gay do mundo? Estas pessoas não existem? Não foram lembradas? Onde estão os militantes históricos e gente que está todo o tempo produzindo e faz tal qual ou muito melhor que o Fischer, tipo um Cláudio Nascimento, João Silvério Trevisan ou o Luiz Mott que até o Ministério da Cultura o reconheceu por notório saber em Homossexualidade?
Resolveram assumir pelo Miguel Falabella? Me informem porque não tive tempo de pesquisar. Ele se assumiu gay? O próprio Falabella sabe que o estão arrolando como Gay? Já que pra esta lista só existem Gays importantes no Rio e o Fischer de Sampa, porque não se lembraram do carnavalesco Milton Cunha, bem mais inteligente e culto que a "loira má"? Pelo menos ele fala e assume a homossexualidade publicamente.
EU VOU RODAR O MUNDO, MAS AQUI É O MEU LUGAR - O segundo show de Bebel Gilberto no Golden Room conseguiu ser melhor que o primeiro. A cantora estava mais solta e relaxada depois da estréia no dia anterior. Cantou uma música que não estava no roteiro do espetáculo: Preciso dizer que te amo. Dedicou a canção Mais feliz ao seu ex-marido Dé, que foi baixista do Barão Vermelho. O músico, que estava na platéia com sua mulher, ficou encabulado quando ela disse que ele era o principal responsável por ter escolhido ser cantora. No final do show Bebel enfatizou o verso de uma de suas canções do primeiro disco que dizia: eu vou rodar o mundo, mas aqui é o meu lugar.
Numa mesa, bem em frente ao palco, a tia Marieta e a prima Sylvia, com o marido Chico Diaz + Janaína Diniz e Mariana de Moraes. Na mesa ao lado Lilibeth Monteiro de Carvalho e Walter Rosa. Marcos Vinicius e Gilda Matoso. Mariana Ximenes. Várias estrelas da MPB foram prestigiar o show: Marisa Monte, com o marido; Ana Carolina com o produtor Nilo Romero; Angela Ro Ro com sua eterna namorada Naíla Scorpio; Baby Consuelo foi com as filhas e mãe prestigiar o filho Pedro Baby que toca na banda da Bebel; Katia B, amiga da Bebel de longa data estava linda, com um vestido no estilo anos 40; Paula Morelembaum, além da mamãe Miucha.
Depois do show Bebel Reuniu os amigos para uma festinha no seu apartamento do Copacabana Palace, com vista para piscina. Completamente à vontade, de jeans, camiseta e descalça ela recebia a todos carinhosamente e apresentava seus amigos cariocas aos músicos americanos que tocam com ela. Na festa Bebel contou que, no primeiro show, quando ia entrar em cena, levou um tombo que a deixou com a perna muito dolorida. Só que os músicos já tinham começado a tocar a introdução do show e ela teve que entrar em cena cheia de dores. Tadinha. De resto ela estava muito feliz por estar tocando no Rio e curtindo os amigos e a familia.
Só não quero que tropas americanas fiquem no Iraque, ponto. O terrorismo global está em toda parte. O terrorismo global está nas ruas, nas esquinas. O terrorismo global está na Califórnia. Há terrorismo em toda parte e é um absurdo acreditar que você pode se livrar dele indo a um país e despejando toneladas de bombas sobre pessoas inocentes.
O SAMBA DO VIADO DOIDO - Na minha coluna do Jornal do Brasil, semanas atrás, publiquei uma lista dos dez gays mais importantes do Brasil. Eu já havia feito essa brincadeira aqui no blog e achei que seria engraçado publicar a lista na coluna. Os nomes que constaram da lista foram os seguintes: Miguel Falabella, Andre Fischer, Aguinaldo Silva, Gilberto Braga, Cabbé Araújo, Luiz Carlos Araújo, Guilherme Araújo, Gilvan Nunes, José Viterbo e Antonio Cicero. Houve mais repercussão do que eu esperava. Muita gente gostou, mas teve aqueles que não viram a menor graça.
Luiz Mott, do GGB - Grupo Gay da Bahia mandou um e-mail para o JB, expondo a repercussão da lista num grupo de discussão da internet. A seguir o e-mail de Mott e as opiniões emitidas na web:
Querida Hilde, tudo bem, amor?
olha como tem repercutido nas listas gls a tal lista dos 10 gays mais vips do Brasil. De fato, o Waldir Leite pisou na bola. Como fui um dos excluidos, preferi ficar calado, mas esta lista é uma paródia do samba do viado doido... abraços, Mott
Desculpem voltar ao tema, mas estive sem computador por alguns dias e fiquei chateado ao ler que tanta gente gay, competente, boa e batalhadora, ficou de fora desta lista dos 10 mais importantes gays do Brasil e daí manifesto a minha opinião... Esta lista dos 10 Gays mais importantes do Brasil é uma piada não? Falar que o tal reconhecimento é pelo fato dos tais agraciados serem inteligentes, cultos, bem sucedidos em suas áreas de atuação e que eles exercem influencia sem levantar bandeira e seguem abrindo caminho para as novas gerações....ah é babação de ovo? Uma brincadeira, só pode ser... vamos lá, então e eu pergunto:
"Levantar bandeira" agora virou crime? Toda a luta dos que acreditam na causa homossexual agora é supérflua...a vez agora é dos simulados, mornos ou alienados? Que tipo de influência pode exercer sobre outras pessoas alguém que ninguém sabe que é gay? Expliquem pra mim que eu não entendo.... como alguém pode ser considerado um gay importante para o país se ninguém o conhece como gay? Nunca se viu ou se ouviu falar da homossexualidade desta pessoa? Para ostentar um reconhecimento de gay mais importante tem que ser homossexual não? Quantos gays no resto do Brasil sabem quem é este tal de Cabbé Araújo? Fora do meio carioca quem imagina ser este Gilvan Nunes? Aliás porque quase todos estes "mais importantes Gays do Brasil" estão ou são do Rio de janeiro? Parece mais uma lista de comadres, feita pra agradar e/ou tirar algum tipo de proveito pessoal.
Desde quando André Fischer pode ser o militante mais atuante? O critério é ter um site, ser esperto e ter amigos puxa-sacos? E o pessoal da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, o maior feito de visibilidade Gay do mundo? Estas pessoas não existem? Não foram lembradas? Onde estão os militantes históricos e gente que está todo o tempo produzindo e faz tal qual ou muito melhor que o Fischer, tipo um Cláudio Nascimento, João Silvério Trevisan ou o Luiz Mott que até o Ministério da Cultura o reconheceu por notório saber em Homossexualidade?
Resolveram assumir pelo Miguel Falabella? Me informem porque não tive tempo de pesquisar. Ele se assumiu gay? O próprio Falabella sabe que o estão arrolando como Gay? Já que pra esta lista só existem Gays importantes no Rio e o Fischer de Sampa, porque não se lembraram do carnavalesco Milton Cunha, bem mais inteligente e culto que a "loira má"? Pelo menos ele fala e assume a homossexualidade publicamente.
EU VOU RODAR O MUNDO, MAS AQUI É O MEU LUGAR - O segundo show de Bebel Gilberto no Golden Room conseguiu ser melhor que o primeiro. A cantora estava mais solta e relaxada depois da estréia no dia anterior. Cantou uma música que não estava no roteiro do espetáculo: Preciso dizer que te amo. Dedicou a canção Mais feliz ao seu ex-marido Dé, que foi baixista do Barão Vermelho. O músico, que estava na platéia com sua mulher, ficou encabulado quando ela disse que ele era o principal responsável por ter escolhido ser cantora. No final do show Bebel enfatizou o verso de uma de suas canções do primeiro disco que dizia: eu vou rodar o mundo, mas aqui é o meu lugar.
Numa mesa, bem em frente ao palco, a tia Marieta e a prima Sylvia, com o marido Chico Diaz + Janaína Diniz e Mariana de Moraes. Na mesa ao lado Lilibeth Monteiro de Carvalho e Walter Rosa. Marcos Vinicius e Gilda Matoso. Mariana Ximenes. Várias estrelas da MPB foram prestigiar o show: Marisa Monte, com o marido; Ana Carolina com o produtor Nilo Romero; Angela Ro Ro com sua eterna namorada Naíla Scorpio; Baby Consuelo foi com as filhas e mãe prestigiar o filho Pedro Baby que toca na banda da Bebel; Katia B, amiga da Bebel de longa data estava linda, com um vestido no estilo anos 40; Paula Morelembaum, além da mamãe Miucha.
Depois do show Bebel Reuniu os amigos para uma festinha no seu apartamento do Copacabana Palace, com vista para piscina. Completamente à vontade, de jeans, camiseta e descalça ela recebia a todos carinhosamente e apresentava seus amigos cariocas aos músicos americanos que tocam com ela. Na festa Bebel contou que, no primeiro show, quando ia entrar em cena, levou um tombo que a deixou com a perna muito dolorida. Só que os músicos já tinham começado a tocar a introdução do show e ela teve que entrar em cena cheia de dores. Tadinha. De resto ela estava muito feliz por estar tocando no Rio e curtindo os amigos e a familia.
9.11.04
O SHOW DE BEBEL GILBERTO NO GOLDEN ROOM DO COPA – A cantora Bebel Gilberto conseguiu reproduzir no Golden Room do Copacabana Palace a mesma elegância e sofisticação musical dos seus discos. Com sua melodiosa voz afinada ela encantou a platéia e acabou o show consagrada. Vale destacar a poderosa banda que acompanha a cantora. Músicos do primeiro time, totalmente envolvidos com o conceito musical defendido pela artista.
O show é cheio de grandes momentos: a interpretação de Aganju; o suingue de So Nice; O clima de mistério na canção Baby; a divertida coreografia em Bananeira; a ternura despojada na canção Mais Feliz e a sensual interpretação da música Samba & Amor, onde, depois de colocar sua voz a serviço dos magníficos versos da canção ela pronuncia as palavras mágicas: Chico Buarque.
Bebel surpreendeu o público com as coreografias que apresenta durante o show. Totalmente à vontade no palco, ela dança com muito suingue misturando vários estilos de expressão corporal que variam do sensual ao debochado. Durante todo o tempo ela faz o seu corpo brincar e interagir com o ritmo da música e com a reação da platéia. A cantora Andréa Dutra observou que, “no palco, Bebel parece uma criança brincando de ser artista”.
Bebel Gilberto foi ovacionada pela platéia que lotou o Golden Room.
Depois do show a cantora veio conversar com os amigos que estavam na platéia. Olívia Guimarães, Patrícia Travassos, Vera Holtz, Zezé Polessa, Carlos Orcades e Conceição Rios. Depois levou todo mundo ao camarim para tomar champanhe, vinhos, uísque e degustar deliciosas iguarias. No camarim Bebel dedicou-se a fazer carinho na sua avó, dona Maria Amélia, que tinha um motivo especial para assistir ao show da neta: o novo disco é dedicado a ela. Dona Maria Amélia que estava linda, com um vestido preto e um colar de pérolas, ficou encantada quando Bebel lhe apresentou Peter C. Allan, seu advogado americano, que veio de Nova York especialmente assistir ao show da cantora no Rio.
Peter C. Allen foi um show à parte. Lindo de morrer, ele foi destaque na platéia do show. Logo que cheguei no Golden Room, encontrei Conceição Rios, amiga da Bebel desde a adolescência. Conceição sempre muito simpática, me deu um abraço carinhoso e cochichou no meu ouvido: “colocaram o advogado da Bebel para sentar bem ao meu lado. Olha que bofe lindo”. Logo depois ela me apresentou ao rapaz que, além de boa pinta, é muito simpático. Falou muito bem da Bebel e do sucesso que ela está fazendo no exterior, etc e tal. Disse que vai ficar no Rio apenas até quinta-feira à noite e me pediu sugestões de lugares para ele conhecer.
Depois do camarim, quando quase todo mundo já tinha ido embora, fomos tomar um último drinque na beira da piscina. O Capacabana Palace parecia mais majestoso e aristocrata no silêncio da noite. Agora estávamos apenas eu, Conceição, Peter C. Allen, Lívia, a produtora da Bebel, Sergio Maciel, velho amigo da cantora, Olívia Guimarães, Zezé Polessa, Carlos Orchades, Bebel e Miúcha. Bem mais à vontade, com seus amigos, Bebel contou que tinha ficado mais emocionada com o show de São Paulo. “Em São Paulo foi uma loucura. Eu nunca esperava por aquilo. Se aqui foi bom lá foi sensacional”. Foi nesse momento que Sergio Maciel ergueu uma taça de champanhe e disse: “Bebel, hoje é aniversário do Waldir”. Todos fizeram um brinde e então Bebel e Miucha cantaram um parabéns pra você super afinado. Foi lindo!
Logo depois Miúcha disse para Bebel: “chega de farra por hoje. Amanhã você tem show novamente precisa poupar a voz, dormir cedo e nada de beber gelado”. Depois virou para nós e falou: “hoje eu estou a própria mãe coruja”.
O show é cheio de grandes momentos: a interpretação de Aganju; o suingue de So Nice; O clima de mistério na canção Baby; a divertida coreografia em Bananeira; a ternura despojada na canção Mais Feliz e a sensual interpretação da música Samba & Amor, onde, depois de colocar sua voz a serviço dos magníficos versos da canção ela pronuncia as palavras mágicas: Chico Buarque.
Bebel surpreendeu o público com as coreografias que apresenta durante o show. Totalmente à vontade no palco, ela dança com muito suingue misturando vários estilos de expressão corporal que variam do sensual ao debochado. Durante todo o tempo ela faz o seu corpo brincar e interagir com o ritmo da música e com a reação da platéia. A cantora Andréa Dutra observou que, “no palco, Bebel parece uma criança brincando de ser artista”.
Bebel Gilberto foi ovacionada pela platéia que lotou o Golden Room.
Depois do show a cantora veio conversar com os amigos que estavam na platéia. Olívia Guimarães, Patrícia Travassos, Vera Holtz, Zezé Polessa, Carlos Orcades e Conceição Rios. Depois levou todo mundo ao camarim para tomar champanhe, vinhos, uísque e degustar deliciosas iguarias. No camarim Bebel dedicou-se a fazer carinho na sua avó, dona Maria Amélia, que tinha um motivo especial para assistir ao show da neta: o novo disco é dedicado a ela. Dona Maria Amélia que estava linda, com um vestido preto e um colar de pérolas, ficou encantada quando Bebel lhe apresentou Peter C. Allan, seu advogado americano, que veio de Nova York especialmente assistir ao show da cantora no Rio.
Peter C. Allen foi um show à parte. Lindo de morrer, ele foi destaque na platéia do show. Logo que cheguei no Golden Room, encontrei Conceição Rios, amiga da Bebel desde a adolescência. Conceição sempre muito simpática, me deu um abraço carinhoso e cochichou no meu ouvido: “colocaram o advogado da Bebel para sentar bem ao meu lado. Olha que bofe lindo”. Logo depois ela me apresentou ao rapaz que, além de boa pinta, é muito simpático. Falou muito bem da Bebel e do sucesso que ela está fazendo no exterior, etc e tal. Disse que vai ficar no Rio apenas até quinta-feira à noite e me pediu sugestões de lugares para ele conhecer.
Depois do camarim, quando quase todo mundo já tinha ido embora, fomos tomar um último drinque na beira da piscina. O Capacabana Palace parecia mais majestoso e aristocrata no silêncio da noite. Agora estávamos apenas eu, Conceição, Peter C. Allen, Lívia, a produtora da Bebel, Sergio Maciel, velho amigo da cantora, Olívia Guimarães, Zezé Polessa, Carlos Orchades, Bebel e Miúcha. Bem mais à vontade, com seus amigos, Bebel contou que tinha ficado mais emocionada com o show de São Paulo. “Em São Paulo foi uma loucura. Eu nunca esperava por aquilo. Se aqui foi bom lá foi sensacional”. Foi nesse momento que Sergio Maciel ergueu uma taça de champanhe e disse: “Bebel, hoje é aniversário do Waldir”. Todos fizeram um brinde e então Bebel e Miucha cantaram um parabéns pra você super afinado. Foi lindo!
Logo depois Miúcha disse para Bebel: “chega de farra por hoje. Amanhã você tem show novamente precisa poupar a voz, dormir cedo e nada de beber gelado”. Depois virou para nós e falou: “hoje eu estou a própria mãe coruja”.
2.11.04
Não faça o que mais gostaria de fazer. Faça o que o seu adversário menos gostaria que fizesse. Provérbio Samurai
GOD FUCK AMÉRICA – A sociedade americana preferiu a máfia. A escolha de um gangster para o cargo de presidente dos EUA apenas revela ao mundo o verdadeiro caráter dos cidadãos americanos. Os gringos optaram pelo fascismo. Tudo bem. Agora agüentem as conseqüências.
Na verdade os americanos sempre foram fascistas. É uma gente cruel e gananciosa. Eles cometeram um genocídio contra os índios americanos. Racistas, cometeram crimes terríveis contra os cidadãos de raça negra. Roubaram a Califórnia dos mexicanos. Fizeram barbaridades no Vietnã. Mas, ao longo de sua história, conseguiram disfarçar a índole criminosa e fascista dos seus atos, contando os fatos através de um prisma heróico carregado de falsos princípios morais.
Agora, em pleno século XXI, tentam dar o mesmo golpe, invadindo o Iraque. O motivo da invasão, naturalmente, é o petróleo. Mas procuram disfarçar as verdadeiras intenções, alegando que estão lutando contra o terrorismo, etc e tal. Ocorre que, agora, o mundo está diferente. Os meios de comunicação evoluíram muito nos últimos anos e os fascistas não têm o necessário controle sobre as informações. Assim, os fatos acabam aparecendo do jeito que são realmente e não do jeito que eles gostariam que fossem contados. Elementar meu caro Watson.
Mostre-me um herói e eu escreverei uma tragédia. Scott Fitzgerald
SERÁ QUE O MAL VENCEU? – Essa pergunta foi feita por uma senhora distinta que, parada diante de uma banca de revista, olhava com os olhos cheios de lágrimas as manchetes dos jornais que anunciavam a vitória do anti-Cristo. No dia seguinte, fumando um baseado no posto nove, um emblemático playboy de Ipanema fazia a mesma pergunta: será que o mal venceu? Eu olhei para a mala dele e pensei comigo mesmo: “enquanto houver um bofe como você na face da terra, o mal nunca vencerá”.
ANTONIO CICERO, o mais importante poeta brasileiro do século XXI tem uma visão totalmente otimista dos destinos da humanidade. Ele acredita que, muito antes do que se pensa, o mundo vai viver um grande período de paz e prosperidade. Acredita que essas turbulências que estão ocorrendo no mundo são fruto de uma reação desesperada dos conservadores, apavorados com as conquistas da humanidade no que diz respeito a tecnologia, à ciência, aos direitos humanos e a liberdade sexual. Afinal, graças a essas conquistas, o homem nunca esteve tão perto de ser livre. Ave Cícero!
GOD FUCK AMÉRICA – A sociedade americana preferiu a máfia. A escolha de um gangster para o cargo de presidente dos EUA apenas revela ao mundo o verdadeiro caráter dos cidadãos americanos. Os gringos optaram pelo fascismo. Tudo bem. Agora agüentem as conseqüências.
Na verdade os americanos sempre foram fascistas. É uma gente cruel e gananciosa. Eles cometeram um genocídio contra os índios americanos. Racistas, cometeram crimes terríveis contra os cidadãos de raça negra. Roubaram a Califórnia dos mexicanos. Fizeram barbaridades no Vietnã. Mas, ao longo de sua história, conseguiram disfarçar a índole criminosa e fascista dos seus atos, contando os fatos através de um prisma heróico carregado de falsos princípios morais.
Agora, em pleno século XXI, tentam dar o mesmo golpe, invadindo o Iraque. O motivo da invasão, naturalmente, é o petróleo. Mas procuram disfarçar as verdadeiras intenções, alegando que estão lutando contra o terrorismo, etc e tal. Ocorre que, agora, o mundo está diferente. Os meios de comunicação evoluíram muito nos últimos anos e os fascistas não têm o necessário controle sobre as informações. Assim, os fatos acabam aparecendo do jeito que são realmente e não do jeito que eles gostariam que fossem contados. Elementar meu caro Watson.
Mostre-me um herói e eu escreverei uma tragédia. Scott Fitzgerald
SERÁ QUE O MAL VENCEU? – Essa pergunta foi feita por uma senhora distinta que, parada diante de uma banca de revista, olhava com os olhos cheios de lágrimas as manchetes dos jornais que anunciavam a vitória do anti-Cristo. No dia seguinte, fumando um baseado no posto nove, um emblemático playboy de Ipanema fazia a mesma pergunta: será que o mal venceu? Eu olhei para a mala dele e pensei comigo mesmo: “enquanto houver um bofe como você na face da terra, o mal nunca vencerá”.
ANTONIO CICERO, o mais importante poeta brasileiro do século XXI tem uma visão totalmente otimista dos destinos da humanidade. Ele acredita que, muito antes do que se pensa, o mundo vai viver um grande período de paz e prosperidade. Acredita que essas turbulências que estão ocorrendo no mundo são fruto de uma reação desesperada dos conservadores, apavorados com as conquistas da humanidade no que diz respeito a tecnologia, à ciência, aos direitos humanos e a liberdade sexual. Afinal, graças a essas conquistas, o homem nunca esteve tão perto de ser livre. Ave Cícero!
"O futebol é como o Carnaval: um agente de confraternidade. Liga os homens no amor e no ódio. Faz com que gritem as mesmas palavras e exaltem os mesmos heróis. Quando me jogo na arquibancada, nos apertões dum estádio cheio, vejo e ouço o povo em plena criação." - O Futebol, texto de José Lins do Rego, citado por Sebastião Maciel.
CONFISSÕES À BEIRA MAR - Do modelo Miguel Kelner, num domingo de sol, na praia de Ipanema: "Acabei o namoro ontem à noite. A mulher é linda, rica, gostosa, gente boa. Mas tem um defeito: é louca por mim. Faz tudo que eu quero, me trata bem, não é ciumenta. E eu não gosto de mulher assim. Só gosto daquelas que me esnobam e tiram onda com a minha cara. Eu só gosto de mulher cachorra!"
MULHERES APAIXONADAS - O célebre romance de David Herbert Lawrence está sendo relançadao pela editora Record, na coleção Grandes Traduções. Para a Record o tradutor Renato Aguiar fez a versão definitiva do romance para o português. Mulheres Apaixonadas é uma obra profética sobre as relações amorosas. Lançado em 1921, o livro foi acalentado por Lawrence como sua obra-prima e aborda a vivência emocional de quatro amantes, analisando as ambivalências da atração sexual e do erotismo. Ele cria com perfeição o tom e a tensaão de cada personagem, acentuando a natureza destrutiva dos relacionamentos.
SAMUEL RAWET - Vinte anos depois de sua morte, está chegando às livrarias uma coletânea de contos e novelas do escritor judeu-brasileiro Samuel Rawet. Organizado por André Seffrin, este volume resgata parte da obra de Rawet e inclui um estudo do crítico sobre a vida e a obra desse escritor, que nasceu em 1929 em Klimontow, na Polônia e imigrou para o Brasil em 1936. Aqui, morando num subúrbio do Rio de Janeiro, aprendeu a língua portuguesa como poucos brasileiros. Engenheiro formado pela Escola Nacional de Engenharia, ajudou a construir Brasília, onde trabalhou como calculista de concreto armado na equipe de Oscar Niemeyer. Escreveu, entre outros, os livros "Contos do Imigrante", "Os Sete Sonhos", "Alienação e Realidade" e "Angústia e Conhecimento".
CONFISSÕES À BEIRA MAR - Do modelo Miguel Kelner, num domingo de sol, na praia de Ipanema: "Acabei o namoro ontem à noite. A mulher é linda, rica, gostosa, gente boa. Mas tem um defeito: é louca por mim. Faz tudo que eu quero, me trata bem, não é ciumenta. E eu não gosto de mulher assim. Só gosto daquelas que me esnobam e tiram onda com a minha cara. Eu só gosto de mulher cachorra!"
MULHERES APAIXONADAS - O célebre romance de David Herbert Lawrence está sendo relançadao pela editora Record, na coleção Grandes Traduções. Para a Record o tradutor Renato Aguiar fez a versão definitiva do romance para o português. Mulheres Apaixonadas é uma obra profética sobre as relações amorosas. Lançado em 1921, o livro foi acalentado por Lawrence como sua obra-prima e aborda a vivência emocional de quatro amantes, analisando as ambivalências da atração sexual e do erotismo. Ele cria com perfeição o tom e a tensaão de cada personagem, acentuando a natureza destrutiva dos relacionamentos.
SAMUEL RAWET - Vinte anos depois de sua morte, está chegando às livrarias uma coletânea de contos e novelas do escritor judeu-brasileiro Samuel Rawet. Organizado por André Seffrin, este volume resgata parte da obra de Rawet e inclui um estudo do crítico sobre a vida e a obra desse escritor, que nasceu em 1929 em Klimontow, na Polônia e imigrou para o Brasil em 1936. Aqui, morando num subúrbio do Rio de Janeiro, aprendeu a língua portuguesa como poucos brasileiros. Engenheiro formado pela Escola Nacional de Engenharia, ajudou a construir Brasília, onde trabalhou como calculista de concreto armado na equipe de Oscar Niemeyer. Escreveu, entre outros, os livros "Contos do Imigrante", "Os Sete Sonhos", "Alienação e Realidade" e "Angústia e Conhecimento".
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