SUSAN SONTAG ERA LÉSBICA - A comunidade GLS internacional está de luto com a morte da escritora
Susan Sontag, aos 71 anos. Sontag foi uma militante do movimento gay desde os anos 60. Autora de livros como
O amante do vulcão, Assim vivemos agora e Diante da dor dos outros. Durante muitos anos ela foi namorada da fotógrafa
Annie Leibovitz, famosa pelas fotos de celebridades publicadas em revistas como Vanity Fair, Vogue e Interview. Juntas publicaram um livro onde as fotos de uma ilustrava os textos da outra. Não é lindo o amor? Segundo
Gerald Thomas, Sontag também namorou a artista gráfica brasileira
Bia Fleiter. A morte da escritora recebeu merecido destaque na imprensa brasileira. Uma curiosidade: os principais jornais cariocas,
O Globo e
Jornal do Brasil, escreveram belas resenhas no obituário da escritora. Textos bem escritos e informativos, que deram um apanhado geral sobre a obra de Madame Sontag. Mas, ambos os jornais, ignoraram completamente o fato da escritora ser homossexual. E o fato dela ser lésbica foi algo relevante na sua produção intelectual.
GENTE BOA - O prefeito de São Francisco
Gavin Newson ficou popular nos EUA por ter defendido o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Rico e bonitão, Mr. Newson é um sucesso entre os moradores da aprazível cidade da Califórnia. Agora que está em fase de produção um filme sobre sua vida, o site
Planet Out perguntou ao prefeito qual o ator que ele gostaria que interpretasse seu papel. Apesar de ser a cara de Christian Bale, Newson disse que gostaria de ter a cantora
k. d. lang fazendo o seu papel.
O VERÃO DE 2005 - Janeiro vem aí, em clima de muito carnaval. E eu já reservei meu abadá para os agitos. Todas as terças tem
Micareta no Canecão, com a cantora baiana
Margareth Menezes. Quem, como eu, curte o carnaval da Bahia, tem muito o que se divertir. No carnaval passado Margareth Menezes quase me leva à loucura nas ruas de Salvador, com seu trio elétrico envenenado. Dia 20 começa o
Cabofolia, micareta de Cabo Frio, que é o agito mais quente da região dos lagos. Além de tudo isso, todos os domingos, até o carnaval, tem o ensaio do bloco
Se num guenta porque veio?, da galera animada de Ipanema.
O Fashion Rio começa dia 11 e vai até o dia 15. Vou trabalhar todos os dias fazendo a cobertura dos desfiles para o Jornal do Brasil. Só que, para mim, esse trabalho é pura diversão. Eu me divirto muito assistindo aos desfiles, acompanhando o nervosismo dos bastidores, encontrando pessoas e trocando fofocas e informações. Uma jornalista que trabalha comigo, ao receber o e-mail com a programação, suspirou fundo e desabafou: "Eu odeio o Fashion Rio. Não suporto aquela futilidade, aquele festival de caras e bocas, aquela discussão sobre o nada". Pois eu acho a futilidade muito construtiva. Adoro o ôba-ôba e me divirto muito com as caras e bocas.
A melhor balada de janeiro certamente será a festa que a
Erika Palomino sempre promove durante o Fashion Rio. A incansável jornalista é uma festeira de mão cheia. Sua festa durante a temporada de lançamento da coleção primavera-verão incendiou o Hotel Glória. Boas vibrações e muito alto-astral. E logo no primeiro domingo do ano tem aniversário de
Kati Pinto, figura muito querida entre os descolados do Rio. Kati vai festejar mais um verão recebendo amigos no restaurante
Miss Tanaka, no Jardim Botânico.
Fina! Para começar o ano com muita classe um presente para os leitores: dois poemas de
Antonio Cicero. E o texto da reportagem publicada na edição de natal do
Caderno H.
VITRINE
Que divisa o olhar desse moreno?
Namora os tênis atrás da vitrine
Ou a vidraça que os devassa e inibe
os seus reflexos serve-lhe de espelho
e ele recai na imagem de si mesmo,
igualmente visível e intangível?
É assim tantálica que ela me atinge
obliquamente e ao mesmo tempo em cheio
e mesmeriza, e sinto meio como
se eu o despisse e ele mal percebesse.
Quando olha para trás um instante, atino
sonhar e, salvo engano, ter nos olhos
cacos de um campo de futebol verde
feito o pano das mesas dos cassinos.
Canção do amor impossível
Como não te perderia
se te amei perdidamente
se em teus lábios eu sorvia
néctar quando sorrias
se quando estavas presente
era eu que não me achava
e quando tu não estavas
eu também ficava ausente
se eras minha fantasia
elevada a poesia
se nasceste em meu poente
como não te perderia
A VOZ DO POETA - O poeta e ensaísta
Antonio Cícero passou boa parte de 2004 debruçado sobre o computador escrevendo um novo livro de
ensaios filosóficos. Abriu parênteses no seu cotidiano profissional para lançar seu segundo CD de poesias,
A cidade e os livros, onde recita todas as poesias do seu livro homônimo lançado em 2002. Alguém já disse que a poesia só exerce a sua função quando recitada pela voz do próprio poeta. Cícero discorda.
-
Eu acho que a poesia se completa quando ela está escrita. Eu tenho gravado meus poemas porque é uma forma diferente de faze-los chegar as pessoas. Quem quiser pode lê-los no livro. Quem quiser pode escuta-los no CD.
Publicando seus poemas em livros ou CDs,
Cícero se consagrou como o grande poeta brasileiro do século XXI. Sua personalidade, seu temperamento, seu estilo de vida traduzem uma leitura poética da existência. Mas, como é ser poeta nesse novo século, vivendo num mundo com tantos conflitos bélicos, fundamentalismos ideológicos e capitalismo selvagem.
Ainda dá para extrair poesia do mundo em que vivemos? A resposta do poeta surpreende:
-
Eu acho que esses conflitos todos, resultantes de forças conservadoras, só estão vindo à tona dessa forma porque nunca, em toda a história da humanidade, o homem esteve tão perto de ser realmente livre. A evolução da tecnologia, da ciência, e da medicina estão aí nos surpreendendo a cada dia. As conquistas do feminismo, do movimento gay, e outros movimentos libertários já fazem parte do cotidiano da sociedade. A internet está permitindo que haja uma comunicação e uma troca de idéias de uma forma que ninguém jamais sonhou. Então as forças conservadoras estão desesperadas com isso. Porque sentem que estão perdendo o controle que exercem sobre as pessoas através do medo, do preconceito, da mentira e do terror. E estão tentando bloquear o processo de liberdade do homem através da força bruta. Mas não vão conseguir porque o que foi conquistado pelo homem não tem volta.
A tranqüilidade com que defende suas idéias é a mesma registrada na sua voz quando recita seus poemas. E tanto a voz como as idéias traduzem uma visão otimista do futuro. Seu poema
Guardar, titulo do livro lançado em 1996, está incluído na antologia
Os cem melhores poemas brasileiros do século, organizada por
Ítalo Moricone. Cícero também é autor de letras de grandes sucessos de música popular e, ao mesmo tempo, um filósofo apurado, autor do livro O mundo desde o fim.
- A
filosofia é o empreendimento iluminista de crítica e destruição dos preconceitos que desnecessariamente cerceiam a liberdade e a criatividade, seja na vida, seja na arte.
Em 2004,
Antonio Cicero se dedicou a escrever o livro de ensaios que está terminando de preparar para a publicação. Ele pretende, porém, dedicar 2005 à poesia:
-
Meu único plano para o ano novo é escrever outro livro de poemas.
A ONDA QUE SE ERGUEU NO MAR - Fiquei apavorado com o maremoto na Asia. As imagens que vi na TV me deixaram angustiado. Acho que tão cedo conseguirei ficar tranquilo à beira mar. Semprei estarei à espreita de uma onda gigante. Curiosamente, nos dias que antecederam a tragédia, fiquei lembrando com frequência de um sonho que tive logo após assistir ao filme O dia depois de amanhã. No meu sonho, o mar invadia Ipanema, inundando tudo. Tanto que cheguei a colocar um post falando sobre isso. Será que foi coincidência ou alguma espécie de premonição?