26.1.05

ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO – Foi tudo de bom o último show de Margareth Menezes no Canecão. A convidada especial Daniela Mercury levou a platéia à loucura e ficou mais de uma hora no palco, cantando todos aqueles grandes sucessos que marcaram o carnaval da Bahia. O encontro de Margareth e Daniela foi puro delírio. Eu não sei como poderia descrever o momento em as duas cantaram juntas, transformando o Canecão numa sucursal delirante da Praça Castro Alves.


Depois do show Margareth deu uma festa maravilhosa na cobertura do hotel Ipanema Plaza, na Farme de Amoedo. Uma pista de dança arretada, com um ótimo DJ, que só tocava música brasileira. Comidinhas e bebidinhas à vontade, servidas por garçons mascarados. Afinal, Margareth é a musa do Bloco dos Mascarados, que desfila no carnaval de Salvador. A anfitriã, vestindo uma minissaia e um top, circulava pela festa distribuindo carinho e simpatia com os convidados. Quando resolveu evoluir na pista de dança, não quis sair mais. Dançou à vontade, dando um show de ritmo e energia.


A noite quente e abafada indicava que o tempo iria mudar. Pois bem. Às duas da manhã uma tempestade desabou sobre o Rio de Janeiro. Ainda bem que o salão de festas do hotel é todo coberto. Através do teto e das paredes de vidro, os convidados podiam admirar a beleza da chuva desabando sobre a cidade. Relâmpagos gloriosos riscavam o céu. Lá embaixo, a rua Farme de Amoedo transformada num riacho. Parecia um dilúvio, a chuva incessante. E lá no salão de festas, som, vibração, energia e alto astral. Axé!






SENHOR DA AUDIÊNCIA – O Jornal do Brasil publicou na última terça-feira uma reportagem de capa do Caderno B com o novelista Aguinaldo Silva. Um texto primoroso do jornalista Renato Lemos, uma bela foto de André Lobo e uma diagramação perfeita. A reportagem foi, visivelmente, uma forma do jornal desfazer o mal estar causado pela nota publicada na coluna de Antonia Leite Barbosa, criticando as lésbicas da novela. O Jotinha fez questão de deixar bem claro que não concorda com a postura preconceituosa da colunista. E fez isso de forma eficiente e elegante. (Jotinha é como os funcionários do JB se referem carinhosamente ao jornal).


Na reportagem o escritor é apresentado da seguinte forma: Aguinaldo é pernambucano, é homossexual, é abnegado por seu trabalho, é dono de cabelos num tom indefinido entre o acaju e o palhinha de presépio, é um desiludido com o futurop do Rio de Janeiro, é implacável com os políticos, é proprietário de uma casa com piscina na Barra e outra, também com piscina, em Itaipava, é romântico, é relativamente alto, é talentoso à beca, é sexagenário, é amável quase sempre e é, certamente, um sucesso.


Sobre o casal de lésbicas Aguinaldo diz: O povo brasileiro é extremamente liberal, principalmente as classes mais baixas. Quando se têm necessidades mais urgentes, o preconceito acaba desaparecendo. Se um menino gay consegue levar dinheiro para casa, é isso que importa. O que me assombra é que nas classes mais ricas, onde casais gays freqüentam colunas sociais, a discriminação é impiedosa. Ainda assim, falando como autor, eu esperava que o assunto rendesse mais discussão.




Madonna vem aí...

 

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