26.1.05

UMA TARDE DE VERÃO SEM SOL – Começou esse fim de semana o Torneio de Futebol de Praia de Copacabana. O campeonato, que deveria ter começado em novembro, sofreu vários adiamentos por falta de patrocínio e também for falta de organização. Mas, neste sábado, a bola voltou a rolar nas areias da praia e foi muito bom ver reunidos todos os craques de Copacabana: Iury, André, Caô, Valois, Batata, Carlinhos, PC, Binho e muitos outros. Cada um se achando o melhor jogador da praia. Adoráveis amantes do futebol, cujo maior prazer na vida é o singelo prazer de fazer um gol. Em cartaz os times que são verdadeiras lendas: São Clemente, Areia, Embalo, Liverpool, Copacabana, Força& Saúde...


O melhor de tudo, neste primeiro dia de campeonato, foi rever nosso amigo Alexandre, conhecido no futebol como “xoxota”. 2004 foi um ano meio complicado para ele. Logo no começo do ano o cara descobriu que estava com um tumor maligno no cérebro e passou por uma verdadeira via crucis: cirurgia, tratamento, quimioterapia. O melhor de tudo é que ele conseguiu superar a doença e agora está em franca recuperação. Recebeu alta do médico, parou com a quimioterapia e já voltou a trabalhar. Foi comovente vê-lo novamente na praia, assistindo ao jogo com seu filhinho de três anos. Assim como também foi comovente ver a felicidade dos amigos com a presença dele. Foi lindo vê-los com os olhos cheios de lágrimas ao abraçá-lo.


Alexandre é rapaz nascido e criado em Copacabana, ali entre as ruas Ronald de Carvalho e Duvivier. No coração de Copa. Um sujeito super boa praça, bonitão, filho de portugueses. O tipo do cara que todo mundo gosta dele. Trabalhador, honesto, bom caráter... Desde adolescente foi destaque do futebol de praia, craque do Força & Saúde, um famoso time de galãs da rua República do Peru. Trabalhador e perseverante, dedicou-se ao comércio e tornou-se um empresário bem sucedido, dono de duas lojas de material de informática: uma no centro do Rio, outra na Barra. Romântico e apaixonado, é casado com Luana, sua namorada desde a adolescência. Uma bela moça loira, que parece uma miss. A vida parecia perfeita para Alexandre até que, em abril do ano passado, ele passou mal durante o trabalho. Um mal estar. A vista ficou turva durante uma tonteira. A mulher leva-o ao médico que faz uma série de exames. O diagnostico: tumor no cérebro. E a recomendação de imediata cirurgia.


Acompanhei seu sofrimento durante todo o ano passado. Fui visitá-lo algumas vezes e ligava sempre para saber noticias. Ele ficava comovido com as visitas e sua atitude diante da vida era sempre de otimismo e fé. Nas primeiras vezes eu saía da casa dele arrasado porque percebia o quanto eles estavam sofrendo. Eu via o sofrimento nele, na família dele e na Luana, uma moça dócil e apaixonada. Aos poucos eu fui perdendo a esperança e comecei a achar que não havia mais salvação para meu amigo. Só que eu estava enganado. Alexandre estava cercado de muito amor e isso foi decisivo para sua recuperação, tanto quanto o progresso da medicina. Na última vez em que fui visitá-lo ele já estava melhor. Mas, bom mesmo foi vê-lo de volta à praia. Saudável, ágil e cheio de energia. Sorrindo largo, batendo papo com os amigos, recebendo o carinho de todos. Seus cabelos loiros já voltaram a crescer e em breve estarão cobrindo a cicatriz que ficou na sua cabeça por causa da cirurgia. Espero que ele logo esteja jogando futebol na areia e fazendo Copacabana mais feliz com seu sorriso maroto e seu jeito carioca de ser.






CLIVE OWEN É TUDO! – Uma delícia o filme CLOSER. Tem um ritmo gostoso de ver, um roteiro absolutamente fiel à peça e diálogos primorosos. É muito inteligente o retrato que o autor Patrick Marber faz das relações amorosas na vida moderna. O elenco é ótimo, mas Clive Owen é quem encanta o espectador. Desde Eric Bana em Tróia, que um ator não roubava a cena com tanto estilo como Clive Owen. Ele agarrou o personagem com unhas e dentes e roubou o filme só para ele.


A versão brasileira da peça recebeu o nome de MAIS PERTO e tinha um elenco formidável: Marco Rica, Guta Stresster, José Mayer e a grande dama do teatro brasileiro Renata Sorrah. Claro que a peça era muito melhor que o filme. A montagem brasileira foi inesquecível. Renata estava maravilhosa como a fotografa de celebridades, papel vivido no cinema por Júlia Roberts, com uma frieza digna de um cubo de gelo. Marco Rica foi melhor que Jude Law no papel do escritor. Guta e Natalie Portman estão ótimas em seus papéis. Mas Clive Owen está mais belo e sedutor que José Mayer, no papel do médico atormentado pelo par de chifres.


De qualquer forma, CLOSER funciona muito bem tanto como peça de teatro como filme. O texto original é um primor de estrutura e formato para contar a história e os desencontros de dois casais apaixonados, envolvendo todos aqueles elementos da vida moderna. Inclusive a Internet, que tem uma participação decisiva no relacionamento do quadrilátero amoroso. O resultado é muito bem sucedido, até porque, o texto, antes de tudo, oferece inteligência ao espectador.




Nossa sabedoria vem de nossa experiência e nossa experiência, de nossas tolices.


Madonna vem aí...

 

Postagens mais vistas