Volta teu rosto sempre na direção do sol e, então, as sombras ficarão para trás.
29.8.05
O POPSTAR DAS LETRAS - Eduardo Bueno não vê a hora do seu próximo livro A cruz, a coroa e a espada chegar as livrarias. Foram quatro anos de trabalho para tentar manter a mesma qualidade dos outros volumes da série Terra Brasilis, que conta de forma romanceada a história do Brasil.
— O quarto livro é do caralho. É melhor que os outros três. Escrevi com calma para poder exercer o meu maquiavelismo. Estou satisfeito com o resultado e acho que os leitores vão se divertir muito.
Os leitores que sempre tiveram acesso a história do seu país contada através da ótica acadêmica dos livros de história ficaram encantados com a trilogia de Bueno. Assim ele se tornou uma figura popular, que faz palestras para até mil pessoas.
Nos últimos quatro anos Bueno também se dedicou a trabalhos paralelos. Publicou Nada pode ser maior, onde narra sua ardente paixão pelo Grêmio de Porto Alegre, seu time de futebol.
— Eu escrevi esse livro para comprar briga. Queria briga com os torcedores do Flamengo, com os cronistas esportivos, com a torcida do Internacional, etc. Fiz de propósito. Escrevi que futebol-arte era coisa de viado, que só o Grêmio jogava como macho, essas coisas. Mas aconteceu o contrário do que previ. Acho que todo mundo gostou do texto e ninguém quis brigar comigo.
Bueno já foi cronista esportivo e acompanhou com muito carinho a trajetória do seu time. Não esquece o dia em que o Grêmio foi campeão mundial de clubes em Tóquio com dois gols do Renato Gaúcho, jogador por quem tem carinho especial.
— O Renato Gaúcho, além de ser o melhor jogador do mundo, é o mais bonito, o mais gostoso, o mais sexy e o mais talentoso. É uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo.
Por trás de seu humor quase adolescente e rebelde, e de seu temperamento debochado e irônico, Eduardo Bueno é um intelectual arguto e sofisticado, um estudioso dos beatniks, a geração perdida dos EUA do pós-guerra, que caíram na estrada tentando reconstruir a América através das drogas, do sexo livre e de muito jazz. Foi Bueno quem traduziu o clássico da literatura beatnik On the road, de Jack Kerouac, que em breve será filmado por Walter Salles.
— On the road continua sendo um livro arrebatador. Quando lançado originalmente, os EUA, maior democracia do mundo, vivia um período de trevas, com o macartismo em pleno vigor. Hoje, a América esta outra vez envolta em sombras virtualmente ditatoriais. Isso só aumenta a atualidade do livro e o mantém como fonte de inspiração para todos aqueles que acham que a vida real se desenrola muito mais no acostamento do que na via expressa.
Em novembro Eduardo Bueno lança um livro que conta os 100 anos da avenida Rio Branco.
— É um projeto muito bonito, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, que tem várias lojas na Rio Branco, e vai oferecer o livro como brinde aos seus clientes. Na verdade é um documentário em imagens, ilustrado com fotos de Fernando Bueno, meu irmão, que é um grande fotógrafo de publicidade. É um album comparativo com o de Marc Ferrez, que registrou a construção da avenida em fotos. Meu irmão clicou a Rio Branco do mesmo ângulo de Ferrez e faz uma impressionante comparação das imagens. Enquanto isso, eu conto histórias e causos que tiveram a avenida como palco. Do desfile das tropas brasileiras que foram a primeira guerra, até a marcha dos 100 mil, passando pela revolução de 30 e o próprio enterro do Barão de Rio Branco que reuniu tanta gente que a avenida acabou ganhando o nome do finado.
Apesar do forte sotaque gaúcho, seu espírito gozador e bem humorado se aproxima muito do jeito de ser do carioca. Sendo assim, no próximo verão Bueno vai poder exercer a porção carioca da sua personalidade, já que vai morar um ano no Rio de Janeiro, fazendo pesquisa para seu próximo livro que vai contar a história da França Antártica.
— Vou trabalhar muito, mas, certamente, vou encontrar um tempinho para curtir o Rio. Quero tomar chope no Baixo Gávea, fugir dos tiroteios na Niemeyer, dançar gafieira na Lapa e jogar futevôlei com Renato Gaúcho em Ipanema.
(Texto da reportagem publicada no Jornal do Brasil)
— O quarto livro é do caralho. É melhor que os outros três. Escrevi com calma para poder exercer o meu maquiavelismo. Estou satisfeito com o resultado e acho que os leitores vão se divertir muito.
Os leitores que sempre tiveram acesso a história do seu país contada através da ótica acadêmica dos livros de história ficaram encantados com a trilogia de Bueno. Assim ele se tornou uma figura popular, que faz palestras para até mil pessoas.
Nos últimos quatro anos Bueno também se dedicou a trabalhos paralelos. Publicou Nada pode ser maior, onde narra sua ardente paixão pelo Grêmio de Porto Alegre, seu time de futebol.
— Eu escrevi esse livro para comprar briga. Queria briga com os torcedores do Flamengo, com os cronistas esportivos, com a torcida do Internacional, etc. Fiz de propósito. Escrevi que futebol-arte era coisa de viado, que só o Grêmio jogava como macho, essas coisas. Mas aconteceu o contrário do que previ. Acho que todo mundo gostou do texto e ninguém quis brigar comigo.
Bueno já foi cronista esportivo e acompanhou com muito carinho a trajetória do seu time. Não esquece o dia em que o Grêmio foi campeão mundial de clubes em Tóquio com dois gols do Renato Gaúcho, jogador por quem tem carinho especial.
— O Renato Gaúcho, além de ser o melhor jogador do mundo, é o mais bonito, o mais gostoso, o mais sexy e o mais talentoso. É uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo.
Por trás de seu humor quase adolescente e rebelde, e de seu temperamento debochado e irônico, Eduardo Bueno é um intelectual arguto e sofisticado, um estudioso dos beatniks, a geração perdida dos EUA do pós-guerra, que caíram na estrada tentando reconstruir a América através das drogas, do sexo livre e de muito jazz. Foi Bueno quem traduziu o clássico da literatura beatnik On the road, de Jack Kerouac, que em breve será filmado por Walter Salles.
— On the road continua sendo um livro arrebatador. Quando lançado originalmente, os EUA, maior democracia do mundo, vivia um período de trevas, com o macartismo em pleno vigor. Hoje, a América esta outra vez envolta em sombras virtualmente ditatoriais. Isso só aumenta a atualidade do livro e o mantém como fonte de inspiração para todos aqueles que acham que a vida real se desenrola muito mais no acostamento do que na via expressa.
Em novembro Eduardo Bueno lança um livro que conta os 100 anos da avenida Rio Branco.
— É um projeto muito bonito, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, que tem várias lojas na Rio Branco, e vai oferecer o livro como brinde aos seus clientes. Na verdade é um documentário em imagens, ilustrado com fotos de Fernando Bueno, meu irmão, que é um grande fotógrafo de publicidade. É um album comparativo com o de Marc Ferrez, que registrou a construção da avenida em fotos. Meu irmão clicou a Rio Branco do mesmo ângulo de Ferrez e faz uma impressionante comparação das imagens. Enquanto isso, eu conto histórias e causos que tiveram a avenida como palco. Do desfile das tropas brasileiras que foram a primeira guerra, até a marcha dos 100 mil, passando pela revolução de 30 e o próprio enterro do Barão de Rio Branco que reuniu tanta gente que a avenida acabou ganhando o nome do finado.
Apesar do forte sotaque gaúcho, seu espírito gozador e bem humorado se aproxima muito do jeito de ser do carioca. Sendo assim, no próximo verão Bueno vai poder exercer a porção carioca da sua personalidade, já que vai morar um ano no Rio de Janeiro, fazendo pesquisa para seu próximo livro que vai contar a história da França Antártica.
— Vou trabalhar muito, mas, certamente, vou encontrar um tempinho para curtir o Rio. Quero tomar chope no Baixo Gávea, fugir dos tiroteios na Niemeyer, dançar gafieira na Lapa e jogar futevôlei com Renato Gaúcho em Ipanema.
(Texto da reportagem publicada no Jornal do Brasil)
24.8.05
Não há médico para o medo
DECADENCE AVEC ELEGANCE - Na estação Recife do OI FASHION TOUR o público pôde se deleitar com um timaço de bofes sensacionais. Nomes como Mateus Verdelho, Felipe Hulse e o pernambucano Hudson, arrasaram na passarela. Colírio para os olhos. Os meninos causaram furor não só no desfile como também na pista de dança da OI FM, a rádio que foi inaugurada durante o evento. Clique AQUI e saiba tudo sobre a moda que vem de Pernambuco.
DECADENCE AVEC ELEGANCE - Nem só da ponte aérea Rio-São Paulo vive a moda brasileira. Recife também é um importante centro de produção de moda. Pelo menos foi essa a impressão que ficou do FASHION RECIFE, a etapa pernambucana do OI FASHION TOUR, que já esteve em Belo Horizonnte e Salvador e agora segue para Vitória. A mesma estrutura gigantesca do FASHION RIO está viajando por vários estados brasileiros dando visibilidade nacional a produção regional de moda.
São muitas as grifes que dão as cartas na moda pernambucana. Tem a MOVIMENTO, de moda praia, que fez um desfile impecável e mostrou uma coleção coloridissima cheia de referência ao mar e aos peixes de Fernando de Noronha. Tem a ISCA VIVA que faz uma moda praia feminina cheia de atitude. A ROTA DO MAR, aposta em ousadias para o estilo surfista de viver. E grifes como a QUEM TE VESTIU de moda feminina jovem.
Além disso tem a nova safra de estilistas pernambucanos: Lin Diniz, Du Marques, Maria da Silva e Leopoldo Nóbrega, além do já badalado Melk Z Da, queridinho dos fashionistas antenados. Isso sem esquecermos grifes tradicionais da moda pernambucana como Fátima Rendas, que exibiu uma bela coleção de vestidos feitos com a renda artesanal, e GLORINHA BOUTIQUE, que deu um show com seus vestidos de noite.
Desfilando na passarela, um time de profissionis belos e talentosos, alguns dos mais festejados modelos do Brasil: João Veluttini, Alex Schultz, Carol Francischini, Felipe Hulse, Matheus Verdelho, Renata Klein, além da top do momento nas passarelas brasileiras Juliana Imai, que sempre fechava os desfiles com sua beleza que mistura com perfeição traços brasileiros e japoneses.
O circo do OI FASHION TOUR foi montado no estacionamento do Shopping Recife, na praia da Boa Viagem. Uma super produção que abrangeu duas tendas para os desfiles, vários lounges, uma praça de alimentação com pista de dança e DJ, sala de imprensa e TV´s que exibiam o desfile em todos os ambientes. Os bordados, as rendas, as sianinhas, os apliques inspirados no cangaço, na vaquejada, em Luiz Gonzaga e no universo literário de José Lins do Rego e Ariano Suassuna. Tudo isso foi triturado e transformado numa moda urbana cheia de atitude.
A empresária Eloysa Simão comandava com mão de ferro a organização do evento. Sempre muito elegante, ela circulava por todos os lugares com uma autoridade quase militar, verificando cada detalhe da produção, dando esporros homéricos na sua equipe, atendendo empresários e celebridades, resolvendo pepinos que surgiam a todo momento. Sem nunca perder a classe, o charme, e sempre com a maquiagem impecável. Afinal, ela estava comandando um evento de moda...
Durante a festa foi lançada a OI FM, uma rádio que só toca música. Assim, havia um lounge dedicado à rádio, com uma pista de dança e um DJ encarregado de tocar as músicas que fariam parte da programação da FM. Às vezes o DJ se entusiasmava e aumentava tanto o volume do som que os outros estandes reclamavam da altura. Além disso, na hora do desfile o som às vezes vazava para as tendas. Duas vezes o discotecário foi obrigado a baixar o som por queixa da produção. Na terceira vez a própria Eloysa foi resolver a questão. Com um vestido preto chiquérrimo e um par de sapatos arrasadores, ela se dirigiu ao DJ e bradou: Você quer fazer o favor de baixar a porra desse som? Não foi combinado que na hora dos desfiles você tocaria mais baixo? Eu só vou falar uma vez. Na próxima eu mando desligar tudo. Depois deu as costas e saiu imponente e gloriosa em cima de seu sapato alto. Adoro Eloysa Simão...
No quesito bofes a festa da moda estava maravilhosa. Rapazes lindos entravam na passarela de bermudas e sungas, usando colares e lenços na cabeça. Overdose de fetiche... O desfile da grife MOVIMENTO foi puro erotismo, com uma coleção de sungões coloridos que me deixou com água na boca.
Quando eu entrei na tenda para assistir o desfile da MOVIMENTO dei de cara com um senhor muito elegante de terno e gravata. Ele me olhou, sorriu e, muito simpático, me estendeu a mão com muita simpatia. Eu o cumprimentei e fui sentar no meu lugar, a cadeira 84 da primeira fila em todos os desfiles. Então perguntei a Augusto Bezerril, o jornalista potiguar que estava sentado ao meu lado, quem era aquele senhor tão distinto que havia me cumprimentado de forma tão carinhosa. Ele respondeu: Acorda Waldir. Aquele é o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Ele gostou de você, porque eu acabei de passar por ele e ele nem me olhou. Já você ele tratou com tanta simpatia... Na cadeira ao lado estava sentada a correspondente da revista QUEM no Estado, uma pernambucana muito arretada que foi logo dizendo: Comenta-se muito aqui em Pernambuco que esse namoro dele com a miss é só fachada. E que, na verdade, Jarbas gosta mesmo é de rapazes...
Será intriga da oposição?
São muitas as grifes que dão as cartas na moda pernambucana. Tem a MOVIMENTO, de moda praia, que fez um desfile impecável e mostrou uma coleção coloridissima cheia de referência ao mar e aos peixes de Fernando de Noronha. Tem a ISCA VIVA que faz uma moda praia feminina cheia de atitude. A ROTA DO MAR, aposta em ousadias para o estilo surfista de viver. E grifes como a QUEM TE VESTIU de moda feminina jovem.
Além disso tem a nova safra de estilistas pernambucanos: Lin Diniz, Du Marques, Maria da Silva e Leopoldo Nóbrega, além do já badalado Melk Z Da, queridinho dos fashionistas antenados. Isso sem esquecermos grifes tradicionais da moda pernambucana como Fátima Rendas, que exibiu uma bela coleção de vestidos feitos com a renda artesanal, e GLORINHA BOUTIQUE, que deu um show com seus vestidos de noite.
Desfilando na passarela, um time de profissionis belos e talentosos, alguns dos mais festejados modelos do Brasil: João Veluttini, Alex Schultz, Carol Francischini, Felipe Hulse, Matheus Verdelho, Renata Klein, além da top do momento nas passarelas brasileiras Juliana Imai, que sempre fechava os desfiles com sua beleza que mistura com perfeição traços brasileiros e japoneses.
O circo do OI FASHION TOUR foi montado no estacionamento do Shopping Recife, na praia da Boa Viagem. Uma super produção que abrangeu duas tendas para os desfiles, vários lounges, uma praça de alimentação com pista de dança e DJ, sala de imprensa e TV´s que exibiam o desfile em todos os ambientes. Os bordados, as rendas, as sianinhas, os apliques inspirados no cangaço, na vaquejada, em Luiz Gonzaga e no universo literário de José Lins do Rego e Ariano Suassuna. Tudo isso foi triturado e transformado numa moda urbana cheia de atitude.
A empresária Eloysa Simão comandava com mão de ferro a organização do evento. Sempre muito elegante, ela circulava por todos os lugares com uma autoridade quase militar, verificando cada detalhe da produção, dando esporros homéricos na sua equipe, atendendo empresários e celebridades, resolvendo pepinos que surgiam a todo momento. Sem nunca perder a classe, o charme, e sempre com a maquiagem impecável. Afinal, ela estava comandando um evento de moda...
Durante a festa foi lançada a OI FM, uma rádio que só toca música. Assim, havia um lounge dedicado à rádio, com uma pista de dança e um DJ encarregado de tocar as músicas que fariam parte da programação da FM. Às vezes o DJ se entusiasmava e aumentava tanto o volume do som que os outros estandes reclamavam da altura. Além disso, na hora do desfile o som às vezes vazava para as tendas. Duas vezes o discotecário foi obrigado a baixar o som por queixa da produção. Na terceira vez a própria Eloysa foi resolver a questão. Com um vestido preto chiquérrimo e um par de sapatos arrasadores, ela se dirigiu ao DJ e bradou: Você quer fazer o favor de baixar a porra desse som? Não foi combinado que na hora dos desfiles você tocaria mais baixo? Eu só vou falar uma vez. Na próxima eu mando desligar tudo. Depois deu as costas e saiu imponente e gloriosa em cima de seu sapato alto. Adoro Eloysa Simão...
No quesito bofes a festa da moda estava maravilhosa. Rapazes lindos entravam na passarela de bermudas e sungas, usando colares e lenços na cabeça. Overdose de fetiche... O desfile da grife MOVIMENTO foi puro erotismo, com uma coleção de sungões coloridos que me deixou com água na boca.
Quando eu entrei na tenda para assistir o desfile da MOVIMENTO dei de cara com um senhor muito elegante de terno e gravata. Ele me olhou, sorriu e, muito simpático, me estendeu a mão com muita simpatia. Eu o cumprimentei e fui sentar no meu lugar, a cadeira 84 da primeira fila em todos os desfiles. Então perguntei a Augusto Bezerril, o jornalista potiguar que estava sentado ao meu lado, quem era aquele senhor tão distinto que havia me cumprimentado de forma tão carinhosa. Ele respondeu: Acorda Waldir. Aquele é o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Ele gostou de você, porque eu acabei de passar por ele e ele nem me olhou. Já você ele tratou com tanta simpatia... Na cadeira ao lado estava sentada a correspondente da revista QUEM no Estado, uma pernambucana muito arretada que foi logo dizendo: Comenta-se muito aqui em Pernambuco que esse namoro dele com a miss é só fachada. E que, na verdade, Jarbas gosta mesmo é de rapazes...
Será intriga da oposição?
AMIR KLINK PARA PRESIDENTE! - A mais recente viagem de Amyr Klink à Antartica foi cheia de transtornos, reviravoltas climáticas, tempestades em alto mar, dias de frio intenso e ventania. Mas quem olhar as fotos da viagem, constantes do álbum Dias na Antartica, de Gustavo Stephan, lançamento da editora Desiderata, vai ficar impressionado com a alegria que transborda das imagens.
— Transtornos são naturais nesse tipo de aventura. A alegria sempre esteve presente, mesmo durante as tempestades e o mar revolto.
O Paratii2 zarpou do Guarujá às 8h42m do dia 30 de janeiro de 2002. Enquanto o barco partia, um avião teco-teco cortava o céu transportando uma faixa com um desenho das três filhas do navegador Tamara, Laura e Marina Helena desejando boa viagem. Presente surpresa de Marina, a esposa de Amyr. Na próxima viagem, Amyr pretende levar a família.
— Elas querem muito conhecer a Antártica. Só falam nisso. E eu não posso mais recusar.
Até o final de 2005 Amyr pretende acabar o livro que escreve para a Cia das Letras. Afinal, ele não é apenas um navegador heróico. É também um escritor bem sucedido. Seu livro Mar sem fim, espécie de diário de bordo da viagem solitária ao redor do mundo, vendeu mais de 90.000 exemplares. Cem dias entre o céu e o mar, um relato da primeira travessia do Atlântico Sul em barco a remo realizada em 1984, vendeu cerca de 77.000 exemplares. O próximo livro conta a história do Paratii 2.
— O Paratii 2 é um barco que tem um currículo único no mundo. Foram 5 viagens à Antártica e uma volta ao mundo. Eu descrevo desde a construção do barco, que foi uma verdadeira odisséia e durou 10 anos, até os acidentes e contratempos nas viagens.
Os livros de Amyr Klink não são apenas os relatos de um esportista, mas o trabalho de um escritor exigente e requintado. Klink é formado em Economia, mas estudou literatura francesa e, ainda criança, incentivado pelos pais, tomou o gosto pela leitura.
— Escrever sempre fez parte da minha vida. Meu texto flui naturalmente sem maiores dificuldades. O problema é que eu sou muito exigente. Já joguei fora 11 versões do livro que estou escrevendo. Não gosto de texto rebuscado e cheio de firulas. Eu busco a simplicidade.
Além do gosto pela navegação e pela literatura, Klink tem outra paixão: fontes alternativas de energia. Amyr é um estudioso e pesquisador autodidata do assunto que defende com veemência.
— Se dependesse de mim o preço do barril de petróleo subia logo para US$ 300. Talvez assim o mundo tomasse consciência da necessidade de investimentos em energias alternativas. Na matriz energética o Brasil é um país privilegiado já que possui mais fontes de energias alternativas do que qualquer outra nação. A petrobrás, por exemplo, tem a patente de uma fonte de energia de biodiesel a partir do grão da mamona que é revolucionária.
O estudo de novas fontes de energia mobiliza e estimula o herói, que cita estudos e empresas brasileiras que estão desenvolvendo trabalhos nessa área usando diesel vegetal, soja, palma e um tipo de bambu brasileiro chamado Guadua que possui diversas propriedades energéticas. O navegador exprime suas opiniões e seus argumentos com uma alegria de viver quase adolescente. Seu entusiasmo pela vida não se abala nem quando discute os escândalos recentes da política brasileira. Para Klink, a crise política faz parte de um processo de aprendizado pelo qual o Brasil está passando.
— Eu votei no Lula e acho que ele tem que dar uma satisfação à sociedade sobre o que está acontecendo. Ele nos deve uma explicação pois, até agora, só está mostrando covardia e inépcia. Acho que o maior crime do presidente Lula é o mau exemplo que ele está dando a todos os brasileiros. Um exemplo de cinismo e mentira.
(texto de reportagem publicada no Jornal do Brasil)
— Transtornos são naturais nesse tipo de aventura. A alegria sempre esteve presente, mesmo durante as tempestades e o mar revolto.
O Paratii2 zarpou do Guarujá às 8h42m do dia 30 de janeiro de 2002. Enquanto o barco partia, um avião teco-teco cortava o céu transportando uma faixa com um desenho das três filhas do navegador Tamara, Laura e Marina Helena desejando boa viagem. Presente surpresa de Marina, a esposa de Amyr. Na próxima viagem, Amyr pretende levar a família.
— Elas querem muito conhecer a Antártica. Só falam nisso. E eu não posso mais recusar.
Até o final de 2005 Amyr pretende acabar o livro que escreve para a Cia das Letras. Afinal, ele não é apenas um navegador heróico. É também um escritor bem sucedido. Seu livro Mar sem fim, espécie de diário de bordo da viagem solitária ao redor do mundo, vendeu mais de 90.000 exemplares. Cem dias entre o céu e o mar, um relato da primeira travessia do Atlântico Sul em barco a remo realizada em 1984, vendeu cerca de 77.000 exemplares. O próximo livro conta a história do Paratii 2.
— O Paratii 2 é um barco que tem um currículo único no mundo. Foram 5 viagens à Antártica e uma volta ao mundo. Eu descrevo desde a construção do barco, que foi uma verdadeira odisséia e durou 10 anos, até os acidentes e contratempos nas viagens.
Os livros de Amyr Klink não são apenas os relatos de um esportista, mas o trabalho de um escritor exigente e requintado. Klink é formado em Economia, mas estudou literatura francesa e, ainda criança, incentivado pelos pais, tomou o gosto pela leitura.
— Escrever sempre fez parte da minha vida. Meu texto flui naturalmente sem maiores dificuldades. O problema é que eu sou muito exigente. Já joguei fora 11 versões do livro que estou escrevendo. Não gosto de texto rebuscado e cheio de firulas. Eu busco a simplicidade.
Além do gosto pela navegação e pela literatura, Klink tem outra paixão: fontes alternativas de energia. Amyr é um estudioso e pesquisador autodidata do assunto que defende com veemência.
— Se dependesse de mim o preço do barril de petróleo subia logo para US$ 300. Talvez assim o mundo tomasse consciência da necessidade de investimentos em energias alternativas. Na matriz energética o Brasil é um país privilegiado já que possui mais fontes de energias alternativas do que qualquer outra nação. A petrobrás, por exemplo, tem a patente de uma fonte de energia de biodiesel a partir do grão da mamona que é revolucionária.
O estudo de novas fontes de energia mobiliza e estimula o herói, que cita estudos e empresas brasileiras que estão desenvolvendo trabalhos nessa área usando diesel vegetal, soja, palma e um tipo de bambu brasileiro chamado Guadua que possui diversas propriedades energéticas. O navegador exprime suas opiniões e seus argumentos com uma alegria de viver quase adolescente. Seu entusiasmo pela vida não se abala nem quando discute os escândalos recentes da política brasileira. Para Klink, a crise política faz parte de um processo de aprendizado pelo qual o Brasil está passando.
— Eu votei no Lula e acho que ele tem que dar uma satisfação à sociedade sobre o que está acontecendo. Ele nos deve uma explicação pois, até agora, só está mostrando covardia e inépcia. Acho que o maior crime do presidente Lula é o mau exemplo que ele está dando a todos os brasileiros. Um exemplo de cinismo e mentira.
(texto de reportagem publicada no Jornal do Brasil)
15.8.05
EU SOU A FAVOR DO IMPEACHMENT - Lula fez um discurso à nação, se disse enganado e pediu desculpas ao povo brasileiro. Como assim, pediu desculpas? Não tem desculpa, querido. Está pensando que somos otários? Como o operário padrão poderia não saber das falcatruas do PT? Afinal, Lula É o PT! Se ele não sabia o que acontecia com o seu partido, como é que ele pode saber o que acontece no Banco Central? Ou com seus Ministérios? O presidente da República é pilantra e incompetente. Com todo respeito, excelência...
CINEMA É A MAIOR DIVERSÃO - Quem está se divertindo com o espetaculoso assalto ao Banco Central de Fortaleza pode aproveita a oprotunidade e assistir ao filme RIFIFI, que acabaou de ser lançado em DVD. É um sensacional film noir frances contando a história de um espetaculoso assalto a uma joalharia localizada na Place Vêndome, em Paris. É um filme apaixonante, dirigido por Jules Dassin, que soube aproveitar todaS as nuances do magnífico roteiro inspirado no livro homônimo de Auguste Le Breton. O filme mostra todo o planejamento, a preparação e a execução do assalto. Como os ladrões conseguem anular os alarmes da joalheria e como treinam cada passo antes de exceutar o plano.
Lançando em 1955, essa produção em preto e branco ganhou o prêmio de melhor direção no festival de Cannes e mostra os bastidores do submundo francês, quando quatro bandidos se reúnem para praticar o maior assalto à joalheria jamais realizado na Europa. Um é um gangster recém-saído da prisão. Outro é um bonitão especialista no uso de ferramentas. O terceiro é um italiano romântico que sabe como arrombar cofres. O último é um sujeito bonachão que organiza o grupo.
A seqüência do roubo à joalheria, um tour de force de quase 30 minutos, sem música e sem diálogos, é apontada por muitos críticos e historiadores como um dos grandes momentos da história do cinema.
BRINQUEDO PROIBIDO é outro clássico do cinema francês que acabou de sair em DVD, e eu tive a oportunidade de rever recentemente. A amizade de duas crianças vivendo no auge dos conflitos da segunda guerra é o mote desse singelo filme de René Clement, realizado em 1952 e que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Rene Clement foi um mago do cinema. Foram dirigidos por ele filmes como O passageiro da Chuva e O sol por testemunha.
CINEMA É A MAIOR DIVERSÃO - Quem está se divertindo com o espetaculoso assalto ao Banco Central de Fortaleza pode aproveita a oprotunidade e assistir ao filme RIFIFI, que acabaou de ser lançado em DVD. É um sensacional film noir frances contando a história de um espetaculoso assalto a uma joalharia localizada na Place Vêndome, em Paris. É um filme apaixonante, dirigido por Jules Dassin, que soube aproveitar todaS as nuances do magnífico roteiro inspirado no livro homônimo de Auguste Le Breton. O filme mostra todo o planejamento, a preparação e a execução do assalto. Como os ladrões conseguem anular os alarmes da joalheria e como treinam cada passo antes de exceutar o plano.
Lançando em 1955, essa produção em preto e branco ganhou o prêmio de melhor direção no festival de Cannes e mostra os bastidores do submundo francês, quando quatro bandidos se reúnem para praticar o maior assalto à joalheria jamais realizado na Europa. Um é um gangster recém-saído da prisão. Outro é um bonitão especialista no uso de ferramentas. O terceiro é um italiano romântico que sabe como arrombar cofres. O último é um sujeito bonachão que organiza o grupo.
A seqüência do roubo à joalheria, um tour de force de quase 30 minutos, sem música e sem diálogos, é apontada por muitos críticos e historiadores como um dos grandes momentos da história do cinema.
BRINQUEDO PROIBIDO é outro clássico do cinema francês que acabou de sair em DVD, e eu tive a oportunidade de rever recentemente. A amizade de duas crianças vivendo no auge dos conflitos da segunda guerra é o mote desse singelo filme de René Clement, realizado em 1952 e que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Rene Clement foi um mago do cinema. Foram dirigidos por ele filmes como O passageiro da Chuva e O sol por testemunha.
8.8.05
NOTICIAS DE SÃO PAULO
Oi amor. E aí, tudo bem? Estou em Sampa, cercado de glamour e estrelas. Obviamente estive com Bebel, e o show foi incrível, imperdível! Semana que vem no Canecão. Vá assistir. Mas o motivo deste e-mail é que, como se não bastasse eu ter presenciado a estréia mais glamurosa do ano passado, Mademoiselle Chanel, este ano
prestigiei a estréia mais importante da temporada: "Adivinhe quem vem para rezar", com o monstro-sagrado Paulo Autran em estado de graça.
Waldir, todas as estrelas que moram aqui em São Paulo estavam lá: Ana Paula Arósio (belíssima e super simpática!), Maria Luisa Mendonça, Beth Coelho, Françoise Forton, Regina Braga, Drauzio Varella, Juca de Oliveira, Juan Alba(lembra?), Mila Moreira (mega estrela da Rhodia, né?), Geórgia Gomide (sumida...), Barbara Paz, Vera Gata, Hector Babenco, Gabriel Villella, Leona Cavalli, que é uma soberba atriz de
teatro aqui de São Paulo, acho que já te falei dela, fez de forma inesquecível "Um Bonde Chamado Desejo" e agora vai estrear na Globo com um papel ótimo em Belíssima, Dan Stulbac, o nosso Tom Hanks, Marcos Caruso... Enfim uma noite estrelada.
Mas o melhor de tudo foi o desempenho do meu amado Paulo Autran, talvez o melhor ator do mundo. Pelo menos é o que a gente pensa quando o vê atuando. Aos 82 anos de
idade, mais corajoso e talentoso que nunca, o homem é um show, uma aula, uma lição de vida! a peça é de um jornalista do Estado de São Paulo chamado Dib Carneiro Neto, e para um estreante o texto é muito bom. Dirigido por Elias Andreatto, o espetáculo mostra o acerto de contas de um jovem com seu passado no dia do enterro do seu pai.
Autran faz três papéis: O do pai, o do amante da mãe do rapaz e o do padre que reza a missa, e divide a cena com o Claudio Fontana que faz o que pode para não se deixar ofuscar totalmente pelo gênio Paulo Autran. Após o espetáculo, coquetel no hall do teatro regado à queijos, uvas, morangos e prosecco, vejo o Autran, crio coragem e digo para ele que o adoro, etc e tal, mas quando eu disse que era um
diretor que mora em Curitiba, ele pegou a minha mão e botou no seu peito, num gesto de carinho para comigo e para minha cidade. Quase chorei na frente dele! Mas deixei para chorar depois...
Foi uma noite linda e espero que você tenha curtido meu email. De fofocas adianto
que Vera Zimmerman estava de namorada nova, uma advogada, após o rompimento com a ex-top model Beth Prado, que Ana Paula Arósio estava feliz e despreocupada, acompanhada apenas de seu assessor de imprensa, o Paulo Marra. E que o Dan Stulbac, apesar de acompanhado de uma mulher, estava dando muita pinta... Beijos amor, se lembrar de outras coisas engraçadas te mando outro email.
Ruiz Bellenda
LAWRENCE DA ARABIA - A editora Record está lançando A MATRIZ, um livro escrito por T E Lawrence. Muito mais do que um grande homem e um estrategista brilhante, Thomas Edward Lawrence se transformou em lenda. Arqueólogo, escritor e militar, o inglês, morto num acidente de motocicleta em 1935, foi uma das mais notáveis personalidades do século XX. Sua obra-prima literária, Os sete pilares da sabedoria - registro autobiográfico da ação árabe na derrocada do Império Turco Otomano -, foi levada às telas de cinema sob a direção de David Lean, ganhando sete Oscar e a consagração do American Film Institute como um dos dez melhores filmes de todos os tempos.
A MATRIZ revela um pouco da vida e dos feitos de Lawrence, antes da Revolta Árabe em 1918 - episódio da Primeira Guerra Mundial que o alçou à fama mundial. Aqui o leitor depara não mais com o chefe das tropas irregulares, o comandante de guerrilheiros conduzindo homens livres rumo à glória. Em seu lugar, encontra um soldado desvalido, um recruta com as suas queixas. Suas ações e feitos no front e nos quartéis, no cenário quase claustrofóbico das colônias britânicas.
Lawrence consegue, no entanto, extrapolar a clássica literatura de caserna para atingir um plano literário e filosófico. O drama humano sobre um espírito que se submete ao pior castigo: subordinar-se à mediocridade da rotina de conviver aquartelado com homens sem vontade exceto a de comer e dormir por conta dos ministérios da guerra distante. A MATRIZ começou a ser escrito em 1922, quando o coronel Lawrence ainda se ressentia do horror vivido de Akaba a Damasco.
Aqui o autor aterrissa num microcosmo de comandados do mais baixo escalão. O fato é que este herói jogou fora todas as suas condecorações para se alistar como recruta anônimo em busca da falsa paz das casernas sem honras. A MATRIZ veio como uma denúncia da vida na tropa e causou mal-estar e escândalo, ao expor a ignomínia dos quartéis do exército britânico.
ALBUM DE FOTOGRAFIAS - O sítio GLOBO.COM está lançando um produto chamado GLOBOLOG que abrange blogs, fotologs e videoblogs. Como o produto está sendo lançado esse ano eles convidaram algumas personalidades do mundo virtual para participarem do lançamento, desenvolvendo páginas no seu GLOBOLOG. Eu me sinto muito lisonjeado por ter sido um dos convidados. Assim, estou desenvolvendo um novo blog, que ainda não está pronto, mas já tenho um album de fotografias que eles chamam de FOTOBLOG. Quem quiser bisbilhotar tem algumas fotos que fiz em Paris e outras que foram feitas em Copacabana. É só clicar AQUI!
DELITOS OBSESSIVOS - Assassinato da socialite. Este é o título de um dos contos do novo livro de Hosmany Ramos Delitos obsesssivos. Narra a história da bela e elegante alpinista social Laura Factor, que freqüenta os mais elegantes salões da sociedade carioca, e se apaixona perdidamente por um jovem cirurgião plástico, casado com a rica socialite que dá titulo ao conto. No melhor estilo femme-fatale dos grandes romances policiais, Laura Factor manda matar a rival e, com grande maestria, se livra dos criminosos que contratou para o serviço. Personagem de uma trama muito bem urdida, Laura Factor pode entrar no rol dos ícones da literatura brasileira. Afinal, o autor já está transformando o conto num roteiro, convencido de que Laura Factor tem tudo para fazer sucesso no cinema.
No momento em que lança Delitos obsessivos, seu sétimo livro, o escritor Hosmany Ramos se sente purificado pela literatura. Preso desde 1981 por assassinato, seqüestro e roubo, o cirurgião plástico diz que quando sair da prisão vai se dedicar exclusivamente à arte de escrever.
— Na época em que eu era assistente do dr. Ivo Pitanguy, no início de minha carreira como cirurgião plástico, escrevi 14 trabalhos científicos. Mas foi a cadeia que fez com que eu me descobrisse escritor. Todos os fatos que me levaram à prisão foram uma espécie de ritos de passagem, que eu precisei enfrentar para poder me descobrir como escritor. A prisão tem sido para mim um ritual de superação. Uma guerra fisica e emocional pela sobrevivência diária, numa situação inóspita.
Como escritor, seu prestígio e fama já ultrapassaram as fronteiras do Brasil. Seus livros Marginália e Pavilhão 9 foram lançados na Europa pela prestigiada Gallimard , de Paris, uma das mais importantes editoras do mundo, que já está negociando com o autor para que ele escreva sua autobiografia.
— Escrever é ser crítico de si mesmo. É colocar a mão na massa e se lambuzar. Eu escrevo sobre o que vi, vivi e sobrevivi. No meu calvário da prisão, eu me tornei uma espécie de Sherazade, a princesa do livro As mil e uma noites, que era obrigada a contar uma história por dia para sobreviver. Foi escrevendo histórias que eu consegui sobreviver ao horror da prisão.
Na sua literatura Hosmany circula por diferentes gêneros, como romance, conto e ensaio. Marginália reúne 17 contos e foi lançando no Brasil sem grandes repercussões até que, em 1999, passou a integrar o prestigioso catálogo da Gallimard, na coleção de histórias policiais ao lado de autores como André Gide, Jean Paul Sartre, Raymond Chandler e Dashiel Hammet. Seqüestro sangrento é um romance que trata de um seqüestro com final violento, num ambiente em que empresários, artistas, socialites e políticos se envolvem num mundo sórdido e corrupto. Já Pavilhão 9 é um desconcertante relato sobre a vida na prisão, no melhor estilo new journalism, que mistura ficção, realidade, ensaio, e conta a história de um sobrevivente do pavoroso massacre de 1992, em que 111 prisioneiros foram mortos no Carandiru.
Delitos obsessivos reúne 12 saborosas histórias policiais cujos personagens parecem saídos das colunas sociais. Tem Martha Louise, a menina rica com o namorado certinho que se envolve com um traficante e manda matar os pais; tem Susan Sommer que mata o marido com a ajuda do amante francês; tem Igor Guimarães, um promotor de hábitos requintados, cujo hobby é assassinar bandidos como se fosse um gari fazendo a limpeza para a sociedade, como ele mesmo se define. Afinal, antes de enveredar pelo crime, o dr. Hosmany foi frequentador assíduo dos salões da alta sociedade, chegando a namorar a socialite Becki Klabin e a jornalista Marisa Raja Gabaglia, que escreveu um livro sobre ele, Meu amor bandido.
— Na minha literatura eu procuro sempre que possível optar pela abolição total da chamada estrutura formal, considerando prioritário a precisão e a brevidade como minhas principais características. Se as coisas da vida não têm estrutura, por que a minha escrita haveria de ter? Por que a literatura deveria ignorar o lado marginal da vida, as desordens, essas maluquices?
Um grande médico? Um criminoso redimido pela arte? Um homem dedicado à literatura? Hosmany Ramos pode ser lembrado por estas três formas mas, na sua avaliação, é a literatura quem sobreviverá. Atualmente cumprindo pena na Penitenciária de Segurança Máxima de Araraquara, a 282 km de São Paulo. Entre seus habitantes Araraquara já teve o escritor Mario de Andrade que, numa carta a Manuel Bandeira escreveu: "Cheguei a Araraquara escritor e de lá saí poeta". Hosmany gosta de citar autores pois divide seu tempo entre escrever e ler, já que a penitenciária tem uma boa biblioteca. Preso há 24 anos, Hosmany agora tenta conseguir uma redução de pena na Justiça
— Nós pedimos na Vara de Execução Criminal a remissão de pena por trabalho executado: cada três dias de trabalho reduz um dia de pena. O juiz exigiu um comprovante desse meu trabalho literário, e nós corremos atrás para conseguir a capa de todos os livros para fazer a comprovação. Em São Paulo eles estão dificultando isso. O juiz alegou que tem dificuldade em avaliar quanto tempo demora para fazer um trabalho literário.
A voz de Hosmany Ramos demonstra firmeza e segurança quando fala sobre todos os assuntos. Seu tom de voz só denota emoção quando ele fala da família.
— Eu tenho irmãos e primos que moram em Minas. Meu filho Erik vive na Noruega, mas me visita periodicamente. Foi Erik quem me deu o maior presente da minha vida: uma neta, a quem dedico meu livro.
Na dedicatória para a neta, Hosmany Ramos escreveu:
— Pequena musa nórdica, estável como o firmamento, real como um sonho de momento, ninho onde dorme a esperança, inatingível como o sol, lua nova no breu da noite, lindo condão de fadas, estrela da mais bela luminescência.
Texto da reportagem publicada em 07 de Agosto no Jornal do Brasil.
Oi amor. E aí, tudo bem? Estou em Sampa, cercado de glamour e estrelas. Obviamente estive com Bebel, e o show foi incrível, imperdível! Semana que vem no Canecão. Vá assistir. Mas o motivo deste e-mail é que, como se não bastasse eu ter presenciado a estréia mais glamurosa do ano passado, Mademoiselle Chanel, este ano
prestigiei a estréia mais importante da temporada: "Adivinhe quem vem para rezar", com o monstro-sagrado Paulo Autran em estado de graça.
Waldir, todas as estrelas que moram aqui em São Paulo estavam lá: Ana Paula Arósio (belíssima e super simpática!), Maria Luisa Mendonça, Beth Coelho, Françoise Forton, Regina Braga, Drauzio Varella, Juca de Oliveira, Juan Alba(lembra?), Mila Moreira (mega estrela da Rhodia, né?), Geórgia Gomide (sumida...), Barbara Paz, Vera Gata, Hector Babenco, Gabriel Villella, Leona Cavalli, que é uma soberba atriz de
teatro aqui de São Paulo, acho que já te falei dela, fez de forma inesquecível "Um Bonde Chamado Desejo" e agora vai estrear na Globo com um papel ótimo em Belíssima, Dan Stulbac, o nosso Tom Hanks, Marcos Caruso... Enfim uma noite estrelada.
Mas o melhor de tudo foi o desempenho do meu amado Paulo Autran, talvez o melhor ator do mundo. Pelo menos é o que a gente pensa quando o vê atuando. Aos 82 anos de
idade, mais corajoso e talentoso que nunca, o homem é um show, uma aula, uma lição de vida! a peça é de um jornalista do Estado de São Paulo chamado Dib Carneiro Neto, e para um estreante o texto é muito bom. Dirigido por Elias Andreatto, o espetáculo mostra o acerto de contas de um jovem com seu passado no dia do enterro do seu pai.
Autran faz três papéis: O do pai, o do amante da mãe do rapaz e o do padre que reza a missa, e divide a cena com o Claudio Fontana que faz o que pode para não se deixar ofuscar totalmente pelo gênio Paulo Autran. Após o espetáculo, coquetel no hall do teatro regado à queijos, uvas, morangos e prosecco, vejo o Autran, crio coragem e digo para ele que o adoro, etc e tal, mas quando eu disse que era um
diretor que mora em Curitiba, ele pegou a minha mão e botou no seu peito, num gesto de carinho para comigo e para minha cidade. Quase chorei na frente dele! Mas deixei para chorar depois...
Foi uma noite linda e espero que você tenha curtido meu email. De fofocas adianto
que Vera Zimmerman estava de namorada nova, uma advogada, após o rompimento com a ex-top model Beth Prado, que Ana Paula Arósio estava feliz e despreocupada, acompanhada apenas de seu assessor de imprensa, o Paulo Marra. E que o Dan Stulbac, apesar de acompanhado de uma mulher, estava dando muita pinta... Beijos amor, se lembrar de outras coisas engraçadas te mando outro email.
Ruiz Bellenda
LAWRENCE DA ARABIA - A editora Record está lançando A MATRIZ, um livro escrito por T E Lawrence. Muito mais do que um grande homem e um estrategista brilhante, Thomas Edward Lawrence se transformou em lenda. Arqueólogo, escritor e militar, o inglês, morto num acidente de motocicleta em 1935, foi uma das mais notáveis personalidades do século XX. Sua obra-prima literária, Os sete pilares da sabedoria - registro autobiográfico da ação árabe na derrocada do Império Turco Otomano -, foi levada às telas de cinema sob a direção de David Lean, ganhando sete Oscar e a consagração do American Film Institute como um dos dez melhores filmes de todos os tempos.
A MATRIZ revela um pouco da vida e dos feitos de Lawrence, antes da Revolta Árabe em 1918 - episódio da Primeira Guerra Mundial que o alçou à fama mundial. Aqui o leitor depara não mais com o chefe das tropas irregulares, o comandante de guerrilheiros conduzindo homens livres rumo à glória. Em seu lugar, encontra um soldado desvalido, um recruta com as suas queixas. Suas ações e feitos no front e nos quartéis, no cenário quase claustrofóbico das colônias britânicas.
Lawrence consegue, no entanto, extrapolar a clássica literatura de caserna para atingir um plano literário e filosófico. O drama humano sobre um espírito que se submete ao pior castigo: subordinar-se à mediocridade da rotina de conviver aquartelado com homens sem vontade exceto a de comer e dormir por conta dos ministérios da guerra distante. A MATRIZ começou a ser escrito em 1922, quando o coronel Lawrence ainda se ressentia do horror vivido de Akaba a Damasco.
Aqui o autor aterrissa num microcosmo de comandados do mais baixo escalão. O fato é que este herói jogou fora todas as suas condecorações para se alistar como recruta anônimo em busca da falsa paz das casernas sem honras. A MATRIZ veio como uma denúncia da vida na tropa e causou mal-estar e escândalo, ao expor a ignomínia dos quartéis do exército britânico.
ALBUM DE FOTOGRAFIAS - O sítio GLOBO.COM está lançando um produto chamado GLOBOLOG que abrange blogs, fotologs e videoblogs. Como o produto está sendo lançado esse ano eles convidaram algumas personalidades do mundo virtual para participarem do lançamento, desenvolvendo páginas no seu GLOBOLOG. Eu me sinto muito lisonjeado por ter sido um dos convidados. Assim, estou desenvolvendo um novo blog, que ainda não está pronto, mas já tenho um album de fotografias que eles chamam de FOTOBLOG. Quem quiser bisbilhotar tem algumas fotos que fiz em Paris e outras que foram feitas em Copacabana. É só clicar AQUI!
DELITOS OBSESSIVOS - Assassinato da socialite. Este é o título de um dos contos do novo livro de Hosmany Ramos Delitos obsesssivos. Narra a história da bela e elegante alpinista social Laura Factor, que freqüenta os mais elegantes salões da sociedade carioca, e se apaixona perdidamente por um jovem cirurgião plástico, casado com a rica socialite que dá titulo ao conto. No melhor estilo femme-fatale dos grandes romances policiais, Laura Factor manda matar a rival e, com grande maestria, se livra dos criminosos que contratou para o serviço. Personagem de uma trama muito bem urdida, Laura Factor pode entrar no rol dos ícones da literatura brasileira. Afinal, o autor já está transformando o conto num roteiro, convencido de que Laura Factor tem tudo para fazer sucesso no cinema.
No momento em que lança Delitos obsessivos, seu sétimo livro, o escritor Hosmany Ramos se sente purificado pela literatura. Preso desde 1981 por assassinato, seqüestro e roubo, o cirurgião plástico diz que quando sair da prisão vai se dedicar exclusivamente à arte de escrever.
— Na época em que eu era assistente do dr. Ivo Pitanguy, no início de minha carreira como cirurgião plástico, escrevi 14 trabalhos científicos. Mas foi a cadeia que fez com que eu me descobrisse escritor. Todos os fatos que me levaram à prisão foram uma espécie de ritos de passagem, que eu precisei enfrentar para poder me descobrir como escritor. A prisão tem sido para mim um ritual de superação. Uma guerra fisica e emocional pela sobrevivência diária, numa situação inóspita.
Como escritor, seu prestígio e fama já ultrapassaram as fronteiras do Brasil. Seus livros Marginália e Pavilhão 9 foram lançados na Europa pela prestigiada Gallimard , de Paris, uma das mais importantes editoras do mundo, que já está negociando com o autor para que ele escreva sua autobiografia.
— Escrever é ser crítico de si mesmo. É colocar a mão na massa e se lambuzar. Eu escrevo sobre o que vi, vivi e sobrevivi. No meu calvário da prisão, eu me tornei uma espécie de Sherazade, a princesa do livro As mil e uma noites, que era obrigada a contar uma história por dia para sobreviver. Foi escrevendo histórias que eu consegui sobreviver ao horror da prisão.
Na sua literatura Hosmany circula por diferentes gêneros, como romance, conto e ensaio. Marginália reúne 17 contos e foi lançando no Brasil sem grandes repercussões até que, em 1999, passou a integrar o prestigioso catálogo da Gallimard, na coleção de histórias policiais ao lado de autores como André Gide, Jean Paul Sartre, Raymond Chandler e Dashiel Hammet. Seqüestro sangrento é um romance que trata de um seqüestro com final violento, num ambiente em que empresários, artistas, socialites e políticos se envolvem num mundo sórdido e corrupto. Já Pavilhão 9 é um desconcertante relato sobre a vida na prisão, no melhor estilo new journalism, que mistura ficção, realidade, ensaio, e conta a história de um sobrevivente do pavoroso massacre de 1992, em que 111 prisioneiros foram mortos no Carandiru.
Delitos obsessivos reúne 12 saborosas histórias policiais cujos personagens parecem saídos das colunas sociais. Tem Martha Louise, a menina rica com o namorado certinho que se envolve com um traficante e manda matar os pais; tem Susan Sommer que mata o marido com a ajuda do amante francês; tem Igor Guimarães, um promotor de hábitos requintados, cujo hobby é assassinar bandidos como se fosse um gari fazendo a limpeza para a sociedade, como ele mesmo se define. Afinal, antes de enveredar pelo crime, o dr. Hosmany foi frequentador assíduo dos salões da alta sociedade, chegando a namorar a socialite Becki Klabin e a jornalista Marisa Raja Gabaglia, que escreveu um livro sobre ele, Meu amor bandido.
— Na minha literatura eu procuro sempre que possível optar pela abolição total da chamada estrutura formal, considerando prioritário a precisão e a brevidade como minhas principais características. Se as coisas da vida não têm estrutura, por que a minha escrita haveria de ter? Por que a literatura deveria ignorar o lado marginal da vida, as desordens, essas maluquices?
Um grande médico? Um criminoso redimido pela arte? Um homem dedicado à literatura? Hosmany Ramos pode ser lembrado por estas três formas mas, na sua avaliação, é a literatura quem sobreviverá. Atualmente cumprindo pena na Penitenciária de Segurança Máxima de Araraquara, a 282 km de São Paulo. Entre seus habitantes Araraquara já teve o escritor Mario de Andrade que, numa carta a Manuel Bandeira escreveu: "Cheguei a Araraquara escritor e de lá saí poeta". Hosmany gosta de citar autores pois divide seu tempo entre escrever e ler, já que a penitenciária tem uma boa biblioteca. Preso há 24 anos, Hosmany agora tenta conseguir uma redução de pena na Justiça
— Nós pedimos na Vara de Execução Criminal a remissão de pena por trabalho executado: cada três dias de trabalho reduz um dia de pena. O juiz exigiu um comprovante desse meu trabalho literário, e nós corremos atrás para conseguir a capa de todos os livros para fazer a comprovação. Em São Paulo eles estão dificultando isso. O juiz alegou que tem dificuldade em avaliar quanto tempo demora para fazer um trabalho literário.
A voz de Hosmany Ramos demonstra firmeza e segurança quando fala sobre todos os assuntos. Seu tom de voz só denota emoção quando ele fala da família.
— Eu tenho irmãos e primos que moram em Minas. Meu filho Erik vive na Noruega, mas me visita periodicamente. Foi Erik quem me deu o maior presente da minha vida: uma neta, a quem dedico meu livro.
Na dedicatória para a neta, Hosmany Ramos escreveu:
— Pequena musa nórdica, estável como o firmamento, real como um sonho de momento, ninho onde dorme a esperança, inatingível como o sol, lua nova no breu da noite, lindo condão de fadas, estrela da mais bela luminescência.
Texto da reportagem publicada em 07 de Agosto no Jornal do Brasil.
5.8.05
NAVEGAR É PRECISO – As fotos da última viagem de Amyr Klink à Antártica foram editadas num belo álbum da editora Desiderata. As imagens são incríveis. Paisagens geladas, pingüins, focas e a solidão festiva dos navegadores. O fotógrafo Gustavo Stephan captou imagens que transmitem uma surpreendente alegria. Alegria da natureza. Dos animais. E dos aventureiros audazes que ficaram mais de sessenta dias viajando entre o mar e o céu.
Foi no Iate Clube do Rio de Janeiro a festa de lançamento de Dias na Antártica, o belíssimo livro de fotos de Gustavo Stephan. Mas, mais do que o lançamento do livro, a festa foi um tributo ao navegador solitário Amyr Klink, um dos maiores aventureiros modernos do Brasil e do mundo.
A festa teve o patrocínio da Loja de Inverno, uma rede de butiques que vende roupas para quem vai viajar para lugares muito frios. Gorros, cachecóis, toucas, protetores de orelha, meias, agasalhos, casacos... Sendo assim, o salão do Iate Clube foi todo decorado com gelo e neve cenográficos, num ambiente com o ar condicionado bem frio, enquanto um telão exibia as fotos da expedição a Antártica. Ao mesmo tempo, modelos desfilavam pelo salão usando roupas de frio e garçons solícitos serviam petiscos e prosecco.
No terraço lá fora, um clima tropical, uma noite estrelada e a inacreditável vista da Baía da Guanabara. O navegador, muito assediado pelos seus fãs e admiradores, é a simpatia em pessoa. Conta casos. Tem senso de humor e uma fina ironia. Ele contou como construiu seu barco com um tipo de bambu ecologicamente correto e fez crítica a derrubada da floresta amazônica.
Nossa querida Cora Ronai estava lá, com uma elegante blusa vermelha. A doce Cora me contou de sua festa de aniversário, domingo último, promovida por duas garotas que eram leitoras do seu blog e se tornaram suas amigas. Foi ótimo encontrar com ela e botar o papo em dia. Não nos víamos desde o desfile da Salinas, no Fashion Rio, num cenário em que havia milhares de bananas. Depois do desfile Cora ficou fazendo fotos do cenário com seu celular. Eu perguntei pelas fotos e ela me falou do seu projeto de publicar um livro só de fotos feitas com celulares.
O ÚLTIMO TANGO EM PARIS – Um dos melhores programas que fiz em Paris foi assistir Marilia Pêra na peça Mademoiselle Chanel. A cidade foi o cenário perfeito para assistir ao espetáculo. Afinal, a peça é sobre uma das mais ilustres personagens da cultura francesa. E foi uma sessão especial para convidados da Maison Chanel e da revista Elle. Na saída a incrível surpresa de me defrontar com a torre Eiffel toda iluminada.
A peça é uma seqüência de acertos memoráveis. A direção perfeita de Jorge Takla. O texto brilhante de Maria Adelaide Amaral. E a atuação magnífica da Marilia Pêra. Realmente, essa mulher é um gênio. Cada vez que eu vejo uma peça com ela saio do teatro boquiaberto. Quando fez Maria Callas no teatro ela esteve perfeita. Quando fez Carmen Miranda, esteve perfeita. Quando fez Dalva de Oliveira, esteve perfeita. Ela sabe tudo de teatro. E dá um show interpretando Mademoiselle Chanel...
Eu cheguei no teatro cedo, pois nesse dia estava chuviscando e isso antecipou o final do meu passeio pela avenue Champs Elysées. Enquanto aguardava o início da peça fiquei tomando um vinho tinto no bar do teatro. Logo depois chegou um rapaz boa pinta, louro, cabelo cortado e uns olhos incrivelmente verdes. Ele me olhou. Eu olhei para ele. Tomei um gole do vinho. Ele me olhou. Eu olhei para ele. Trocamos algumas palavras e mais alguns olhares e logo tocou o sinal para começar a peça. Eu fui para o meu lugar, ele foi para o dele.
A peça começou. Foi incrível poder admirar a performance de Marilia Pêra. Um show de teatro. Dei gargalhadas. Aplaudi bastante no final. Cumprimentei o diretor. E ao saír do teatro levei um susto ao ver a torre Eiffel. Só depois vi o rapaz loiro parado na porta do teatro me esperando. Perguntou se eu tinha gostado do espetáculo e nós começamos a conversar sobre a peça, sobre Chanel, sobre a atuação de Marilia Pêra. Ele falava em português com um leve sotaque e me contou que era belga, mas estava morando em Paris. E que já tinha estudado português em Portugal e que já tinha visitado o Brasil e que era apaixonado pelo meu país.
Nós ficamos conversando e nos estudando na porta do teatro, quando a atriz Marilia Pêra passou. Logo fomos falar com ela. Dar parabéns pela magnífica atuação. Ela foi muito simpática conosco. Nos disse que nunca tinha sido tão aplaudida como nessa sua temporada em Paris. E como estava um pouco frio ela falava protegendo a garganta com a mão e isso dava a atriz um autêntico ar de diva. O belga, que agora eu já sabia chamar-se Louis, fez uma foto minha ao lado da Marília. Depois ela seguiu para o hotel e nós seguimos em direção a torre lindamente iluminada. Fizemos fotos naquele cenário romântico até que o belga me convidou para um drinque.
Fomos num bar que ele conhecia, no Quartier Latin, mas, quando chegamos lá, estava muito cheio. E ele me perguntou se eu não queria tomar aquele drinque no seu apartamento que ficava ali mesmo, naquela quadra. Um apart-hotel em frente ao rio Sena, bem perto da Pont Neuf. Entramos por um salão suntuoso, depois por um corredor enorme onde pegamos um elevador até chegarmos ao apartamento de Louis, no quarto andar. Era um apartamento amplo, agradável. Depois de abrir uma garrafa de vindo ele colocou um CD: Maria Bethânia cantando Vinicius.
Eu fiquei surpreso com a música e, mais surpreso fiquei quando vi, na mesa ao lado do sofá, um exemplar do livro Verdade Tropical, de Caetano Veloso traduzido para o francês. Folheei o livro e perguntei porque ele se interessava tanto pelo Brasil. O moço de olhos verdes respondeu que não sabia explicar. Que desde muito jovem percebeu que tinha uma identificação muito forte com o Brasil. Gostava da música, do som das palavras faladas em português. E que ele estava adorando o Ano do Brasil na França, pois assim podia ter mais acesso a manifestações culturais do Brasil, como a peça Mademoiselle Chanel, que foi apresentada em português com legendas em francês.
O vinho era delicioso e o apartamento do rapaz era calmo e tranqüilo. Havia pouca iluminação embalando a voz de Maria Bethânia. Louis me contou que era executivo de uma empresa de contabilidade com filiais em vários países da Europa. Quando a garrafa de vinho já estava no fim eu fui ao banheiro e perguntei ao meu anfitrião se poderia tomar um banho na sua banheira. Havia uma banheira enorme no banheiro. O belga que amava o Brasil começou a encher a banheira com uma água bem morna. Eu tirei a roupa e mergulhei sentindo a carícia da água morna sobre o meu corpo.
Louis ficou me olhando dentro d´água. Depois tirou sua própria roupa e eu vi que ele já estava de pau duro. Então, quando o loirinho foi entrar na banheira, avancei sobre o pau dele e comecei a chupá-lo. Glup, glup, glup... Foi incrível!Depois o moço que veio da Bélgica se jogou na banheira e ficamos tomando banho juntos. Bélgica e Brasil. Trocando beijos apaixonados. Já que ele gostava tanto do Brasil eu tinha decidido deixar o belga ainda mais apaixonado pelo meu país. E foi assim, com o espírito cívico de quem vai a uma Copa do Mundo que, minutos depois, eu me atirei de bruços sobre a ampla cama de casal que havia no quarto de Louis.
Eu estava deitado sobre a cama macia no quarto iluminado apenas pela luz que vinha da rua. A luz que vinha de Paris. Foi então que senti o peso do corpo dele sobre mim, sua barba fazendo cócegas no meu pescoço. Sua pele macia acariciando a minha. Sua boca sussurrando coisas. Logo depois os dedos do loirinho me besuntaram com algo cremoso e gelado. Eu fiquei me sentindo a própria Maria Schneider naquela famosa cena com Marlon Brando, no filme O último tango em Paris. Só quando eu já estava dando para ele é que percebi que, da janela do seu quarto, era possível ver as torres da Catedral de Notre Dame.
Dormimos nus e abraçados. Antes de pegar no sono ele me olhou embevecido e disse: Foi uma noite tipicamente brasileira. No dia seguinte quando acordei ele me trouxe café na cama. Un petit dejeuner. Quando me serviu uma caneca de café foi logo avisando: “Na minha casa até o café é brasileiro”. Senti vontade de gritar: “Chega! Pare com isso! Eu não vim a Paris para ficar ouvindo loas ao Brasil. Chamem a Isabelle Adjani!” Mas eu preferi simplesmente dar um beijo na boca do rapaz.
Se eu fosse homossexual me casaria amanhã, só para foder com a igreja. (Javier Bardem, depois da aprovação da lei que autoriza casamento entre homossexuais na Espanha)
Foi no Iate Clube do Rio de Janeiro a festa de lançamento de Dias na Antártica, o belíssimo livro de fotos de Gustavo Stephan. Mas, mais do que o lançamento do livro, a festa foi um tributo ao navegador solitário Amyr Klink, um dos maiores aventureiros modernos do Brasil e do mundo.
A festa teve o patrocínio da Loja de Inverno, uma rede de butiques que vende roupas para quem vai viajar para lugares muito frios. Gorros, cachecóis, toucas, protetores de orelha, meias, agasalhos, casacos... Sendo assim, o salão do Iate Clube foi todo decorado com gelo e neve cenográficos, num ambiente com o ar condicionado bem frio, enquanto um telão exibia as fotos da expedição a Antártica. Ao mesmo tempo, modelos desfilavam pelo salão usando roupas de frio e garçons solícitos serviam petiscos e prosecco.
No terraço lá fora, um clima tropical, uma noite estrelada e a inacreditável vista da Baía da Guanabara. O navegador, muito assediado pelos seus fãs e admiradores, é a simpatia em pessoa. Conta casos. Tem senso de humor e uma fina ironia. Ele contou como construiu seu barco com um tipo de bambu ecologicamente correto e fez crítica a derrubada da floresta amazônica.
Nossa querida Cora Ronai estava lá, com uma elegante blusa vermelha. A doce Cora me contou de sua festa de aniversário, domingo último, promovida por duas garotas que eram leitoras do seu blog e se tornaram suas amigas. Foi ótimo encontrar com ela e botar o papo em dia. Não nos víamos desde o desfile da Salinas, no Fashion Rio, num cenário em que havia milhares de bananas. Depois do desfile Cora ficou fazendo fotos do cenário com seu celular. Eu perguntei pelas fotos e ela me falou do seu projeto de publicar um livro só de fotos feitas com celulares.
O ÚLTIMO TANGO EM PARIS – Um dos melhores programas que fiz em Paris foi assistir Marilia Pêra na peça Mademoiselle Chanel. A cidade foi o cenário perfeito para assistir ao espetáculo. Afinal, a peça é sobre uma das mais ilustres personagens da cultura francesa. E foi uma sessão especial para convidados da Maison Chanel e da revista Elle. Na saída a incrível surpresa de me defrontar com a torre Eiffel toda iluminada.
A peça é uma seqüência de acertos memoráveis. A direção perfeita de Jorge Takla. O texto brilhante de Maria Adelaide Amaral. E a atuação magnífica da Marilia Pêra. Realmente, essa mulher é um gênio. Cada vez que eu vejo uma peça com ela saio do teatro boquiaberto. Quando fez Maria Callas no teatro ela esteve perfeita. Quando fez Carmen Miranda, esteve perfeita. Quando fez Dalva de Oliveira, esteve perfeita. Ela sabe tudo de teatro. E dá um show interpretando Mademoiselle Chanel...
Eu cheguei no teatro cedo, pois nesse dia estava chuviscando e isso antecipou o final do meu passeio pela avenue Champs Elysées. Enquanto aguardava o início da peça fiquei tomando um vinho tinto no bar do teatro. Logo depois chegou um rapaz boa pinta, louro, cabelo cortado e uns olhos incrivelmente verdes. Ele me olhou. Eu olhei para ele. Tomei um gole do vinho. Ele me olhou. Eu olhei para ele. Trocamos algumas palavras e mais alguns olhares e logo tocou o sinal para começar a peça. Eu fui para o meu lugar, ele foi para o dele.
A peça começou. Foi incrível poder admirar a performance de Marilia Pêra. Um show de teatro. Dei gargalhadas. Aplaudi bastante no final. Cumprimentei o diretor. E ao saír do teatro levei um susto ao ver a torre Eiffel. Só depois vi o rapaz loiro parado na porta do teatro me esperando. Perguntou se eu tinha gostado do espetáculo e nós começamos a conversar sobre a peça, sobre Chanel, sobre a atuação de Marilia Pêra. Ele falava em português com um leve sotaque e me contou que era belga, mas estava morando em Paris. E que já tinha estudado português em Portugal e que já tinha visitado o Brasil e que era apaixonado pelo meu país.
Nós ficamos conversando e nos estudando na porta do teatro, quando a atriz Marilia Pêra passou. Logo fomos falar com ela. Dar parabéns pela magnífica atuação. Ela foi muito simpática conosco. Nos disse que nunca tinha sido tão aplaudida como nessa sua temporada em Paris. E como estava um pouco frio ela falava protegendo a garganta com a mão e isso dava a atriz um autêntico ar de diva. O belga, que agora eu já sabia chamar-se Louis, fez uma foto minha ao lado da Marília. Depois ela seguiu para o hotel e nós seguimos em direção a torre lindamente iluminada. Fizemos fotos naquele cenário romântico até que o belga me convidou para um drinque.
Fomos num bar que ele conhecia, no Quartier Latin, mas, quando chegamos lá, estava muito cheio. E ele me perguntou se eu não queria tomar aquele drinque no seu apartamento que ficava ali mesmo, naquela quadra. Um apart-hotel em frente ao rio Sena, bem perto da Pont Neuf. Entramos por um salão suntuoso, depois por um corredor enorme onde pegamos um elevador até chegarmos ao apartamento de Louis, no quarto andar. Era um apartamento amplo, agradável. Depois de abrir uma garrafa de vindo ele colocou um CD: Maria Bethânia cantando Vinicius.
Eu fiquei surpreso com a música e, mais surpreso fiquei quando vi, na mesa ao lado do sofá, um exemplar do livro Verdade Tropical, de Caetano Veloso traduzido para o francês. Folheei o livro e perguntei porque ele se interessava tanto pelo Brasil. O moço de olhos verdes respondeu que não sabia explicar. Que desde muito jovem percebeu que tinha uma identificação muito forte com o Brasil. Gostava da música, do som das palavras faladas em português. E que ele estava adorando o Ano do Brasil na França, pois assim podia ter mais acesso a manifestações culturais do Brasil, como a peça Mademoiselle Chanel, que foi apresentada em português com legendas em francês.
O vinho era delicioso e o apartamento do rapaz era calmo e tranqüilo. Havia pouca iluminação embalando a voz de Maria Bethânia. Louis me contou que era executivo de uma empresa de contabilidade com filiais em vários países da Europa. Quando a garrafa de vinho já estava no fim eu fui ao banheiro e perguntei ao meu anfitrião se poderia tomar um banho na sua banheira. Havia uma banheira enorme no banheiro. O belga que amava o Brasil começou a encher a banheira com uma água bem morna. Eu tirei a roupa e mergulhei sentindo a carícia da água morna sobre o meu corpo.
Louis ficou me olhando dentro d´água. Depois tirou sua própria roupa e eu vi que ele já estava de pau duro. Então, quando o loirinho foi entrar na banheira, avancei sobre o pau dele e comecei a chupá-lo. Glup, glup, glup... Foi incrível!Depois o moço que veio da Bélgica se jogou na banheira e ficamos tomando banho juntos. Bélgica e Brasil. Trocando beijos apaixonados. Já que ele gostava tanto do Brasil eu tinha decidido deixar o belga ainda mais apaixonado pelo meu país. E foi assim, com o espírito cívico de quem vai a uma Copa do Mundo que, minutos depois, eu me atirei de bruços sobre a ampla cama de casal que havia no quarto de Louis.
Eu estava deitado sobre a cama macia no quarto iluminado apenas pela luz que vinha da rua. A luz que vinha de Paris. Foi então que senti o peso do corpo dele sobre mim, sua barba fazendo cócegas no meu pescoço. Sua pele macia acariciando a minha. Sua boca sussurrando coisas. Logo depois os dedos do loirinho me besuntaram com algo cremoso e gelado. Eu fiquei me sentindo a própria Maria Schneider naquela famosa cena com Marlon Brando, no filme O último tango em Paris. Só quando eu já estava dando para ele é que percebi que, da janela do seu quarto, era possível ver as torres da Catedral de Notre Dame.
Dormimos nus e abraçados. Antes de pegar no sono ele me olhou embevecido e disse: Foi uma noite tipicamente brasileira. No dia seguinte quando acordei ele me trouxe café na cama. Un petit dejeuner. Quando me serviu uma caneca de café foi logo avisando: “Na minha casa até o café é brasileiro”. Senti vontade de gritar: “Chega! Pare com isso! Eu não vim a Paris para ficar ouvindo loas ao Brasil. Chamem a Isabelle Adjani!” Mas eu preferi simplesmente dar um beijo na boca do rapaz.
Se eu fosse homossexual me casaria amanhã, só para foder com a igreja. (Javier Bardem, depois da aprovação da lei que autoriza casamento entre homossexuais na Espanha)
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