A ÚLTIMA VEZ QUE VI PARIS – Paris, Paris, Paris... Tinha feito planos para voltar a Paris nas minhas próximas férias. Mas, ultimamente, a possibilidade de andar de avião tem me provocado tanto medo e angústia, que acho que vou passar férias num lugar onde eu possa ir de carro. Que pena. Adoro Paris e sinto muita falta da cidade. A última vez que vi Paris a cidade me brindou com um turbilhão de prazeres inesquecíveis. Noitadas, diversão, festas. Mas, o melhor de tudo, foi andar pelas ruas da cidade. Bater pernas no Quartier Latin, olhar as vitrines, as modas, entrar nas galerias de arte, saborear a alma encantadora das ruas.
O voo da Air France que me levou do Rio a Paris foi absolutamente tranqüilo. Quando a aeronave se aproximou do solo francês, lembro que olhei pela janela e pensei: “Que aeronave moderna!” Parecia que o avião estava pousando e não aterrisando, tal a suavidade com que a aeronave tocou o solo francês.
A viagem foi uma maravilha. Quando entrei no avião da Air France e procurei o meu lugar vi que, bem ao lado do meu assento, havia uma pilha de revistas francesas: Photo, Paris Match, Marie Claire, L´Officiel, L´Express... Só isso já me deixou todo animado com a viagem. Os comissários de bordo eram elegantes e educados. Os passageiros do meu voo formavam um grupo simpático. Foi um vôo magnífico, em que tudo funcionou.
O jantar do vôo da Air France é algo de excepcional. Antes de servir a comida os comissários saem distribuindo baguetes entre os passageiros, apenas para abrir o apetite. Depois é servida a comida que, claro, tem aquele toque especial da gastronomia francesa. Antes da viagem eu havia encontrado meu amigo Augusto Stelai, que tinha feito a mesma viagem no mês anterior, e ele me alertou sobre o jantar. “Não come nada antes do vôo que o jantar da Air France é caprichado”, disse Augusto, enquanto me dava umas boas dicas do que fazer em Paris.
Depois do jantar, quando as luzes do avião já estavam apagadas, enquanto a gente sobrevoava o meio do oceano, bem no local onde costuma haver muita concentração de nuvens cúmulos e nimbos, eu levantei para esticar um pouco as pernas. Só então percebi que na área onde os comissários preparam o jantar, havia um buffet disponível para quem ainda estivesse com fome. Uma enorme cesta com pães quentinhos, patês, queijos, brioches e garrafinhas de vinho. Muito vinho. Imediatamente me juntei a um grupo de passageiros que já estava por ali, degustando as maravilhas da gastronomia francesa. Depois outros passageiros se juntaram a nós. E ficamos todos ali, bem descontraídos, cada um falando o que pretendia fazer em Paris, que lugares pretendia visitar, uns dando dicas para os outros. Lá fora nada de nuvens, nem raios, nem tempestades. Apenas um imenso céu belo e pacífico.
Quando enfim, chegamos ao aeroporto Charles de Gaulle, fui recebido por um ofical da alfândega, que me tratou de um modo bem rude. Um homem belíssimo, que devia ter uns 35 anos. O que ele tinha de belo, tinha de rude. Ficou me fazendo um monte de perguntas, talvez pensando que eu fosse um imigrante ilegal, um traficante ou talvez um terrorista internacional com passaporte brasileiro. Ele era tão lindo e tão rude. E eu adoro homens rudes. Num dado momento o bonitão francês percebeu que eu estava adorando o jeito rude como ele me tratava. Então ele foi relaxando, se tornando mais amável e gentil. No final, quando ele devolveu meu passaporte e liberou a minha entrada na França, nós já estávamos conversando de modo bastante civilizado. Num dado momento da entrevista ele me perguntou em que hotel eu ia ficar hospedado. Disse o nome do hotel e, quando eu ia falar o endereço, ele me disse que sabia onde era. “Passa lá no hotel pra gente tomar um café”, disse eu, provocando o bofe. Ele me deu um meio sorriso, respondeu oui, mas nunca apareceu.
Um dos meus esportes favoritos é conquistar bofes!
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