26.2.10

LUAR SOBRE SERRAMBISossego e paz de espírito. Isso foi o que de melhor encontrei em Serrambi, uma praia paradisíaca do litoral de Pernambuco, logo depois do Pontal de Maracaípe, ao lado de Porto de Galinhas. Numa dessas noites de verão fui até um coqueiral na beira da praia e fiquei admirando a lua cheia entre as sombras dos coqueiros, ouvindo o farfalhar das folhas misturado ao som das ondas do mar. Uma brisa refrescante vinha do oceano acariciar meu rosto. Uma sensação de eternidade se fez presente naquele momento.


Nas noites em que estive em Serrambi o céu foi sempre estrelado. E por isso eu me deitava na areia da praia sempre deserta e ficava horas e horas olhando para a via láctea, impressionado com a quantidade de estrelas que ali havia. Uma calma muito grande se fazia presente no universo que eu olhava como um espectador, embalado pela música das ondas do mar.


Ah, Serrambi... Queria ficar para sempre flanando entre os teus coqueirais...


Nos gloriosos dias de sol eu tinha o privilégio de mergulhar em praias desertas. Mesmo estando no auge do verão. E era tão bom estar ali, sem mais ninguém. Somente eu e Deus nas águas límpidas do mar. Lá, quando a maré baixa, a praia fica imensa e o mar se tranforma numa enorme piscina de água rasa e clara.


Serrambi, a cidadezinha, é apenas um povoado pobre, com uma gente muito simpática. Lá não existe um único restaurante decente. Apenas lugares que servem uma comida simples e, por isso mesmo, deliciosa. Em volta do povoado fica as belas casas de verão da classe média alta de Recife. Casas que estão sempre vazias, dando um certo ar de cidade fantasma ao lugar. E mais adiante, na beira da praia, ficam as incríveis mansões dos milionários do nordeste.


Serrambi é um lugar muito arborizado. As árvores são lindas, frondosas. Por todos os lugares muitos pés de Brasileirinho, uma árvore de folhas verdes e amarelas. E também muitas mangueiras. Pés de mangas por todos os lugares. Árvores cheias de frutos maduros dando um aroma delicioso ao lugar. Certo dia, quando eu estava na praia, me deu uma fome muito grande e eu fui pegar uma manga entre as que ficavam caídas no chão. O dono da casa me viu catando as frutas e me ofereceu algumas que ele estava colhendo. Eram dezenas de mangas espalhadas no jardim. Coloquei no chapéu de palha que usava uma quantidade de mangas maduras, caminhei até um coqueiral em frente ao mar, sentei na sombra dos coqueiros e fiquei comendo as frutas. Deliciosas, suaves, doces. Frutos maduros que tinham sido colhidos naquele instante. Com um prazer infantil saboreei cada uma das mangas diante da beleza de uma linda praia. Para mim, Serrambi sempre terá gosto de manga...

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