AS BRUXAS DE EASTWICK -Os encenadores Charles Moeller e Cláudio Botelho vão, mais uma vez, dar o que falar no teatro brasileiro. Na próxima semana estréia em São Paulo mais um sensacional espetáculo musical encenado pelo casal: As Bruxas de Eastwick. É a versão para o teatro daquele filme estrelado por Jack Nicholson, Michelle Pfeiffer, Angelica Houston e Cher. Eu tive a oportunidade (e o privilégio) de assistir ao ensaio geral e posso garantir: o espetáculo é sensacional. Mil vezes melhor que o filme.
As atrizes da montagem brasileira, que fazem as três donas de casa de uma cidade do interior que são seduzidas por um forasteiro com poderes mágicos, surpreendem a platéia com seu talento. Maria Clara Gueiros está magnífica como Alexandra. Assim como a bela Renata Ricci, que faz o papel de Sukie. Mas quem dá show com a sua performance é a sensacional Sabrina Korgut. Seja cantando, fazendo cenas dramáticas ou momentos de humor, La Korgut faz a diferença no palco. Quem também impressiona na peça é o ator Eduardo Galvão. Eu não estaria exagerando se dissesse que ele está melhor que o Jack Nicholson. Totalmente à vontade no palco, ele convence cantando, dançando, representando e fazendo mágicas. Merece ganhar todos os prêmios de melhor ator. Galvão está irresistível. Ele convence como um cafajeste que seduz as três donas de casa e as transforma em bruxas ressentidas e maliciosas.
A peça também conta com a luxuosa participação de Fafy Siqueira, que brinda o público com ótimas cenas de humor, sempre contracenando com um hilariante Renato Rabelo. A trama é cheia de malícia, piadas de duplo sentido, sacanagem. Mas sempre com muita classe e sofisticação. O curioso é que a peça é narrada por uma garotinha, Larissa Manoela, que rouba a cena com suas intervenções. A peça vai ter muitos efeitos especiais (que no ensaio não foram feitos), cenários grandiosos e figurinos de impacto. Mas, o mais importante num musical são as músicas. E é nesse aspecto que a peça conquista o público. As músicas são excelentes e pegam o espectador logo na primeira audição. Junte um bom score musical, com coreografias criativas, executadas por talentosos bailarinos e você vai ter a sensação de estar na Broadway
Sabrina Korgut está se tornando a rainha dos musicais do Brasil. Há pelo menos cinco anos que ela encena um musical atrás do outro. Bonita, talentosa, afinada, ela domina o palco. No seu espetáculo anterior, Baby, ela sofreu um acidente dias antes da estréia. Foi substituída às pressas por outra atriz, mas conseguiu se recuperar e, um mês depois já estava de volta ao palco, com o braço na tipóia e ainda sentindo dores. Se recuperou fazendo o espetáculo. E, mesmo antes de Baby sair de cartaz, ela começou a ensaiar As Bruxas de Eastwick, onde faz piruetas, coreografias incríveis, além de cantar com sua voz maviosa e dançar divinamente. Num dado momento da peça ela vai voar sobre a platéia.
A personagem de Sabrina é Jane, uma solteirona pudica, que anda com figurinos que deixam seu corpo todo coberto. Depois que ela é seduzida pelo misterioso Darryl Van Horne (Eduardo Galvão) ela se tranforma completamente. Passa a usar roupas sensuais, que deixam chocados os moradores da pequena Eastwick. Nesse momento da peça Sabrina mostra mais um dos seus trunfos: um corpo escultural. Pernas torneadas, bundão, cintura, seios e carão. Merecia uma capa da Playboy. A tranformação da personagem não é só de figurino. Também é de temperamento. Então ela se torna uma desbocada irreverente que leva o público ao delírio. Pena que durante o ensaio não foi possível realizar a cena em que as três atrizes flutuam em cena. Certamente, As Bruxas de Eastwick será um mais grande sucesso do teatro musical no Brasil.
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