17.10.11

Marco Berger, diretor do filme Ausente



Eduardo Nunes, diretor de Sudoeste



Marcelo Charras, diretor de Maytland



Matthew Lancitt, diretor do documentário Temporada dos Funerais



Nicolas Provot, diretor de O Invasor




OS DIRETORES - O Hotel Windsor, no Leme, foi o centro nervoso do Festival do Rio. Foi lá que ficaram hospedados os artistas estrangeiros que vieram exibir seus filmes: Marisa Paredes, Willem Dafoe, Pablo Croce, Dario Argento e também Nicolas Provot, Matthew Lancit, Marcelo Charras e Marco Berger, diretores com prestígio no circuito cinematográfico internacional. Os quatro últimos merecem ser destacados já que, no meio de tantas atrações, acabaram tendo menos destaque do que o mereceido.



A xoxota do ano! - O francês Nicolas Provot causou surpresa e encatamento com seu filme O invasor, sobre imigrantes africanos na Europa branca. Denso e belo, o filme pega o espectador pelo gogó logo na sequência de abertura. Aliás, a sequência inicial mais discutida do festival, junto com a abertura de Sudoeste. O filme de Provot começa com o close de uma xoxota. Uma bela e encantadora xoxota. Daí a câmera muda de posição e mostra uma praia de nudismo, Belos corpos nus da elite branca européia. Ao caminhar pela praia a nudista vê um imigrante negro que está tentando salvar um amigo que, junto com ele, chegou à Europa a nado. A partir daí, o cineasta constroi um denso e sensual sobre imigração ilegal, conflitos culturais, ricos e pobres, brancos e negros.



Celebração negra - O dirteor canadense Matthew Lancit trouxe ao Festival do Rio A temporada dos funerais, um documentário sobre os rituais funerários da cultura africana cuja crença é de que os mortos não estão realmente mortos. Vixe mainha! De origem judaica o cineasta contrapõe tradições de sua religião com os costumes festivos de algumas regiões de Camarões, como Bafou, Fokoué e Bafang. Na cultura do povo desses lugares os funerais são uma celebração regada a comida, bebida, música e dança.



Sexo e ditadura - O diretor argentino Marcelo Charras fez sucesso em seu país com o filme Maytland, que conta a volta por cima de um decadente diretor de filmes pornográficos que dá a volta por cima na sua carreira, quando decide fazer um filme ambientado num campo de concentração durante a ditadura militar argentina. A mistura de sexo explícito com tortura e repressão política transforma a vida do cineasta Victor Maytland. O filme é baseado numa história real.



O Bergman brasileiro - Eduardo Nunes estreou com o pé direito na condução de um longa metragem. Veterano na direção de curtas, o cineasta causou impacto no Festival do Rio com seu filme Sudoeste, saudado como uma indiscutível obra-prima. Foi comparado a Ingmar Bergman pelo crítico Carlos Merten, do Estado de São Paulo. No escurinho do cine Odeon Petrobrás, entretanto, houve quem o comparasse a Antonioni e a Buñuel. Sudoeste é um filme de uma beleza perturbadora e que promete ser a próxima grande sensação do cinema brasileiro.



Bonitinho, mas não ordinário - O cineasta argentino Marco Berger é um rapaz bonito, charmoso e sedutor. Com sua simpátia ele conquistou a todos no Festival do Rio, onde veio mostrar Ausente. Seu filme é sexy e charmoso. Conta a história de Martin, um adolescente que seduz Sebastian, seu professor de Educação Física. Ao se ver apaixonado pelo aluno, o professor passa a ser confrontado com um dilema moral por sua posição de educador. Quando exibido no Festival de Berlim o filme ganhou o prêmio Teddy, dado a filmes de temática homossexual. Aguade num cinema perto de você.


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