Valente é o guerreiro que poderá
vencer a si mesmo.
COMO É GOSTOSO LER SOBRE
SEXO - A revista Veja desta semana
dedica sua capa a uma reportagem sobre o sucesso do livro “50 tons de cinza”, o
singelo romance erótico de E L James. Acho que desde O Código Da Vinci um livro
não fazia tanto sucesso. É merecido. Tem uma boa narrativa, uma história bacana
e fala de sexo. Semana passada, num coquetel na pérgula do Copacabana Palace,
uma dama da sociedade me fez rasgados elogios ao livro. “É um dos melhores que
já li”, me disse a senhora, uma ta;a de champanhe entre os dedos, para depois comentar que não vê a hora de começar a ler o
segundo volume.
Sexo é bom, como diria Marina
Lima.
Por conta dessa onde de livros
eróticos que assola o mercado editorial fui entrevistado no domingo pela radio
CBN. O mote da entrevista foi o meu livro Amei um Pitboy, que teve noite de autógrafos
na semana passada na livraria da Laura Alvim. Nunca tive o interesse ou a
pretensão de escrever histórias com temática sexual. Esses contos, que fazem
parte do meu livro, surgiram dessa forma por uma exigência editorial. Eles
foram feitos sob encomenda para uma revista chamada Homens, publicação voltada
para o público GLS. Foi uma experiência incrível. Durante cinco anos, todos os
meses, eu publicava um conto inédito na revista. Que outro escritor brasileiro
teve esse privilégio?
No fim de semana, uma leitora do
Amei um Pitboy, que encontrei na praia, no posto nove, em Ipanema, me disse
que, depois de ler meu livro, teve a fantasia de se trancar numa prisão cheia
de homens e se esbaldar com eles. Fiquei morrendo de vergonha, já que o marido
dela e seu filho adolescente estavam bem ao seu lado. Uma outra leitora, uma
garota bonita e sexy, me disse que achou meu livro “um tesão”. As melhores críticas ao meu livro foram feitas por
mulheres. Por isso, minha próxima aventura literária terá o universo feminino
como alvo. Afinal, pelo que mostra “50 tons de cinza”, são elas que andam comprando
livros.
A vitrine da Livraria da Travessa
está decorada com dezenas de exemplares de “50 tons de Cinza”, misturados com máscaras,
gravatas, algemas e outros elementos utilizados como fetiche sexual. Espalhados
por ali, outros livros com as mesmas (?) características. Exemplares de Norman
Mailer, Marquês de Sade e até Nelson Rodrigues, com seu Asfalto Selvagem. Entre
eles, alguns exemplares do livro “A entrega”, de uma escritora chamada Toni
Bentley.
Hoje à tarde, quando entrei na
livraria, o vendedor que é meu amigo, pegou um exemplar de “A entrega”, deu na
minha mão e foi logo dizendo: “Você já leu esse livro? É a tua cara”. O
vendedor é um ótimo sujeito e sempre cuida para que meu livro esteja num lugar
visível. Certa vez, quando cheguei na livraria, ele abriu um sorriso e me
disse: “O Marcelo Madureira comprou dois exemplares do teu livro”. Pois bem. Curioso
com sua sugestão fui ler “A entrega” e fiquei surpreso com a narrativa de Toni
Bentley, uma bailarina que abandonou as sapatilhas para se tornar escritora. O
livro conta a história de uma mulher que encontra a paz espiritual depois que
descobre uma maneira bem peculiar de fazer sexo. Tem uma boa narrativa, sincera,
crua, objetiva e, ao mesmo tempo, didática, filosófica. Fiquei bem
impressionado com o livro.
Descobri na internet uma versão
digital de “A entrega”. É só clicar no
link a seguir, que o livro está lá, na íntegra, com todos os prazeres, literários
ou não, para proveito do leitor. Vale a pena dar uma conferida. Leia apenas o
início do primeiro capítulo. Certamente ninguém vai conseguir parar de ler. Cada capítulo tem um título. O
primeiro chama-se “A santa foda”. Outro
capítulo foi batizado com o título de “O pau dele”. E outro recebeu
simplesmente o nome de “K Y”. Que tal?