O progresso não é senão a realização das utopias.
HOUVE UMA VEZ O VERÃO - Quando o horário de verão volta ao normal sempre bate uma sensação de nostalgia. Uma saudade daquilo que se viveu e do que não deu tempo de viver. Aquela certeza que o verão está indo embora, como areia escapando por entre os dedos. É o tempo. É a vida. Mágica e bela. Um mistério impossível de desvendar. Um verão que ainda pode nos trazer surpresas. Ou talvez não. De qualquer modo foi um verão muito quente. Talvez o mais quente que se tenha notícias. Enquanto isso o frio é tão grande nos Estados Unidos que congelou as cataratas. Observando esses fenômenos se pode afirmar que este está sendo um verão assustador. O fantasma de uma possível falta d´água rondando as grandes cidades, numa país que sempre teve abundância de líquido. Mas talvez seja só um momento, um susto, uma mensagem aos seres humanos. Um toque que a natureza está dando. Mas será que os seres humanos estão preparados para entender a mensagem que o tempo nos dá?
É preciso saber ouvir o vento. O vento nos diz coisas muito importantes. Mas nem sempre nós estamos abertos a ouvir e entender as palavras que o vento nos trás. Quem me disse isso, certa vez, foi Pai Gilberto, um mestre do candomblé muito querido em Ipanema. Ele motivava seus amigos a prestarem atenção nos desígnios da natureza, pois acreditava que ela mostrava caminhos. E quem fosse capaz de entender isso teria mais chances de sobreviver na roda-viva que é a existência humana.
Esse tem sido um verão de magníficas praias. Desde antes do natal até depois do carnaval o mar esteve calmo, de águas claras, temperatura amena e ondas perfeitas. Nada daqueles dias de ressaca, com ondas assustadoras e águas geladas, apavorando os banhistas. Como se o mar estivesse entendendo a necessidade do homem de ficar na água, por conta da intensidade do calor do sol. Então ele, o mar, se manteve como um refúgio para os desesperados com o calor.
É compensador estar morrendo de calor à meia noite, vestir uma sunga e mergulhar nas águas serenas do mar, tendo por companhia um absurdo céu estrelado e uma lua que parece estar ali só por sua casa...
Escândalos, decepções, roubalheira... O Brasil, por si só, tem nos perturbado muito mais que o sol implacável... Mas, e daí? A vida não pode parar por conta disso. Principalmente para quem ama e está disponível para ser amado...
Adeus horário de verão...
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