ANÔNIMO VENEZIANO - Caminhava eu em meio as obras que estão mudando a cara do centro do Rio. Seguia até o Edifício Avenida Central comprar um pendrive e tinta para a impressora, já que ali tem dezenas de lojas que vendem tudo para computadores e acessórios. Quando cheguei ao edifício, na calçada bem em frente, um homem tocava no violino uma música que, de tão bela e tão bem executada logo me chamou atenção. "É a música de um filme", pensei. Parei e fiquei alguns instantes embevecido com o som que o músico tirava do violino. Levei apenas alguns instantes para reconhecer a bela música do filme "Anonimo Veneziano", um sucesso do cinema italiano que Florinda Bolkan rodou em 1970, sob a direção de Enrico Maria Salerno.
A música deixou a Avenida Rio Branco cheia de encantos. Em meio ao corre-corre do centro da cidade, a trilha do filme deixou tudo mais suave e sereno. E foi exatamente nesse instante que vi, pela primeira vez, o VLT, o metrô de superfície, sendo testado. Então toda aquela cena: a rua, as pessoas, o trem passando, a música tocando... Tudo aquilo me encheu de alegria. Uma compreensão serena de que a felicidade está mesmo nas pequenas alegrias do cotidiano. Feliz por ouvir aquela música, uma doce lembrança dos meus tempos de menino. Feliz por lembrar que nos meus tempos de garoto eu ouvia músicas como aquela que o violinista tocava com tanto talento, enquanto os passantes lhe deixavam notas de dois e cinco reais.
Florinda Bolkan já era uma estrela do cinema italiano quando rodou "Anonimo Veneziano". Ela já tinha feito "Os Deuses Malditos", de Luchino Visconti. Tinha atuado ao lado de John Cassavetes em "A fúria dos intocáveis". E já tinha contracenado com Gian Maria Volonté no filme de Elio Petri "Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita", um clássico do cinema político dos anos de 1970. Foi então que ela estrelou, ao lado do galã Tony Musante, esse filme romântico que teve como cenário a cidade de Veneza.
Um comentário:
Essa música é mesmo linda , aprendi a tocá-la no piano em priscas eras, mas nunca vi o filme, nem sei bem porquê. Mais uma vez , você me emocionou com seu texto; que bonito, que bonito tudo, Waldir.
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