Todo homem que se vende recebe muito mais do que vale.
27.9.03
OS BOFES MERECEM O PARAÍSO – O homem carioca sempre foi uma das maiores riquezas do Rio de Janeiro. Eu diria até, sem nenhum receio de estar exagerando, que o homem carioca é a MAIOR riqueza do Rio de Janeiro. Eles são maravilhosos. Mesmo quando são péssimos eles são maravilhosos. O jeito de ser. O estilo. A maneira como os rapazes da cidade exercitam sua masculinidade bronzeada. A sensualidade temperada com o salgado do mar. Tudo isso faz do bofe carioca um tipo exótico muito especial.
Pois bem. A exposição CORPUS do fotógrafo Alair Gomes é a maior celebração já feita ao homem carioca, desde que Caetano Veloso compôs a música Menino do Rio. Com a mesma verdade existencial com que Tchaikovski compôs suas sinfonias, Alair Gomes fotografou a doçura, a grandeza e a alma dos meninos do Rio. É comovente a sua dedicação ao masculino e a tudo o que isso representa como referência à existência humana. Suas fotos são verdadeiros poemas que exaltam e reverenciam a virilidade como parte integrante da cidade de São Sebastião.
Dêem um tempo em Sebastião Salgado e suas imagens da miséria e se liguem nas fotos de Alair Gomes que, com essa exposição, se eleva à condição de maior fotógrafo brasileiro de todos os tempos. Suas imagens têm o movimento da cidade. A cor. A música. O doce balanço a caminho do mar. O charme do subúrbio. O ritmo do bloco Cacique de Ramos. Através das fotos dos bofes, Alair fotografou a alma da cidade com uma pureza e uma precisão que nenhum fotógrafo jamais conseguiu captar.
As fotos são absolutamente belas. E exalam ternura e sensualidade. Mas, se não fosse assim, não estariam traduzindo a cidade. Diante de algumas fotos senti vontade de chorar. Precisei fazer um esforço para evitar que as lágrimas me enchessem os olhos e me impedissem de ver nitidamente imagens de tão precisas belezas. Mas a emoção se fez presente em cada uma das imagens expostas no Museu de Arte Moderna. Diante daquelas fotos pude perceber, comovido, que eu estava diante de um artista com a mesma grandeza de um Tchaikovsky, um Visconti, um Balzac.
Alguns trechos da exposição me tocaram com mais intensidade. Tem uma seqüência de oito fotos que mostra um lindo rapaz saindo da praia, com uma sunga preta, calçando o tênis no calçadão, subindo numa moto e indo embora. Alair flagrou a seqüência com tanta precisão e com tanto senso de oportunidade, que suas fotos contam toda uma história daquele homem e sua relação com a cidade, com o mar, com a vida. É belo e perturbador na sua beleza. Em outro momento da exposição, uma série de fotos tiradas da janela do seu apartamento em Ipanema, mostram os meninos do Rio indo ou voltando da praia. Nas fotos podemos sentir o perfume do mar e conseguimos distinguir os sonhos, desejos e aspirações dos nativos da cidade.
Noutra seqüência, doze fotos mostram apenas dois rapazes conversando distraídos na praia. A seqüência de fotos mostra apenas isso. Dois rapazes conversando. Eles são jovens, lindos, corpos perfeitos. Mas as fotos captam muito mais do que as imagens traduzem. As fotos captam um momento mágico na vida daqueles dois. Um momento em que a juventude e a beleza estavam brotando como uma explosão da natureza querendo confirmar a existência de Deus. E o grande mérito de Alair Gomes é exatamente esse. Com sua câmera ele soube captar algo como um segredo mágico sobre os mistérios da existência humana.
Clique AQUI e leia mais sobre ALAIR GOMES .
Pois bem. A exposição CORPUS do fotógrafo Alair Gomes é a maior celebração já feita ao homem carioca, desde que Caetano Veloso compôs a música Menino do Rio. Com a mesma verdade existencial com que Tchaikovski compôs suas sinfonias, Alair Gomes fotografou a doçura, a grandeza e a alma dos meninos do Rio. É comovente a sua dedicação ao masculino e a tudo o que isso representa como referência à existência humana. Suas fotos são verdadeiros poemas que exaltam e reverenciam a virilidade como parte integrante da cidade de São Sebastião.
Dêem um tempo em Sebastião Salgado e suas imagens da miséria e se liguem nas fotos de Alair Gomes que, com essa exposição, se eleva à condição de maior fotógrafo brasileiro de todos os tempos. Suas imagens têm o movimento da cidade. A cor. A música. O doce balanço a caminho do mar. O charme do subúrbio. O ritmo do bloco Cacique de Ramos. Através das fotos dos bofes, Alair fotografou a alma da cidade com uma pureza e uma precisão que nenhum fotógrafo jamais conseguiu captar.
As fotos são absolutamente belas. E exalam ternura e sensualidade. Mas, se não fosse assim, não estariam traduzindo a cidade. Diante de algumas fotos senti vontade de chorar. Precisei fazer um esforço para evitar que as lágrimas me enchessem os olhos e me impedissem de ver nitidamente imagens de tão precisas belezas. Mas a emoção se fez presente em cada uma das imagens expostas no Museu de Arte Moderna. Diante daquelas fotos pude perceber, comovido, que eu estava diante de um artista com a mesma grandeza de um Tchaikovsky, um Visconti, um Balzac.
Alguns trechos da exposição me tocaram com mais intensidade. Tem uma seqüência de oito fotos que mostra um lindo rapaz saindo da praia, com uma sunga preta, calçando o tênis no calçadão, subindo numa moto e indo embora. Alair flagrou a seqüência com tanta precisão e com tanto senso de oportunidade, que suas fotos contam toda uma história daquele homem e sua relação com a cidade, com o mar, com a vida. É belo e perturbador na sua beleza. Em outro momento da exposição, uma série de fotos tiradas da janela do seu apartamento em Ipanema, mostram os meninos do Rio indo ou voltando da praia. Nas fotos podemos sentir o perfume do mar e conseguimos distinguir os sonhos, desejos e aspirações dos nativos da cidade.
Noutra seqüência, doze fotos mostram apenas dois rapazes conversando distraídos na praia. A seqüência de fotos mostra apenas isso. Dois rapazes conversando. Eles são jovens, lindos, corpos perfeitos. Mas as fotos captam muito mais do que as imagens traduzem. As fotos captam um momento mágico na vida daqueles dois. Um momento em que a juventude e a beleza estavam brotando como uma explosão da natureza querendo confirmar a existência de Deus. E o grande mérito de Alair Gomes é exatamente esse. Com sua câmera ele soube captar algo como um segredo mágico sobre os mistérios da existência humana.
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23.9.03
FILHO ÚNICO
Você me quer?
Você cuida de mim?
Mesmo que eu seja uma possoa egoísta e ruim?
Você me aceita
E me dá a receita
De como conviver com um monstro mesquinho e careta?
Você me respeita
Não grita comigo
Mesmo que eu tente tudo pra te irritar
Você tem que entender
Que eu sou filho único
Que os filhos únicos são seres infelizes
Eu tento mudar
Eu tento provar que me importo com os outros
Mas é tudo mentira (tudo mentira)
Estou na mais completa solidão
Do ser que é amado e não ama
Me ajude a conhecer a verdade
A respeitar meus irmãos
E a amar quem me ama
(Cazuza)
A PRESENÇA DE LUCINHA – Muita badalação em torno do filme que está sendo produzido sobre a vida de Cazuza, baseado no livro Cazuza – Todo o amor que houver nessa vida, escrito pela mãe do cantor, Lucinha Araújo. Mas, amigos do cantor, pessoas que conviveram com ele na intimidade acreditam que Cazuza detestaria a idéia de ter sua vida contada através do ponto de vista de sua mãe. Cazuza era um rebelde nato. Um outsider. Um maluco beleza. Durante toda a sua curta vida ele tentou se livrar dos tentáculos sufocantes de sua mãe mas nunca conseguiu. Nem mesmo depois de morto.
Lucinha sempre ocupou muito espaço na vida de Cazuza. Isso costuma acontecer nos casos de mães que têm filho único. Mas, no caso da Lucinha essa situação extrapolou porque ela sempre se realizou através do filho. Quando ele era vivo a mãe, além de super protege-lo, via no rapaz uma forma de se realizar através da vida dele. Dessa forma, a vida de Cazuza, para Lucinha, sempre foi uma idealização da vida dela. De tudo o que ela quis ter e ser.
Certa vez, na época em que fazíamos teatro, Cazuza chegou aborrecido ao ensaio. Desde então, a mãe dele já tinha se tornado um personagem folclórico para o grupo. Quando estava todo mundo reunido ele começou a chorar as mágoas. “Hoje a minha mãe passou de todas as medidas. Ela me infernizou o dia inteiro. Não me deixou em paz um minuto sequer. Eu percebi que ela sentia prazer em me encher o saco. Tenho que sair de casa. Eu não agüento mais”. Parece que eu o estou escutando, falando com sua voz de língua presa. “Eu adoro a minha mãe, mas hoje ela passou dos limites. Estou com tanta raiva dela, que só de vingança eu vou contar uma história para vocês”.
Ficou um clima de expectativa no ar. Então Cazuza olhou bem sério para a turma e nos fez uma revelação. “Minha mãe já foi costureira da Elis Regina. Ela detesta que as pessoas saibam disso. Então eu vou contar essa história para todo mundo, só para me vingar do que ela fez comigo”. Dito isso, ele caiu na risada. Depois continuou. “Eu tenho maior orgulho disso. De ser filho de uma mulher que já foi costureira da Elis Regina. Mas minha mãe não tem essa compreensão”. Naquela noite, depois do ensaio fomos ao Baixo Leblon encher a cara de chope. E eu me lembro do Cazuza, completamente bêbado falando para todo mundo na Pizzaria Guanabara. “Minha mãe já foi costureira da Elis Regina”.
Hoje, passados dez anos da morte do cantor, parece que Lucinha Araújo está mesmo decidida a não deixar o Cazuza em paz. Lucinha sempre quis ser uma estrela. Uma cantora famosa. Mas nunca conseguiu. Gravou vários discos, afinal ela era casada com o presidente da gravadora Som Livre. Nunca aconteceu nada com a sua carreira. O máximo que ela conseguiu como cantora foi ser costureira da Elis. Ela então se voltou para a carreira do filho. Já que ela não tinha podido ser uma estrela, o seu filho querido seria uma estrela muito maior que qualquer outra.
Cazuza foi criado com excesso de proteção e mimos. Tinha tudo o que queria. Os pais tinham ficado rico com a gravadora Som Livre e podiam fazer todas as vontades do seu filho único. Além disso, por ser filho de um homem muito importante do meio artístico, Cazuza vivia sendo adulado por todo mundo. Dos garçons do Baixo Leblon às maiores estrelas da música brasileira. Todos adulavam o Cazuza. E essa vida de mimos e adulações foi a razão da sua tragédia. Pois foi isso que fez com que ele não se cuidasse. Ele foi criado como alguém que estava acima de tudo e de todos. Alguém que podia fazer o que quisesse. Se ele brigava no bar e ia preso o pai pagava o prejuízo e contratava o melhor advogado para tira-lo da cadeia. Cazuza tinha a idéia de que os pais dele poderiam livra-lo de qualquer problema que tivesse. E a vida escolheu uma maneira muito dura e cruel de dizer-lhe que não era bem assim.
Cazuza tinha uma vida de riscos. Ele bebia feito um louco e depois saía dirigindo pelas ruas da cidade numa velocidade assustadora. É impressionante que nunca tenha sofrido um grave acidente. Além disso, havia as drogas. Todos nós nos drogávamos naquela época. Mais ele sempre ia mais fundo. Afinal, ele era o “exagerado”. Lembro que certa vez, depois de uma noitada no Café Lamas, ele foi me levar em casa. Ele correu tanto e atravessou tantos sinais fechados que eu fiquei em pânico. Quando ele me deixou em casa, jurei para mim mesmo que nunca mais entraria num carro dirigido pelo Cazuza.
Cazuza era muito apegado aos integrantes do seu grupo de teatro, o Corpo Cênico Nossa Senhora dos Navegantes. Na convivência diária era um sujeito doce, meigo, amoroso. Ele demonstrava uma felicidade muito grande de estar ali com a gente. Cantando, dançando, criando cenas, compondo. Apesar de nunca termos “acontecido” no teatro brasileiro, a formação daquele grupo de teatro foi uma coisa muito marcante na vida de todas aquelas pessoas. A gente sempre fala disso quando se encontra por aí. Nós aprendemos muito uns com os outros e com as cenas que criávamos. Foi um rito de passagem para a vida adulta. Só que foi um rito de passagem de alto nível. Pois algo muito especial aconteceu no encontro daquelas pessoas.
A forma como Lucinha administra a herança de Cazuza só evidencia a mãe espaçosa que ela sempre foi. No livro que escreveu, no filme que está produzindo, na Fundação que administra quem está presente nunca é o Cazuza mas sim o filho da Lucinha. Nada contra. Mas o Cazuza é muito mais do que isso. Era isso o que ele queria mostrar como artista. Que ele era muito mais do que o garoto rico mimado, filho de um dos homens mais poderosos da indústria de diversões. Ele queria mostrar que tinha vida própria. Que tinha idéias, talento e um jeito especial de olhar a vida.
Cazuza é muito mais do que, simplesmente, o filho da Lucinha, mas parece que a mãe dele não admite que ninguém na família seja mais estrela do que ela. Enquanto for viva, Lucinha sempre há de ser mais importante que o seu filho. Ela nunca irá permitir que as pessoas vejam o sujeito bacana e o artista instigante que Cazuza foi, sem que isso seja filtrado pelas lentes super protetoras do seu olhar de mãe. Isso me dá a triste sensação que o Cazuza acabou sendo vítima da sua própria família. Acredito que se não fosse sua educação de menino mimado certamente ele ainda estaria aqui, cantando para todos nós.
O Corpo Cênico Nossa Senhora dos Navegantes tinha o seguinte elenco: Alice Andrade, Patrícia Terra, Bebel Gilberto, Verônica Esteves, Paulo Cunha, Rafael Lemos, Ruiz Bellenda, Claudia Otero, Marilia Moraes, Sergio Amado, Conceição Rios, Sergio Maciel e Kátia Bronstein.
Alice Andrade, filha do saudoso cineasta Joaquim Pedro de Andrade, morou algum tempo em Paris e hoje é roteirista e diretora de cinema. Foi um privilégio conviver com o pai dela e poder ouvir suas histórias sobre cinema. Patrícia Terra, hoje é jornalista e repórter de TV. Bebel Gilberto é cantora. Verônica Esteves é produtora de novelas. Paulo Cunha era um príncipe de Ipanema. Um garoto lindo, que foi o primeiro namorado da Bebel. Largou tudo para se entregar ao teatro. Morreu muito jovem e nos deixou muito tristes com a sua ausência.
Rafael Lemos, um excelente comediante. Divertido, inteligente e muito querido por todos. É gerente de um Banco. Ruiz Bellenda é um grande diretor de teatro. Um sujeito extraordinário. Talentoso e estudioso é um grande conhecedor do cinema americano. Durante toda a sua vida foi casado com o ator Ariel Coelho. Depois que o parceiro morreu decidiu morar em Curitiba, sua terra natal. Lá ele dá aulas de teatro e monta espetáculos.
Claudia Otero é cantora e compositora. Casou com um diplomata, teve dois filhos e viveu na Polônia e na Colômbia. Marilia Moraes, é uma mulher fantástica. Ela foi casada com Moraes Moreira e nos fizemos muita farra na casa deles no Jardim Botânico. Às vezes, depois dos ensaios, nós íamos para casa da Marília e ficávamos batendo papo a noite inteira. Então o Moraes chegava com o seu violão e tocava só pra gente. Todos aqueles sucessos da época em que estava no auge o Moraes tocava só para o nosso grupo. Ele ia sempre aos ensaios e ficava rolando de rir com a nossa peça. O Cazuza adorava ele.
Sergio Amado é compositor e bom vivant. O Caetano e o Mautner gravaram uma música dele, nesse último disco. Além disso, é um autêntico boêmio do Posto Seis. Conceição Rios, canta divinamente. É uma mulher linda, charmosa, sensual. Faz shows eventuais e já foi namorada do João Gilberto. Sergio Maciel foi o grande amor do Cazuza. O Serginho era lindo quando eles começaram a namorar. Pareciam ter sido feitos um para o outro. Às vezes o Cazuza maltratava o Serginho. Batia nele. Empurrava-o do carro. E o Serginho adorava aquilo tudo. Sabia que no fim da noite era os braços dele que o Cazuza iria procurar. Kátia Bronstein hoje em dia é a cantora Kátia B., casada com um daqueles Paralamas do Sucesso.
Alice Andrade, filha do saudoso cineasta Joaquim Pedro de Andrade, morou algum tempo em Paris e hoje é roteirista e diretora de cinema. Foi um privilégio conviver com o pai dela e poder ouvir suas histórias sobre cinema. Patrícia Terra, hoje é jornalista e repórter de TV. Bebel Gilberto é cantora. Verônica Esteves é produtora de novelas. Paulo Cunha era um príncipe de Ipanema. Um garoto lindo, que foi o primeiro namorado da Bebel. Largou tudo para se entregar ao teatro. Morreu muito jovem e nos deixou muito tristes com a sua ausência.
Rafael Lemos, um excelente comediante. Divertido, inteligente e muito querido por todos. É gerente de um Banco. Ruiz Bellenda é um grande diretor de teatro. Um sujeito extraordinário. Talentoso e estudioso é um grande conhecedor do cinema americano. Durante toda a sua vida foi casado com o ator Ariel Coelho. Depois que o parceiro morreu decidiu morar em Curitiba, sua terra natal. Lá ele dá aulas de teatro e monta espetáculos.
Claudia Otero é cantora e compositora. Casou com um diplomata, teve dois filhos e viveu na Polônia e na Colômbia. Marilia Moraes, é uma mulher fantástica. Ela foi casada com Moraes Moreira e nos fizemos muita farra na casa deles no Jardim Botânico. Às vezes, depois dos ensaios, nós íamos para casa da Marília e ficávamos batendo papo a noite inteira. Então o Moraes chegava com o seu violão e tocava só pra gente. Todos aqueles sucessos da época em que estava no auge o Moraes tocava só para o nosso grupo. Ele ia sempre aos ensaios e ficava rolando de rir com a nossa peça. O Cazuza adorava ele.
Sergio Amado é compositor e bom vivant. O Caetano e o Mautner gravaram uma música dele, nesse último disco. Além disso, é um autêntico boêmio do Posto Seis. Conceição Rios, canta divinamente. É uma mulher linda, charmosa, sensual. Faz shows eventuais e já foi namorada do João Gilberto. Sergio Maciel foi o grande amor do Cazuza. O Serginho era lindo quando eles começaram a namorar. Pareciam ter sido feitos um para o outro. Às vezes o Cazuza maltratava o Serginho. Batia nele. Empurrava-o do carro. E o Serginho adorava aquilo tudo. Sabia que no fim da noite era os braços dele que o Cazuza iria procurar. Kátia Bronstein hoje em dia é a cantora Kátia B., casada com um daqueles Paralamas do Sucesso.
Down em mim (Cazuza)
Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
A versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou me esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer
Da privada eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Down... down
19.9.03
NOS EMBALOS DE COPACABANA – A Copa Arnaldo César Coelho de Futebol de Praia, que mobilizou as areias de Copacabana, desde junho, teve a sua grande final sábado, realizada entre dois times da pesada: Copacabana versus Embalo. São dois times tradicionais desse tipo de esporte. Verdadeiros ícones do futebol carioca. A vitória do Embalo, na decisão por pênaltis, não traduziu a verdade da partida, onde o Copacabana teve uma melhor atuação.
O Copacabana é originário da rua Duvivier, de onde surgiram jogadores como Batata, Marcio e Denílson. Mas, o núcleo do time que jogou o campeonato é formado pelas estrelas do tradicional Lá Vai Bola, equipe do Posto Seis, que se absteve de participar do torneio, preferindo se unir ao Copacabana. O resultado é que o time se tornou imbatível e chegou à final como grande favorito.
A idade média dos jogadores do Copacabana é trinta e cinco anos. Ou seja, é um time de veteranos. Homens que jogam na praia desde criança. Alguns afirmam ter trinta anos de praia. Jorge Costa, também conhecido como Jorge Zen, vice-presidente da FEPERJ, federação que organiza o torneio, acredita que não está havendo renovação no futebol de praia, por isso os jogadores do Copacabana de hoje são os mesmos de quinze ou vinte anos atrás. Batata, Denílson, Binho, PC, Fabiola, Marcio, Júlio, Jamaica, Rogério e André, que é considerado pelos jogadores como uma “lenda viva do futebol de praia.”
Os jogadores contestam. Acreditam sim que existe renovação e citam, como exemplo, Bernardo, do Copagalo, além de Iury e Miguel, atletas do Força & Saúde, time derrotado pelo Copacabana na disputa pela vaga na final. Para André, do Copacabana, o fato de mais uma vez o time veterano estar na final, significa apenas que eles são de uma geração de campeões, predestinada a fazer história nas areias da praia. O jogador Paulo César, o PC, aponta o adversário, Embalo, como um exemplo de renovação no futebol de praia. O time é originário do Morro do Leme e é formado por rapazes cuja idade média é vinte anos.
Iury, do Força & Saúde, um dos nomes mais talentosos da nova geração lembra com nostalgia da infância. “Quando eu era criança ia para o Maracanã com André. Nos dias de jogo eu chegava no posto seis com a camisa do fluminense ele então me pegava pela mão e me levava ao estádio. Eu ia amarradão porque sabia que ali estava entre amigos.” No último torneio de futebol de praia Iury e André se desentenderam em campo e quase saem na porrada. Mas o estresse ficou apenas na areia. “O André é um ídolo para mim. Sempre admirei o futebol dele. Nunca esqueci que quando eu era pequeno ele me levava para o Maracanã.” O veterano André, a lenda viva, também joga confete. “Conheço o Iury desde pequeno. Esse garoto poderia ser meu filho”.
A LENDA VIVA – André, a lenda viva do futebol de praia, é um personagem do Posto Seis. Sua identificação com o futebol é visceral. Torcedor do Fluminense, ele sabe tudo sobre o seu time. Coleciona revistas de futebol e, certa vez, quando garoto, invadiu o gramado do Maracanã para dar porrada num juiz, que estava apitando o jogo contra o seu time. Até hoje ele guarda o caderno esportivo que publicou sua foto, correndo atrás do juiz.
Sua paixão pelo futebol fez dele um grande conhecedor do esporte. Ele sabe tudo. O nome de todos os estádios do Brasil. Quais os times que disputaram as finais dos campeonatos estaduais de qualquer ano. A escalação da seleção brasileira em qualquer disputa. Também é um profundo conhecedor dos bastidores do futebol brasileiro. Muito antes de estourar o escândalo envolvendo o então técnico da seleção Wanderley Luxemburgo, ele já comentava sobre aquela lama com seus parceiros da praia.
Seu temperamento alegre e cheio de energia faz dele um sujeito muito popular no posto seis e nas rodas de boêmia de Copacabana. Pois André, antes de mais nada, é um boêmio. Ele poderia ter se tornado um grande jogador profissional. Mas a vida boêmia e a paixão pela bebida, pelas drogas e pelas mulheres impediram que ele tivesse disciplina suficiente para fazer carreira no futebol profissional.
André é dependente químico. Mas isso nunca foi problema para ele. O cara convive bem com a sua dependência química. Aliás, ele gosta de ser dependente químico. Consumir drogas é algo absolutamente natural para ele. Não que isso nunca tenha lhe causado problemas. Pelo contrário. Consumir drogas ilegais sempre é um mergulho no escuro, mas no seu caso, ele sempre conseguiu submergir do inferno, sem ter que abrir mão do seu infinito prazer em consumir drogas.
Durante o torneio do ano passado, havia sido decretado o fim do André. Todo mundo na praia acreditava que a lenda viva tinha acabado para o futebol de praia. Ele estava com o joelho machucado e por isso ficou sem poder fazer exercícios físicos. Perdeu a forma física e engordou. Ficou balofo. Por isso jogou o campeonato na posição de goleiro. Mesmo assim, foi o melhor goleiro do campeonato e o seu time, Lá Vai Bola, acabou como vice-campeão.
Além de decadência física, André teve sérios problemas pessoais no ano passado. Perdeu um ótimo emprego numa empresa de informática, por causa de dívidas contraídas com traficantes. Ao mesmo tempo entrou em cana durante uma batida policial, pois estava portando drogas. Teve que responder processo. Os amigos começaram a se afastar dele, pois ficaram indignados com os rumos que ele estava dando a sua própria vida. Todo mundo no Posto Seis começou a apostar que o final do André seria trágico.
Deus escreve certo por linhas tortas, como diz um ditado popular. Quando parecia que André estava num beco sem saída, a vida lhe deu mais uma oportunidade. Em dezembro do ano passado André recebeu uma herança que, apesar de não ser milionária, vai deixa-lo bem pelo resto da vida. João Molina, um coroa super gente boa, muito querido nas rodas de boêmia do posto seis morreu num acidente. Ele escorregou ao descer de um táxi e bateu com a cabeça no meio fio. Pois João Molina deixou André como beneficiário da sua herança.
André sempre foi um rapaz bonito. Alto, de gestos másculos, olhos verdes e umas pernas que, na fase áurea, foram as mais belas de Copacabana. Com esse físico e com o seu temperamento simpático e gentil, André vivia provocando paixões. Nos bastidores do futebol de praia sempre se comentou que ele tinha um caso com João Molina. Mas ninguém nunca teve certeza. Apenas se comentava o assunto como fofoca. Afinal, André era um típico machão carioca, craque no futebol e comedor de mulheres. Há dois meses atrás nasceu seu primeiro filho, fruto de sua relação com Camila uma moça de vinte e um anos. É um garoto bonito que o pai fez questão de batizar com o nome daquele que o protegeu: João.
A herança provocou uma reviravolta na vida de André. Mudou para um apartamento maior, onde mora com a mãe. Cuidou do joelho. Voltou a malhar, permitindo que o seu físico voltasse à sua fase áurea. E ressurgiu no atual campeonato como o velho André dos bons tempos. Belo e talentoso, mostrando na areia toda a sua arte, seu talento e sua paixão pelo futebol. A final da Copa Arnaldo César Coelho de futebol de praia foi, acima de tudo, a celebração de um ídolo da areia. Um mito da praia de Copacabana. Uma personalidade que, mais do que nunca, merece ser visto e reconhecido como a lenda viva do futebol de Copacabana.
O Copacabana é originário da rua Duvivier, de onde surgiram jogadores como Batata, Marcio e Denílson. Mas, o núcleo do time que jogou o campeonato é formado pelas estrelas do tradicional Lá Vai Bola, equipe do Posto Seis, que se absteve de participar do torneio, preferindo se unir ao Copacabana. O resultado é que o time se tornou imbatível e chegou à final como grande favorito.
A idade média dos jogadores do Copacabana é trinta e cinco anos. Ou seja, é um time de veteranos. Homens que jogam na praia desde criança. Alguns afirmam ter trinta anos de praia. Jorge Costa, também conhecido como Jorge Zen, vice-presidente da FEPERJ, federação que organiza o torneio, acredita que não está havendo renovação no futebol de praia, por isso os jogadores do Copacabana de hoje são os mesmos de quinze ou vinte anos atrás. Batata, Denílson, Binho, PC, Fabiola, Marcio, Júlio, Jamaica, Rogério e André, que é considerado pelos jogadores como uma “lenda viva do futebol de praia.”
Os jogadores contestam. Acreditam sim que existe renovação e citam, como exemplo, Bernardo, do Copagalo, além de Iury e Miguel, atletas do Força & Saúde, time derrotado pelo Copacabana na disputa pela vaga na final. Para André, do Copacabana, o fato de mais uma vez o time veterano estar na final, significa apenas que eles são de uma geração de campeões, predestinada a fazer história nas areias da praia. O jogador Paulo César, o PC, aponta o adversário, Embalo, como um exemplo de renovação no futebol de praia. O time é originário do Morro do Leme e é formado por rapazes cuja idade média é vinte anos.
Iury, do Força & Saúde, um dos nomes mais talentosos da nova geração lembra com nostalgia da infância. “Quando eu era criança ia para o Maracanã com André. Nos dias de jogo eu chegava no posto seis com a camisa do fluminense ele então me pegava pela mão e me levava ao estádio. Eu ia amarradão porque sabia que ali estava entre amigos.” No último torneio de futebol de praia Iury e André se desentenderam em campo e quase saem na porrada. Mas o estresse ficou apenas na areia. “O André é um ídolo para mim. Sempre admirei o futebol dele. Nunca esqueci que quando eu era pequeno ele me levava para o Maracanã.” O veterano André, a lenda viva, também joga confete. “Conheço o Iury desde pequeno. Esse garoto poderia ser meu filho”.
A LENDA VIVA – André, a lenda viva do futebol de praia, é um personagem do Posto Seis. Sua identificação com o futebol é visceral. Torcedor do Fluminense, ele sabe tudo sobre o seu time. Coleciona revistas de futebol e, certa vez, quando garoto, invadiu o gramado do Maracanã para dar porrada num juiz, que estava apitando o jogo contra o seu time. Até hoje ele guarda o caderno esportivo que publicou sua foto, correndo atrás do juiz.
Sua paixão pelo futebol fez dele um grande conhecedor do esporte. Ele sabe tudo. O nome de todos os estádios do Brasil. Quais os times que disputaram as finais dos campeonatos estaduais de qualquer ano. A escalação da seleção brasileira em qualquer disputa. Também é um profundo conhecedor dos bastidores do futebol brasileiro. Muito antes de estourar o escândalo envolvendo o então técnico da seleção Wanderley Luxemburgo, ele já comentava sobre aquela lama com seus parceiros da praia.
Seu temperamento alegre e cheio de energia faz dele um sujeito muito popular no posto seis e nas rodas de boêmia de Copacabana. Pois André, antes de mais nada, é um boêmio. Ele poderia ter se tornado um grande jogador profissional. Mas a vida boêmia e a paixão pela bebida, pelas drogas e pelas mulheres impediram que ele tivesse disciplina suficiente para fazer carreira no futebol profissional.
André é dependente químico. Mas isso nunca foi problema para ele. O cara convive bem com a sua dependência química. Aliás, ele gosta de ser dependente químico. Consumir drogas é algo absolutamente natural para ele. Não que isso nunca tenha lhe causado problemas. Pelo contrário. Consumir drogas ilegais sempre é um mergulho no escuro, mas no seu caso, ele sempre conseguiu submergir do inferno, sem ter que abrir mão do seu infinito prazer em consumir drogas.
Durante o torneio do ano passado, havia sido decretado o fim do André. Todo mundo na praia acreditava que a lenda viva tinha acabado para o futebol de praia. Ele estava com o joelho machucado e por isso ficou sem poder fazer exercícios físicos. Perdeu a forma física e engordou. Ficou balofo. Por isso jogou o campeonato na posição de goleiro. Mesmo assim, foi o melhor goleiro do campeonato e o seu time, Lá Vai Bola, acabou como vice-campeão.
Além de decadência física, André teve sérios problemas pessoais no ano passado. Perdeu um ótimo emprego numa empresa de informática, por causa de dívidas contraídas com traficantes. Ao mesmo tempo entrou em cana durante uma batida policial, pois estava portando drogas. Teve que responder processo. Os amigos começaram a se afastar dele, pois ficaram indignados com os rumos que ele estava dando a sua própria vida. Todo mundo no Posto Seis começou a apostar que o final do André seria trágico.
Deus escreve certo por linhas tortas, como diz um ditado popular. Quando parecia que André estava num beco sem saída, a vida lhe deu mais uma oportunidade. Em dezembro do ano passado André recebeu uma herança que, apesar de não ser milionária, vai deixa-lo bem pelo resto da vida. João Molina, um coroa super gente boa, muito querido nas rodas de boêmia do posto seis morreu num acidente. Ele escorregou ao descer de um táxi e bateu com a cabeça no meio fio. Pois João Molina deixou André como beneficiário da sua herança.
André sempre foi um rapaz bonito. Alto, de gestos másculos, olhos verdes e umas pernas que, na fase áurea, foram as mais belas de Copacabana. Com esse físico e com o seu temperamento simpático e gentil, André vivia provocando paixões. Nos bastidores do futebol de praia sempre se comentou que ele tinha um caso com João Molina. Mas ninguém nunca teve certeza. Apenas se comentava o assunto como fofoca. Afinal, André era um típico machão carioca, craque no futebol e comedor de mulheres. Há dois meses atrás nasceu seu primeiro filho, fruto de sua relação com Camila uma moça de vinte e um anos. É um garoto bonito que o pai fez questão de batizar com o nome daquele que o protegeu: João.
A herança provocou uma reviravolta na vida de André. Mudou para um apartamento maior, onde mora com a mãe. Cuidou do joelho. Voltou a malhar, permitindo que o seu físico voltasse à sua fase áurea. E ressurgiu no atual campeonato como o velho André dos bons tempos. Belo e talentoso, mostrando na areia toda a sua arte, seu talento e sua paixão pelo futebol. A final da Copa Arnaldo César Coelho de futebol de praia foi, acima de tudo, a celebração de um ídolo da areia. Um mito da praia de Copacabana. Uma personalidade que, mais do que nunca, merece ser visto e reconhecido como a lenda viva do futebol de Copacabana.
15.9.03
O REI DO TATAME - Está chegando nas livrarias americanas, BRAZILIAN JIU-JITSU SUBMISSION GRAPPLING, de Royler Gracie. O livro é um álbum de luxo, fartamente ilustrado, em que o samurai carioca ensina técnicas de luta sem quimono. É uma espécie de bíblia para os praticantes de artes marciais. Um guia para orientar treinos e exercícios.
Aproveitando a onda de popularidade do Jiu-Jitsu nos EUA, Royler Gracie já havia publicado no ano passado, o Brazilian Jiu-Jitsu – Theory and Technique. Nesse primeiro volume Royler ensina aos adeptos dessa arte marcial os fundamentos do tradicional Jiu-Jitsu, praticado com quimono. Com um texto ágil e inteligente, e ilustrado com um competente material fotográfico, o livro chegou ao primeiro lugar na listas de publicações sobre esporte amador do site Amazon. O sucesso de vendas foi tão grande, que a editora logo encomendou uma continuação.
A versão brasileira do Brazilian Jiu-Jitsu – Theory and Technique será lançada no dia 16 de Outubro, na Academia Carlos Gracie, na Barra da Tijuca. Produzido pela Ediouro, o livro terá a mesma edição luxuosa do original americano. Aproveitando o lançamento, será feita uma homenagem aos 90 anos do patriarca da família, Hélio Gracie
SAMBA & AMOR (Chico Buarque)
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade, que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente ainda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem-vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lá
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade, que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente ainda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem-vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lá
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
13.9.03
A FORMIGONA – Sem dúvida alguma, ele é um dos personagens mais controvertidos do circuito intelectual do society carioca. Silviano Santiago. Ou, simplesmente A FORMIGONA, como diria o venenoso jornalista Ezequiel Neves. Silviano Santiago é escritor, ensaísta, professor de letras e critico literário. Um chato esnobe, afeito aos círculos universitários, que se acha um gênio da literatura brasileira. Crítico implacável, ele costuma tecer comentários pouco lisonjeiros sobre textos de escritores que não lhe fazem a corte. Como se considera um homem intelectualmente privilegiado, Silviano deseja ser adulado por todos aqueles que almejam fazer parte da nossa elite intelectual.
Silviano Santiago se comporta no nosso circuito literário como aquelas antigas door-woman de boates moderninhas que diziam quem deveria ou não entrar na boate. Pois bem. Silviano se acha a door-woman da literatura brasileira. Acredita piamente, que ele é quem deve dizer quem pode ou não pode entrar no olimpo dos escritores brasileiros, de acordo com aqueles que lhe fazem ou não a corte. Afinal, a bicha é muito bem relacionada e costuma ser consultada pelas principais editoras brasileiras por ocasião da renovação dos seus elencos.
Silviano Santiago também é famoso nos círculos intelectuais brasileiros por causa de sua arrebatadora paixão pelo poeta Affonso Romano de Sant´anna. É um amor antigo, que remonta a juventude do escritor. Ainda jovem, na época dos primeiros anos na universidade, Silviano conheceu o jovem e másculo Affonso Romano. Foi um amor instantâneo. Paixão à primeira vista. O jovem e saltitante Silviano ficou encantado com aquele rapaz tão másculo e culto, que respirava poesia com tanta verdade.
Desde o primeiro instante Silviano quis beijar a boca quente de Affonso Romano. Acariciar-lhe o peito cabeludo. Sentir suas mãos másculas apertando o seu corpo. Ouvir sua voz grave sussurrando poemas no seu ouvido. De todas as maneiras que se pode desejar um bofe, Silviano sempre desejou Affonso. Só que A FORMIGONA esbarrou num pequeno probleminha: Affonso Romano de Sant´anna é heterossexual!
Sem nunca poder realizar o seu desejo sexual pelo homem amado, Silviano Santiago se tornou uma pessoa triste e amarga. Desnorteado pelo seu vazio interior, ele vive obsessivamente buscando conquistar prêmios literários com a finalidade de impressionar Affonso Romano intelectualmente. Como esses prêmios nunca vêm, A FORMIGONA circula pelo Rio de Janeiro como uma espécie de Adele H. que nunca realizou a sua paixão por Vitor Hugo. Vagando pelas ruas da cidade, destilando suas frustrações pelas esquinas e sussurrando baixinho o nome do único homem que realmente amou. Affonso... Affonso... Affonso...
9.9.03
SETEMBRO NEGRO – Aproveitando o aniversário de 11 de setembro George W. Bush pediu mais US$ 87 bilhões ao Congresso Americano para usar na luta contra o terrorismo. Pois é. Para o presidente americano o 11 de setembro é apenas um negócio. Um business. Uma espécie de cartão de crédito que ele usa para sacar dinheiro. A destruição do World Trade Center funciona como um monumento ao terrorismo que Mr. Bush aponta cada vez que quer arrancar mais dinheiro do povo.
Não podemos esquecer que no próximo ano teremos eleições na América. E desde já o senhor Bush, candidato à reeleição, está cuidando de reforçar o caixa da campanha. Uma eleição é sempre cara. A gang que se apoderou do governo americano sabe disso e vai tentar de tudo para continuar no poder. E o grande mote dos bandidos é empunhar a bandeira da luta contra o terrorismo quando, na verdade, os terroristas são eles.
É incrível a frieza de George W. Bush com relação aos seus próprios soldados. Os militares americanos que foram para a guerra estão numa roubada. O governo os enviou para o campo de batalha, sem prazo para a volta. Os soldados estão vivendo num ambiente hostil, sem falar a língua do país, matando e morrendo, e cativando todo o ódio de um povo. Milhares de homens se dilacerando numa guerra, que para eles, não tem nenhum sentido heróico.
Não podemos esquecer que no próximo ano teremos eleições na América. E desde já o senhor Bush, candidato à reeleição, está cuidando de reforçar o caixa da campanha. Uma eleição é sempre cara. A gang que se apoderou do governo americano sabe disso e vai tentar de tudo para continuar no poder. E o grande mote dos bandidos é empunhar a bandeira da luta contra o terrorismo quando, na verdade, os terroristas são eles.
É incrível a frieza de George W. Bush com relação aos seus próprios soldados. Os militares americanos que foram para a guerra estão numa roubada. O governo os enviou para o campo de batalha, sem prazo para a volta. Os soldados estão vivendo num ambiente hostil, sem falar a língua do país, matando e morrendo, e cativando todo o ódio de um povo. Milhares de homens se dilacerando numa guerra, que para eles, não tem nenhum sentido heróico.
GAY SOCIETY – Artur Xexeo e seu companheiro Paulo Severo, um dos casais mais célebres do nosso gay society, aproveitaram a véspera do feriado de sete de setembro para fazer compras no Barrashopping. Os pombinhos arrulharam pelos corredores do shopping, ostentando com muito charme e discrição, mais de duas décadas de vida em comum. Afinal, quantos casais conseguem alcançar esta marca? Na loja LAB Xexeo presenteou o amado com uma regata preta. Depois os apaixonados se recolheram para passar o feriado a dois no aconchegante chalé de Vargem Grande. Como é lindo, o amor...
CAFÉ SOCIETY – A véspera do feriado da independência foi animada com o aniversário do sempre querido Guilherme Araújo, que reuniu amigos no ARS BRASILIS, para degustar um irresistível picadinho. Dona Lúcia Rocha foi com a filha Lu. Glória Perez. Mara Caballero, biógrafa do Guilherme, também comemorava seu aniversário. Guto Burgos, irmão da Gal. Leda Nagle. Luciana de Moraes. Tânia Caldas, que assumiu com muito estilo os quilinhos a mais, foi a única que repetiu o picadinho. “Está uma delícia”, dizia ela, gulosa. Ezequiel Neves. Paulinho Lima. Serginho Amado. Maitê Proença, linda e elegante. Fernando Bicudo contando que está adorando morar no Maranhão, mas que vai sempre a Recife. “Arranjei um namorado em Pernambuco”. A irresistível Verinha Bocayuva. O gentleman Marco Rodrigues. Flavio Marinho sem o companheiro Wilson Cunha. Lou de Oliveira, encantada com a decoração do restaurante. Além da dona do ARS BRASILIS Claude do Amaral Peixoto.
Não precisa dizer que o assunto principal da festa do Guilherme foi o jantar da Hildegard Angel no dia anterior. Todos queriam saber quem tinha estado lá. Quem eram as mulheres mais bonitas. Qual tinha sido o menu. O que tinha sido dito nos discursos. Foi um ti ti ti.
Assim que cheguei na festa do Guilherme o empresário e produtor musical Paulinho Lima, um querido amigo, me provocou risos: “Já soube de tudo Waldir. Você foi convidado do jantar da Hilde. Ficou sentado entre Rute de Almeida Prado e Verinha Bocayuva. Isso não é para qualquer um”. Quando perguntei como ele soube de tudo aquilo Paulinho respondeu lacônico: “Em sociedade, tudo se sabe”.
O aniversariante estava muito elegante, vestindo um casaco de veludo azul, com um broche de brilhantes. O “parabéns p´ra você” foi cantado em ritmo de samba. Da varanda do restaurante podia-se observar uma lua fantástica iluminando o mar de Copacabana.
MOMENTO TERNURA - Quando bebíamos champanhe na varanda do ARS BRASILIS Ezequiel Neves me perguntou: “Você tem visto a formigona? “Formigona” é o apelido que Ezequiel colocou no escritor Silviano Santiago, uma bicha chata e esnobe, cheia de pretensões intelectuais, que era amigo dele. Rimos muito debochando da “formigona”. Zeca estava particularmente inspirado e ficamos destilando veneno, como duas serpentes de Copacabana. Depois, ele começou a detonar a coluna do Joaquim Ferreira dos Santos. “A coluna dele é chatíssima. O sujeito não tem assunto. Não tem humor. Não tem nada para nos dizer. É um saco!” Paulinho Lima e Serginho Amado concordaram.
Não precisa dizer que o assunto principal da festa do Guilherme foi o jantar da Hildegard Angel no dia anterior. Todos queriam saber quem tinha estado lá. Quem eram as mulheres mais bonitas. Qual tinha sido o menu. O que tinha sido dito nos discursos. Foi um ti ti ti.
Assim que cheguei na festa do Guilherme o empresário e produtor musical Paulinho Lima, um querido amigo, me provocou risos: “Já soube de tudo Waldir. Você foi convidado do jantar da Hilde. Ficou sentado entre Rute de Almeida Prado e Verinha Bocayuva. Isso não é para qualquer um”. Quando perguntei como ele soube de tudo aquilo Paulinho respondeu lacônico: “Em sociedade, tudo se sabe”.
O aniversariante estava muito elegante, vestindo um casaco de veludo azul, com um broche de brilhantes. O “parabéns p´ra você” foi cantado em ritmo de samba. Da varanda do restaurante podia-se observar uma lua fantástica iluminando o mar de Copacabana.
MOMENTO TERNURA - Quando bebíamos champanhe na varanda do ARS BRASILIS Ezequiel Neves me perguntou: “Você tem visto a formigona? “Formigona” é o apelido que Ezequiel colocou no escritor Silviano Santiago, uma bicha chata e esnobe, cheia de pretensões intelectuais, que era amigo dele. Rimos muito debochando da “formigona”. Zeca estava particularmente inspirado e ficamos destilando veneno, como duas serpentes de Copacabana. Depois, ele começou a detonar a coluna do Joaquim Ferreira dos Santos. “A coluna dele é chatíssima. O sujeito não tem assunto. Não tem humor. Não tem nada para nos dizer. É um saco!” Paulinho Lima e Serginho Amado concordaram.
8.9.03
HILDEGARD JÁ! – O fervilhante feriado da independência começou no jantar de Hildegard Angel, no Salão Quartzo do Hotel Intercontinental. O Diretor de Operações do Hotel Tony Torres e Silvia Ururahy organizaram o jantar para comemorar a estréia da coluna da Hilde no Jornal do Brasil. O ágape teve como convidados de honra o Vice-Presidente Sr. José Alencar e dona Marisa.
A noite estava linda. Lá fora um céu estrelado e uma lua majestosa se debruçando sobre o mar de São Conrado. Lá dentro, no Salão Quartzo, Hildegard Angel recebia uma consagradora homenagem do high society. Champanhe, diamantes, classe, berço. Dinheiro, finesse, poder. A elite brasileira não economizou no glamour e fez questão de celebrar, em grande estilo, a nova coluna daquela que consideram sua melhor cronista.
O evento foi uma retumbante demonstração de prestigio da jornalista, que reuniu alguns dos mais interessantes personagens de suas crônicas e uma parcela da elite política. O Vice-Presidente José de Alencar foi muito simpático no seu discurso, quando saudou Hildegard, o Jornal do Brasil e o Rio de Janeiro. A governadora Rosinha Garotinho, impressionando a todos com sua beleza, também foi prestigiar Hildezinha, assim como o vice Luiz Paulo Conde.
Alguns dos maiores mitos das colunas sociais do Brasil foram emprestar seu brilho à noite de Hildegard. Carmen Mayrink Veiga, Rute de Almeida Prado, Tânia Caldas, Claude Amaral Peixoto, Vilma Guimarães Rosa, Josephina Jordan, Narcisa Tamborideguy, Vera Bocayuva, Ricardo Amaral, com Gisela que usava brincos fantásticos. Gilberto Braga deu um beijo em Marco Rodrigues no melhor estilo Britney e Madonna. Edgar Moura. A artista plástica Mazeredo. Leda Nagle. Marcelo Itagiba. Ariadne Coelho, deslumbrante num longo vermelho. O presidente do Jornal do Brasil Nelson Tanure. Patricia Tanure. As colunistas Márcia Peltier e Heloisa Tolipan. E muito mais.
Hildegard estava em estado de graça. Bonita, elegante, feliz. Recebia os amigos com carinho e atenção, ao lado do marido Francis, usando um elegante vestido, de inspiração chinesa. “Esse vestido foi feito para eu usar num baile de carnaval, cujo tema era a China”, confidenciava, às gargalhadas. Foi uma noite muito divertida.
A noite estava linda. Lá fora um céu estrelado e uma lua majestosa se debruçando sobre o mar de São Conrado. Lá dentro, no Salão Quartzo, Hildegard Angel recebia uma consagradora homenagem do high society. Champanhe, diamantes, classe, berço. Dinheiro, finesse, poder. A elite brasileira não economizou no glamour e fez questão de celebrar, em grande estilo, a nova coluna daquela que consideram sua melhor cronista.
O evento foi uma retumbante demonstração de prestigio da jornalista, que reuniu alguns dos mais interessantes personagens de suas crônicas e uma parcela da elite política. O Vice-Presidente José de Alencar foi muito simpático no seu discurso, quando saudou Hildegard, o Jornal do Brasil e o Rio de Janeiro. A governadora Rosinha Garotinho, impressionando a todos com sua beleza, também foi prestigiar Hildezinha, assim como o vice Luiz Paulo Conde.
Alguns dos maiores mitos das colunas sociais do Brasil foram emprestar seu brilho à noite de Hildegard. Carmen Mayrink Veiga, Rute de Almeida Prado, Tânia Caldas, Claude Amaral Peixoto, Vilma Guimarães Rosa, Josephina Jordan, Narcisa Tamborideguy, Vera Bocayuva, Ricardo Amaral, com Gisela que usava brincos fantásticos. Gilberto Braga deu um beijo em Marco Rodrigues no melhor estilo Britney e Madonna. Edgar Moura. A artista plástica Mazeredo. Leda Nagle. Marcelo Itagiba. Ariadne Coelho, deslumbrante num longo vermelho. O presidente do Jornal do Brasil Nelson Tanure. Patricia Tanure. As colunistas Márcia Peltier e Heloisa Tolipan. E muito mais.
Hildegard estava em estado de graça. Bonita, elegante, feliz. Recebia os amigos com carinho e atenção, ao lado do marido Francis, usando um elegante vestido, de inspiração chinesa. “Esse vestido foi feito para eu usar num baile de carnaval, cujo tema era a China”, confidenciava, às gargalhadas. Foi uma noite muito divertida.
3.9.03
SETEMBRO NEGRO – Dentro de alguns dias os ataques terroristas de 11 de setembro estarão completando dois anos. Parece que foi ontem... Naquele fatídico dia, quando levantei pela manhã, enquanto tomava banho e escovava os dentes, liguei o radio. Only when you live, com Spandau Ballet encheu minha casa de energia. Quando a música acabou o locutor disse que um avião tinha se chocado com uma torre do WTC e que havia suspeita de terrorismo. Aquilo me soou tão absurdo no primeiro instante. Imediatamente liguei a TV e surgiu toda a cena. As duas torres. Uma delas exalando fumaça. A TV dizia coisas desencontradas. De repente aconteceu. Um outro avião se aproxima e, ao vivo, para todo o universo, se choca de encontro a segunda torre. Foi algo sensacional. Um momento histórico da humanidade transmitido ao vivo, para milhões de telespectadores que a partir daquele momento teriam suas vidas mudadas de alguma forma. Foi então que senti que aquele 11 de setembro seria um dia muito diferente dos outros.
Foi excitante ver os ataques terroristas pela TV. Os locutores dando informações desencontradas. Noticias que afirmavam que vários aviões tinham sido seqüestrados, em várias cidades americanas. Ao mesmo tempo, pessoas começavam a se jogar do alto das torres enquanto as narrativas se tornavam cada vez mais macabras. E as imagens dos prédios em chamas dominando, o tempo inteiro, a tela da TV. Logo percebi que naquele dia ninguém ia conseguir sair de frente da televisão. Afinal, um filme de James Bond estava sendo transmitido em tempo real e com efeitos especiais autênticos. Explosões, correrias, tensão, suspense. Tudo o que um bom thriller precisa. Agora entraria em ação os bombeiros e eu queria assistir ao resgate das vitimas. Na minha ingenuidade, eu não sabia que o pior ainda estava por vir.
Confortável no sofá, uma caneca de café-com-leite na mão eu assistia incrédulo ao maior espetáculo da terra. De repente, como se tudo aquilo ainda fosse pouco, os prédios do WTC começaram a ruir. As torres gêmeas, os edifícios mais altos do mundo, maravilhas da engenharia ocidental, estavam sendo postas abaixo com gente viva dentro. Foi um espetáculo gigantesco no seu ineditismo e na sua capacidade de traduzir o mais alto grau da maldade humana. Seres humanos sendo sacrificados em fogo e concreto, num show para a TV. A palavra “terror” não poderia ser mais adequada para o que estava acontecendo diante dos olhos da população do mundo inteiro. A realização, alive, de tudo aquilo que Hollywood tanto havia sonhado. Com todo aquele fulgor hollywoodiano, toda aquela dimensão que só o cinema pode dar. Só que era tudo verdade.
Aquele 11 de setembro foi um dia diferente na vida de todo mundo. Uma ansiedade e uma expectativa muito grande se apoderou de todos. O que será que vai acontecer ao mundo? As notícias, veiculadas por órgãos de imprensa americana davam conta que terroristas árabes tinham atacado o país. E curiosamente, o presidente da República tinha sumido. Dizia-se apenas que ele tinha sido levado para um local seguro. Depois, se tocaram de que ficou parecendo que ele tinha sido o primeiro a correr para se esconder. De qualquer maneira, no meio daquela loucura toda, algo me soava estranho. Alguma coisa parecia não ter lógica. O meu faro de jornalista me dizia para ficar de olho que aquilo tudo poderia não ser o que estava parecendo.
Dias depois, numa cerimônia em homenagem às vitimas do atentado, quando foi anunciado que o Congresso tinha liberado bilhões de dólares para que o governo americano usasse na guerra contra o terrorismo, caiu a ficha. Naquele momento eu entendi tudo. A razão para aqueles ataques tinha sido o dinheiro. Assistindo a George W. Bush compungido naquela cerimônia eu me senti um detetive de romance policial no velório da vítima do crime que ele investigava. Isso é quase um clichê no romance policial. No enterro da vítima, morto numa explosão, por exemplo, a viúva compungida chora muito a perda do marido. Mas foi ela quem herdou os milhões de dólares. Isso, imediatamente a torna a principal suspeita. E no caso dos ataques de 11 setembro George W. Bush sempre me pareceu o principal suspeito.
O governo americano mentiu no caso das armas de destruição em massa, por ocasião da guerra do Iraque. Mentiu e forjou documentos. Foi uma mentira e tanto. Uma mentira que justificou a invasão do Iraque. A questão agora é descobrir desde quando os americanos estão mentindo. Tudo o que se sabe até agora, sobre os ataques de 11 de setembro, é o que foi dito pelo governo Bush. Pela CIA. Pelo FBI. O que nos garante que eles estão falando a verdade? Sabe-se que o governo americano também controla os meios de comunicação dos EUA, que por sua vez são copiados pelos meios de comunicação do mundo inteiro... Quem sabe se os ataques não foram orquestrados pelo próprio Bush a fim de justificar sua política belicista e conseguir do Congresso dinheiro para seus projetos. A máfia seria capaz de agir dessa forma.
De qualquer maneira o ataque terrorista foi muito bem sucedido, como evento, como acontecimento histórico. Foi tão bem realizado como mídia, que atingiu em cheio o coração do mundo todo. Foi tão competente no seu intento que eu poderia dizer, com certeza, que parece coisa de americano. Só os próprios americanos teriam tanto timming e tanto talento.
Desde o inicio do governo que George W. Bush pleiteava mais dinheiro do Congresso para investir em armas. E o seu discurso parecia inócuo diante da situação do mundo. Com os ataques de 11 de setembro ele nem precisou se esforçar para conseguir todo o dinheiro necessário aos seus projetos. Além disso, um ataque aos EUA seria a desculpa perfeita para atacar o Afeganistão e o Iraque, países ricos em Petróleo. Elementar meu caro Watson!
Foi excitante ver os ataques terroristas pela TV. Os locutores dando informações desencontradas. Noticias que afirmavam que vários aviões tinham sido seqüestrados, em várias cidades americanas. Ao mesmo tempo, pessoas começavam a se jogar do alto das torres enquanto as narrativas se tornavam cada vez mais macabras. E as imagens dos prédios em chamas dominando, o tempo inteiro, a tela da TV. Logo percebi que naquele dia ninguém ia conseguir sair de frente da televisão. Afinal, um filme de James Bond estava sendo transmitido em tempo real e com efeitos especiais autênticos. Explosões, correrias, tensão, suspense. Tudo o que um bom thriller precisa. Agora entraria em ação os bombeiros e eu queria assistir ao resgate das vitimas. Na minha ingenuidade, eu não sabia que o pior ainda estava por vir.
Confortável no sofá, uma caneca de café-com-leite na mão eu assistia incrédulo ao maior espetáculo da terra. De repente, como se tudo aquilo ainda fosse pouco, os prédios do WTC começaram a ruir. As torres gêmeas, os edifícios mais altos do mundo, maravilhas da engenharia ocidental, estavam sendo postas abaixo com gente viva dentro. Foi um espetáculo gigantesco no seu ineditismo e na sua capacidade de traduzir o mais alto grau da maldade humana. Seres humanos sendo sacrificados em fogo e concreto, num show para a TV. A palavra “terror” não poderia ser mais adequada para o que estava acontecendo diante dos olhos da população do mundo inteiro. A realização, alive, de tudo aquilo que Hollywood tanto havia sonhado. Com todo aquele fulgor hollywoodiano, toda aquela dimensão que só o cinema pode dar. Só que era tudo verdade.
Aquele 11 de setembro foi um dia diferente na vida de todo mundo. Uma ansiedade e uma expectativa muito grande se apoderou de todos. O que será que vai acontecer ao mundo? As notícias, veiculadas por órgãos de imprensa americana davam conta que terroristas árabes tinham atacado o país. E curiosamente, o presidente da República tinha sumido. Dizia-se apenas que ele tinha sido levado para um local seguro. Depois, se tocaram de que ficou parecendo que ele tinha sido o primeiro a correr para se esconder. De qualquer maneira, no meio daquela loucura toda, algo me soava estranho. Alguma coisa parecia não ter lógica. O meu faro de jornalista me dizia para ficar de olho que aquilo tudo poderia não ser o que estava parecendo.
Dias depois, numa cerimônia em homenagem às vitimas do atentado, quando foi anunciado que o Congresso tinha liberado bilhões de dólares para que o governo americano usasse na guerra contra o terrorismo, caiu a ficha. Naquele momento eu entendi tudo. A razão para aqueles ataques tinha sido o dinheiro. Assistindo a George W. Bush compungido naquela cerimônia eu me senti um detetive de romance policial no velório da vítima do crime que ele investigava. Isso é quase um clichê no romance policial. No enterro da vítima, morto numa explosão, por exemplo, a viúva compungida chora muito a perda do marido. Mas foi ela quem herdou os milhões de dólares. Isso, imediatamente a torna a principal suspeita. E no caso dos ataques de 11 setembro George W. Bush sempre me pareceu o principal suspeito.
O governo americano mentiu no caso das armas de destruição em massa, por ocasião da guerra do Iraque. Mentiu e forjou documentos. Foi uma mentira e tanto. Uma mentira que justificou a invasão do Iraque. A questão agora é descobrir desde quando os americanos estão mentindo. Tudo o que se sabe até agora, sobre os ataques de 11 de setembro, é o que foi dito pelo governo Bush. Pela CIA. Pelo FBI. O que nos garante que eles estão falando a verdade? Sabe-se que o governo americano também controla os meios de comunicação dos EUA, que por sua vez são copiados pelos meios de comunicação do mundo inteiro... Quem sabe se os ataques não foram orquestrados pelo próprio Bush a fim de justificar sua política belicista e conseguir do Congresso dinheiro para seus projetos. A máfia seria capaz de agir dessa forma.
De qualquer maneira o ataque terrorista foi muito bem sucedido, como evento, como acontecimento histórico. Foi tão bem realizado como mídia, que atingiu em cheio o coração do mundo todo. Foi tão competente no seu intento que eu poderia dizer, com certeza, que parece coisa de americano. Só os próprios americanos teriam tanto timming e tanto talento.
Desde o inicio do governo que George W. Bush pleiteava mais dinheiro do Congresso para investir em armas. E o seu discurso parecia inócuo diante da situação do mundo. Com os ataques de 11 de setembro ele nem precisou se esforçar para conseguir todo o dinheiro necessário aos seus projetos. Além disso, um ataque aos EUA seria a desculpa perfeita para atacar o Afeganistão e o Iraque, países ricos em Petróleo. Elementar meu caro Watson!
A VOZ DO BRASIL – Adoro ouvir radio. Gosto de ouvir as canções que caíram no gosto do público. Músicas que não são cantadas por meus artistas favoritos, pois desses, eu compro o CD. A música brasileira está numa fase particularmente criativa. Desde o lançamento do disco dos Tribalistas que a música brasileira deu uma guinada para o alto, em termos de criatividade. Canções como Espaço na Van (Ed Motta), Dois Rios (Skank), Fadas (Luis Melodia) ou Quando um Amor (Roberta de Recife), são belos exemplos da fase renascentista pós-tribalistas da MPB.
De todas as canções da atual fase da MPB uma realmente se destaca. Elevador, hit instantâneo da cantora Ana Carolina. Essa música tem tudo para ser a canção que vai embalar as festas e as paixões do verão que se aproxima. O refrão carnavalesco sugere que ela vai ocupar, no coração dos brasileiros, o lugar de Já Sei Namorar, megahit dos Tribalistas no verão passado.
Eu posso até imaginar a galera enlouquecida de fumo, bebida e lança-perfume, pirando no revèillon de Arraial D´Ajuda ao som do refrão magnético da música quer diz: “Subo bem alto pra gritar que é amor / eu vou de escada / que é para elevar a dor”.
A VOZ DO BRASIL – O chato de ouvir radio é que quando chega a hora em que ouvinte está mais entusiasmado com a música entra A Voz do Brasil. O sujeito querendo ouvir o novo hit do Simply Red, ou então Capital Inicial, Rod Stewart, Felipe Dylon ou o remix de Hollywood com Madonna. Até mesmo MC Serginho e Lacraia, que é tudo de bom. Subitamente para tudo e entra A Voz do Brasil. Puta que pariu!!! Será que mesmo depois de tantos anos de democracia o Brasil ainda precisa conviver com essa herança da ditadura? Será que o PT não pode fazer alguma coisa nesse sentido? Aliás, será que o PT não pode fazer alguma coisa?
De todas as canções da atual fase da MPB uma realmente se destaca. Elevador, hit instantâneo da cantora Ana Carolina. Essa música tem tudo para ser a canção que vai embalar as festas e as paixões do verão que se aproxima. O refrão carnavalesco sugere que ela vai ocupar, no coração dos brasileiros, o lugar de Já Sei Namorar, megahit dos Tribalistas no verão passado.
Eu posso até imaginar a galera enlouquecida de fumo, bebida e lança-perfume, pirando no revèillon de Arraial D´Ajuda ao som do refrão magnético da música quer diz: “Subo bem alto pra gritar que é amor / eu vou de escada / que é para elevar a dor”.
A VOZ DO BRASIL – O chato de ouvir radio é que quando chega a hora em que ouvinte está mais entusiasmado com a música entra A Voz do Brasil. O sujeito querendo ouvir o novo hit do Simply Red, ou então Capital Inicial, Rod Stewart, Felipe Dylon ou o remix de Hollywood com Madonna. Até mesmo MC Serginho e Lacraia, que é tudo de bom. Subitamente para tudo e entra A Voz do Brasil. Puta que pariu!!! Será que mesmo depois de tantos anos de democracia o Brasil ainda precisa conviver com essa herança da ditadura? Será que o PT não pode fazer alguma coisa nesse sentido? Aliás, será que o PT não pode fazer alguma coisa?
CINEMA É A MAIOR DIVERSÃO – A história do garoto de 14 anos que fugiu de casa para tentar lutar pelas FARC pode virar filme. Pelo menos dois roteiristas bem relacionados no mercado brasileiro de cinema estão mergulhados em seus micros, rascunhando roteiros que pretendem contar a história do rebelde com causa que se prontificou a abandonar a vida burguesa para lutar ao lado dos revolucionários da cocaína. A exemplo da soldado Lynch, aquela piranha terrorista americana que participou da invasão do Iraque, e vendeu sua história por 1 milhão de dólares, o jovem carioca também tem chances de faturar uma grana vendendo a sua aventura, que é muito mais recheada de sentido heróico.
O que eu mais gostei na aventura do guerrilheiro adolescente é que, quando ele foi detido pela polícia federal em Manaus, os agentes o ofereceram uma coca-cola e o menino recusou alegando que não consumia produtos americanos. Sensacional. Maravilhoso. Esse garoto é tudo! Eu gostaria muito de ser assim. Forte o suficiente para conseguir parar de consumir produtos americanos. Mas isso para mim seria impossível. Eu logo iria esbarrar no produto Madonna. Como conseguir viver sem ela?
O que eu mais gostei na aventura do guerrilheiro adolescente é que, quando ele foi detido pela polícia federal em Manaus, os agentes o ofereceram uma coca-cola e o menino recusou alegando que não consumia produtos americanos. Sensacional. Maravilhoso. Esse garoto é tudo! Eu gostaria muito de ser assim. Forte o suficiente para conseguir parar de consumir produtos americanos. Mas isso para mim seria impossível. Eu logo iria esbarrar no produto Madonna. Como conseguir viver sem ela?
2.9.03
SALVE SIMPATIA – Uma unanimidade. Todo mundo que foi assistir ao show de Jorge Benjor no Armazém 6 garante que foi o evento do ano. O Rio de Janeiro viveu um momento de altíssimo astral. A música de Benjor enlouqueceu os cerca de cinco mil cariocas presentes ao evento. Só gente bonita e gostosa. O beautiful people carioca em peso foi se esbaldar ao som da Banda do Zé Pretinho. Com auxilio luxuoso de Rogê e do Eletrofunk. Sem esquecer o som do hip hop pipocando das caixas de som. Foi um delírio para todos os sentidos. Curtir a música de Benjor, admirando as moças e os rapazes mais belos da cidade, fumando um baseado atrás do outro, bebendo cerveja, dançando, curtindo com os amigos. Quando acabou a festa todos estavam se sentindo como se tivessem vivido um momento muito especial das suas vidas. Salve Benjor! Salve simpatia!
MACONHA É LEGAL NA HOLANDA – A Holanda sempre na vanguarda. Agora a maconha é vendida nas farmácias do país. Por enquanto, apenas com receita médica. Mas já é um bom começo. Em breve eles vão estar vendendo para o simples consumidor da erva.
A grande multidão de maconheiros do Brasil espera que, de alguma forma, a decisão do governo holandês influencie o governo brasileiro. É lamentável que o PT não tenha ninguém na linha de frente da legalização da maconha. Afinal, a erva é um produto de excelentes possibilidades comerciais. O Brasil produz a melhor maconha do planeta. O nordeste, região do país sempre associada à seca, tem um excelente solo para o cultivo de maconha. A região compreendida entre as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina(PE) produz uma maconha de altíssimo nível. Assim como o interior do Maranhão e o agreste do Ceará. É chegado o momento de acabar a hipocrisia e cultivar maconha para exportação. A agricultura brasileira, penhorada, há de agradecer. A legalização na Holanda é só o começo de uma nova onda. Que logo vai se espalhar pela Europa e pelo resto do mundo.
DEMENTE 10 ANOS – Grande expectativa entre os clubers da cidade com relação a realização da rave comemorativa dos 10 anos da VAL DEMENTE, dia 6 de Setembro. Por um lado os gay clubers, maioria neste evento, não vêem a hora de se jogar na festa e curtir todas sem medo de ser feliz. Por outro lado, rola um clima de insegurança por causa das blitz do Ministério Público, organizada pelo procurador Marcio Mothé, que tem proibido a realização de raves na cidade sob a alegação de que existe consumo de drogas nesses eventos.
Causou surpresa, entretanto, a ausência do Ministério Público na festa realizada sábado no Armazém 6, com show do Jorge Benjor. A maconha e a lança-perfume foram consumidas abertamente durante toda a festa. E isso foi ótimo. Não ocorreu nenhum stress. Cada um se divertiu como quis e todos saíram da festa felizes como nunca.
Mas, a ausência do Ministério Público no Armazém 6 denuncia toda a hipocrisia que existe na sociedade, com relação ao consumo de drogas. O Ministério Público esteve ausente, simplesmente porque o evento era patrocinado pela radio GLOBO. E o procurador Marcio Mothé não quer se indispor com as organizações Globo. Afinal, é através das empresas do doutor Roberto Marinho que ele consegue espaço para se autopromover na sua inglória caça aos clubers da cidade.
A Bunker Rave, foi o último evento proibido pelo sr. Mothé. Pois bem. Antes mesmo de os organizadores receberem a ordem do juiz, proibindo a festa, o jornalismo da TV Globo já tinha recebido o documento. Parece que o Ministério Público está com um excelente serviço de divulgação, sempre em torno de sua estrela máxima, o procurador de justiça Marcio Mothé.
Um grupo de ativistas do grupo Arco Íris estão organizando uma surpresa para o sr. Mothé, durante a realização da festa DEMENTE 10 ANOS. O grupo, que conhece o procurador de noitadas na boate Le Boy e no Buraco da Lacraia pretende vender camisetas com o símbolo do Arco-íris onde vai estar escrito em letras garrafais: MARCIO MOTHÉ É GAY!
MACONHA É LEGAL NA HOLANDA – A Holanda sempre na vanguarda. Agora a maconha é vendida nas farmácias do país. Por enquanto, apenas com receita médica. Mas já é um bom começo. Em breve eles vão estar vendendo para o simples consumidor da erva.
A grande multidão de maconheiros do Brasil espera que, de alguma forma, a decisão do governo holandês influencie o governo brasileiro. É lamentável que o PT não tenha ninguém na linha de frente da legalização da maconha. Afinal, a erva é um produto de excelentes possibilidades comerciais. O Brasil produz a melhor maconha do planeta. O nordeste, região do país sempre associada à seca, tem um excelente solo para o cultivo de maconha. A região compreendida entre as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina(PE) produz uma maconha de altíssimo nível. Assim como o interior do Maranhão e o agreste do Ceará. É chegado o momento de acabar a hipocrisia e cultivar maconha para exportação. A agricultura brasileira, penhorada, há de agradecer. A legalização na Holanda é só o começo de uma nova onda. Que logo vai se espalhar pela Europa e pelo resto do mundo.
DEMENTE 10 ANOS – Grande expectativa entre os clubers da cidade com relação a realização da rave comemorativa dos 10 anos da VAL DEMENTE, dia 6 de Setembro. Por um lado os gay clubers, maioria neste evento, não vêem a hora de se jogar na festa e curtir todas sem medo de ser feliz. Por outro lado, rola um clima de insegurança por causa das blitz do Ministério Público, organizada pelo procurador Marcio Mothé, que tem proibido a realização de raves na cidade sob a alegação de que existe consumo de drogas nesses eventos.
Causou surpresa, entretanto, a ausência do Ministério Público na festa realizada sábado no Armazém 6, com show do Jorge Benjor. A maconha e a lança-perfume foram consumidas abertamente durante toda a festa. E isso foi ótimo. Não ocorreu nenhum stress. Cada um se divertiu como quis e todos saíram da festa felizes como nunca.
Mas, a ausência do Ministério Público no Armazém 6 denuncia toda a hipocrisia que existe na sociedade, com relação ao consumo de drogas. O Ministério Público esteve ausente, simplesmente porque o evento era patrocinado pela radio GLOBO. E o procurador Marcio Mothé não quer se indispor com as organizações Globo. Afinal, é através das empresas do doutor Roberto Marinho que ele consegue espaço para se autopromover na sua inglória caça aos clubers da cidade.
A Bunker Rave, foi o último evento proibido pelo sr. Mothé. Pois bem. Antes mesmo de os organizadores receberem a ordem do juiz, proibindo a festa, o jornalismo da TV Globo já tinha recebido o documento. Parece que o Ministério Público está com um excelente serviço de divulgação, sempre em torno de sua estrela máxima, o procurador de justiça Marcio Mothé.
Um grupo de ativistas do grupo Arco Íris estão organizando uma surpresa para o sr. Mothé, durante a realização da festa DEMENTE 10 ANOS. O grupo, que conhece o procurador de noitadas na boate Le Boy e no Buraco da Lacraia pretende vender camisetas com o símbolo do Arco-íris onde vai estar escrito em letras garrafais: MARCIO MOTHÉ É GAY!
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