Uma única ação é melhor que mil suspiros.
26.2.05
DECADENCE AVEC ELEGANCE –O Espaço Lundgren, a loja multimarcas de Ipanema fez um coquetel para promover o lançamento da coleção de peças de Christian Dior. Eram bolsas, casacos, jaquetas, jeans, blusas... Modelitos chiquérrimos para glória e deleite de dondocas endinheiradas que circulavam excitadas pelos vários ambientes da casa, exclamando ahs e oohs... Modelos belíssimas circulavam entre os convidados exibindo as criações de Dior, que soube como ninguém transformar a moda numa espécie de manifestação artística. As bolsas, por exemplo, tinham um design fantástico. Detalhes em dourado que valorizavam as estampas que, em alguns casos, era quase psicodélica. Por curiosidade, apenas curiosidade, eu perguntei o preço e a sorridente vendedora me respondeu que custava o singelo preço de R$ 5.700,00...
O evento tinha começado as cinco da tarde e ainda não eram nem sete da noite quando minha querida e amada Bianca Teixeira, a adorável assessora de imprensa da loja, chegou no jardim de inverno e, depois de molhar os lábios com um gole de champanhe, me falou: as peças já foram quase todas vendidas! Nesse instante ela ficou com os olhos cheios de lágrimas. Deu mais um gole no champanhe e disse com voz chorosa: estou emocionada... Bianca Teixeira é um encanto. Enquanto atendia os convidados vips, as dondocas do society, os jornalistas e as clientes endinheiradas, ela circulava para lá e para cá, sempre com uma flüte numa mão e três celulares na outra. Num dado momento ela falava no celular, tentando acalmar o Alvaro Garnero, que está indignado com as noticias que a imprensa anda veiculado sobre a sua participação no barraco da festa do Ronaldinho...
E por falar em Ronaldinho... Como ele é cafona, meu Deus do céu... Esse casamento... essa noiva... esse mico.... Ronaldinho é o típico caso do sujeito que saiu do subúrbio, mas o subúrbio não saiu dele... Voltemos a noite do Dior...
No fundo da loja tem um terraço, com um bistrô muito simpático, cujo menu, totalmente inspirado em iguarias da culinária pernambucana, é um sucesso. “É aqui que nós enrolamos os maridos enquanto as esposas gastam na loja”, me disse uma vendedora hilária, enquanto me mostrava os quitutes na mesa, no centro do terraço: bolo de macaxeira, bolo de rolo, tareco, tortas, doces, manjares... Ao mesmo tempo garçons bonitos ofereciam ovas de salmão, carpaccio e queijo coalho temperado. E muito champanhe, champanhe, champanhe...
Quem estava lá era a gloriosa Scarlet Moon de Chevalier... E Scarlet dá um toque de classe a qualquer evento em que esteja presente. Ela foi super simpática comigo e eu aproveitei para dizer que adoro o Cristóvam Chevalier, o filho dela que é poeta e jornalista. Cristóvam é meu colega do Jornal do Brasil, e trabalha na coluna da Márcia Peltier. Sempre que posso eu passo na sala dele para dar um alô e jogar conversa fora. Scarlet ficou toda orgulhosa e me falou de um livro, lançado recentemente, que tem três poemas do Cristóvam. Logo logo eu estarei publicando um dos poemas nesse blog...
Marisa Coser, Yolanda Figueredo, Dorita Moraes Barros, Patrícia Brandão, Anna Clara Herrmann, Lou de Oliveira, Elisa Mendes de Almeida, Marcos Vinicius, Jaqueline Brito, Kika Gama Lobo, Igor Fidalgo...
Quem também estava lá era o consultor de moda Julio Rêgo. Eu o cumprimentei, mas ele não respondeu... Julinho me detesta desde que eu publiquei uma nota falando dele na coluna Gay Society, do JB. Ele chegou a ligar para um diretor do Jornal só para se queixar de mim. Como diria Gal Costa, que pena... Eu adoro Julinho, não tive intenção de irritá-lo. Muito menos de magoá-lo. Não imaginei que ele fosse se importar por eu ter escrito que ele era o decano dos homossexuais cariocas... Champanhe, champanhe, champanhe...
Ri muito conversando com a produtora de moda Jaqueline Brito, Manoela, assessora de imprensa da Colcci e seu sócio, o jornalista Igor Fidalgo, que me disse ter abandonado definitivamente o trabalho em jornal para se dedicar exclusivamente a assessoria de imprensa. “O Globo paga muito mal”, bradava ele, depois de nos confessar que fazia chapinha no cabelo. "Como assessor de imprensa eu ganho três vezes mais trabalhando três vezes menos." Champanhe, champanhe, champanhe...
O coquetel estava no auge quando chegou a esfuziante Sylvia de Castro com a última edição do Caderno H, que tem a Guilhermina Guinle na capa. Foi a maior festa. Todas as dondocas queriam ver as fotos do editorial de moda, todo feito com vestidos fantásticos do acervo do Espaço Lundgren: Walter Rodrigues, John Galliano e Marcelo Quadros... Ao ver as fotos, Bianca Teixeira, novamente, ameaçou chorar enquanto Regina Lundgren nos contava do sucesso da loja e nos dizia que, durante o verão, o Copacabana Palace em peso foi fazer compras no Espaço Lundgren. Champanhe, champanhe, champanhe...
A VIDA PASSA – O fim de fevereiro e o término do horário de verão praticamente decretam o fim da estação. Na hora de fazer um balanço, tenho a sensação de que foi um verão que não aconteceu muito. Claro que foi muito bom ter sobrevivido a ele. Foi um verão com muita chuva e isso também foi legal. Adoro o sol, mas também admiro a chuva. Gosto de vê-la caindo. Gosto do som das gotas de água. E do perfume que vem da terra quando a chuva desaba sobre o solo.
A tsunami acabou com o verão do mundo inteiro, não apenas do verão da Indonésia. A dimensão da tragédia atingiu em cheio o coração das pessoas. Ondas gigantes matando milhares, na véspera de natal. Foi como se os céus, a natureza, tivessem dando um toque para as pessoas. Pessoalmente, acho que foi exatamente isso que aconteceu. A natureza deu um toque para os seres humanos. Quem não entendeu o recado é um completo idiota e não entendeu o verão que passou.
Foi o verão da reeleição de Bush. E isso, definitivamente não foi uma boa noticia. Como que alguém poderia aproveitar o verão com um fantasma desses rondando a nossa cabeça. A reeleição de Bush deu às pessoas, a sensação de que houve uma vitória do mal. Nem todos pensam assim. Durante o carnaval eu conheci, na praia gay de Ipanema, um cara de Minas Gerais que mora há vinte anos em Nova York. O sujeito tinha vindo passar o carnaval no Rio. Estava batendo um papo com ele, quando, de repente, começamos a falar do governo dos EUA. Não é que a bicha começou a defender o Bush? Nem um gringo republicano seria tão veemente. Elogiou a administração do canalha, a luta contra o terrorismo. Disse que Bush fez bem em invadir o Iraque. Chocado por estar frente-a-frente com entusiasta do bushismo, eu dei as costas e fui embora, sem nem um bye bye.
A melhor festa do verão foi o casamento de Ana Luisa Castro na Casa Julieta de Serpa, um palacete tombado na praia do Flamengo. A festa foi super elegante, cheia de gente rica, poderosa e divertida. Champanhe, champanhe, champanhe... A festa da Colcci, em que Gisele Budchen ficou apenas dez minutos, num barco ancorado na Marina da Glória, foi um acontecimento. Os melhores bofes da cidade estavam lá. A boba da Gisele perdeu... Além do mais teve um show espetacular do DJ Bruno Astuto. Um arraso! Também teve a festa da Érika Palomino no VIP´s Motel que foi... Como direi? Sem palavras... A feijoada do Gattopardo, no sábado de carnaval também bateu um bolão. Encontrei pessoas divertidas, com quem eu comi, bebi, dancei e me esbaldei.
A literatura foi minha melhor companheira nesse verão de pouco sol. Foi muito bom ficar em casa tendo a companhia agradável de um bom livro. Como O código da Vinci, um livro que está revolucionando a literatura da nossa época com sua trama cheia de reviravoltas. Ler esse livro talvez tenha sido a coisa mais importante que me aconteceu no verão de 2005. Também curti muito ler O Complexo de Portnoy, do Philip Roth, que eu nunca tinha lido. O aviador também é um livro fascinante. Adorei a forma como ele narra os bastidores de Hollywood. Também curti muito ler sobre a vida gay do milionário Howard Hughes. E os contos de Scott Fitzgerald deram muita paz ao meu coração...
O melhor de tudo é que foi um verão de muito sexo. Realmente, eu sou um sujeito que não pode se queixar. Graças a Deus, fui muito bem comido esse verão. E como eu sou escorpião, sexo para mim é tudo! A minha cama esteve bem servida durante toda a estação, e isso, afinal de contas, é o mais importante que um ser humano pode ter. Às vezes me batia uma culpa. Um grilo. Eu me sentia culpado por estar feliz, enquanto milhares de pessoas tinham morrido na Indonésia. No reveillon em Angra isso me bateu muito forte. Mas depois eu superei a melancolia e caí na farra. Como diria Diguinho, o adorável craque de futebol de praia, o importante é viver...
O evento tinha começado as cinco da tarde e ainda não eram nem sete da noite quando minha querida e amada Bianca Teixeira, a adorável assessora de imprensa da loja, chegou no jardim de inverno e, depois de molhar os lábios com um gole de champanhe, me falou: as peças já foram quase todas vendidas! Nesse instante ela ficou com os olhos cheios de lágrimas. Deu mais um gole no champanhe e disse com voz chorosa: estou emocionada... Bianca Teixeira é um encanto. Enquanto atendia os convidados vips, as dondocas do society, os jornalistas e as clientes endinheiradas, ela circulava para lá e para cá, sempre com uma flüte numa mão e três celulares na outra. Num dado momento ela falava no celular, tentando acalmar o Alvaro Garnero, que está indignado com as noticias que a imprensa anda veiculado sobre a sua participação no barraco da festa do Ronaldinho...
E por falar em Ronaldinho... Como ele é cafona, meu Deus do céu... Esse casamento... essa noiva... esse mico.... Ronaldinho é o típico caso do sujeito que saiu do subúrbio, mas o subúrbio não saiu dele... Voltemos a noite do Dior...
No fundo da loja tem um terraço, com um bistrô muito simpático, cujo menu, totalmente inspirado em iguarias da culinária pernambucana, é um sucesso. “É aqui que nós enrolamos os maridos enquanto as esposas gastam na loja”, me disse uma vendedora hilária, enquanto me mostrava os quitutes na mesa, no centro do terraço: bolo de macaxeira, bolo de rolo, tareco, tortas, doces, manjares... Ao mesmo tempo garçons bonitos ofereciam ovas de salmão, carpaccio e queijo coalho temperado. E muito champanhe, champanhe, champanhe...
Quem estava lá era a gloriosa Scarlet Moon de Chevalier... E Scarlet dá um toque de classe a qualquer evento em que esteja presente. Ela foi super simpática comigo e eu aproveitei para dizer que adoro o Cristóvam Chevalier, o filho dela que é poeta e jornalista. Cristóvam é meu colega do Jornal do Brasil, e trabalha na coluna da Márcia Peltier. Sempre que posso eu passo na sala dele para dar um alô e jogar conversa fora. Scarlet ficou toda orgulhosa e me falou de um livro, lançado recentemente, que tem três poemas do Cristóvam. Logo logo eu estarei publicando um dos poemas nesse blog...
Marisa Coser, Yolanda Figueredo, Dorita Moraes Barros, Patrícia Brandão, Anna Clara Herrmann, Lou de Oliveira, Elisa Mendes de Almeida, Marcos Vinicius, Jaqueline Brito, Kika Gama Lobo, Igor Fidalgo...
Quem também estava lá era o consultor de moda Julio Rêgo. Eu o cumprimentei, mas ele não respondeu... Julinho me detesta desde que eu publiquei uma nota falando dele na coluna Gay Society, do JB. Ele chegou a ligar para um diretor do Jornal só para se queixar de mim. Como diria Gal Costa, que pena... Eu adoro Julinho, não tive intenção de irritá-lo. Muito menos de magoá-lo. Não imaginei que ele fosse se importar por eu ter escrito que ele era o decano dos homossexuais cariocas... Champanhe, champanhe, champanhe...
Ri muito conversando com a produtora de moda Jaqueline Brito, Manoela, assessora de imprensa da Colcci e seu sócio, o jornalista Igor Fidalgo, que me disse ter abandonado definitivamente o trabalho em jornal para se dedicar exclusivamente a assessoria de imprensa. “O Globo paga muito mal”, bradava ele, depois de nos confessar que fazia chapinha no cabelo. "Como assessor de imprensa eu ganho três vezes mais trabalhando três vezes menos." Champanhe, champanhe, champanhe...
O coquetel estava no auge quando chegou a esfuziante Sylvia de Castro com a última edição do Caderno H, que tem a Guilhermina Guinle na capa. Foi a maior festa. Todas as dondocas queriam ver as fotos do editorial de moda, todo feito com vestidos fantásticos do acervo do Espaço Lundgren: Walter Rodrigues, John Galliano e Marcelo Quadros... Ao ver as fotos, Bianca Teixeira, novamente, ameaçou chorar enquanto Regina Lundgren nos contava do sucesso da loja e nos dizia que, durante o verão, o Copacabana Palace em peso foi fazer compras no Espaço Lundgren. Champanhe, champanhe, champanhe...
A VIDA PASSA – O fim de fevereiro e o término do horário de verão praticamente decretam o fim da estação. Na hora de fazer um balanço, tenho a sensação de que foi um verão que não aconteceu muito. Claro que foi muito bom ter sobrevivido a ele. Foi um verão com muita chuva e isso também foi legal. Adoro o sol, mas também admiro a chuva. Gosto de vê-la caindo. Gosto do som das gotas de água. E do perfume que vem da terra quando a chuva desaba sobre o solo.
A tsunami acabou com o verão do mundo inteiro, não apenas do verão da Indonésia. A dimensão da tragédia atingiu em cheio o coração das pessoas. Ondas gigantes matando milhares, na véspera de natal. Foi como se os céus, a natureza, tivessem dando um toque para as pessoas. Pessoalmente, acho que foi exatamente isso que aconteceu. A natureza deu um toque para os seres humanos. Quem não entendeu o recado é um completo idiota e não entendeu o verão que passou.
Foi o verão da reeleição de Bush. E isso, definitivamente não foi uma boa noticia. Como que alguém poderia aproveitar o verão com um fantasma desses rondando a nossa cabeça. A reeleição de Bush deu às pessoas, a sensação de que houve uma vitória do mal. Nem todos pensam assim. Durante o carnaval eu conheci, na praia gay de Ipanema, um cara de Minas Gerais que mora há vinte anos em Nova York. O sujeito tinha vindo passar o carnaval no Rio. Estava batendo um papo com ele, quando, de repente, começamos a falar do governo dos EUA. Não é que a bicha começou a defender o Bush? Nem um gringo republicano seria tão veemente. Elogiou a administração do canalha, a luta contra o terrorismo. Disse que Bush fez bem em invadir o Iraque. Chocado por estar frente-a-frente com entusiasta do bushismo, eu dei as costas e fui embora, sem nem um bye bye.
A melhor festa do verão foi o casamento de Ana Luisa Castro na Casa Julieta de Serpa, um palacete tombado na praia do Flamengo. A festa foi super elegante, cheia de gente rica, poderosa e divertida. Champanhe, champanhe, champanhe... A festa da Colcci, em que Gisele Budchen ficou apenas dez minutos, num barco ancorado na Marina da Glória, foi um acontecimento. Os melhores bofes da cidade estavam lá. A boba da Gisele perdeu... Além do mais teve um show espetacular do DJ Bruno Astuto. Um arraso! Também teve a festa da Érika Palomino no VIP´s Motel que foi... Como direi? Sem palavras... A feijoada do Gattopardo, no sábado de carnaval também bateu um bolão. Encontrei pessoas divertidas, com quem eu comi, bebi, dancei e me esbaldei.
A literatura foi minha melhor companheira nesse verão de pouco sol. Foi muito bom ficar em casa tendo a companhia agradável de um bom livro. Como O código da Vinci, um livro que está revolucionando a literatura da nossa época com sua trama cheia de reviravoltas. Ler esse livro talvez tenha sido a coisa mais importante que me aconteceu no verão de 2005. Também curti muito ler O Complexo de Portnoy, do Philip Roth, que eu nunca tinha lido. O aviador também é um livro fascinante. Adorei a forma como ele narra os bastidores de Hollywood. Também curti muito ler sobre a vida gay do milionário Howard Hughes. E os contos de Scott Fitzgerald deram muita paz ao meu coração...
O melhor de tudo é que foi um verão de muito sexo. Realmente, eu sou um sujeito que não pode se queixar. Graças a Deus, fui muito bem comido esse verão. E como eu sou escorpião, sexo para mim é tudo! A minha cama esteve bem servida durante toda a estação, e isso, afinal de contas, é o mais importante que um ser humano pode ter. Às vezes me batia uma culpa. Um grilo. Eu me sentia culpado por estar feliz, enquanto milhares de pessoas tinham morrido na Indonésia. No reveillon em Angra isso me bateu muito forte. Mas depois eu superei a melancolia e caí na farra. Como diria Diguinho, o adorável craque de futebol de praia, o importante é viver...
23.2.05
A CHINA É AZUL - No cartaz do filme HERO, com estréia prevista para março, tem uma observação de um critico americano que diz: "Talvez o mais belo filme já realizado..." Depois de ter asssitido ao filme, penso que talvez esse critico tenha razão. HERO, de Zhang Yimou, é de uma beleza impressionante. Da narrativa a direção de arte, tudo na fita é feito com uma delicadeza e com um cuidado formal de tirar o fôlego da platéia. Os figurinos, a maquiagem, as locações, os efeitos especiais, o elenco, a fotografia, o ritmo, a edição... As cenas de luta são estupendas. A atuação dos atores é intensa, apaixonada. HERO não é apenas um filme. É um poema em forma de cinema.
Certamente quando estrear nos cinemas, HERO será um sucesso de público, já que o filme tem um forte apelo popular nas imagens e no conteúdo. Assim como The House of Flying Daggers , uma espécie de sequência rodada pelo mesmo diretor, que mantém o mesmo nível de excelência cinematográfica.
SUB ROSA - O blog da espevitada Meg Guimarães está cada vez melhor. Belas imagens, bons textos, além do astral maravilhoso da sua autora. Maria Elisa Guimaraes, Meg para os amigos, é professora de Filosofia, especializada em Filosofia da Ciência e Ética. É também crítica literária, com trabalhos publicados no exterior e no Brasil. É louca por cinema. Adora música popular, principalmente as do início do século passado. E música erudita que ouve desde criança mas não é expert, gosta de ópera e vive atracada com o Kobbé. É pesquisadora e seu sonho de consumo é ter uma "casinha lá na Marambaia". Adora Radamés Gnatalli, Ari Barroso, Dorival Caymmy, Noel Rosa e, claro, Tom Jobim e João Gilberto. Caetano Veloso é Deus, Chico é um anjo, mas seu cantor preferido é Marco Sacramento. Corra atrás. É devota de Billie Holiday. Etta James e Dinah Washington. De John Coltrane, Charles Bird Parker e Miles Davis. Ama Clint Eastwood, Billy Wilder, Jamursch, Lynch, Ferrara e Hitchcock. Tarantino é tudo. Tudo o mais é complemento. Adora tudo dos anos 20, 30 40 e 50 do século passado. No momento espera a consagração de Jim Carey, um subestimado e incompreendido gênio cujo único defeito é não casar com ela.
Certamente quando estrear nos cinemas, HERO será um sucesso de público, já que o filme tem um forte apelo popular nas imagens e no conteúdo. Assim como The House of Flying Daggers , uma espécie de sequência rodada pelo mesmo diretor, que mantém o mesmo nível de excelência cinematográfica.
SUB ROSA - O blog da espevitada Meg Guimarães está cada vez melhor. Belas imagens, bons textos, além do astral maravilhoso da sua autora. Maria Elisa Guimaraes, Meg para os amigos, é professora de Filosofia, especializada em Filosofia da Ciência e Ética. É também crítica literária, com trabalhos publicados no exterior e no Brasil. É louca por cinema. Adora música popular, principalmente as do início do século passado. E música erudita que ouve desde criança mas não é expert, gosta de ópera e vive atracada com o Kobbé. É pesquisadora e seu sonho de consumo é ter uma "casinha lá na Marambaia". Adora Radamés Gnatalli, Ari Barroso, Dorival Caymmy, Noel Rosa e, claro, Tom Jobim e João Gilberto. Caetano Veloso é Deus, Chico é um anjo, mas seu cantor preferido é Marco Sacramento. Corra atrás. É devota de Billie Holiday. Etta James e Dinah Washington. De John Coltrane, Charles Bird Parker e Miles Davis. Ama Clint Eastwood, Billy Wilder, Jamursch, Lynch, Ferrara e Hitchcock. Tarantino é tudo. Tudo o mais é complemento. Adora tudo dos anos 20, 30 40 e 50 do século passado. No momento espera a consagração de Jim Carey, um subestimado e incompreendido gênio cujo único defeito é não casar com ela.
THE BUENOS AYRES AFFAIR - Com imenso prazer, estou relendo The Buenos Ayres Affair, de Manuel Puig, publicado originalmente em 1973, e que está sendo relançado numa edição luxuosa pela Editora José Olympio. Eu já tinha lido o livro na adolescência, tinha ficado com uma boa lembrança, mas tinha esquecido como é inteligente e bem escrito. Um clássico definitivo da literatura latino-americana. Ao lê-lo novamente, tenho a sensação que um novo mundo está sendo descoberto por mim.
The Buenos Aires Affair é o terceiro livro de Puig, autor argentino que se tornou mundialmente conhecido após o sucesso do romance O beijo da mulher-aranha e que deixou uma marca definitiva na literatura latino-americana do século XX. Alheio a qualquer tipo de tradição ou tendência, Puig se destacou principalmente pela singularidade e pela força de seus trabalhos. Ao se apropriar da chamada "cultura pop", o escritor esquartejou impiedosamente as linguagens cinematográfica e folhetinesca para remontá-las de forma arrebatadora nas páginas de seus livros. The Buenos Aires Affair traz uma peculiar versão dos romances policiais, onde uma trama aparentemente convencional de sexo e morte é transformada em uma das obras mais inovadoras de nosso tempo.
O romance é um fascinante e idiossincrático thriller que narra a estranha relação entre a escultora Gladys D'Onofrio e o crítico de arte Leopoldo Druscovich. Ela perdeu um olho durante uma tentativa de estupro e vive um dia-a-dia solitário regado por fantasias eróticas; ele é um homem com impressionantes dotes sexuais e um passado marcado pelo sangue. Gladys constantemente pensa em cometer suicidio através de uma mistura de barbitúricos com alcool, enquanto Leopoldo passa os dias tentando domar os seus impulsos assassinos.
Puig conta essa hist¢ria de uma maneira não-convencional, utilizando em cada capítulo uma estrutura narrativa distinta e surpreendente. Das abstrações dos pensamentos de todos os personagens às frias transcrições de conversas telefônicas e registros telegráficos, o estilo de The Buenos Aires Affair prima pela experimentação e pela inquietação. Manuel Puig, amante e estudioso da sétima arte, também deu ao cinema um papel fundamental em seu romance. Além de muitas vezes utilizar uma linguagem detalhada e descritiva típica dos roteiros cinematográficos, o texto apresenta transcrições de diálogos de filmes estrelados por grandes nomes do passado como Joan Crawford, Greta Garbo, Marlene Dietrich e Hedy Lamarr.
O romance ainda traz denúncias ao regime político que conduzia a Argentina no começo da década de 70, fato que transformou Puig em um perseguido político e fez com que suas obras fossem censuradas naquele país. Ameaçado de morte pela Aliança Anticomunista Argentina, o autor foi obrigado a deixar sua terra natal e iniciar uma vida dividida entre outras nações. Passou uma temporada no México e depois veio morar no Brasil, onde ficou por quase dez anos, depois que se apaixonou por um pedreiro que fazia obras em seu apartamento.
Manuel Puig nasceu em General Villegas, província de Buenos Aires, no dia 28 de dezembro de 1932. Viveu a maior parte de sua vida fora da Argentina: morou na Itália, no Brasil, nos Estados Unidos e no México. Estudou filosofia em Buenos Aires e foi a Roma em 1951 com uma bolsa para ingressar na faculdade de cinema, onde teve a oportunidade de trabalhar como assistente de produção e redator de legendas. Publicou oito romances, três dos quais foram adaptados para a tela grande. Escreveu também alguns roteiros cinematográficos, duas peças e outras duas adaptações de textos seus para o teatro. Deixou o seu país em meados dos anos 70, época em que passou a ser constantemente ameaçado de morte pela Aliança Anticomunista Argentina. Em 1981 radicou-se no Rio de Janeiro e começou a trabalhar em seu último romance, Cai a noite tropical. Suas obras conquistaram o grande público e também se tornaram clássicos da literatura latino-americana. Manuel Puig veio a falecer no dia 22 de julho de 1990, em Cuernavaca, cidade mexicana em que viveu seus últimos meses.
The Buenos Aires Affair é o terceiro livro de Puig, autor argentino que se tornou mundialmente conhecido após o sucesso do romance O beijo da mulher-aranha e que deixou uma marca definitiva na literatura latino-americana do século XX. Alheio a qualquer tipo de tradição ou tendência, Puig se destacou principalmente pela singularidade e pela força de seus trabalhos. Ao se apropriar da chamada "cultura pop", o escritor esquartejou impiedosamente as linguagens cinematográfica e folhetinesca para remontá-las de forma arrebatadora nas páginas de seus livros. The Buenos Aires Affair traz uma peculiar versão dos romances policiais, onde uma trama aparentemente convencional de sexo e morte é transformada em uma das obras mais inovadoras de nosso tempo.
O romance é um fascinante e idiossincrático thriller que narra a estranha relação entre a escultora Gladys D'Onofrio e o crítico de arte Leopoldo Druscovich. Ela perdeu um olho durante uma tentativa de estupro e vive um dia-a-dia solitário regado por fantasias eróticas; ele é um homem com impressionantes dotes sexuais e um passado marcado pelo sangue. Gladys constantemente pensa em cometer suicidio através de uma mistura de barbitúricos com alcool, enquanto Leopoldo passa os dias tentando domar os seus impulsos assassinos.
Puig conta essa hist¢ria de uma maneira não-convencional, utilizando em cada capítulo uma estrutura narrativa distinta e surpreendente. Das abstrações dos pensamentos de todos os personagens às frias transcrições de conversas telefônicas e registros telegráficos, o estilo de The Buenos Aires Affair prima pela experimentação e pela inquietação. Manuel Puig, amante e estudioso da sétima arte, também deu ao cinema um papel fundamental em seu romance. Além de muitas vezes utilizar uma linguagem detalhada e descritiva típica dos roteiros cinematográficos, o texto apresenta transcrições de diálogos de filmes estrelados por grandes nomes do passado como Joan Crawford, Greta Garbo, Marlene Dietrich e Hedy Lamarr.
O romance ainda traz denúncias ao regime político que conduzia a Argentina no começo da década de 70, fato que transformou Puig em um perseguido político e fez com que suas obras fossem censuradas naquele país. Ameaçado de morte pela Aliança Anticomunista Argentina, o autor foi obrigado a deixar sua terra natal e iniciar uma vida dividida entre outras nações. Passou uma temporada no México e depois veio morar no Brasil, onde ficou por quase dez anos, depois que se apaixonou por um pedreiro que fazia obras em seu apartamento.
Manuel Puig nasceu em General Villegas, província de Buenos Aires, no dia 28 de dezembro de 1932. Viveu a maior parte de sua vida fora da Argentina: morou na Itália, no Brasil, nos Estados Unidos e no México. Estudou filosofia em Buenos Aires e foi a Roma em 1951 com uma bolsa para ingressar na faculdade de cinema, onde teve a oportunidade de trabalhar como assistente de produção e redator de legendas. Publicou oito romances, três dos quais foram adaptados para a tela grande. Escreveu também alguns roteiros cinematográficos, duas peças e outras duas adaptações de textos seus para o teatro. Deixou o seu país em meados dos anos 70, época em que passou a ser constantemente ameaçado de morte pela Aliança Anticomunista Argentina. Em 1981 radicou-se no Rio de Janeiro e começou a trabalhar em seu último romance, Cai a noite tropical. Suas obras conquistaram o grande público e também se tornaram clássicos da literatura latino-americana. Manuel Puig veio a falecer no dia 22 de julho de 1990, em Cuernavaca, cidade mexicana em que viveu seus últimos meses.
21.2.05
DIA PELA LIBERTAÇÃO DE MOJTABA E ARASH - O Comitê de Proteção aos Blogueiros, criado há um mês para defender os direitos de quem tem seu blog na internet, está convocando essa comunidade para participar de uma campanha pela libertação de dois colegas iranianos. O Comitê pede a todos que têm um blog para que dediquem seus sites, nesta terça-feira, ao "Dia pela Libertação de Mojtaba e Arash".
Arash Sigarchi e Mojtaba Saminejad são blogueiros e estão presos no Irã. O governo do país não divulgou a razão pela qual eles foram presos, sabe-se apenas que é por causa da Internet, mas recentemente os dois criticaram o governo por prender outros blogueiros do país. Com um controle intenso da mídia de forma geral no Irã, o governo vem, há algum tempo, apertando o cerco também aos blogs.
"Tenho esperança de que esse dia vai fazer as pessoas concentrarem sua atenção no problema da censura de blogueiros", disse Curt Hopkins, diretor do Comitê. O grupo tem uma lista de ações que, segundo ele, podem ser adotadas pelos blogueiros, incluindo escrever para as embaixadas do Irã. "Se você tem um blog, o mínimo que você pode fazer é não postar nada a não ser 'Dia pela Libertação de Mojtaba e Arash'", disse Hopkins.
Segundo o organizador, se os blogueiros aderirem, será possível ver essa frase 7,1 milhões de vezes. O Comitê de Proteção aos Blogueiros foi criado pelo norte-americano Curt Hopkins e tem como vice-presidente Ellen Simonetti, comissária de bordo demitida e blogueira.
Ela lançou a Lei de Direitos dos Blogueiros Internacionais, uma petição global para proteger o trabalho dos blogueiros. O objetivo é ser uma organização de informações e apoio aos blogueiros, em especial, e ao direito de livre manifestação. O Technorati, um site de busca de blogs, acompanha cerca de 6 milhões de blogs e diz que mais de 12 mil são acrescentados diariamente. Segundo um centro de pesquisas americano, um blog é criado a cada 5,8 segundos. (Publicado na FOLHA ON LINE)
PAU DE SEBO - O deputado Severino Cavalcanti, novo presidente da Câmara, já ganhou, em 1998, o Troféu Pau de Sebo, anti-prêmio destinado aos inimigos declarados dos direitos humanos dos homossexuais, por sua cruzada anti-gay na política.O prêmio é distribuído todos os anos pelo Grupo Gay da Bahia a um notório inimigo dos homossexuais. Nesse quesito, Severino Xique Xique é imbatível. Diversas declarações do novo Presidente da Câmara dos Deputados comprovam ad nauseam o alto grau de homofobia e baixíssimo nível de humanismo deste fervoroso católico carismático. Que a presença deste raivoso homófobo nordestino em cargo tão importante seja rigorosamente monitorada pelas entidades defensoras dos direitos humanos, particularmente pelas lideranças do movimento homossexual brasileiro, a fim de neutralizar sua nefasta intolerância na luta pela plena cidadania homossexual.
CIDADE NUA - Já está confirmado. Entre os dias 5 e 8 de Setembro será realizado o II Cabo Free, encontro de gays e lésbicas na cidade Cabo Frio. A primeira edição, em 2004, foi um sucesso, o que motivou os organizadores a realizarem uma segunda edição do evento. Aliás, no último carnaval Cabo Frio bombou com o baile gay promovido na Praia do Forte. Cerca de 3 mil pessoas, entre gays, lésbicas e simpatizantes, participaram da festa, movida a música eletrônica, cerveja e muita pegação.
LEÃO DO NORTE - O grupo Leão do Norte, a mais ativa organização gay de Pernambuco também declarou guerra ao seu conterrâneo, Severino Cavalcanti. O presidente da entidade Wellington Medeiros está conclamando os gays de todo o Brasil a fazerem campanha contra o aumento do salário dos deputados, principal argumento do atual presidente da Câmara, para ser eleito. Por outro lado, o movimento gay pretende apoiar ainda mais o governo Lula, que tem se mostrado receptivo e acolhedor das reinvidicações da camunidade.
SAYONARA - A Japan Airlines, a maior empresa aérea da Ásia, lançou um site exclusivo para seus clientes gays: www.japanair.com/gaytravel. Este novo site incluirá os valores especiais para "last-minutes" com pacotes de turismo e tarifas, com importantes informações que irão ajudar aos turistas gays e lésbicas que querem visitar a Ásia, numa viagem a trabalho ou a lazer. Alguns pacotes têm valores bem competitivos e bastantes atrativos, como por exemplo o Japan Extravaganza: São 10 dias e 8 noites visitando Tokyo, Osaka e Kioto com seus templos budistas e seus arranha-céus iluminados por neons.
VIVA CARMEM - O Museu de Arte Moderna não vai deixar passar em branco os 50 anos da morte de Carmem Miranda. Em outubro será inaugurada, com curadoria de Fabiano Canosa, uma mega exposição sobre a arte, a vida e o mundo da Pequena Notável. Artistas plásticos brasileiros já estão sendo convocados para criar instalações onde serão apresentados roupas e adereços da artista que serão trazidos dos EUA. Certamente será um sucesso... E por falar na artista, que fim levou A Banda da Carmem Miranda? O bloco que costumava desfilar com um bando de rapazes fantasiados como a diva dos balangandãs há dois anos que não dá as caras (e bocas) no Carnaval do Rio... Por falta de patrocínio...
ADEUS
Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos,
ou se preferes, a minha boca nos teus olhos,
carregada de flor e dos teus dedos;
como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve, e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.
Como se a noite viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde o teu corpo principia.
Como se houvesse nuvens sobre nuvens,
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.
(Eugênio de Andrade)
Arash Sigarchi e Mojtaba Saminejad são blogueiros e estão presos no Irã. O governo do país não divulgou a razão pela qual eles foram presos, sabe-se apenas que é por causa da Internet, mas recentemente os dois criticaram o governo por prender outros blogueiros do país. Com um controle intenso da mídia de forma geral no Irã, o governo vem, há algum tempo, apertando o cerco também aos blogs.
"Tenho esperança de que esse dia vai fazer as pessoas concentrarem sua atenção no problema da censura de blogueiros", disse Curt Hopkins, diretor do Comitê. O grupo tem uma lista de ações que, segundo ele, podem ser adotadas pelos blogueiros, incluindo escrever para as embaixadas do Irã. "Se você tem um blog, o mínimo que você pode fazer é não postar nada a não ser 'Dia pela Libertação de Mojtaba e Arash'", disse Hopkins.
Segundo o organizador, se os blogueiros aderirem, será possível ver essa frase 7,1 milhões de vezes. O Comitê de Proteção aos Blogueiros foi criado pelo norte-americano Curt Hopkins e tem como vice-presidente Ellen Simonetti, comissária de bordo demitida e blogueira.
Ela lançou a Lei de Direitos dos Blogueiros Internacionais, uma petição global para proteger o trabalho dos blogueiros. O objetivo é ser uma organização de informações e apoio aos blogueiros, em especial, e ao direito de livre manifestação. O Technorati, um site de busca de blogs, acompanha cerca de 6 milhões de blogs e diz que mais de 12 mil são acrescentados diariamente. Segundo um centro de pesquisas americano, um blog é criado a cada 5,8 segundos. (Publicado na FOLHA ON LINE)
PAU DE SEBO - O deputado Severino Cavalcanti, novo presidente da Câmara, já ganhou, em 1998, o Troféu Pau de Sebo, anti-prêmio destinado aos inimigos declarados dos direitos humanos dos homossexuais, por sua cruzada anti-gay na política.O prêmio é distribuído todos os anos pelo Grupo Gay da Bahia a um notório inimigo dos homossexuais. Nesse quesito, Severino Xique Xique é imbatível. Diversas declarações do novo Presidente da Câmara dos Deputados comprovam ad nauseam o alto grau de homofobia e baixíssimo nível de humanismo deste fervoroso católico carismático. Que a presença deste raivoso homófobo nordestino em cargo tão importante seja rigorosamente monitorada pelas entidades defensoras dos direitos humanos, particularmente pelas lideranças do movimento homossexual brasileiro, a fim de neutralizar sua nefasta intolerância na luta pela plena cidadania homossexual.
CIDADE NUA - Já está confirmado. Entre os dias 5 e 8 de Setembro será realizado o II Cabo Free, encontro de gays e lésbicas na cidade Cabo Frio. A primeira edição, em 2004, foi um sucesso, o que motivou os organizadores a realizarem uma segunda edição do evento. Aliás, no último carnaval Cabo Frio bombou com o baile gay promovido na Praia do Forte. Cerca de 3 mil pessoas, entre gays, lésbicas e simpatizantes, participaram da festa, movida a música eletrônica, cerveja e muita pegação.
LEÃO DO NORTE - O grupo Leão do Norte, a mais ativa organização gay de Pernambuco também declarou guerra ao seu conterrâneo, Severino Cavalcanti. O presidente da entidade Wellington Medeiros está conclamando os gays de todo o Brasil a fazerem campanha contra o aumento do salário dos deputados, principal argumento do atual presidente da Câmara, para ser eleito. Por outro lado, o movimento gay pretende apoiar ainda mais o governo Lula, que tem se mostrado receptivo e acolhedor das reinvidicações da camunidade.
SAYONARA - A Japan Airlines, a maior empresa aérea da Ásia, lançou um site exclusivo para seus clientes gays: www.japanair.com/gaytravel. Este novo site incluirá os valores especiais para "last-minutes" com pacotes de turismo e tarifas, com importantes informações que irão ajudar aos turistas gays e lésbicas que querem visitar a Ásia, numa viagem a trabalho ou a lazer. Alguns pacotes têm valores bem competitivos e bastantes atrativos, como por exemplo o Japan Extravaganza: São 10 dias e 8 noites visitando Tokyo, Osaka e Kioto com seus templos budistas e seus arranha-céus iluminados por neons.
VIVA CARMEM - O Museu de Arte Moderna não vai deixar passar em branco os 50 anos da morte de Carmem Miranda. Em outubro será inaugurada, com curadoria de Fabiano Canosa, uma mega exposição sobre a arte, a vida e o mundo da Pequena Notável. Artistas plásticos brasileiros já estão sendo convocados para criar instalações onde serão apresentados roupas e adereços da artista que serão trazidos dos EUA. Certamente será um sucesso... E por falar na artista, que fim levou A Banda da Carmem Miranda? O bloco que costumava desfilar com um bando de rapazes fantasiados como a diva dos balangandãs há dois anos que não dá as caras (e bocas) no Carnaval do Rio... Por falta de patrocínio...
ADEUS
Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos,
ou se preferes, a minha boca nos teus olhos,
carregada de flor e dos teus dedos;
como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve, e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.
Como se a noite viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde o teu corpo principia.
Como se houvesse nuvens sobre nuvens,
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.
(Eugênio de Andrade)
13.2.05
VIVER POR VIVER - O patético casal Rosinha e Garotinho vai processar o ator Eduardo Moscovis, porque ele declarou a revista VEJA (Caetano Veloso só chama de revista INVEJA) que tinha se inspirado no casal Garotinho para compor o personagem Reginaldo, o político canalha e corrupto da novela Senhora do Destino. O casal governador debocha da nossa cara diariamente e não quer que ninguém fale nada. Rosinha, a cafona, já processou o saudoso Mauro Rasi e tentou processar o Artur Xexeo.
Desde já eu me coloco à disposição do Moscovis para depor a seu favor, caso esse delirio seja levado adiante. Conheço o Eduardo desde que ele era aluno do Carlos Wilson, o professor Damião do Tablado, que o dirigiu na peça O Ateneu, onde ele fazia, de forma comovente, um atleta que sofria um acidente e ficava manco. Du, como os amigos o conhecem, sempre foi bom caráter, honesto, trabalhador. Um homem digno, que nunca ficou deslumbrado com o sucesso proporcionado pela TV.
Coitado do Rio de Janeiro que está nas mãos incompetentes de Rosinha e Garotinho. Coitado do Brasil que tem na presidência da Câmara dos Deputados um cupincha da ditadura militar como Severino Cavalcanti. Coitado do Brasil...
AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ - Sou totalmente contra o desenvolvimento de armas nucleares, mas gostaria de entender por que os Estados Unidos acham que podem ter bombas nucleares e o resto do mundo não. O que dá ao único país que já usou efetivamente armas nucleares o direito de reclamar quando os outros se armam?! Não tenho nenhuma simpatia pela Coréia do Norte, mas também não vejo como condenar um país por avisar aos EUA que se cuidem, sobretudo depois de ter sido alinhado no "Eixo do Mal" pelo sutil George W. Bush. Que coisa. Nunca pensei que, um dia, eu chegaria a temer pelo Irã por não ter uma bomba atômica. (Cora Ronai)
Desde já eu me coloco à disposição do Moscovis para depor a seu favor, caso esse delirio seja levado adiante. Conheço o Eduardo desde que ele era aluno do Carlos Wilson, o professor Damião do Tablado, que o dirigiu na peça O Ateneu, onde ele fazia, de forma comovente, um atleta que sofria um acidente e ficava manco. Du, como os amigos o conhecem, sempre foi bom caráter, honesto, trabalhador. Um homem digno, que nunca ficou deslumbrado com o sucesso proporcionado pela TV.
Coitado do Rio de Janeiro que está nas mãos incompetentes de Rosinha e Garotinho. Coitado do Brasil que tem na presidência da Câmara dos Deputados um cupincha da ditadura militar como Severino Cavalcanti. Coitado do Brasil...
AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ - Sou totalmente contra o desenvolvimento de armas nucleares, mas gostaria de entender por que os Estados Unidos acham que podem ter bombas nucleares e o resto do mundo não. O que dá ao único país que já usou efetivamente armas nucleares o direito de reclamar quando os outros se armam?! Não tenho nenhuma simpatia pela Coréia do Norte, mas também não vejo como condenar um país por avisar aos EUA que se cuidem, sobretudo depois de ter sido alinhado no "Eixo do Mal" pelo sutil George W. Bush. Que coisa. Nunca pensei que, um dia, eu chegaria a temer pelo Irã por não ter uma bomba atômica. (Cora Ronai)
UMA TARDE DE FESTA - Uma multidão parou o Leblon na tarde do último domingo para assistir e vibrar com o desfile do Monobloco, o bloco carnavalesco criado por Pedro Luis. A tarde estava linda. Um clima de festa e de alto astral parecia ter se debruçado sobre a cidade. Parecia que toda a zona sul estava atrás do Monobloco. A galera da Vinicius, a moçada do Castelinho, os bonitões do Country Club, os malucos-beleza do Posto Nove, as ninfetas da Garcia, os predadores do Posto Seis, a rapaziada da República do Perú... Ou seja, o desfile do Monobloco foi uma grande festa no Rio de Janeiro.
A multidão presente ao desfile deixou claro que o Rio precisa urgentemente de um Carnaval de rua. Infelizmente o carnaval aqui ainda fica totalmente concentrado na Marques de Sapucaí, que é aquele show para turista ver. O Carnaval de rua, como aquele de Salvador e Recife, ainda deixa muito a desejar. O próprio desfile do Monobloco foi um exemplo. Apesar de todo aquele público o grupo tocou apenas durante três horas. Começou às cinco e acabou às 8 horas. No final, não houve nem um DJ para animar a multidão que ficou parada em frente ao Country Club esperando que acontecesse alguma coisa. Depois foi todo mundo para casa bêbado e com um gosto de "quero mais" na boca.
Enquanto isso o Carnaval da Bahia vai ocupando espaços. Dia 25 de Fevereiro tem Chiclete com Banana no Claro Hall, promovendo a sua tradicional ressaca carnavalesca. E nos dias 5 e 6 de Março tem Micareta no Riocentro com Jammil e uma Noites, Banda Eva e outros blocos.
Durante o desfile do Monobloco encontrei a galera do Se num guenta porque veio?, bloco que estreou esse ano no Carnaval e eles prometeram agitar bastante no próximo ano. Estão buscando patrocínio pois no próximo ano querem apresentar um som mais produzido para os foliões.
Aliás, essa questão de patrocínio do Carnaval de rua é mais um desacerto do governo César Maia. O prefeito loteou toda a cidade com anúncios da VIVO disfarçado de decoração carnavalesca, mas não distribuiu os recursos com os blocos. A Banda de Ipanema quase não sai esse ano por falta de grana para pagar os músicos. E a Banda da Carmem Miranda deixou de desfilar pelo segundo ano consecutivo porque não havia a patrocínio. Isso no ano em que se comemora os cinquenta anos da morte da Pequena Notável.
A POESIA E O POETA – Um gênio da poesia contemporânea. Assim é o poeta Eucanãa Ferraz, um professor de literatura brasileira da UFRJ. Seu último livro de poemas, Rua do Mundo, foi escolhido pelo Prosa & Verso um dos melhores livros de 2004. Foi ele quem organizou Letra Só, o livro só com as letras de Caetano Veloso, publicado no Brasil e em Portugal. Para saborear esse início de Quaresma, nada melhor do que ler os poemas de Eucanãa, que são um requintado alimento para o espírito.
FURTO
Imagina que
um rapaz,
rapace, te roubasse o nome.
Tua carne, então, era só melodia.
Ainda que os espelhos
contassem teus olhos
e cabelos,
seguiria teu segredo,
intacto,
nas mãos do ladrão.
Serias não mais que
uma coisa bruta: a felicidade.
E, sobre ela,
um pássaro pousar
pudesse.
MAR MÍNIMO
Grandes são os marinheiros e os poetas
que fazem caber em seus versos
a glória de horizontes
inventados ou vividos e que,
em grandíloquo e corrente estilo,
erguem cidades magníficas,
domam línguas, contam-nos pélagos e obeliscos.
Mas que fazer da escama
que sobrasse após os mares,
agarrada à roupa mais que
Veneza ou Viena à memória?
Escutai: é nessa minúscula opalina
que muitos sabem o poema
- mais duas ou três palavras
e o martelo certo de fazê-lo.
Rotas magníficas, não mais,
nem quantas as maravilhas
(e cessem com elas os iluminados que contam
de terras por si mesmas lavradias).
O mar pode ser isto: o ar
dentro da concha. Dentro:
o sargaço, o barco, o sargo,
a enseada. Onde poderá ser mais belo
e largo? A onda bravia
sobre um grão de mostarda.
FORA CÉSAR - O prefeito César Maia vai aparecer no programa eleitoral do PFL como pré-candidato à Presidência da República. Deve ser algum factóide de humor negro. Lembremos aos eleitores incautos a situação catastrófica dos
hospitais municipais cariocas; o péssimo serviço de limpeza pública; os
parques abandonados com o capim crescendo solto; a indigência do carnaval
dos últimos anos; o Teatro Carlos Gomes sub-utilizado; os antigos elogios do
alcaide à Mussolini; sem esquecer as "espertezas" frustradas do museu
Guggenheim, do veículo leve sobre trilhos, do metrô Barra-Galeão (que uniria
o nada a lugar nenhum) e agora do Panamericano. César, nunca mais!
A multidão presente ao desfile deixou claro que o Rio precisa urgentemente de um Carnaval de rua. Infelizmente o carnaval aqui ainda fica totalmente concentrado na Marques de Sapucaí, que é aquele show para turista ver. O Carnaval de rua, como aquele de Salvador e Recife, ainda deixa muito a desejar. O próprio desfile do Monobloco foi um exemplo. Apesar de todo aquele público o grupo tocou apenas durante três horas. Começou às cinco e acabou às 8 horas. No final, não houve nem um DJ para animar a multidão que ficou parada em frente ao Country Club esperando que acontecesse alguma coisa. Depois foi todo mundo para casa bêbado e com um gosto de "quero mais" na boca.
Enquanto isso o Carnaval da Bahia vai ocupando espaços. Dia 25 de Fevereiro tem Chiclete com Banana no Claro Hall, promovendo a sua tradicional ressaca carnavalesca. E nos dias 5 e 6 de Março tem Micareta no Riocentro com Jammil e uma Noites, Banda Eva e outros blocos.
Durante o desfile do Monobloco encontrei a galera do Se num guenta porque veio?, bloco que estreou esse ano no Carnaval e eles prometeram agitar bastante no próximo ano. Estão buscando patrocínio pois no próximo ano querem apresentar um som mais produzido para os foliões.
Aliás, essa questão de patrocínio do Carnaval de rua é mais um desacerto do governo César Maia. O prefeito loteou toda a cidade com anúncios da VIVO disfarçado de decoração carnavalesca, mas não distribuiu os recursos com os blocos. A Banda de Ipanema quase não sai esse ano por falta de grana para pagar os músicos. E a Banda da Carmem Miranda deixou de desfilar pelo segundo ano consecutivo porque não havia a patrocínio. Isso no ano em que se comemora os cinquenta anos da morte da Pequena Notável.
A POESIA E O POETA – Um gênio da poesia contemporânea. Assim é o poeta Eucanãa Ferraz, um professor de literatura brasileira da UFRJ. Seu último livro de poemas, Rua do Mundo, foi escolhido pelo Prosa & Verso um dos melhores livros de 2004. Foi ele quem organizou Letra Só, o livro só com as letras de Caetano Veloso, publicado no Brasil e em Portugal. Para saborear esse início de Quaresma, nada melhor do que ler os poemas de Eucanãa, que são um requintado alimento para o espírito.
FURTO
Imagina que
um rapaz,
rapace, te roubasse o nome.
Tua carne, então, era só melodia.
Ainda que os espelhos
contassem teus olhos
e cabelos,
seguiria teu segredo,
intacto,
nas mãos do ladrão.
Serias não mais que
uma coisa bruta: a felicidade.
E, sobre ela,
um pássaro pousar
pudesse.
MAR MÍNIMO
Grandes são os marinheiros e os poetas
que fazem caber em seus versos
a glória de horizontes
inventados ou vividos e que,
em grandíloquo e corrente estilo,
erguem cidades magníficas,
domam línguas, contam-nos pélagos e obeliscos.
Mas que fazer da escama
que sobrasse após os mares,
agarrada à roupa mais que
Veneza ou Viena à memória?
Escutai: é nessa minúscula opalina
que muitos sabem o poema
- mais duas ou três palavras
e o martelo certo de fazê-lo.
Rotas magníficas, não mais,
nem quantas as maravilhas
(e cessem com elas os iluminados que contam
de terras por si mesmas lavradias).
O mar pode ser isto: o ar
dentro da concha. Dentro:
o sargaço, o barco, o sargo,
a enseada. Onde poderá ser mais belo
e largo? A onda bravia
sobre um grão de mostarda.
FORA CÉSAR - O prefeito César Maia vai aparecer no programa eleitoral do PFL como pré-candidato à Presidência da República. Deve ser algum factóide de humor negro. Lembremos aos eleitores incautos a situação catastrófica dos
hospitais municipais cariocas; o péssimo serviço de limpeza pública; os
parques abandonados com o capim crescendo solto; a indigência do carnaval
dos últimos anos; o Teatro Carlos Gomes sub-utilizado; os antigos elogios do
alcaide à Mussolini; sem esquecer as "espertezas" frustradas do museu
Guggenheim, do veículo leve sobre trilhos, do metrô Barra-Galeão (que uniria
o nada a lugar nenhum) e agora do Panamericano. César, nunca mais!
9.2.05
O SANTO REBELDE - O cinema brasileiro já tem um candidato a campeão de bilheteria em 2005. Trata-se do filme O santo rebelde, que traça um perfil de Dom Hélder Câmara, uma das figuras mais relevantes da história do Brasil no século XX. O filme é uma obra-prima. A diretora Erika Bauer e a produtora Andréa Glória, duas moças de Brasilia, conseguiram reunir imagens raras, que traduzem com perfeição o discurso transgressor do personagem. Numa das sequencias Dom Helder aparece fazendo uma palestra para universitários na Holanda. Discursando em francês ele provoca risos e aplausos ao defender suas idéias que, mesmo hoje em dia, podem ser consideradas polêmicas para os espiritos conservadores.
O filme é um resgate da marcante e intensa participação de Dom Helder na luta por uma igreja mais próxima do povo, e a favor dos excluídos. O documentário traz a público, imagens raras obtidas em instituições nacionais e internacionais - como o Instituto Nacional do Audiovisual da França - e com cineastas que acompanharam a movimentação do Dom Helder na Europa, onde ele falava livremente, ao contrário do que acontecia no Brasil. Os preciosos depoimentos são um capítulo à parte. Foram ouvidos nomes como Leonardo Boff, Dom Marcelo Carvalheira, Dom José Maria Pires(dom Pelé), Dom Mauro Morelli, Lucinha Moreira, Padre Reginaldo, o historiador e um dos biógrafos de Dom Helder, que escreveu o livro que inspirou a cineasta, Nelson Pilleti, a escritora Rose Marie Muraro, entre outros. São testemunhos que completam este painel histórico e cinematográfico que recorda aos mais velhos e apresenta aos mais jovens a importante figura de Dom Helder Camara.
Irrequieto, idealizador, combativo e revolucionário, Dom Helder desempenhou durante a vida papéis importantes nas mudanças sociais do país. Fundou em 1956 a Cruzada São Sebastião, no Rio, destinada a atender os favelados. Em 59, fundou o Banco da Providência, cuja atuação se desenvolve especificamente na faixa da miséria. Foi diversas vezes delegado do Episcopado Brasileiro nas assembléias gerais realizadas fora do Brasil. Junto à Santa Sé, foi membro do Conselho Supremo de Migração, padre conciliar no Concílio Vaticano II e era conhecido no mundo todo pelo seu trabalho junto à pobreza.
Foi nomeado em março de 64 Arcebispo de Olinda e Recife e assumiu no dia 12 de abril de 1964, estabelecendo em Recife claro foco de resistência ao golpe militar, pela sua visão social. Criou o Governo Colegiado; a organização dos setores pastorais; criou o Movimento Encontro de Irmãos, e criou também a Comissão de Justiça e Paz. Em l969, recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. E daí em diante não parou mais: recebeu títulos de doutor honoris causa em Direito e Teologia em várias universidades da Bélgica, da Suíça, Alemanha. Holanda, Itália, Canadá e Estados Unidos, além dos títulos que recebeu nas universidades brasileiras. A coragem de Dom Helder o transforma em personagem do mundo, um símbolo de resistência à ditadura. Em 1972, seu nome é indicado para o Prêmio Nobel da Paz. O governo militar, no entanto, destrói sua candidatura: divulga na Europa um dossiê acusando o arcebispo de ter sido comunista.
Dom Helder faleceu aos 90 anos, em 27 de agosto de 1999. Durante sua vida, recebeu o título de Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e duas estrangeiras: a cidade de São Nicolau na Suiça e Rocamadour, na França.
O PENSAMENTO DE DOM HELDER
A lei consiste em amar a Deus e amar o próximo. Ora, quem ama o próximo já cumpriu metade da lei.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração.
É difícil dar. É necessário conquistar através da amor o direito de dar.
A fome dos outros candena a civilização dos que não têm fome.
Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu pergunto porque os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista.
É jovem quem tem uma razão para viver.
Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo.
O filme é um resgate da marcante e intensa participação de Dom Helder na luta por uma igreja mais próxima do povo, e a favor dos excluídos. O documentário traz a público, imagens raras obtidas em instituições nacionais e internacionais - como o Instituto Nacional do Audiovisual da França - e com cineastas que acompanharam a movimentação do Dom Helder na Europa, onde ele falava livremente, ao contrário do que acontecia no Brasil. Os preciosos depoimentos são um capítulo à parte. Foram ouvidos nomes como Leonardo Boff, Dom Marcelo Carvalheira, Dom José Maria Pires(dom Pelé), Dom Mauro Morelli, Lucinha Moreira, Padre Reginaldo, o historiador e um dos biógrafos de Dom Helder, que escreveu o livro que inspirou a cineasta, Nelson Pilleti, a escritora Rose Marie Muraro, entre outros. São testemunhos que completam este painel histórico e cinematográfico que recorda aos mais velhos e apresenta aos mais jovens a importante figura de Dom Helder Camara.
Irrequieto, idealizador, combativo e revolucionário, Dom Helder desempenhou durante a vida papéis importantes nas mudanças sociais do país. Fundou em 1956 a Cruzada São Sebastião, no Rio, destinada a atender os favelados. Em 59, fundou o Banco da Providência, cuja atuação se desenvolve especificamente na faixa da miséria. Foi diversas vezes delegado do Episcopado Brasileiro nas assembléias gerais realizadas fora do Brasil. Junto à Santa Sé, foi membro do Conselho Supremo de Migração, padre conciliar no Concílio Vaticano II e era conhecido no mundo todo pelo seu trabalho junto à pobreza.
Foi nomeado em março de 64 Arcebispo de Olinda e Recife e assumiu no dia 12 de abril de 1964, estabelecendo em Recife claro foco de resistência ao golpe militar, pela sua visão social. Criou o Governo Colegiado; a organização dos setores pastorais; criou o Movimento Encontro de Irmãos, e criou também a Comissão de Justiça e Paz. Em l969, recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. E daí em diante não parou mais: recebeu títulos de doutor honoris causa em Direito e Teologia em várias universidades da Bélgica, da Suíça, Alemanha. Holanda, Itália, Canadá e Estados Unidos, além dos títulos que recebeu nas universidades brasileiras. A coragem de Dom Helder o transforma em personagem do mundo, um símbolo de resistência à ditadura. Em 1972, seu nome é indicado para o Prêmio Nobel da Paz. O governo militar, no entanto, destrói sua candidatura: divulga na Europa um dossiê acusando o arcebispo de ter sido comunista.
Dom Helder faleceu aos 90 anos, em 27 de agosto de 1999. Durante sua vida, recebeu o título de Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e duas estrangeiras: a cidade de São Nicolau na Suiça e Rocamadour, na França.
O PENSAMENTO DE DOM HELDER
A lei consiste em amar a Deus e amar o próximo. Ora, quem ama o próximo já cumpriu metade da lei.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração.
É difícil dar. É necessário conquistar através da amor o direito de dar.
A fome dos outros candena a civilização dos que não têm fome.
Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu pergunto porque os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista.
É jovem quem tem uma razão para viver.
Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo.
7.2.05
OS RICOS TAMBÉM CHORAM - O multimilionário Howard Hughes, lendário personagem do capitalismo americano, tem parte de sua vida contada no filme O aviador, super produção dirigida por Martin Scorcese, que pode dar um merecido Oscar de melhor ator a Leonardo di Caprio, que interpreta na tela o polêmico empresário. O filme não economiza no glamour ao contar a história do homem obstinado, que ficou milionário aos 18 anos, quando herdou a fortuna do pai. E do playboy sedutor que namorou estrelas como Katharine Hepburn, Ava Gardner e Jean Harlow. Tenaz e audacioso, ele construiu aviões e produziu grandes sucessos do cinema. Além disso, tornou-se um herói americano ao dar a volta ao mundo num avião que ele mesmo construiu. Sem o menor pudor, corrompeu políticos com dinheiro e garotas de programa, a fim de conseguir apoio estatal para seus projetos, sonhos e delírios. Tudo isso o filme ou mostra ou, pelo menos, insinua.
Mas, quem ler o livro homônimo de Charles Higham, que deu origem ao filme de Scorcese, que está sendo lançado junto com o filme pela editora Record, vai tomar um susto.
Ao contrário de Oliver Stone, que mostrou todas as facetas de Alexandre, o grande, Scorcese ignorou solenemente a vida gay do milionário. Pois é, leitores. Howard Hughes também era do babado. Másculo, charmoso, bonitão e rico, Hughes é mais conhecido como o garanhão sedutor que dormiu com estrelas como Bette Davis, Olivia de Havilland, Ivonne de Carlo, Ginger Rogers... O que o filme não mostra, mas o livro conta, é que Howard Hughes também não vivia sem um bofe. Ele adorava mecânicos lambuzados de graxa, assediava seus seguranças bonitões e namorou com um dos engenheiros da sua fábrica de aviões, Glenn Oderkirk. Ele não podia ver um rapaz bonitão que já queria contratar para uma de suas empresas. Seduziu Randolph Scott na mesma época em que este estava tendo um caso com Cary Grant. Depois teve um relacionamento amoroso de mais de uma década com o próprio Cary Grant.
Ficou louco pelo porte atlético do jovem Jack Buetel, um rapaz heterossexual, que conheceu por acaso e o levou para interpretar Billy the kid, no filme O proscrito (The Outlaw), que ele mesmo dirigiu. Durante as filmagens se dedicou a seduzir o ator que, por ser pobre e desconhecido, acabou se submetendo aos caprichos sexuais do milionário. Durante as filmagens de Sangue e Areia ele conseguiu o feito de ir para a cama com Tyrone Power, Rita Hayworth e Linda Darnell, os três protagonistas do filme. Não é fantástico? Sua primeira relação homossexual foi com o próprio tio, o roteirista de cinema Rupert Hughes, que o seduziu quando o rapaz tinha apenas dezesseis anos. É mole ou que mais?
Charles Highman, o autor, é um especialista em biografias. Já revelou as vidas de Marlon Brando, Audrey Hepburn, Ava Gardner e ganhou um prêmio da Academia Francesa pela biografia de Marlene Dietrich. O livro sobre Hughes foi lançado em 1993 e atores como John Malkovich e Warren Beatty já haviam tentado comprar os direitos pois queriam interpretar o empresário nas telas.
Segundo o livro, Howard Hughes tinha três grandes paixões: aviões, cinema e sexo. Não necessariamente nessa ordem. O livro de Charles Highmam dá a entender que a compulsão sexual de Hughes era provocada por sua personalidade sempre insatisfeita que queria produzir os melhores filmes e construir os aviões mais velozes. O milionário tinha mania de perseguição e herdou de sua mãe um pavor por germes e um medo de ficar doente que só se agravou com o passar dos anos. Além disso, ele era parcialmente surdo e escondia isso.
Sofreu vários acidentes de avião, já que era teimoso e fazia questão de testar os aviões que construia. Aos 42 anos conseguiu sobreviver quando seu avião caiu sobre Beverly Hills, destruindo várias casas e matando um cachorro. Hughes conseguiu sair do avião antes que este explodisse. Seu corpo estava em chamas, várias costelas quebradas e tinha tido cortes na mão que iam até os ossos. Foi hospitalizado com ferimentos graves, mas mesmo assim não sossegou. No ano seguinte, numa viagem ao México com seu amante Cary Grant, o avião que dirigia foi dado como desaparecido durante uma forte tempestade. Os jornais chegaram a anunciar que os dois tinham morrido, mas Hughes conseguiu fazer uma aterrisagem forçada num pântano.
O autor do livro não poupa esforços para desvendar o enigma de Hughes e revela as conexões políticas do milionário. No fim da década de 1950, seu braço direito, Robert Maheu orquestrou um dos maiores segredos da CIA: um complô para matar o líder cubano Fidel Castro. O envolvimento de Hughes com o presidente Richard Nixon e a sua participação no escândalo Watergate também constam da biografia.
Reservado e auto-destrutivo, Howard Hughes conseguiu fama nas duas mais glamurosas indústrias norte-americanas: aviação e cinema. Como aviador, bateu todos os recordes de velocidade e foi aclamado como um segundo Lindbergh. Foi dono de uma companhia aérea internacional, duas regionais e uma montadora de aviões. No cinema, produziu e dirigiu Anjos do inferno, um clássico hollywoodiano, além de administrar um estúdio próprio. Howard Hughes morreu aos 71 anos, em circunstâncias bizarras, sozinho, mentalmente perturbado e deformado. Foi preciso apelar para suas digitais para reconhecimento. Que sua alma descanse em paz...
FRASES:
"Sou um perfeccionista por natureza e tenho problemas em deixar qualquer coisa numa condição menos do que perfeita. Se cometi algum engano foi por trabalhar em excesso e fazer muito com minhas próprias mãos."
"Posso comprar qualquer homem no mundo."
O AVIADOR - Trechos do livro:
O esguio e bonito Randolph Scott chegou da Virgínia trazendo para os Hughes uma carta de apresentação de seu pai, que tinha ligaçõescom a família Gano através da posse de vários haras. Jogador de futebol e engenheiro, Scott estava interessado em se tornar membro da equipe aeronáutica de Hughes. Hughes deu uma olhada naquele forte atleta de 1,83 m e 88 quilos, rosto comprido e personalidade preguiçosa, cônscio da própria beleza, e decidiu que precisava tê-lo. Levou-o, cruelmente, para a casa onde morava com Ella. Arriscou sua imagem masculina com os pilotos de Anjos do inferno, cuja opinião era de que qualquer "maricas" deveria receber uma arma e uma sala vazia onde acabar com a própria vida, e se arriscou a um escândalo colossal caso Ella mencionasse isso nos procedimentos do divórcio, que era iminente. Mas foi adiante; visitava Scott com frequência quando este se mudou para um apartamento em West Hollywood. Scott mostrava uma indiferença fria para com a maioria das pessoas, usando homens e mulheres para subir na vida, mas parece ter sentido pelo menos algum afeto por Hughes, que o levou a uma carreira no cinema.
Hughes fechou seus escritórios e dispensou os funcionários, com exceção de Noah Dietrich. No inicio de 1933 comprou um avião anfíbio Sikorsky S-43, tão capaz em terra quanto na água, e para remodelá-lo contratou um engenheiro brilhante, o belo e carismático Glenn Oderkirk, que se tornou um dos seus amigos mais intimos. Vivia pegando no pé de Oderkirk durante a reforma, e num determinado ponto levou obssessivamente oito horas para aprovar o encaixe de três parafusos de madeira. Quando Oderkirk terminou o serviço, Hughes decidiu levar seu avião numa série de vôos de teste pelos Estados Unidos. Odie deixou a esposa durante meses para viajar com Hughes. Perguntado por um reporter como pôde fazer uma coisa dessas, deu uma imagem realista de seu casamento respondendo: "Ela não se importou; nós não temos filhos".
O único homem que tinha permissão de entrar na oficina secreta de Hughes em Glendale, além de Palmer e Oderkirk e de sua equipe de confiança, era Cary Grant. Três anos antes Grant havia sucedido Hughes como amante de Randolph Scott. Os dois estavam morando juntos num prédio de apartamentos em West Hollywood, La Ronda. Em todos os fins de semana Hughes levava Cary para velejar no Southern Cross até Ensenada, e dali para o norte até São Francisco. Acredita-se que nessas viagens os dois se envolveram num caso sexual. Eles combinavam; nenhum dos dois era romântico, apaixonado ou comprometido. Eram frios, distanciados, impessoais em suas ligações. Parece não ter ocorrido a nenhum dos dois que eles tinham compromissos, Hughes com Corinne Griffith e Cary Grant com Randolph Scott.
Em fevereiro, enquanto Catherine Hepburn estava fazendo o filme Boêmio encantador, de novo com Cary Grant na RKO, Hughes, completamente sem consciência, começou a namorar Bette Davis. Ainda estava se encontrando com Ginger Rogers, além de Cary Grant, e morando com Hepburn. Bette Davis, feroz e neurótica, compulsiva na fome por homens bonitos, mesmo posando de difícil, era fascinada por Hughes; para ele, ela era outro nome muito famoso no mundo da melhor lista de compras sexuais.
Nós somos, cada um de nós, anjos com apenas uma asa e somente poderemos
voar abraçando uns aos outros.
(Luciano de Crescenzo, citado por Sebastião Maciel)
Mas, quem ler o livro homônimo de Charles Higham, que deu origem ao filme de Scorcese, que está sendo lançado junto com o filme pela editora Record, vai tomar um susto.
Ao contrário de Oliver Stone, que mostrou todas as facetas de Alexandre, o grande, Scorcese ignorou solenemente a vida gay do milionário. Pois é, leitores. Howard Hughes também era do babado. Másculo, charmoso, bonitão e rico, Hughes é mais conhecido como o garanhão sedutor que dormiu com estrelas como Bette Davis, Olivia de Havilland, Ivonne de Carlo, Ginger Rogers... O que o filme não mostra, mas o livro conta, é que Howard Hughes também não vivia sem um bofe. Ele adorava mecânicos lambuzados de graxa, assediava seus seguranças bonitões e namorou com um dos engenheiros da sua fábrica de aviões, Glenn Oderkirk. Ele não podia ver um rapaz bonitão que já queria contratar para uma de suas empresas. Seduziu Randolph Scott na mesma época em que este estava tendo um caso com Cary Grant. Depois teve um relacionamento amoroso de mais de uma década com o próprio Cary Grant.
Ficou louco pelo porte atlético do jovem Jack Buetel, um rapaz heterossexual, que conheceu por acaso e o levou para interpretar Billy the kid, no filme O proscrito (The Outlaw), que ele mesmo dirigiu. Durante as filmagens se dedicou a seduzir o ator que, por ser pobre e desconhecido, acabou se submetendo aos caprichos sexuais do milionário. Durante as filmagens de Sangue e Areia ele conseguiu o feito de ir para a cama com Tyrone Power, Rita Hayworth e Linda Darnell, os três protagonistas do filme. Não é fantástico? Sua primeira relação homossexual foi com o próprio tio, o roteirista de cinema Rupert Hughes, que o seduziu quando o rapaz tinha apenas dezesseis anos. É mole ou que mais?
Charles Highman, o autor, é um especialista em biografias. Já revelou as vidas de Marlon Brando, Audrey Hepburn, Ava Gardner e ganhou um prêmio da Academia Francesa pela biografia de Marlene Dietrich. O livro sobre Hughes foi lançado em 1993 e atores como John Malkovich e Warren Beatty já haviam tentado comprar os direitos pois queriam interpretar o empresário nas telas.
Segundo o livro, Howard Hughes tinha três grandes paixões: aviões, cinema e sexo. Não necessariamente nessa ordem. O livro de Charles Highmam dá a entender que a compulsão sexual de Hughes era provocada por sua personalidade sempre insatisfeita que queria produzir os melhores filmes e construir os aviões mais velozes. O milionário tinha mania de perseguição e herdou de sua mãe um pavor por germes e um medo de ficar doente que só se agravou com o passar dos anos. Além disso, ele era parcialmente surdo e escondia isso.
Sofreu vários acidentes de avião, já que era teimoso e fazia questão de testar os aviões que construia. Aos 42 anos conseguiu sobreviver quando seu avião caiu sobre Beverly Hills, destruindo várias casas e matando um cachorro. Hughes conseguiu sair do avião antes que este explodisse. Seu corpo estava em chamas, várias costelas quebradas e tinha tido cortes na mão que iam até os ossos. Foi hospitalizado com ferimentos graves, mas mesmo assim não sossegou. No ano seguinte, numa viagem ao México com seu amante Cary Grant, o avião que dirigia foi dado como desaparecido durante uma forte tempestade. Os jornais chegaram a anunciar que os dois tinham morrido, mas Hughes conseguiu fazer uma aterrisagem forçada num pântano.
O autor do livro não poupa esforços para desvendar o enigma de Hughes e revela as conexões políticas do milionário. No fim da década de 1950, seu braço direito, Robert Maheu orquestrou um dos maiores segredos da CIA: um complô para matar o líder cubano Fidel Castro. O envolvimento de Hughes com o presidente Richard Nixon e a sua participação no escândalo Watergate também constam da biografia.
Reservado e auto-destrutivo, Howard Hughes conseguiu fama nas duas mais glamurosas indústrias norte-americanas: aviação e cinema. Como aviador, bateu todos os recordes de velocidade e foi aclamado como um segundo Lindbergh. Foi dono de uma companhia aérea internacional, duas regionais e uma montadora de aviões. No cinema, produziu e dirigiu Anjos do inferno, um clássico hollywoodiano, além de administrar um estúdio próprio. Howard Hughes morreu aos 71 anos, em circunstâncias bizarras, sozinho, mentalmente perturbado e deformado. Foi preciso apelar para suas digitais para reconhecimento. Que sua alma descanse em paz...
FRASES:
"Sou um perfeccionista por natureza e tenho problemas em deixar qualquer coisa numa condição menos do que perfeita. Se cometi algum engano foi por trabalhar em excesso e fazer muito com minhas próprias mãos."
"Posso comprar qualquer homem no mundo."
O AVIADOR - Trechos do livro:
O esguio e bonito Randolph Scott chegou da Virgínia trazendo para os Hughes uma carta de apresentação de seu pai, que tinha ligaçõescom a família Gano através da posse de vários haras. Jogador de futebol e engenheiro, Scott estava interessado em se tornar membro da equipe aeronáutica de Hughes. Hughes deu uma olhada naquele forte atleta de 1,83 m e 88 quilos, rosto comprido e personalidade preguiçosa, cônscio da própria beleza, e decidiu que precisava tê-lo. Levou-o, cruelmente, para a casa onde morava com Ella. Arriscou sua imagem masculina com os pilotos de Anjos do inferno, cuja opinião era de que qualquer "maricas" deveria receber uma arma e uma sala vazia onde acabar com a própria vida, e se arriscou a um escândalo colossal caso Ella mencionasse isso nos procedimentos do divórcio, que era iminente. Mas foi adiante; visitava Scott com frequência quando este se mudou para um apartamento em West Hollywood. Scott mostrava uma indiferença fria para com a maioria das pessoas, usando homens e mulheres para subir na vida, mas parece ter sentido pelo menos algum afeto por Hughes, que o levou a uma carreira no cinema.
Hughes fechou seus escritórios e dispensou os funcionários, com exceção de Noah Dietrich. No inicio de 1933 comprou um avião anfíbio Sikorsky S-43, tão capaz em terra quanto na água, e para remodelá-lo contratou um engenheiro brilhante, o belo e carismático Glenn Oderkirk, que se tornou um dos seus amigos mais intimos. Vivia pegando no pé de Oderkirk durante a reforma, e num determinado ponto levou obssessivamente oito horas para aprovar o encaixe de três parafusos de madeira. Quando Oderkirk terminou o serviço, Hughes decidiu levar seu avião numa série de vôos de teste pelos Estados Unidos. Odie deixou a esposa durante meses para viajar com Hughes. Perguntado por um reporter como pôde fazer uma coisa dessas, deu uma imagem realista de seu casamento respondendo: "Ela não se importou; nós não temos filhos".
O único homem que tinha permissão de entrar na oficina secreta de Hughes em Glendale, além de Palmer e Oderkirk e de sua equipe de confiança, era Cary Grant. Três anos antes Grant havia sucedido Hughes como amante de Randolph Scott. Os dois estavam morando juntos num prédio de apartamentos em West Hollywood, La Ronda. Em todos os fins de semana Hughes levava Cary para velejar no Southern Cross até Ensenada, e dali para o norte até São Francisco. Acredita-se que nessas viagens os dois se envolveram num caso sexual. Eles combinavam; nenhum dos dois era romântico, apaixonado ou comprometido. Eram frios, distanciados, impessoais em suas ligações. Parece não ter ocorrido a nenhum dos dois que eles tinham compromissos, Hughes com Corinne Griffith e Cary Grant com Randolph Scott.
Em fevereiro, enquanto Catherine Hepburn estava fazendo o filme Boêmio encantador, de novo com Cary Grant na RKO, Hughes, completamente sem consciência, começou a namorar Bette Davis. Ainda estava se encontrando com Ginger Rogers, além de Cary Grant, e morando com Hepburn. Bette Davis, feroz e neurótica, compulsiva na fome por homens bonitos, mesmo posando de difícil, era fascinada por Hughes; para ele, ela era outro nome muito famoso no mundo da melhor lista de compras sexuais.
Nós somos, cada um de nós, anjos com apenas uma asa e somente poderemos
voar abraçando uns aos outros.
(Luciano de Crescenzo, citado por Sebastião Maciel)
1.2.05
O POEMA E O POETA - Foi enquanto saboreava a deliciosa comida do GERO que tomei conhecimento da poesia do português Eugênio de Andrade. Quem dele me falou, com entusiasmo e encantamento, foi outro poeta, o carioca Antonio Cícero, que me disse admirar muito os poemas do seu colega lusitano. Graças ao meu amigo Google descobri que a poesia de Eugénio de Andrade é quase sempre reportada ao amor. O amor da natureza, dos sentimentos, dos seres e do corpo. Muito sensual e literária, plástica e musical, a sua poesia concebe-se como reelaboração da palavra até um limite de despojamento que parte do mundo para reencontrar nele o ser eleito e, em última análise, a solidão como reduto essencial.
AS PALAVRAS INTERDITAS
Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.
Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
Os hospitais cobrem-se de cinza
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E abrem-se janelas
mostrando a brancura das cortinas.
As palavras que te envio não interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas minhas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
e estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens vivas, desenhadas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
AS PALAVRAS ...
São como cristal, as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
FRENTE A FRENTE
Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!
ALEXANDRE, O GRANDE - A editora FRACTAL me manda a edição de fevereiro da revista G-MAGAZINE, que traz na capa o goleiro Alexandre Gaúcho, que atualmente joga no Figueirense, time de Florianópolis. Alexandre que, pelas fotos, pode tranquilamente ser chamado de "o grande", nasceu em Pelotas e já foi campeão da Taça Libertadores da América quando jogava pelo Grêmio, de Porto Alegre. O bem dotado já jogou pelo Flamengo, Botafogo, Internacional, Portuguesa, Guarani, Inter de Limeira e Botafogo de Ribeirão Preto. Segundo a revista o bofe tem um sotaque que mistura o gaúcho com o interior paulista. E isso lhe dá um charme todo especial. Os olhos são verdes, 1,77 de altura, 75 kg e chuteiras 40. Alexandre, o gostoso, é bem humorado e curte o carnaval, onde costuma sair fantasiado de Zorro, já que a máscara negra realça o verde dos seus olhos. Vale a pena dar uma conferida básica na revista.
AS PALAVRAS INTERDITAS
Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.
Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
Os hospitais cobrem-se de cinza
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E abrem-se janelas
mostrando a brancura das cortinas.
As palavras que te envio não interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas minhas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
e estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens vivas, desenhadas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
AS PALAVRAS ...
São como cristal, as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
FRENTE A FRENTE
Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!
ALEXANDRE, O GRANDE - A editora FRACTAL me manda a edição de fevereiro da revista G-MAGAZINE, que traz na capa o goleiro Alexandre Gaúcho, que atualmente joga no Figueirense, time de Florianópolis. Alexandre que, pelas fotos, pode tranquilamente ser chamado de "o grande", nasceu em Pelotas e já foi campeão da Taça Libertadores da América quando jogava pelo Grêmio, de Porto Alegre. O bem dotado já jogou pelo Flamengo, Botafogo, Internacional, Portuguesa, Guarani, Inter de Limeira e Botafogo de Ribeirão Preto. Segundo a revista o bofe tem um sotaque que mistura o gaúcho com o interior paulista. E isso lhe dá um charme todo especial. Os olhos são verdes, 1,77 de altura, 75 kg e chuteiras 40. Alexandre, o gostoso, é bem humorado e curte o carnaval, onde costuma sair fantasiado de Zorro, já que a máscara negra realça o verde dos seus olhos. Vale a pena dar uma conferida básica na revista.
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