O diamante é uma pedra de carvão que se saiu bem sob pressão.
28.4.07
NOS TATAMES DA VIDA – Muita expectativa nos meios das artes marciais com a realização, no próximo fim de semana, no ADCC-Abu Dhabi Combat Club 2007, o famoso torneio de Submission Fighting criado e patrocinado pelo Sheik dos Emirados Árabes Tahnoon Bin Zayed. Muitos brasileiros estarão participando do torneio, que esse ano será realizado em New Jersy, EUA, de olho nas medalhas e nos generosos cachês em petrodólares pagos pelo Sheik. Alguns brazucas como Delson Pé de Chumbo e Rousimar Toquinho foram classicados através de uma seletiva realizada em março no estádio do Botafogo. Outros lutadores foram convidados pelos olheiros do Sheik Tahnoon, que vieram supervisionar a seletiva. Esse é o caso de talentos como Tarsis Humphreys, Milton Vieira, Rômulo Barral e Bráulio Estima. Eles têm em comum um currículo invejável: vitórias em campeonatos importantes e um histórico de lutas competitivas e espetaculares. É que, nesse torneio, não basta lutar. O atleta tem que saber dar um show. Tem que ser guerreiro e esforçado. É preciso ter noção do sentido de espetáculo e saber que o público está ali para se divertir. Há uma outra característica comum a Tarsis, Milton, Rômulo e Bráulio, que, certamente, foi determinante na escolha para lutarem diante do Sheik Tahnoon: os quatro são rapazes belíssimos!
A SAGA DE ROUSIMAR TOQUINHO - Uma das esperanças do Brasil no ADCC 2007 é o lutador Rousimar Aparecido Christian Palhares, ou simplesmente Rousimar Toquinho, como é conhecido nos tatames do Brasil. Rousimar impressionou o público e a equipe de jurados quando participou da seletiva para o ADCC realizado no início de março, na sede do Botafogo. O atleta é uma fera no tatame. Luta com garra e possui muita resistência aos golpes dos adversários. Tem tudo para trazer uma medalha e um punhado de dólares de New Jersey.
A viagem de Rousimar Toquinho aos States, entretanto, está ameaçada. O consulado americano não quis lhe dar o visto. As autoridades americanas se recusaram até a marcar uma entrevista com o rapaz. A sorte é que, no último número da revista Tatame, há uma grande reportagem com o atleta e os editores da bíblia das artes marciais no Brasil mandaram um exemplar para o cônsul na esperança que ele reconsidere sua decisão e conceda o visto ao rapaz.
A vida de Rousimar Toquinho não foi nada fácil, como conta a revista Tatame. Nascido na pequena cidade mineira de Dores do Indaiá ele cresceu dividindo um pequeno casebre com seus pais e mais dez irmãos. Rousimar descobriu sua vocação para a luta derrubando bois no pasto da fazenda onde seu pai era peão. Na batalha diária pela sobrevivência dizimou uma a uma cada adversidade que a vida lhe impôs. Nos momentos mais difícies da infância, quando batia a fome e não havia como conseguir comida, ele e os irmãos comiam ração de porco que a mãe cozinhava e servia na única refeição do dia.
Seu sonho de melhorar de vida e se tornar um lutador profissional acabou trazendo-o ao Rio, onde se hospedou debaixo de um dos viadutos da cidade. Com um quimono surrado numa mão e um terço na outra procurou a academia Brazilian Top Team, a BTT, celeiro dos maiores nomes das artes marciais no Brasil. Sua simplicidade e seu jeito humilde de ser impressionou os veteranos Bebeo Duarte, Zé Mario Sperry e Murilo Bustamente, sócios da BTT, que decidiram fazer um teste e avaliar suas possibilidades. Os donos da academia ficaram impressionados com a sua atuação e vislumbraram nele um novo talento para o mercado de lutas. Deram uma bolsa para Rousimar que, imediatamente, fez da academia seu novo lar. Por causa do seu tipo físico baixinho e atarrancado ganhou o carinhoso apelido de Toquinho. Com sua maneira de ser conquistou a amizade de vários lutadores, entre eles o talentoso Danilo Índio, que se transformou num dos seus melhores amigos e principal parceiro de treinos. Desde então Toquinho só tem conseguido vitórias em todos os torneios em que tem participado. Agora resta saber se o sonho de brilhar nos States não vai ser barrado pelos consulado americano.
UM ATLETA CHAMADO TARSIS – Outra esperança brasileira no ADCC 2007 é o galã do tatame Tarsis Humphreys. A exemplo de Rousimar Toquinho Tarsis é um jovem talentoso. Mas sua trajetória de vida é totalmente diferente. Tarsis nasceu em São Paulo, filho de uma família de alta classe média. Estudou em bons colégios e, desde muito garoto, se destacou nas artes marciais. Primeiro no judô e depois no jiu-jitsu, onde começou a lutar aos 13 anos. Sua estampa de galã de cinema fez com que recebesse convites para seguir a carreira de modelo. Chegou a posar para fotos e participar de alguns desfiles, mas nunca se sentiu atraído por aquele universo. Foi capa de um livro de fotos chamado Delicious – Fotos Gostosas, onde havia retratos de Gisele Bundchen e Rodrigo Santoro, entre outros. Mas ele queria mesmo era ser um astro das artes marciais e mergulhou fundo na busca do seu sonho.
Tarsis, nome de origem bíblica, era neto de Noé. Com 23 anos o Tarsis atleta é faixa-preta de jiu-jitsu e professor da academia de Fabio Gurgel, o veterano lutador que o descobriu e investiu nele. Descolado e profissional costuma ministrar seminários no exterior. Já deu aulas na Finlândia, Suécia e Dinamarca. Diz que os alunos estrangeiros têm facilidade em aprender o jiu-jitsu brasileiro por terem uma tradição de praticar judô desde a infância. Agora em março participou do Panamericano de Jiu-Jitsu na Califórnia, conseguindo a medalha de vice campeão.
Agora está totalmente concentrado para o ADCC nos Estados Unidos. Na seletiva para a competição perdeu para o lutador Delson Pé de Chumbo. Mesmo sem ter vencido a final, o belo Tarsis impressionou os assessores do Sheik pelo estilo atrevido de encarar seus adversários. Muito concentrado e rápido nos contra-ataques, malandro nas defesas, agressivo nas investidas, Tarsis tem consciência que um torneio de lutas também é um show e sabe fazer de sua atuação um espetáculo. Suas qualidades como atleta e sua postura de show-man garantiram o passaporte para a América e a oportunidade de lutar para o Sheik. Sobre a luta final da seletiva Tarsis Humphreys disse:
A minha final contra Pé de Chumbo foi horrível, eu tinha me machucado na luta contra o Rousimar Toquinho e mal conseguia mexer o meu joelho. Mas agora estou cem por cento para o ADCC e me manterei assim durante a competição, para ser campeão e dar um grande show, já que é isso que o Sheik quer ver.
Bom de briga é aquele que cai fora.
TEATRO QUASE SEMPRE – Algo de muito especial acontece no teatro brasileiro. E esse “algo de muito especial” vem de Curitiba. Um movimento teatral protagonizado por um grupo chamado Cia. Cênica Simplicissimus vem mobilizando a capital paranaense, cidade com vasta tradição cultural. Nos últimos quatro anos o grupo Simplicissimus montou cinco espetáculos teatrais que chamam a atenção pelo talento, capacidade de mobilização do público e criatividade dos artistas. Capitaneado pelo diretor Ruiz Bellenda o grupo se tornou a coqueluche da cena cultural curitibana, promovendo happenings culturais, oficinas, cursos e espetáculos de sucesso.
Tudo começou em 2003 com a estréia da versão clubber do clássico O Despertar da Primavera. O sucesso e a repercussão da montagem mobilizou o grupo a produzir o musical Canastras, que se transformou numa verdadeira febre entre o público curitibano. Em seguida veio a comédia chique Dorothy Parker Portátil, uma coletânea de textos da famosa escritora americana, que é estudada de forma obsessiva pelo grupo. Na seqüência o Simplicissimus mergulhou na densidade das relações amorosas com o espetáculo Oscar Wilde me disse. A consagração definitiva veio com Assassinatos em Série que fez o público e a crítica incensar o elenco e a direção. Com garra e força criativa, a talentosa troupe incendiou o verão de 2007 com dois belos espetáculos: Manual Prático da Mulher Desesperada e Sou Ator Mas Não Sou Gay. Agora é a hora da companhia sair de Curitiba e mostrar ao resto do Brasil a força criativa do seu teatro.
As mulheres que procuram ter os mesmos direitos dos homens têm falta de ambição.
MANUAL PRÁTICO DA MULHER DESESPERADA – A peça, com texto de Dorothy Parker, é dividida em três atos: quarto, salão de beleza e boate. A solidão e a busca por uma companhia é o mote que conduz o espetáculo. A heroína Alice, com humor, dramaticidade e sensualidade, se utiliza de todos os recursos de beleza para seduzir os homens, enquanto aguarda ansiosamente um telefonema que não acontece. O medo da solidão e a culpa por se envolver com homens errados culminam numa angústia que a leva a tomar uma atitude desesperada: sair pela noite em busca de companhia. Ela quer alguém, não importa quem. Ao terminar a noite ao lado de um sujeito sem graça, que mal conhece e que dança terrivelmente mal ela cai em si e descobre que é melhor viver só do que mal acompanhada.
O objetivo fundamental da montagem é examinar os mistérios da alma feminina utilizando todos os recursos lúdicos que a carpintaria teatral permite. Através do perturbador texto de Ms. Parker, interpretado de forma sublime pelos atores, a direção conduz o espectador ao exame das situações e contradições que a mulher emancipada vive ao pagar o preço de sua condição de ser humano livre. Para dar vida a esta concepção, o espetáculo lança mão de idéias que valorizam o aspecto cênico da montagem. Figurinos criativos registram os estados de espírito da protagonista. Cenários exóticos ilustram as situações discriminadas pelo texto. A iluminação cinematográfica recria a atmosfera peculiar dos contos de Dorothy Parker, enquanto vinhetas são projetadas narrando o passado da heroína. O conceito de Manual Prático da Mulher Desesperada é o de um cabaré de idéias panfletárias sobre a condição feminina. A partir daí a peça executa uma das funções primordiais do teatro: a do entretenimento.
SOU ATOR, MAS NÃO SOU GAY - A busca desesperada pela fama é o ponto de partida do texto de Ruiz Bellenda. Conta a história de Beto, um rapaz que decide ser ator depois que um amigo ficou famoso atuando em novelas de TV. Para se lançar na carreira artística ele pede uma oportunidade ao inescrupuloso diretor de teatro Maneco Vidal que, fascinado pela beleza do rapaz, lhe faz uma proposta indecorosa: o papel principal em sua nova peça em troca de uma noite de amor. Whaal. Isso é que é enredo.
Através do narrador-protagonista Beto o público é apresentado ao fascinante e atordoante mundo dos candidatos a estrela ou aspirantes a celebridades. Questões essenciais das relações humanas como inveja, falsidade, competição, vaidade, sexo, poder, traição, frustração e muito, mas muito ego, guiam as motivações dos personagens. É o vale-tudo em busca da fama e do sucesso. Sem ser moralista, piegas ou maniqueísta, o autor coloca essas questões sem fechá-las com uma verdade absoluta, revelando as diversas faces do sucesso na carreira artística. Além dos atores da Cia a peça mostra em cena onze modelos da agência Ford atuando no elenco de apoio.
ADRIANA BIROLLI – UMA ESTRELA BRASILEIRA – A exemplo das antigas companhias do teatro brasileiro, a Simplicissimus tem uma estrela: Adriana Birolli, que os curitibanos dizem ser a Isabelle Adjani do Paraná. O público de Curitiba acredita piamente que Adriana ainda será uma das grandes estrelas da TV Globo ou da TV Record. Afinal, Sonia Braga e Letícia Sabatella também vieram de lá. A jovem estrela começou a estudar teatro aos quinze anos num curso do diretor Ruiz Bellenda e participou de todas as montagens da Cia, sempre se destacando por seu talento e personalidade. Hoje, com apenas vinte anos, ganhou o prêmio Gralha Azul de melhor atriz por sua atuação no espetáculo Manual Prático da Mulher Desesperada. O prêmio Gralha Azul foi criado em 1974 e é outorgado todo ano aos melhores do teatro de Curitiba pelo Centro Cultural Teatro Guaira. Agora quando anda pelas ruas de Curitiba o público costuma chamá-la de Isabelle, graças a sua semelhança física com a francesa Adjani. Outros preferem chamá-la de Dorothy, por causa da sua popular atuação no espetáculo Dorothy Parker Portátil. O fato é que Adriana Birolli conseguiu marcar o público e se tornar uma estrela popular atuando apenas no teatro. Nada mal para uma jovem de vinte anos.
RUIZ BELLENDA NÃO MORA MAIS AQUI - Ruiz Bellenda é o cérebro por trás da Cia. Cênica Simplicissimus. Ator, autor e diretor, é um artista que dedicou toda a sua vida ao teatro. Começou ainda criança atuando em espetáculos profissionais em Curitiba. Inteligente, culto e estudioso tem um vasto conhecimento do teatro brasileiro. Além disso, é apaixonado por cinema e sabe tudo sobre as grandes estrelas e os diretores.
Durante mais de duas décadas Ruiz Bellenda foi casado com o ator Ariel Coelho. Os dois se conheceram quando Ruiz tinha apenas treze anos e Ariel já era maior de idade. Foi uma paixão fulminante. Além da atração que sentiam um pelo outro havia algo maior que os unia mais do que tudo e os manteve unidos até a morte de Ariel duas décadas depois: a paixão pelo teatro.
Mesmo tendo apenas treze anos Ruiz Bellenda sabia muito bem o que queria e, com sua personalidade forte, não admitia ser contrariado. Ruiz queria ser ator e diretor de teatro e não estava disposto a abrir mão do seu sonho. Aos treze anos Ruiz também sabia que era gay, gostava disso, e queria viver ao lado do parceiro que tinha escolhido. Os pais do ator, pessoas esclarecidas, nem ousaram questionar a vontade do garoto. Eles conheciam muito bem a forte personalidade do filho e acharam melhor nem discutir.
Ariel Coelho já era um ator respeitado em Curitiba quando se apaixonou pelo menino de treze anos que considerava um grande talento do teatro. Não, leitores. Ariel não era pedófilo. Ele nunca se sentiu particularmente atraído por garotos. Isso nem faz tanto tempo assim, mas, já houve uma época em que a palavra pedofilia não era usada da forma vulgar como vive sendo usada pela mídia dos dias de hoje. O que uniu Ariel e Ruiz, muito mais do que amor ou sexo, foi uma enorme paixão pelo teatro. Paixão que eles viveram intensamente nas duas décadas em que ficaram juntos. Nesse período não houve um só dia na vida em que eles não estivessem envolvidos com uma peça, seja atuando, produzindo ou dirigindo. Ou simplesmente assitindo teatro. Vibrando com o trabalho e atuações dos colegas de profissão.
Quando completou quinze anos Ruiz se mudou para o Rio com seu companheiro. Aqui fez cursos de teatro, montou espetáculos e viveu intensamente a vida mundana da cidade. Foi amigo de Cazuza e, junto com Bebel Gilberto, formou um trio que marcou época em noitadas no Baixo Leblon e tardes de sol no Posto Nove. Os três atuaram juntos na peça infantil Parabéns Pra Você. Ruiz também escreveu e atuou em peças como Nesta Nossa Vida, O que aconteceu a Laura Jane?, Totalmente Fashion e Eu e a Louca, entre outros. Quando Ariel morreu Ruiz sofreu muito com a perda do companheiro de tantos anos e decidiu voltar para Curitiba. Depois de um período de sofrimento e depressão na sua cidade natal decidiu recomeçar do zero fazendo a única coisa que sabe fazer na vida: teatro. Começou dando aulas, formando novos atores. Até que, entusiasmado com o trabalho dos artistas que estava lançando, resolveu montar a Cia. Cênica Simplicissimus. O resto é história.
A SAGA DE ROUSIMAR TOQUINHO - Uma das esperanças do Brasil no ADCC 2007 é o lutador Rousimar Aparecido Christian Palhares, ou simplesmente Rousimar Toquinho, como é conhecido nos tatames do Brasil. Rousimar impressionou o público e a equipe de jurados quando participou da seletiva para o ADCC realizado no início de março, na sede do Botafogo. O atleta é uma fera no tatame. Luta com garra e possui muita resistência aos golpes dos adversários. Tem tudo para trazer uma medalha e um punhado de dólares de New Jersey.
A viagem de Rousimar Toquinho aos States, entretanto, está ameaçada. O consulado americano não quis lhe dar o visto. As autoridades americanas se recusaram até a marcar uma entrevista com o rapaz. A sorte é que, no último número da revista Tatame, há uma grande reportagem com o atleta e os editores da bíblia das artes marciais no Brasil mandaram um exemplar para o cônsul na esperança que ele reconsidere sua decisão e conceda o visto ao rapaz.
A vida de Rousimar Toquinho não foi nada fácil, como conta a revista Tatame. Nascido na pequena cidade mineira de Dores do Indaiá ele cresceu dividindo um pequeno casebre com seus pais e mais dez irmãos. Rousimar descobriu sua vocação para a luta derrubando bois no pasto da fazenda onde seu pai era peão. Na batalha diária pela sobrevivência dizimou uma a uma cada adversidade que a vida lhe impôs. Nos momentos mais difícies da infância, quando batia a fome e não havia como conseguir comida, ele e os irmãos comiam ração de porco que a mãe cozinhava e servia na única refeição do dia.
Seu sonho de melhorar de vida e se tornar um lutador profissional acabou trazendo-o ao Rio, onde se hospedou debaixo de um dos viadutos da cidade. Com um quimono surrado numa mão e um terço na outra procurou a academia Brazilian Top Team, a BTT, celeiro dos maiores nomes das artes marciais no Brasil. Sua simplicidade e seu jeito humilde de ser impressionou os veteranos Bebeo Duarte, Zé Mario Sperry e Murilo Bustamente, sócios da BTT, que decidiram fazer um teste e avaliar suas possibilidades. Os donos da academia ficaram impressionados com a sua atuação e vislumbraram nele um novo talento para o mercado de lutas. Deram uma bolsa para Rousimar que, imediatamente, fez da academia seu novo lar. Por causa do seu tipo físico baixinho e atarrancado ganhou o carinhoso apelido de Toquinho. Com sua maneira de ser conquistou a amizade de vários lutadores, entre eles o talentoso Danilo Índio, que se transformou num dos seus melhores amigos e principal parceiro de treinos. Desde então Toquinho só tem conseguido vitórias em todos os torneios em que tem participado. Agora resta saber se o sonho de brilhar nos States não vai ser barrado pelos consulado americano.
UM ATLETA CHAMADO TARSIS – Outra esperança brasileira no ADCC 2007 é o galã do tatame Tarsis Humphreys. A exemplo de Rousimar Toquinho Tarsis é um jovem talentoso. Mas sua trajetória de vida é totalmente diferente. Tarsis nasceu em São Paulo, filho de uma família de alta classe média. Estudou em bons colégios e, desde muito garoto, se destacou nas artes marciais. Primeiro no judô e depois no jiu-jitsu, onde começou a lutar aos 13 anos. Sua estampa de galã de cinema fez com que recebesse convites para seguir a carreira de modelo. Chegou a posar para fotos e participar de alguns desfiles, mas nunca se sentiu atraído por aquele universo. Foi capa de um livro de fotos chamado Delicious – Fotos Gostosas, onde havia retratos de Gisele Bundchen e Rodrigo Santoro, entre outros. Mas ele queria mesmo era ser um astro das artes marciais e mergulhou fundo na busca do seu sonho.
Tarsis, nome de origem bíblica, era neto de Noé. Com 23 anos o Tarsis atleta é faixa-preta de jiu-jitsu e professor da academia de Fabio Gurgel, o veterano lutador que o descobriu e investiu nele. Descolado e profissional costuma ministrar seminários no exterior. Já deu aulas na Finlândia, Suécia e Dinamarca. Diz que os alunos estrangeiros têm facilidade em aprender o jiu-jitsu brasileiro por terem uma tradição de praticar judô desde a infância. Agora em março participou do Panamericano de Jiu-Jitsu na Califórnia, conseguindo a medalha de vice campeão.
Agora está totalmente concentrado para o ADCC nos Estados Unidos. Na seletiva para a competição perdeu para o lutador Delson Pé de Chumbo. Mesmo sem ter vencido a final, o belo Tarsis impressionou os assessores do Sheik pelo estilo atrevido de encarar seus adversários. Muito concentrado e rápido nos contra-ataques, malandro nas defesas, agressivo nas investidas, Tarsis tem consciência que um torneio de lutas também é um show e sabe fazer de sua atuação um espetáculo. Suas qualidades como atleta e sua postura de show-man garantiram o passaporte para a América e a oportunidade de lutar para o Sheik. Sobre a luta final da seletiva Tarsis Humphreys disse:
A minha final contra Pé de Chumbo foi horrível, eu tinha me machucado na luta contra o Rousimar Toquinho e mal conseguia mexer o meu joelho. Mas agora estou cem por cento para o ADCC e me manterei assim durante a competição, para ser campeão e dar um grande show, já que é isso que o Sheik quer ver.
Bom de briga é aquele que cai fora.
TEATRO QUASE SEMPRE – Algo de muito especial acontece no teatro brasileiro. E esse “algo de muito especial” vem de Curitiba. Um movimento teatral protagonizado por um grupo chamado Cia. Cênica Simplicissimus vem mobilizando a capital paranaense, cidade com vasta tradição cultural. Nos últimos quatro anos o grupo Simplicissimus montou cinco espetáculos teatrais que chamam a atenção pelo talento, capacidade de mobilização do público e criatividade dos artistas. Capitaneado pelo diretor Ruiz Bellenda o grupo se tornou a coqueluche da cena cultural curitibana, promovendo happenings culturais, oficinas, cursos e espetáculos de sucesso.
Tudo começou em 2003 com a estréia da versão clubber do clássico O Despertar da Primavera. O sucesso e a repercussão da montagem mobilizou o grupo a produzir o musical Canastras, que se transformou numa verdadeira febre entre o público curitibano. Em seguida veio a comédia chique Dorothy Parker Portátil, uma coletânea de textos da famosa escritora americana, que é estudada de forma obsessiva pelo grupo. Na seqüência o Simplicissimus mergulhou na densidade das relações amorosas com o espetáculo Oscar Wilde me disse. A consagração definitiva veio com Assassinatos em Série que fez o público e a crítica incensar o elenco e a direção. Com garra e força criativa, a talentosa troupe incendiou o verão de 2007 com dois belos espetáculos: Manual Prático da Mulher Desesperada e Sou Ator Mas Não Sou Gay. Agora é a hora da companhia sair de Curitiba e mostrar ao resto do Brasil a força criativa do seu teatro.
As mulheres que procuram ter os mesmos direitos dos homens têm falta de ambição.
MANUAL PRÁTICO DA MULHER DESESPERADA – A peça, com texto de Dorothy Parker, é dividida em três atos: quarto, salão de beleza e boate. A solidão e a busca por uma companhia é o mote que conduz o espetáculo. A heroína Alice, com humor, dramaticidade e sensualidade, se utiliza de todos os recursos de beleza para seduzir os homens, enquanto aguarda ansiosamente um telefonema que não acontece. O medo da solidão e a culpa por se envolver com homens errados culminam numa angústia que a leva a tomar uma atitude desesperada: sair pela noite em busca de companhia. Ela quer alguém, não importa quem. Ao terminar a noite ao lado de um sujeito sem graça, que mal conhece e que dança terrivelmente mal ela cai em si e descobre que é melhor viver só do que mal acompanhada.
O objetivo fundamental da montagem é examinar os mistérios da alma feminina utilizando todos os recursos lúdicos que a carpintaria teatral permite. Através do perturbador texto de Ms. Parker, interpretado de forma sublime pelos atores, a direção conduz o espectador ao exame das situações e contradições que a mulher emancipada vive ao pagar o preço de sua condição de ser humano livre. Para dar vida a esta concepção, o espetáculo lança mão de idéias que valorizam o aspecto cênico da montagem. Figurinos criativos registram os estados de espírito da protagonista. Cenários exóticos ilustram as situações discriminadas pelo texto. A iluminação cinematográfica recria a atmosfera peculiar dos contos de Dorothy Parker, enquanto vinhetas são projetadas narrando o passado da heroína. O conceito de Manual Prático da Mulher Desesperada é o de um cabaré de idéias panfletárias sobre a condição feminina. A partir daí a peça executa uma das funções primordiais do teatro: a do entretenimento.
SOU ATOR, MAS NÃO SOU GAY - A busca desesperada pela fama é o ponto de partida do texto de Ruiz Bellenda. Conta a história de Beto, um rapaz que decide ser ator depois que um amigo ficou famoso atuando em novelas de TV. Para se lançar na carreira artística ele pede uma oportunidade ao inescrupuloso diretor de teatro Maneco Vidal que, fascinado pela beleza do rapaz, lhe faz uma proposta indecorosa: o papel principal em sua nova peça em troca de uma noite de amor. Whaal. Isso é que é enredo.
Através do narrador-protagonista Beto o público é apresentado ao fascinante e atordoante mundo dos candidatos a estrela ou aspirantes a celebridades. Questões essenciais das relações humanas como inveja, falsidade, competição, vaidade, sexo, poder, traição, frustração e muito, mas muito ego, guiam as motivações dos personagens. É o vale-tudo em busca da fama e do sucesso. Sem ser moralista, piegas ou maniqueísta, o autor coloca essas questões sem fechá-las com uma verdade absoluta, revelando as diversas faces do sucesso na carreira artística. Além dos atores da Cia a peça mostra em cena onze modelos da agência Ford atuando no elenco de apoio.
ADRIANA BIROLLI – UMA ESTRELA BRASILEIRA – A exemplo das antigas companhias do teatro brasileiro, a Simplicissimus tem uma estrela: Adriana Birolli, que os curitibanos dizem ser a Isabelle Adjani do Paraná. O público de Curitiba acredita piamente que Adriana ainda será uma das grandes estrelas da TV Globo ou da TV Record. Afinal, Sonia Braga e Letícia Sabatella também vieram de lá. A jovem estrela começou a estudar teatro aos quinze anos num curso do diretor Ruiz Bellenda e participou de todas as montagens da Cia, sempre se destacando por seu talento e personalidade. Hoje, com apenas vinte anos, ganhou o prêmio Gralha Azul de melhor atriz por sua atuação no espetáculo Manual Prático da Mulher Desesperada. O prêmio Gralha Azul foi criado em 1974 e é outorgado todo ano aos melhores do teatro de Curitiba pelo Centro Cultural Teatro Guaira. Agora quando anda pelas ruas de Curitiba o público costuma chamá-la de Isabelle, graças a sua semelhança física com a francesa Adjani. Outros preferem chamá-la de Dorothy, por causa da sua popular atuação no espetáculo Dorothy Parker Portátil. O fato é que Adriana Birolli conseguiu marcar o público e se tornar uma estrela popular atuando apenas no teatro. Nada mal para uma jovem de vinte anos.
RUIZ BELLENDA NÃO MORA MAIS AQUI - Ruiz Bellenda é o cérebro por trás da Cia. Cênica Simplicissimus. Ator, autor e diretor, é um artista que dedicou toda a sua vida ao teatro. Começou ainda criança atuando em espetáculos profissionais em Curitiba. Inteligente, culto e estudioso tem um vasto conhecimento do teatro brasileiro. Além disso, é apaixonado por cinema e sabe tudo sobre as grandes estrelas e os diretores.
Durante mais de duas décadas Ruiz Bellenda foi casado com o ator Ariel Coelho. Os dois se conheceram quando Ruiz tinha apenas treze anos e Ariel já era maior de idade. Foi uma paixão fulminante. Além da atração que sentiam um pelo outro havia algo maior que os unia mais do que tudo e os manteve unidos até a morte de Ariel duas décadas depois: a paixão pelo teatro.
Mesmo tendo apenas treze anos Ruiz Bellenda sabia muito bem o que queria e, com sua personalidade forte, não admitia ser contrariado. Ruiz queria ser ator e diretor de teatro e não estava disposto a abrir mão do seu sonho. Aos treze anos Ruiz também sabia que era gay, gostava disso, e queria viver ao lado do parceiro que tinha escolhido. Os pais do ator, pessoas esclarecidas, nem ousaram questionar a vontade do garoto. Eles conheciam muito bem a forte personalidade do filho e acharam melhor nem discutir.
Ariel Coelho já era um ator respeitado em Curitiba quando se apaixonou pelo menino de treze anos que considerava um grande talento do teatro. Não, leitores. Ariel não era pedófilo. Ele nunca se sentiu particularmente atraído por garotos. Isso nem faz tanto tempo assim, mas, já houve uma época em que a palavra pedofilia não era usada da forma vulgar como vive sendo usada pela mídia dos dias de hoje. O que uniu Ariel e Ruiz, muito mais do que amor ou sexo, foi uma enorme paixão pelo teatro. Paixão que eles viveram intensamente nas duas décadas em que ficaram juntos. Nesse período não houve um só dia na vida em que eles não estivessem envolvidos com uma peça, seja atuando, produzindo ou dirigindo. Ou simplesmente assitindo teatro. Vibrando com o trabalho e atuações dos colegas de profissão.
Quando completou quinze anos Ruiz se mudou para o Rio com seu companheiro. Aqui fez cursos de teatro, montou espetáculos e viveu intensamente a vida mundana da cidade. Foi amigo de Cazuza e, junto com Bebel Gilberto, formou um trio que marcou época em noitadas no Baixo Leblon e tardes de sol no Posto Nove. Os três atuaram juntos na peça infantil Parabéns Pra Você. Ruiz também escreveu e atuou em peças como Nesta Nossa Vida, O que aconteceu a Laura Jane?, Totalmente Fashion e Eu e a Louca, entre outros. Quando Ariel morreu Ruiz sofreu muito com a perda do companheiro de tantos anos e decidiu voltar para Curitiba. Depois de um período de sofrimento e depressão na sua cidade natal decidiu recomeçar do zero fazendo a única coisa que sabe fazer na vida: teatro. Começou dando aulas, formando novos atores. Até que, entusiasmado com o trabalho dos artistas que estava lançando, resolveu montar a Cia. Cênica Simplicissimus. O resto é história.
26.4.07
IPANEMA EM CHAMAS – A Associação de Moradores de Ipanema reuniu, no Hotel Everest, um grupo de moradores, comerciantes e empresários, para apresentar o Plano de Segurança para o bairro, nos moldes do que já existe em Santa Tereza. Pessoalmente, eu não acredito muito nesse conceito de criar planos de seguranças para cada bairro. Acho que a segurança pública deve ser planejada pensando a cidade como um todo. Mas, como a questão de segurança pública no Brasil é complicada, vale a pena qualquer iniciativa no sentido de diminuir a insegurança e a desordem social da metrópole desgovernada por César Maia.
O projeto é bem interessante. Na reunião estavam presentes o representante da prefeitura o empresário ipanemense Marcelo Monfort, o Tenente Coronel Carlos Millan, a fundadora do Movimento Basta! Beatriz Kunh, a representante da Associação de Moradores Maria Amélia Fernandes e o delegado titular da 14ª DP José Alberto Laje que fez muito sucesso com o público. De todas as pessoas que levantaram questões sobre segurança e conflitos sociais na cidade, foi o Delegado Laje quem demonstrou ter uma visão mais abrangente dos problemas e suas possíveis soluções.
O Delegado Laje começou sua palestra detonando as Cooperativas de Catadores de Lixo, responsabilizando-as pelo sem número de moradores de rua em todos os bairros do Rio. Segundo o delegado, a maioria dos delitos da zona sul como assalto a pedrestes e arrombamento de automóveis e estabelecimentos comerciais são praticados pelos mesmos moradores de rua que catam lixo para as cooperativas. Para José Alberto Laje a Prefeitura não devia permitir que mendigos, meliantes e bêbados catassem o lixo da cidade. Para ele esse serviço deveria ser feito apenas por garis profissionais.
Quando expôs seu ponto de vista o Delegado foi muito aplaudido pelos ipanemenses. Afinal, ele tem toda a razão. A população da cidade paga uma taxa de lixo para a Prefeitura. E quem paga tem todo o direito de cobrar pelo serviço. E a prefeitura não tem feito sua parte, permitindo que o lixo reciclável seja recolhido de forma amadora com a desculpa de que está promovendo inclusão social. A história não é bem assim.
Por trás do recolhimento de lixo da prefeitura do Rio está um dos maiores esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público da nossa República de Bananas. Nas prefeituras das cidades de todo o Brasil a limpeza pública é uma das grandes fontes de desvio de dinheiro público. Se não for a maior de todas. Roubar através das estatais de limpeza urbana é quase uma tradição na política brasileira. Por que aqui no Rio seria diferente?
Uma serpente venenosa que se arrasta sorrateira pelos corredores da Câmara dos Vereadores me contou no Posto Nove que César Maia paga cerca de dois milhões de reais por mês para uma ONG organizar o recolhimento do lixo reciclável da cidade. Não precisa nem dizer que essa ONG pertence a cupinchas e partidários políticos do prefeito e sua família. Dois milhões de reais por mês significam vinte e quatro milhões por ano. Esse dinheiro se fosse bem empregado daria para retirar da rua todos os homeless da cidade. Mas, em vez disso, essa dinheirama serve para pagar a vida nababesca de uma famosa personalidade política, ligada ao prefeito, que mora num chiquérrimo apartamento na Vieira Souto.
Odeio ONG!
O que o Delegado não disse, mas, certamente ele sabe muito bem, é que, por trás desse falso programa de inclusão social, diluido no sistema da limpeza urbana, está um dos mais sórdidos esquemas de desvio de dinheiro público já visto pela cidade de São Sebastião. E é um esquema tão perverso que, para existir, ele precisa que haja, cada vez mais, um número maior de pessoas morando na rua. Vejam só a cara de pau do prefeito e sua gangue. Eles alegam que o recolhimento do lixo reciclável, feito pelos catadores, ajuda na inclusão social, já que os catadores vendem para as cooperativas, por uma ninharia, o lixo que recolhem. Ao mesmo tempo, para que esse esquema corrupto funcione é preciso que haja cada vez mais pessoas vivendo debaixo de marquises e viadutos. Ou seja, em vez de retirar essas pessoas da rua, César Maia tem um esquema que estimula a existência de moradores na via pública. Puta que pariu!
É por essas e por outras que a miséria no Brasil só faz aumentar. É que aqui a miséria se transformou num negócio lucrativo. ONGs, partidos políticos e autoridades precisam que exista uma população cada vez maior de pobres e miseráveis para assim utilizá-los como laranjas involuntários para seus esquemas de desvio de dinheiro. E o recolhimento de lixo no Rio de Janeiro é o exemplo perfeito de como isso pode funcionar muito bem para os corruptos em detrimento do bem estar da sociedade.
Agora durma-se com um barulho desses.
O projeto é bem interessante. Na reunião estavam presentes o representante da prefeitura o empresário ipanemense Marcelo Monfort, o Tenente Coronel Carlos Millan, a fundadora do Movimento Basta! Beatriz Kunh, a representante da Associação de Moradores Maria Amélia Fernandes e o delegado titular da 14ª DP José Alberto Laje que fez muito sucesso com o público. De todas as pessoas que levantaram questões sobre segurança e conflitos sociais na cidade, foi o Delegado Laje quem demonstrou ter uma visão mais abrangente dos problemas e suas possíveis soluções.
O Delegado Laje começou sua palestra detonando as Cooperativas de Catadores de Lixo, responsabilizando-as pelo sem número de moradores de rua em todos os bairros do Rio. Segundo o delegado, a maioria dos delitos da zona sul como assalto a pedrestes e arrombamento de automóveis e estabelecimentos comerciais são praticados pelos mesmos moradores de rua que catam lixo para as cooperativas. Para José Alberto Laje a Prefeitura não devia permitir que mendigos, meliantes e bêbados catassem o lixo da cidade. Para ele esse serviço deveria ser feito apenas por garis profissionais.
Quando expôs seu ponto de vista o Delegado foi muito aplaudido pelos ipanemenses. Afinal, ele tem toda a razão. A população da cidade paga uma taxa de lixo para a Prefeitura. E quem paga tem todo o direito de cobrar pelo serviço. E a prefeitura não tem feito sua parte, permitindo que o lixo reciclável seja recolhido de forma amadora com a desculpa de que está promovendo inclusão social. A história não é bem assim.
Por trás do recolhimento de lixo da prefeitura do Rio está um dos maiores esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público da nossa República de Bananas. Nas prefeituras das cidades de todo o Brasil a limpeza pública é uma das grandes fontes de desvio de dinheiro público. Se não for a maior de todas. Roubar através das estatais de limpeza urbana é quase uma tradição na política brasileira. Por que aqui no Rio seria diferente?
Uma serpente venenosa que se arrasta sorrateira pelos corredores da Câmara dos Vereadores me contou no Posto Nove que César Maia paga cerca de dois milhões de reais por mês para uma ONG organizar o recolhimento do lixo reciclável da cidade. Não precisa nem dizer que essa ONG pertence a cupinchas e partidários políticos do prefeito e sua família. Dois milhões de reais por mês significam vinte e quatro milhões por ano. Esse dinheiro se fosse bem empregado daria para retirar da rua todos os homeless da cidade. Mas, em vez disso, essa dinheirama serve para pagar a vida nababesca de uma famosa personalidade política, ligada ao prefeito, que mora num chiquérrimo apartamento na Vieira Souto.
Odeio ONG!
O que o Delegado não disse, mas, certamente ele sabe muito bem, é que, por trás desse falso programa de inclusão social, diluido no sistema da limpeza urbana, está um dos mais sórdidos esquemas de desvio de dinheiro público já visto pela cidade de São Sebastião. E é um esquema tão perverso que, para existir, ele precisa que haja, cada vez mais, um número maior de pessoas morando na rua. Vejam só a cara de pau do prefeito e sua gangue. Eles alegam que o recolhimento do lixo reciclável, feito pelos catadores, ajuda na inclusão social, já que os catadores vendem para as cooperativas, por uma ninharia, o lixo que recolhem. Ao mesmo tempo, para que esse esquema corrupto funcione é preciso que haja cada vez mais pessoas vivendo debaixo de marquises e viadutos. Ou seja, em vez de retirar essas pessoas da rua, César Maia tem um esquema que estimula a existência de moradores na via pública. Puta que pariu!
É por essas e por outras que a miséria no Brasil só faz aumentar. É que aqui a miséria se transformou num negócio lucrativo. ONGs, partidos políticos e autoridades precisam que exista uma população cada vez maior de pobres e miseráveis para assim utilizá-los como laranjas involuntários para seus esquemas de desvio de dinheiro. E o recolhimento de lixo no Rio de Janeiro é o exemplo perfeito de como isso pode funcionar muito bem para os corruptos em detrimento do bem estar da sociedade.
Agora durma-se com um barulho desses.
19.4.07
UM BRASILEIRO NA CHINA – Será dia 3 de Maio, na livraria Argumento do Leblon, a noite de autógrafos do livro Um brasileiro na China, do jornalista baiano Gilberto Scofield Jr, correspondente da Globo News na terra de Mao Tse Tung. O livro não é exatamente uma coletânea das ótimas reportagens que Gilberto manda todas as semanas para o jornal O Globo. É mais do que isso. É um relato pessoal do seu cotidiano e da sua convivência com a cultura e com o estilo de vida dos chineses. Gilberto está na China desde 2005 e fica lá até as Olimpíadas de Pequim. “Está sendo uma experiência maravilhosa, mas eu não agüento mais a China. Estou com saudades do Brasil”, me disse ele no início do ano, durante a apresentação do DJ Tiesto na praia de Ipanema.
A DECISÃO DE CÉSAR - Os mármores dos templos e do Senado, as areias do Coliseu e o suor da conquista. O mundo romano nunca esteve tão vivo quanto através das palavras do escritor e historiador Steven Saylor, dono de um estilo inconfundível, capaz de mesclar diálogos dinâmicos e grande precisão histórica. Em A decisão de César, acompanhamos Júlio César e sua luta para se manter no poder, envolvido com Ptolomeu e Cleópatra, rivais na disputa pelo trono do Egito.
Com a incrível e lendária Alexandria como cenário, no ano de 48 A.C., os generais César e Pompeu, inimigos, decidem o destino do mundo. Cada um em busca de alianças capazes de fortalecer seus exércitos. Do encontro de César e Cleópatra, no entanto, surge a mais perfeita das sociedades: os dois se apaixonam perdidamente e protagonizam um dos romances mais comentados da História.
Naquela sufocante atmosfera de intriga e trapaça chega Gordiano, o Descobridor, na inocente busca de uma cura para sua mulher, Bethesda, nas sagradas águas do Nilo. Mas quando seus planos dão errado, ele se vê envolvido numa busca ainda mais desesperada - provar a inocência do filho que ele outrora renegara e que é acusado de assassinato. A decisão de César irá determinar o destino do filho de Gordiano; a escolha que César fizer entre Cleópatra e seu irmão Ptolomeu irá determinar o futuro do Império Romano. No centro desses dois dilemas, Gordiano se torna o fulcro involuntário que irá deslocar o equilíbrio da História. Testemunha dos estertores mortais do mundo antigo, ele vai representar um papel crítico no nascimento do mundo futuro.
O escritor americano Steven Saylor tem um imenso fascínio pela Roma antiga. Na infância, não perdia a estréia dos grandes épicos como Cleópatra, Espártacus e Ben-Hur nas telas do cinema. Formado em história na Universidade do Texas, o autor colabora com o canal de televisão History Channel, discutindo questões sobre a política e a vida romanas.
A ÚLTIMA VIAGEM DE COLOMBO - No ano em que velas ostentando a cruz de malta surgiam no horizonte do Brasil, Cristovão Colombo, despojado de todos os cargos e do título de Almirante do Mar Oceano, encontra-se encarcerado numa prisão caribenha. Uma cela construída por sua ordem, de onde avista a colônia que fundou - e governou - durante oito anos. Em desgraça, acusado de fraude pelo Tribunal Real e de ter roubado as riquezas do Novo Mundo, suspeito de ser, na realidade, judeu, o velho capitão sonha com mais uma viagem aos confins da Terra, a última oportunidade para provar o seu valor.
Em A última viagem de Colombo, Martin Dugard narra essa aventura épica. A definitiva, e ainda pouco explorada por historiadores, expedição de Colombo aos confins da Terra em busca de fama e redenção. Segundo o próprio marinheiro, tratou-se de sua grande viagem, ainda que também a mais traiçoeira. Com acuidade histórica, ritmo e estilo, Dugard desvela a quarta excursão do desbravador. Um universo de tempestades terríveis, motins, guerras e um naufrágio que deixou Colombo abandonado numa ilha deserta durante quase um ano. Em seu rastro, os inimigos, enviados da Europa. À sua frente apenas o desconhecido. Com este emocionante relato da sua viagem final, sua última e derradiera expedição, Martin Dugard faz reviver Colombo como ninguém - o aventureiro, o homem de negócios, o pai, o amante, o tirano e o herói.
A DECISÃO DE CÉSAR - Os mármores dos templos e do Senado, as areias do Coliseu e o suor da conquista. O mundo romano nunca esteve tão vivo quanto através das palavras do escritor e historiador Steven Saylor, dono de um estilo inconfundível, capaz de mesclar diálogos dinâmicos e grande precisão histórica. Em A decisão de César, acompanhamos Júlio César e sua luta para se manter no poder, envolvido com Ptolomeu e Cleópatra, rivais na disputa pelo trono do Egito.
Com a incrível e lendária Alexandria como cenário, no ano de 48 A.C., os generais César e Pompeu, inimigos, decidem o destino do mundo. Cada um em busca de alianças capazes de fortalecer seus exércitos. Do encontro de César e Cleópatra, no entanto, surge a mais perfeita das sociedades: os dois se apaixonam perdidamente e protagonizam um dos romances mais comentados da História.
Naquela sufocante atmosfera de intriga e trapaça chega Gordiano, o Descobridor, na inocente busca de uma cura para sua mulher, Bethesda, nas sagradas águas do Nilo. Mas quando seus planos dão errado, ele se vê envolvido numa busca ainda mais desesperada - provar a inocência do filho que ele outrora renegara e que é acusado de assassinato. A decisão de César irá determinar o destino do filho de Gordiano; a escolha que César fizer entre Cleópatra e seu irmão Ptolomeu irá determinar o futuro do Império Romano. No centro desses dois dilemas, Gordiano se torna o fulcro involuntário que irá deslocar o equilíbrio da História. Testemunha dos estertores mortais do mundo antigo, ele vai representar um papel crítico no nascimento do mundo futuro.
O escritor americano Steven Saylor tem um imenso fascínio pela Roma antiga. Na infância, não perdia a estréia dos grandes épicos como Cleópatra, Espártacus e Ben-Hur nas telas do cinema. Formado em história na Universidade do Texas, o autor colabora com o canal de televisão History Channel, discutindo questões sobre a política e a vida romanas.
A ÚLTIMA VIAGEM DE COLOMBO - No ano em que velas ostentando a cruz de malta surgiam no horizonte do Brasil, Cristovão Colombo, despojado de todos os cargos e do título de Almirante do Mar Oceano, encontra-se encarcerado numa prisão caribenha. Uma cela construída por sua ordem, de onde avista a colônia que fundou - e governou - durante oito anos. Em desgraça, acusado de fraude pelo Tribunal Real e de ter roubado as riquezas do Novo Mundo, suspeito de ser, na realidade, judeu, o velho capitão sonha com mais uma viagem aos confins da Terra, a última oportunidade para provar o seu valor.
Em A última viagem de Colombo, Martin Dugard narra essa aventura épica. A definitiva, e ainda pouco explorada por historiadores, expedição de Colombo aos confins da Terra em busca de fama e redenção. Segundo o próprio marinheiro, tratou-se de sua grande viagem, ainda que também a mais traiçoeira. Com acuidade histórica, ritmo e estilo, Dugard desvela a quarta excursão do desbravador. Um universo de tempestades terríveis, motins, guerras e um naufrágio que deixou Colombo abandonado numa ilha deserta durante quase um ano. Em seu rastro, os inimigos, enviados da Europa. À sua frente apenas o desconhecido. Com este emocionante relato da sua viagem final, sua última e derradiera expedição, Martin Dugard faz reviver Colombo como ninguém - o aventureiro, o homem de negócios, o pai, o amante, o tirano e o herói.
13.4.07
COMO SÃO LINDOS OS MILITARES - A presença dos militares cuidando da Segurança Pública no Rio de Janeiro é uma reivindicação do governador Sergio Cabral desde que foi eleito. Mas, em cem dias de governo nada foi decidido. Autoridades se escondem atrás da Constituição Federal para evitarem a presença dos militares nas ruas. Quanta gente morreu nestes cem dias? O site do jornalista Sidney Rezende publica um texto que escrevi sobre as Forças Armadas e o Brasil do século 21. Leia AQUI .
O TRUMAN CAPOTE DA FRANÇA - Publicado em mais de dezoito idiomas, A Sangue Frio, o romance sem ficção de Truman Capote, tornou-se um dos mais avassaladores sucessos editoriais da segunda metade do século XX. Trata-se da narração verídica de um quádruplo assassinato ocorrido num lugarejo do Kansas. Na mesma tradição de Capote, o francês Emmanuel Carrère, um brilhante autor contemporâneo, se inspira em um dos mais sanguinários episódios da história recente do seu país para desenhar um painel assustador da mente humana.
Em O ADVERSÁRIO, Carrère revela a insólita - e assustadoramente real - história de Jean-Claude Romand. Durante mais de dez anos, de segunda a sexta-feira, Jean-Claude beijava a esposa e embarcava em seu BMW rumo a uma fantasia cuidadosamente arquitetada. Para toda a família, ele era um médico da Organização Mundial de Saúde. A suposta jornada de trabalho era cumprida em restaurantes à beira de estradas ou em passeios. Para dar mais veracidade à sua história, ele chegava a visitar a sede da OMS, na Suíça, de onde retornava com vários papéis timbrados, numa tentativa de manter a farsa.
Quando suspeitou que estava para ser desmascarado, o falso médico não hesitou: preferiu eliminar as pessoas que amava e que gostaria que fossem poupadas de tamanha humilhação. Em 9 de janeiro de 1993, os vizinhos que se aglomeravam diante da mansão dos Romand testemunhariam a retirada de dois sacos plásticos, cinzentos e lacrados, com os corpos de seus filhos. Em seguida, a equipe de resgate traria para fora a mãe das crianças, Florence, já sem vida. Finalmente, ainda vivo e com fraco batimento cardíaco, Jean-Claude. No dia posterior ao assassinato da família, descobriu-se também que Jean-Claude matara ainda o pai, a mãe e o labrador dos pais.
Intrigado por esse crime brutal, Carrère passou a se corresponder com Jean-Claude antes, durante e depois do julgamento. O resultado dessa espiadela na mente de um psicopata é um texto marcante, que nos faz reler diversas vezes suas passagens mais chocantes, tentando compreender também a razão que levou Jean-Claude a viver todo esse tempo por trás dessa máscara. Emmanuel Carrère é um dos mais aclamados escritores e roteiristas franceses, autor da biografia Je suis vivant et vous êtes morts, sobre o escritor de ficção científica Philip K. Dick. É autor também dos romances O bigode e Férias na neve.
O TRUMAN CAPOTE DA FRANÇA - Publicado em mais de dezoito idiomas, A Sangue Frio, o romance sem ficção de Truman Capote, tornou-se um dos mais avassaladores sucessos editoriais da segunda metade do século XX. Trata-se da narração verídica de um quádruplo assassinato ocorrido num lugarejo do Kansas. Na mesma tradição de Capote, o francês Emmanuel Carrère, um brilhante autor contemporâneo, se inspira em um dos mais sanguinários episódios da história recente do seu país para desenhar um painel assustador da mente humana.
Em O ADVERSÁRIO, Carrère revela a insólita - e assustadoramente real - história de Jean-Claude Romand. Durante mais de dez anos, de segunda a sexta-feira, Jean-Claude beijava a esposa e embarcava em seu BMW rumo a uma fantasia cuidadosamente arquitetada. Para toda a família, ele era um médico da Organização Mundial de Saúde. A suposta jornada de trabalho era cumprida em restaurantes à beira de estradas ou em passeios. Para dar mais veracidade à sua história, ele chegava a visitar a sede da OMS, na Suíça, de onde retornava com vários papéis timbrados, numa tentativa de manter a farsa.
Quando suspeitou que estava para ser desmascarado, o falso médico não hesitou: preferiu eliminar as pessoas que amava e que gostaria que fossem poupadas de tamanha humilhação. Em 9 de janeiro de 1993, os vizinhos que se aglomeravam diante da mansão dos Romand testemunhariam a retirada de dois sacos plásticos, cinzentos e lacrados, com os corpos de seus filhos. Em seguida, a equipe de resgate traria para fora a mãe das crianças, Florence, já sem vida. Finalmente, ainda vivo e com fraco batimento cardíaco, Jean-Claude. No dia posterior ao assassinato da família, descobriu-se também que Jean-Claude matara ainda o pai, a mãe e o labrador dos pais.
Intrigado por esse crime brutal, Carrère passou a se corresponder com Jean-Claude antes, durante e depois do julgamento. O resultado dessa espiadela na mente de um psicopata é um texto marcante, que nos faz reler diversas vezes suas passagens mais chocantes, tentando compreender também a razão que levou Jean-Claude a viver todo esse tempo por trás dessa máscara. Emmanuel Carrère é um dos mais aclamados escritores e roteiristas franceses, autor da biografia Je suis vivant et vous êtes morts, sobre o escritor de ficção científica Philip K. Dick. É autor também dos romances O bigode e Férias na neve.
9.4.07
UMA CHANCE PARA MIGUEL KELNER – Miguel Kelner está vibrando com Felipe, o seu personagem na novela Paraíso Tropical, que considera sua grande chance na televisão. Há anos Miguel sonha com uma oportunidade na TV. Seu sonho sempre foi ser um galã de novelas. E agora torce para que sua performance em Paraíso Tropical sirva de trampolim para uma carreira de sucesso.
Miguel Kelner é um dos rapazes mais bonitos do Rio de Janeiro. Com seu natural jeito de galã sempre causa furor por onde passa. Personagem da zona sul carioca ele vai à praia em frente ao Country Club, local que reúne os homens mais belos e sexies da cidade. E lá, mesmo diante de tantos homens bonitos, Miguel se destaca por sua beleza e sex-appeal.
Beijo não mata a fome mas abre o apetite.
Miguel Kelner foi, durante muitos anos, professor de Jiu-Jitsu. Faixa-prêta habilidoso se destacou em campeonatos onde conquistou muitas medalhas de ouro. Mas sua beleza clássica, ariana, acabou levando-o, naturalmente, a uma bem sucedida carreira de modelo. Fez muitos anúncios de cervejas, refrigerantes e cartões de crédito. Desfilou para grifes famosas. Teve seu rosto estampado em outdoors e páginas de revistas. Mas seu grande sonho sempre foi trabalhar em novelas.
Miguel Kelner sempre causou ciúmes e controvérsias no meio do Jiu-Jitsu por causa de sua estampa de galã. Os adversários sempre que queriam provocá-lo se referiam com desdém à sua beleza. Debochavam de seu trabalho como modelo. Ciúmes que, certamente, serviam para disfarçar a atração que deviam sentir ao lutar com adversário tão belo.
Miguel Kelner provocou escândalo no meio de Jiu-Jitsu quando, em agosto de 2002, posou nu para a revista G-Magazine. Ele acreditava que posar nu ia lhe trazer publicidade e abrir as portas para o mercado publicitário e para a TV. Então, se encheu de coragem e mergulhou de cabeça nesse seu trabalho. Quando a revista chegou às bancas foi como uma bomba nos tatames da cidade. Alguns de seus colegas lutadores ficaram indignados com as fotos. Como ele teve a coragem de posar nu com o quimono?, esbravejou um famoso lutador em Ipanema, depois de ver as fotos da revista que rolava em mãos nervosas na praia em frente ao Country Club.
Miguel Kelner, numa das melhores fotos do ensaio, aparece baixando o quimono e exibindo com vigor sua bela e poderosa ferramenta. Foi demais para a cabeça de alguns de seus colegas do Jiu-Jitsu, que não sabiam como lidar com essa nova situação. Para os lutadores mais conservadores o quimono tem o mesmo significado que uma batina tem para o padre. Uma vestimenta sagrada. E Miguel quebrou o tabu mostrando sem o menor pudor tudo o que o quimono até então escondia. Já os leitores da revista se sentiram lisonjeados com tamanha doação e se deixaram dominar pelo fetiche das artes marciais como autênticas marias-tatame.
O beijo é a menor distância entre dois apaixonados.
Miguel Kelner arrasou nas fotos da G-Magazine. Na primeira parte do ensaio ele aparece caracterizado como um imigrante italiano. Então ele vai se despindo até mostrar sua gloriosa pica. E nesse momento eu peço palmas para ela, a pica, porque ela merece. As fotos são inacreditáveis. Lindas, bem produzidas. Miguel está belíssimo. A própria encarnação da expressão bofe-escândalo. A segunda parte do ensaio mostra a polêmica seqüência em que o belo aparece despindo o quimono com uma medalha de campeão pendurada no pescoço.
Miguel Kelner não é gay, mas lida muito bem com esse universo. Tem amigos gays e não demonstra o menor constrangimento com isso, como outros machões do Jiu-Jitsu. Certa vez, no Fashion Rio, Miguel foi abordado por uma gay saltitante que quis lhe congratular pelas fotos na G. “Adorei tuas fotos, Miguel. Você está maravilhoso na revista. Uma coisa do outro mundo”, disse o rapaz visivelmente nervoso por estar diante do seu ídolo. Um amigo que estava com Miguel logo fez uma piada preconceituosa e na mesma hora ele contestou. “Não fala assim do cara que ele é meu fã”, defendeu o modelo. Fofo!
Miguel Kelner é um rapaz educado, de boa família, descendente de judeus que vieram para o Brasil fugindo da segunda guerra. Estudou em colégio israelita e, eventualmente, freqüenta a sinagoga. É casado com uma moça muito bonita chamada Adila. Na sua busca por ser descoberto pela TV, tem feito papéis pequenos em várias produções. Ele participou do primeiro capítulo na novela Luz do Sol, na TV Record, por exemplo. Fez um policial no programa Linha Direta que contou a história das irmãs Poni, duas granfinas mineiras que mataram a amante do marido de uma delas. E foi o primeiro marido de Regina Duarte na novela Páginas da Vida, onde apareceu em pequenos flash-backs nos primeiros capitulos. Quando foi gravar as cenas, a Regina Duarte olhou para ele e falou a produção: “Nossa, que marido bonito vocês me arranjaram”. Ele ficou todo bobo.
Miguel Kelner já tinha feito um personagem homossexual em outro programa da TV Globo. Foi no seriado Sob nova direção com Ingrid Guimarães e Heloisa Perissé. Depois que gravou o seriado ele avisou aos amigos da praia para assistirem ao programa e, cheio de orgulho, afirmou: “O meu personagem é um boiolinha”. Entenda-se que boiolinha é o diminutivo de boiola, uma das expressões favoritas dos bofes para designar homossexual.
O REI DA VOZ – Toni Platão está de volta à noite de Ipanema. Começou neste sábado de aleluia uma nova temporada do show Negro Amor, na Livraria Letras & Expressões. Todos os sábados de abril meu cantor favorito vai estar soltando a voz no aconchegante bar no terceiro andar da livraria. Programa imperdível que eu recomendo. Toni é uma diva da MPB. Um gênio da música que merece todo o aplauso do mundo.
Escuto o disco dele o tempo inteiro. Ao vivo as músicas adquirem um ar de novidade já que Toni improvisa e cria o tempo inteiro. Sua voz muda de timbre a cada instante, indo do sussurro joãogilbertiano até o vozeirão do barítono. E ele manipula com muito talento e inteligência todos os nuances permitidos por esses dois pólos.
Todo grande cantor merece uma grande banda. E o grupo de músicos que acompanham Toni merece receber o epíteto de grande banda. A harmonia que existe entre eles se traduz em puro deleite para o público. Wlad é um gênio do baixo; Bruno Wanderley sabe ser cool com a bateria; Sergio Diab, guitarrista e produtor, é o maestro que equilibra o talento de todos; e Rodrigo Ramalho dá um show com o seu mágico acordeom. Aliás, uma das coisas mais bacanas do show é o modo como eles usam o acordeom. Não existe nada de folclórico ou regional. Nada de nordestino. O show valoriza o acordeom quando o coloca a serviço da música pop.
Depois do show foi uma farra no camarim. O grupo estava feliz por estar de volta a Letras & Expressões, lugar que deu o pontapé inicial a esse show, que resultou num disco lançado pela som livre. Entre piadas e goles de cerveja Toni contou que pretende gravar um disco ao vivo e aproveitar que uma das músicas, Impossível acreditar que perdi você, está na trilha de Paraíso Tropical, e viajar pelo Brasil.
Na platéia, atenta a cada detalhe do show, a bailarina Débora Colker, namorada do cantor. Depois foi cumprimentar o amado com muitos e muitos beijos. Quando eu estava fotografando as cenas de amor explícito entre os pombinhos, Marcus Vinícius, o irreverente empresário do artista me perguntou, de pura sacanagem, se eu estava fazendo as fotos para a revista Contigo. Toni e Débora caíram na risada.
Depois eu contei a Débora Colker que tinha ido, na quinta-feira, assistir O lago dos Cisnes no Municipal e que tinha ficado encantado com o espetáculo coreografado por Yelena Pankova. Disse que era lindo e comovente. Contei que já tinha assistido mais de dez montagens diferentes do balé e cada vez ficava mais apaixonado pela história. “Agora eu queria ver uma versão da Débora Colker para O lago dos Cisnes”. Quando eu disse isso a coreógrafa começou a gritar, e seus olhos brilhavam de paixão pela dança. “Não me fala isso! Não me fala isso! Há anos que eu tenho esse sonho de fazer a minha versão do Lago dos Cisnes. Eu penso nisso o tempo inteiro!!!”
Continuamos bebendo cerveja e conversando após o show. Débora voltou para os braços do Toni, trocaram beijos e beijos. Eles estão apaixonados. Wlad, o baixista, me pediu para mandar algumas fotos que fiz para o e-mail dele. Ri muito com as piadas e brincadeiras de Marcus Vinícius, um sujeito divertido e alto astral que é sócio da Gilda Matoso. Depois fomos todos embora. Nos despedimos na Visconde de Pirajá e quando eu já estava indo embora, do outro lado da rua, a Débora Colker gritou: “Waldir , eu penso muito, muito, muito, muito no Lago dos Cisnes”. E foi embora abraçada ao namorado ostentando um sorriso que iluminava a noite.
Miguel Kelner é um dos rapazes mais bonitos do Rio de Janeiro. Com seu natural jeito de galã sempre causa furor por onde passa. Personagem da zona sul carioca ele vai à praia em frente ao Country Club, local que reúne os homens mais belos e sexies da cidade. E lá, mesmo diante de tantos homens bonitos, Miguel se destaca por sua beleza e sex-appeal.
Beijo não mata a fome mas abre o apetite.
Miguel Kelner foi, durante muitos anos, professor de Jiu-Jitsu. Faixa-prêta habilidoso se destacou em campeonatos onde conquistou muitas medalhas de ouro. Mas sua beleza clássica, ariana, acabou levando-o, naturalmente, a uma bem sucedida carreira de modelo. Fez muitos anúncios de cervejas, refrigerantes e cartões de crédito. Desfilou para grifes famosas. Teve seu rosto estampado em outdoors e páginas de revistas. Mas seu grande sonho sempre foi trabalhar em novelas.
Miguel Kelner sempre causou ciúmes e controvérsias no meio do Jiu-Jitsu por causa de sua estampa de galã. Os adversários sempre que queriam provocá-lo se referiam com desdém à sua beleza. Debochavam de seu trabalho como modelo. Ciúmes que, certamente, serviam para disfarçar a atração que deviam sentir ao lutar com adversário tão belo.
Miguel Kelner provocou escândalo no meio de Jiu-Jitsu quando, em agosto de 2002, posou nu para a revista G-Magazine. Ele acreditava que posar nu ia lhe trazer publicidade e abrir as portas para o mercado publicitário e para a TV. Então, se encheu de coragem e mergulhou de cabeça nesse seu trabalho. Quando a revista chegou às bancas foi como uma bomba nos tatames da cidade. Alguns de seus colegas lutadores ficaram indignados com as fotos. Como ele teve a coragem de posar nu com o quimono?, esbravejou um famoso lutador em Ipanema, depois de ver as fotos da revista que rolava em mãos nervosas na praia em frente ao Country Club.
Miguel Kelner, numa das melhores fotos do ensaio, aparece baixando o quimono e exibindo com vigor sua bela e poderosa ferramenta. Foi demais para a cabeça de alguns de seus colegas do Jiu-Jitsu, que não sabiam como lidar com essa nova situação. Para os lutadores mais conservadores o quimono tem o mesmo significado que uma batina tem para o padre. Uma vestimenta sagrada. E Miguel quebrou o tabu mostrando sem o menor pudor tudo o que o quimono até então escondia. Já os leitores da revista se sentiram lisonjeados com tamanha doação e se deixaram dominar pelo fetiche das artes marciais como autênticas marias-tatame.
O beijo é a menor distância entre dois apaixonados.
Miguel Kelner arrasou nas fotos da G-Magazine. Na primeira parte do ensaio ele aparece caracterizado como um imigrante italiano. Então ele vai se despindo até mostrar sua gloriosa pica. E nesse momento eu peço palmas para ela, a pica, porque ela merece. As fotos são inacreditáveis. Lindas, bem produzidas. Miguel está belíssimo. A própria encarnação da expressão bofe-escândalo. A segunda parte do ensaio mostra a polêmica seqüência em que o belo aparece despindo o quimono com uma medalha de campeão pendurada no pescoço.
Miguel Kelner não é gay, mas lida muito bem com esse universo. Tem amigos gays e não demonstra o menor constrangimento com isso, como outros machões do Jiu-Jitsu. Certa vez, no Fashion Rio, Miguel foi abordado por uma gay saltitante que quis lhe congratular pelas fotos na G. “Adorei tuas fotos, Miguel. Você está maravilhoso na revista. Uma coisa do outro mundo”, disse o rapaz visivelmente nervoso por estar diante do seu ídolo. Um amigo que estava com Miguel logo fez uma piada preconceituosa e na mesma hora ele contestou. “Não fala assim do cara que ele é meu fã”, defendeu o modelo. Fofo!
Miguel Kelner é um rapaz educado, de boa família, descendente de judeus que vieram para o Brasil fugindo da segunda guerra. Estudou em colégio israelita e, eventualmente, freqüenta a sinagoga. É casado com uma moça muito bonita chamada Adila. Na sua busca por ser descoberto pela TV, tem feito papéis pequenos em várias produções. Ele participou do primeiro capítulo na novela Luz do Sol, na TV Record, por exemplo. Fez um policial no programa Linha Direta que contou a história das irmãs Poni, duas granfinas mineiras que mataram a amante do marido de uma delas. E foi o primeiro marido de Regina Duarte na novela Páginas da Vida, onde apareceu em pequenos flash-backs nos primeiros capitulos. Quando foi gravar as cenas, a Regina Duarte olhou para ele e falou a produção: “Nossa, que marido bonito vocês me arranjaram”. Ele ficou todo bobo.
Miguel Kelner já tinha feito um personagem homossexual em outro programa da TV Globo. Foi no seriado Sob nova direção com Ingrid Guimarães e Heloisa Perissé. Depois que gravou o seriado ele avisou aos amigos da praia para assistirem ao programa e, cheio de orgulho, afirmou: “O meu personagem é um boiolinha”. Entenda-se que boiolinha é o diminutivo de boiola, uma das expressões favoritas dos bofes para designar homossexual.
O REI DA VOZ – Toni Platão está de volta à noite de Ipanema. Começou neste sábado de aleluia uma nova temporada do show Negro Amor, na Livraria Letras & Expressões. Todos os sábados de abril meu cantor favorito vai estar soltando a voz no aconchegante bar no terceiro andar da livraria. Programa imperdível que eu recomendo. Toni é uma diva da MPB. Um gênio da música que merece todo o aplauso do mundo.
Escuto o disco dele o tempo inteiro. Ao vivo as músicas adquirem um ar de novidade já que Toni improvisa e cria o tempo inteiro. Sua voz muda de timbre a cada instante, indo do sussurro joãogilbertiano até o vozeirão do barítono. E ele manipula com muito talento e inteligência todos os nuances permitidos por esses dois pólos.
Todo grande cantor merece uma grande banda. E o grupo de músicos que acompanham Toni merece receber o epíteto de grande banda. A harmonia que existe entre eles se traduz em puro deleite para o público. Wlad é um gênio do baixo; Bruno Wanderley sabe ser cool com a bateria; Sergio Diab, guitarrista e produtor, é o maestro que equilibra o talento de todos; e Rodrigo Ramalho dá um show com o seu mágico acordeom. Aliás, uma das coisas mais bacanas do show é o modo como eles usam o acordeom. Não existe nada de folclórico ou regional. Nada de nordestino. O show valoriza o acordeom quando o coloca a serviço da música pop.
Depois do show foi uma farra no camarim. O grupo estava feliz por estar de volta a Letras & Expressões, lugar que deu o pontapé inicial a esse show, que resultou num disco lançado pela som livre. Entre piadas e goles de cerveja Toni contou que pretende gravar um disco ao vivo e aproveitar que uma das músicas, Impossível acreditar que perdi você, está na trilha de Paraíso Tropical, e viajar pelo Brasil.
Na platéia, atenta a cada detalhe do show, a bailarina Débora Colker, namorada do cantor. Depois foi cumprimentar o amado com muitos e muitos beijos. Quando eu estava fotografando as cenas de amor explícito entre os pombinhos, Marcus Vinícius, o irreverente empresário do artista me perguntou, de pura sacanagem, se eu estava fazendo as fotos para a revista Contigo. Toni e Débora caíram na risada.
Depois eu contei a Débora Colker que tinha ido, na quinta-feira, assistir O lago dos Cisnes no Municipal e que tinha ficado encantado com o espetáculo coreografado por Yelena Pankova. Disse que era lindo e comovente. Contei que já tinha assistido mais de dez montagens diferentes do balé e cada vez ficava mais apaixonado pela história. “Agora eu queria ver uma versão da Débora Colker para O lago dos Cisnes”. Quando eu disse isso a coreógrafa começou a gritar, e seus olhos brilhavam de paixão pela dança. “Não me fala isso! Não me fala isso! Há anos que eu tenho esse sonho de fazer a minha versão do Lago dos Cisnes. Eu penso nisso o tempo inteiro!!!”
Continuamos bebendo cerveja e conversando após o show. Débora voltou para os braços do Toni, trocaram beijos e beijos. Eles estão apaixonados. Wlad, o baixista, me pediu para mandar algumas fotos que fiz para o e-mail dele. Ri muito com as piadas e brincadeiras de Marcus Vinícius, um sujeito divertido e alto astral que é sócio da Gilda Matoso. Depois fomos todos embora. Nos despedimos na Visconde de Pirajá e quando eu já estava indo embora, do outro lado da rua, a Débora Colker gritou: “Waldir , eu penso muito, muito, muito, muito no Lago dos Cisnes”. E foi embora abraçada ao namorado ostentando um sorriso que iluminava a noite.
7.4.07
MAR MÍNIMO
Grandes são os marinheiros e os poetas
que fazem caber em seus versos
a glória de horizontes
inventados ou vividos e que,
em grandíloquo e corrente estilo,
erguem cidades magníficas,
domam línguas, contam-nos pélagos e obeliscos.
Mas que fazer da escama
que sobrasse após os mares,
agarrada à roupa mais que
Veneza ou Viena à memória?
Escutai: é nessa minúscula opalina
que muitos sabem o poema
- mais duas ou três palavras
e o martelo certo de fazê-lo.
Rotas magníficas, não mais,
nem quantas as maravilhas
(e cessem com elas os iluminados que contam
de terras por si mesmas lavradias).
O mar pode ser isto: o ar
dentro da concha. Dentro:
o sargaço, o barco, o sargo,
a enseada. Onde poderá ser mais belo
e largo? A onda bravia
sobre um grão de mostarda.
(Poema de Eucanãa Ferraz)
O LAGO DOS CISNES – Eu não consegui evitar as lágrimas na última cena do balé O lago dos cisnes, no Theatro Municipal. Depois de matar o bruxo que transformou a princesa num cisne, o príncipe a encontra morta, a carrega nos braços e a leva até o centro do palco. Tudo isso ao som da magnífica sinfonia que Tchaikovski criou para o balé. Foi lindo. Já assisti mais de uma dezena de vezes a esse espetáculo e sempre me emociono e fico com vontade de assistir novamente.
O que me atrai nesse espetáculo, em primeiro lugar, é a música de Tchaikovski. Não me canso de ouvir os acordes perfeitos que o compositor russo criou para ilustrar a história. E a orquestra sinfônica do Municipal deu show tocando ao vivo a música que descreve os sentimentos dos personagens, que são os sentimentos mais nobres e dolorosos do ser humano. A orquestra merece todos os aplausos do mundo. Bravo!
Sempre fui fã de Tchaikovski por causa de sua música. Minha admiração por ele se tornou maior depois que li Tribunal de Honra, a biografia do artista escrita por Dominique Fernandez. O mundo em que ele viveu e a maneira como ele conviveu com os valores éticos e morais de sua época me tocaram muito. O mais bacana nesse livro é que o autor, Fernandez, escreveu um livro à altura da arte do seu personagem. Tribunal de honra está para a literatura assim como O lago dos cisnes está para a música.
O corpo de baile do Municipal está em grande forma. Harmonia e talento a serviço da dança. Nas outras versões que tive o prazer de assistir havia uma grandiosidade de cenários e efeitos especiais. Nessa última montagem tudo era mais simples. A grandiosidade e os “efeitos especiais” ficaram a cargo do corpo de baile que, com talento e criatividade, criaram um espetáculo diferente respeitando todas as marcas da história original. Aplausos efusivos é o que merece a coreógrafa Yelena Pankova.
O bom de ver um espetáculo como O lago dos cisnes é poder perceber de forma bem clara, que o que salva o ser humano da sua mediocridade existencial é a arte. Sempre a arte.
ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU – Que Deus nos abençoe. Nesta sexta-feira santa o cardeal arcebispo do Rio Dom Euzébio Scheidt invadiu uma representação teatral da Paixão de Cristo na Lapa para fazer um discurso contra a prática do aborto. No momento em que ia acontecer a ressurreição de Cristo, talvez tomado pelo espírito do personagem, o cardeal entrou em cena e conclamou o povo que assistia ao espetáculo a rejeitar qualquer tentativa de legalização do aborto. Para a igreja católica, em qualquer situação, a mulher deve levar a gravidez até o fim. Aquelas que não seguirem esse preceito devem continuar sendo considerada uma pecadora, para a igreja, e uma criminosa, para a sociedade.
Ao mesmo tempo, no Vaticano, Bento XVI critica as mulheres que, segundo ele, querem viver como os homens. Isso significa trabalhar, reivindicar seus direitos, ter poder de decisão. A igreja sugere que as mulheres se dediquem aos filhos e a família. É por isso que o livro O código da Vinci está na listas dos mais vendidos há quatro anos. Por que ele mostra como, ao longo dos séculos, a igreja sempre buscou manter a mulher subjugada ao homem. A igreja católica é uma instituição machista. E pronto.
Não por acaso foi divulgada nesta sexta-feira santa novas previsões sobre as conseqüências para a humanidade do aquecimento global. O mundo está à beira de uma catástrofe provocada pelo homem. E uma das razões dessa tragédia é a super população. O homem, o ser humano, se tornou, para o planeta, o mesmo que piolhos para um cão. O planeta precisa se livrar desses piolhos para continuar existindo. Um rígido controle de natalidade seria uma alternativa para a sobrevivência do homem na terra. E vem dom Euzébio invadir a Paixão de Cristo e criticar a legalização do aborto.
Certamente, para o pensamento católico, o homem é mais importante que a natureza. Ué? Eu pensei que a natureza fosse a mais perfeita tradução da existência de Deus. Mas, se a igreja católica defende a idéia de que mais crianças devem vir ao mundo para poluir rios e mares, destruir florestas e acabar com as demais espécies vivas, então sou forçado a acreditar que a igreja está querendo acabar com Deus. Acho que preciso ler O código da Vinci mais uma vez. Amém!
O que me atrai nesse espetáculo, em primeiro lugar, é a música de Tchaikovski. Não me canso de ouvir os acordes perfeitos que o compositor russo criou para ilustrar a história. E a orquestra sinfônica do Municipal deu show tocando ao vivo a música que descreve os sentimentos dos personagens, que são os sentimentos mais nobres e dolorosos do ser humano. A orquestra merece todos os aplausos do mundo. Bravo!
Sempre fui fã de Tchaikovski por causa de sua música. Minha admiração por ele se tornou maior depois que li Tribunal de Honra, a biografia do artista escrita por Dominique Fernandez. O mundo em que ele viveu e a maneira como ele conviveu com os valores éticos e morais de sua época me tocaram muito. O mais bacana nesse livro é que o autor, Fernandez, escreveu um livro à altura da arte do seu personagem. Tribunal de honra está para a literatura assim como O lago dos cisnes está para a música.
O corpo de baile do Municipal está em grande forma. Harmonia e talento a serviço da dança. Nas outras versões que tive o prazer de assistir havia uma grandiosidade de cenários e efeitos especiais. Nessa última montagem tudo era mais simples. A grandiosidade e os “efeitos especiais” ficaram a cargo do corpo de baile que, com talento e criatividade, criaram um espetáculo diferente respeitando todas as marcas da história original. Aplausos efusivos é o que merece a coreógrafa Yelena Pankova.
O bom de ver um espetáculo como O lago dos cisnes é poder perceber de forma bem clara, que o que salva o ser humano da sua mediocridade existencial é a arte. Sempre a arte.
ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU – Que Deus nos abençoe. Nesta sexta-feira santa o cardeal arcebispo do Rio Dom Euzébio Scheidt invadiu uma representação teatral da Paixão de Cristo na Lapa para fazer um discurso contra a prática do aborto. No momento em que ia acontecer a ressurreição de Cristo, talvez tomado pelo espírito do personagem, o cardeal entrou em cena e conclamou o povo que assistia ao espetáculo a rejeitar qualquer tentativa de legalização do aborto. Para a igreja católica, em qualquer situação, a mulher deve levar a gravidez até o fim. Aquelas que não seguirem esse preceito devem continuar sendo considerada uma pecadora, para a igreja, e uma criminosa, para a sociedade.
Ao mesmo tempo, no Vaticano, Bento XVI critica as mulheres que, segundo ele, querem viver como os homens. Isso significa trabalhar, reivindicar seus direitos, ter poder de decisão. A igreja sugere que as mulheres se dediquem aos filhos e a família. É por isso que o livro O código da Vinci está na listas dos mais vendidos há quatro anos. Por que ele mostra como, ao longo dos séculos, a igreja sempre buscou manter a mulher subjugada ao homem. A igreja católica é uma instituição machista. E pronto.
Não por acaso foi divulgada nesta sexta-feira santa novas previsões sobre as conseqüências para a humanidade do aquecimento global. O mundo está à beira de uma catástrofe provocada pelo homem. E uma das razões dessa tragédia é a super população. O homem, o ser humano, se tornou, para o planeta, o mesmo que piolhos para um cão. O planeta precisa se livrar desses piolhos para continuar existindo. Um rígido controle de natalidade seria uma alternativa para a sobrevivência do homem na terra. E vem dom Euzébio invadir a Paixão de Cristo e criticar a legalização do aborto.
Certamente, para o pensamento católico, o homem é mais importante que a natureza. Ué? Eu pensei que a natureza fosse a mais perfeita tradução da existência de Deus. Mas, se a igreja católica defende a idéia de que mais crianças devem vir ao mundo para poluir rios e mares, destruir florestas e acabar com as demais espécies vivas, então sou forçado a acreditar que a igreja está querendo acabar com Deus. Acho que preciso ler O código da Vinci mais uma vez. Amém!
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