O LUTADOR DEVE SER COMO A ÁGUA - Um barato o documentário sobre o lutador Anderson Silva. Independente da figura mitológica que ele evoca, o filme é um primor em termos de direção. Não por acaso ganhou o prêmio de Melhor Direção no Festival de Tribeca, em Nova York. Pablo Croce, o diretor do filme, me disse que tinha ficado emocionado com a oportunidade de participar do Festival do Rio. Ele estava com Jared Freedman, o produtor do filme, que parecia surpreso com o assédio em torno do astro Anderson Silva.
O filme começa com uma entrevista de Bruce Lee, em preto branco. Bruce Lee diz que o lutador deve ser como a água, que se adapta a todas as formas. "Quando está num copo, a água se transforma no copo; Quando está na garrafa, a água se transforma na garrafa; Quando está num bule de chá, a aguá se transforma no bule". Corta. Começa o filme com Anderson lutando numa arena do UFC. Luta violenta. Seu adversário sangra muito e por isso ele se recusa a nocautear o rival e vence a luta por pontos. O gesto foi considerado pouco esportivo, para os padrões do UFC. Ele recebe críticas ferozes do produtor do evento, o todo poderoso Dana White. Por causa disso, a situação de Anderson no UFC fica difícil.
O filme se apropia desse contexto para acompanhar a rotina de Anderson Silva até a sua próxima luta, com o americano Chael Sonnen, um americano bonitão, que vê na luta contra Anderson a grande chance da sua carreira. Sonnen é o adversário perfeito para Anderson. Provocativo, debochado, cínico. Debocha de Anderson e do povo brasileiro. E o filme capta muito bem o clima de rivalidade, até o dia da luta em que Anderson, numa atuação memorável, vence o americano.
Como água tem momentos marcantes de humor e emoção. Faz o público rir e chorar. As sequências de luta são magníficas. A trilha sonora, com músicas do Moby, é a moldura perfeita para o filme. As participações de Lyoto Machida e Rodrigo Minotauro dão um charme a mais ao filme. E CHael Sonnen está perfeito como o vilão da história, o canalha bonitão que se dá mal no final.
Vale destacar no filme a atuação de Ed Soares, um americano, filho de brasileiros, que é manager de vários lutadores brasileiros. Além do Anderson, ele cuida das carreiras de Rodrigo Minotauro, José Aldo, Pedro Rizzo e Luis Beição. Ed Soares é muito engraçado e se revela um excelente ator. (É ele quem aparece na foto acima, de camisa listrada, dando um abraço no Anderson). Ele me contou que Anderson está de mudança para Los Angeles. "Nós compramos uma casa para ele e eu estou reformando para levar toda a família dele para lá".
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