Yes, nós temos cinema!
FESTIVAL DO RIO - Um clássico do cinema brasileiro. Isso é o mínimo que se pode dizer do filme Sudoeste, exibido na quinta-feira no Festival do Rio. Um filme belíssimo. Surpreendente, fascinante, contundente, inquietante... Um filme digno de um Bergman ou Bertolucci ou Woody Allen ou Buñel. O cinema brasileiro contemporâneo nunca mais vai ser o mesmo depois da experiência cinematográfica batizada de Sudoeste. Desde a primeira sequência que o filme envolve o espectador. E para isso não usa nada de sensacionalista ou pirotécnico. Usa apenas a imagem em movimento. Ou seja, o cinema. O próprio cinema. Todo filmado em preto e branco, numa região árida e salgada.
Eduardo Nunes! O Brasil inteiro precisa parar tudo e se ajoelhar diante desse diretor. (E que diretor!) O cara não fez um filme. Fez uma obra-prima! Ele não precisa fazer mais nada na vida. Ele já causou...
O filme é uma porrada na caretice cinematográfica vigente. É incrível quando, depois de mostrar por instantes a inóspita paisagem a tela exibe um close da atriz Léa Garcia, grande dama do cinema brasileiro. Dá vontade de aplaudir a expressão do seu rosto, a dramaticidade captada por uma fotografia de tirar o fôlego. Não por acaso, quando surgiu na tela o crédito do arrebatador fotógrafo Mauro Pinheiro o público começou a gritar como se estivessem diante de um ídolo pop. Foi na sessão do Cine Odeon, onde estão sendo exibidos os filmes da mostra competitiva.
Nós sabemos fazer cinema! Essa certeza da equipe que realizou o longa brota da tela de um jeito belo e delicado, mas nem por isso menos impactante. O diretor consegue ótimas performances dos atores e não atores em imagens impressionantes . Dira Paes, Simone Spoladore e Mariana Lima estão belas e perturbadoras com suas interpretações que são ao mesmo tempo contidas e operísticas. Uma comunhão perfeita entre direção, roteiro, fotografia, atuação, luz, cenografia...
Dê uma olhada nesse nesse link e veja fotos das filmagens:
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